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RAIVA Encefalomielite viral aguda, progressiva e quase sempre fatal - Zoonose mais temida - Vírus rábico (RABV) Lyssavirus - Vírus na saliva do cão, possui a bala do revolver - Hidrofobia como sinal clínico PATOGENIA 1. Vírus inoculado 2. Replicação no músculo 3. O vírion penetra o SNP através de junções neuromusculares 4. Ascende via fibras sensoriais, se replicando no gânglio dorsal 5. Ascensão rápida pela medula 6. Infecciona a medula espinhal, tronco cerebral, cerebelo e outras estruturas cerebrais 7. Infecção descendente do sistema nervoso para olhos, glândulas salivares, pele e outros Período de incubação: 1 mês – 1 ano (2 semanas a 3 meses) Pródromos: duração de 2 – 4 dias Mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náusea, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angustia Hiperestesia (sensação leve em dolorosa) e parestesia (formigamento) no trajeto de nervos periféricos próximos da mordedura FASE NEUROLÓGICA: apresentações clássicas da doença - Forma furiosa (canídeos) Infecção progride com manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes Febre, delírios, espasmos musculares involuntários, convulsões - Espasmos de laringe, faringe, língua quando tenta ingerir líquido (hidrofobia) - Sialorreia intensa (saliva excessiva), disfagia, aerofobia, hiperacusia (sensibilidade auditiva), fotofobia - Forma paralítica (morcegos) Parestesia, dor e prurido no local - Evolui para paralisia muscular flácida precoce Sensibilidade é, em geral, preservada - Febre marcante, elevada e intermitente - Alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária, obstipação intestinal - Hidrofobia imperceptível, consciência preservada PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE - Disautonomia (bradicardia, bradiarritmia, taquiarritmia, hipo ou hipertensão, insuficiência respiratória) - Forma raivosa: óbito em 5-7 dias - Forma paralítica: até 14 dias DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Encefalites virais (rabdovirus, arbovírus, enterovírus) ou tétano - Guillain-Barré - Encefalomielite difusa aguda DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO - Imunofluorescência direta em biópsia de pele da nuca (folículo piloso) ou da saliva - RT-PCR da saliva, do folículo ou do líquido cefalorraquidiano CONDULTAS ANTES DO DIAGNÓSTICO CONFIRMADO - Isolamento de contato, equipamentos de proteção adequados - Providenciar acesso venoso central, sondagem vesical de demora e sondagem nasoenteral - Dieta hipercalórica e hiperproteica - Paciente normovolêmico - Intubação orotraqueal - Nimodipina 60 mg VE, 4-4h - Profilaxia par TVP (trombose venosa profunda) - Profilaxia de hemorragia digestiva alta (uso de ranitidina 50mg 8-8h ou inibidor de bomba de prótons) - Profilaxia de úlceras de pressão (mudança de decúbito a cada 3 hrs) PROTOCOLO DE MILWAUKEE - Coma induzido e utilização de antivirais CONDULTAS COM O DIAGNÓSTICO CONFIRMADO - manter as anteriores - Amantadina (não usar ribavirina) - Biopterina - Sedação profunda EXAMES LABORATORIAS - Sódio 2x/d - Gasometria arterial quantas vezes for necessário - Magnésio (diária) - Zinco (semanal) - Hormônios tireoidianos (semanal) - LCR para dosagem de Biopterina (Bh4) - LCR e soro para dosagem de anticorpos antirábicos > define a condulta - Saliva, folículo piloso, LCR para fazer RT-PCR EXAME DE IMAGEM - Doppler transcraniano (diagnosticar vasoespasmo cerebral) - Ressonância nuclear magnética de encéfalo (diagnóstico diferencial) - TC não indicada (apenas em vigência de complicações) VACINAÇÃO - Acidente com suspeita - Lavar com água e sabão - Esquema com 4 doses da vacina dias 0-3-7-28 Intradérmica
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