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DA REMISSÃO DAS DÍVIDASDa Remissão das Dívidas Conceito A remissão é um instituto jurídico que constitui uma forma de adimplemento de uma obrigação. Essa maneira de adimplir uma obrigação (ou dívida) está regulamentada entre os arts. 385 a 388 do Código Civil de 2002. Carlos Roberto Gonçalves (2019, p. 372) conceitua a Remissão como “a liberalidade efetuada pelo credor, consistente em exonerar o devedor do cumprimento da obrigação”. Ainda segundo ele essa modalidade de adimplemento de obrigações “Não se confunde com RemiÇão da dívida ou de bens” a qual, diferentemente da RemiSSão do Direito Civil, possui natureza processual e está prevista no art. 826 do Código de Processo Civil. Maria Helena Diniz (2007, p. 355) ainda ensina que “Remissão advém do latim remissio, remittere, significando perdão”. Portanto, segundo ela, a “Remissão seria o perdão da dívida pelo credor, colocando-se este na impossibilidade de reclamar o adimplemento da obrigação.” No mesmo sentido concorda Carlos Roberto Gonçalves ao identificar a Remissão como sendo o próprio “perdão da dívida”. Extinção da Obrigação Essa modalidade de adimplemento configura a própria renúncia, por parte do sujeito ativo da relação obrigacional, de seu direito subjetivo de crédito, ou seja, quando o credo “voluntariamente abre mão de seus direitos creditórios” (Diniz, 2007). Para todos os efeitos, e segundo o art. 385 do Código civil, a remissão produz a extinção da obrigação. Vejamos: Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. Portanto, como ensina Maria Helena Diniz (2007), a Remissão é direito exclusivo do credor, visto ser a extinção dos direitos creditórios por sua própria vontade. Requisitos para a Remissão Apesar da Remissão constituir um direito exclusivo do credor, que decidirá por vontade própria remitir (perdoar) a dívida do seu devedor, o Código Civil determina expressamente que deverá haver a Aceitação da remissão por este. Anuência do Devedor Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. Sendo assim, como explica Carlos Roberto Gonçalves, “é pressuposto indispensável que o devedor a aceite, expressa ou tacitamente, pois se a ela se opuser nada poderá impedi-lo de realizar o pagamento” (2019, p. 372). “O devedor não pode, portanto, ser obrigado a aceitar o perdão que lhe é oferecido pelo credor, de forma que a declaração feita pelo credor, resolvendo remitir o débito, será tão- somente mera manifestação volitiva, sem caráter obrigatório, que poderá ser retirada enquanto não for aceita pelo devedor.” (Diniz, 2007, p. 357) Para que a remissão possa ser efetiva, o Código Civil define que o “remitente seja capaz de alienar e o remitido capaz de adquirir, como expressa o art. 386, infine” (Gonçalves, 2019, p. 372). Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir. Referências Diniz, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, 2- volume : teoria geral obrigações. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Gonçalves, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 2: teoria geral das obrigações. 16. ed. - São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Não prejuízo a terceiros ou ao interesse público Para essa modalidade de adimplemento, frisa- se desde já, que não pode haver prejuízo à terceiro ou ao interesse público, como determina o art. 385 do Código Civil. Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. Desse modo, conclui-se que, somente poderão ser perdoadas as dívidas patrimoniais de caráter privado. Capacidade das partes
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