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Manejo Reprodutivo de Caprinos e Ovinos DSc. Leonardo de Rago Nery Alves @leonardoderago 1 - Características funcionais do sistema reprodutor masculino Ejaculação • Volume ejaculado: - Nos caprinos e ovinos, o volume médio ejaculado é de 1 mL, variando entre 0,2 e 1,5 mL. - Importância do processo vermiforme. Relação reprodutiva Tipo de monta Relação carneiro: ovelha Contínua 1:30 Controlada 1:60 Inseminação artificial Até 1:150 Fotoperíodo – estacionalidade reprodutiva • Importante em machos de origem em países de zona temperada! • Os níveis plasmáticos de testosterona se elevam nos dias curtos e reduzem nos dias longos. - Animais apresentam pouca libido em período de dias longos. • Nos machos de zona tropical, a atividade sexual não é estacional e depende principalmente da nutrição. Fotoperíodo – estacionalidade reprodutiva 2 - Características funcionais do sistema reprodutor feminino Ciclo estral • Um ciclo estral é considerado normal quando sua duração é de 19 -21 dias na cabra e de 14 – 19 dias na ovelha. Regulação ciclo estral GnRH (Sistema Nervoso Central) Adeno-Hipófise (Síntese de LH e FSH) Gônadas (estrógeno, progesterona, desenvolvimento dos folículos ovarianos e da ovulação) Fotoperíodo • Ovelhas e cabras (de origem em zonas temperadas) entram em anestro durante o período correspondente aos dias longos! • Fotoperíodo controla secreção de melatonina (hormônio responsável pelo ritmo anual de reprodução); • Em períodos de obscuridade: estímulo na retina é transmitido à glândula penal = secreta melatonina; • Longa duração na secreção de melatonina é reconhecida como dia curto! • Melatonina modula a secreção de GnRH (SNC); • GnRH controla secreção de LH e FSH que estimulam a atividade gonadal. Fotoperíodo – estacionalidade reprodutiva Fotoperíodo – estacionalidade reprodutiva Fonte: Granados et al. (2006) Manipulações fotoperiódicas • Se os animais são expostos a “dias curtos” (menos de 12 horas de luz por dia), reiniciam sua atividade ovulatória entre 40 e 50 dias do início desse esquema luminoso (ovelhas) e mantêm sua atividade reprodutiva por 70 – 120 dias. • Cabras: exibem estro cerca de 7 a 11 semanas após a inversão de dias artificiais longos em artificiais curtos ou naturais. 1. Observar o horário do amanhecer; 2. Mantém a luz presente por 15 a 18 horas após o amanhecer. A complementação da luz pode ser artificial. Esse manejo deve ser contínuo por 30 dias. 3. Retira-se a luz artificial de modo que o organismo animal “entende” que iniciou-se período de dias curtos. Manipulações fotoperiódicas Efeito macho • Separa-se os machos das fêmeas por um período entre 4 e 8 semanas; • As fêmeas não podem ter contato visual, auditivo e olfativo com os machos; • Após esse período os reprodutores são introduzidos no lote das fêmeas; • Após o 5° dia as fêmeas apresentam estro (liberação de LH). • Porém, o pico de LH pode ser insuficiente para provocar ovulações; • Então: em situações de efeito macho recomenda-se efetuar 2 coberturas!!! Efeito macho Efeito macho Fonte: Granados et al. (2006) 3 - Preparação das fêmeas: detecção e controle do estro e da ovulação Introdução • Tratamentos hormonais: - Induzem ou sincronizam o estro de fêmeas em anestro e sincronizam o momento da manifestação do estro em fêmeas ciclando. - Controla a época de parição, seja para a produção de leite ou de cordeiros e cabritos, em períodos economicamente mais interessantes. - As técnicas de sincronização facilitam a utilização de uma alimentação adequada aos animais em produção em função do seu estado fisiológico; - Os lotes de cordeiros e cabritos destinados ao consumo serão mais uniformes no momento da venda. Introdução • No caso das cabras; deve-se minimizar o estresse ligado à novas instalações e lotes de animais. • RECOMENDA-SE: formação de lotes pelo menos dois meses antes do início do tratamento hormonal. - Obs.: não acontece em ovinos devido ao comportamento de andar em grupo, alem de não existir uma hierarquia tão marcante. Preparação das fêmeas • As fêmeas devem receber tratamento antiparasitário de amplo espectro um mês antes do início da sincronização; • A dieta deve estar 100% de acordo com as exigências nutricionais (NDT, proteínas, vitaminas e minerais). Preparação das fêmeas Detecção do cio • A comprovação da aparição do cio é de grande importância para o uso da IA, pois permite-se descartar os animais que NÃO o apresentam! • Detecção é realizada observando o comportamento de receptividade da fêmea na presença de um macho que tenta montá-la. • Cabras no estro: - Circulam ao redor do macho; - Mexem a cauda; - Vulva congesta, pode apresentar fluxo translúcido; - Balem, urinam frequentemente e montam em outras cabras. Obs.: o comportamento das ovelhas é muito mais discreto. Detecção do cio Tratamentos para indução / sincronização • Grande objetivo: Induzir a fase folicular provocando a finalização simultânea de uma fase lútea quer esta seja natural ou artificial. • A prostaglandina provoca a regressão do corpo lúteo; todavia, a eficácia não é total; devido: - Alguns animais não possuem corpo lúteo completamente sensível ao hormônio; - Ocorrência da luteólise. • Para alcançar maior eficácia, aplica-se 2 injeções separadas em todos os animais. • Caprinos: separação de 11 – 14 dias entre as doses; induz o cio em 24 – 72 horas em cerca de 100% das fêmeas tratadas. • Ovinos: separação de 7 dias entre as doses; porcentagem de cios de cerca de 100%, sendo que 75% destes ocorrem entre 25 – 48 horas. • Obs.: o uso de prostaglandinas em fêmeas gestantes provoca o aborto! Tratamentos para indução / sincronização • Em situações de anestro, o tratamento hormonal muda, pois o uso simples da prostaglandina é limitado à existência de um corpo lúteo funcional (o que não acontece nesse caso). Tratamentos para indução / sincronização • Cabras: Tratamentos para indução / sincronização D-0 D-9 D-11 D-13 Colocação progestágeno Intramuscular: eCG e PGF2α Retirada progestágeno IA Eficiência em torno de 60% a 75%. eCG: folículo estimulante Tratamentos para indução / sincronização • Ovelhas: D-0 Colocação progestágeno Intramuscular: eCG e PGF2α Retirada progestágeno IA D 12 - 14 D 14 - 16 4 - Inseminação artificial das ovelhas e das cabras • Sêmen congelado: - Retirar as palhetas do botijão de nitrogênio com uma pinça pré resfriada em nitrogênio liquido e mergulhá-las imediatamente em banho maria à 37°C. - Não descongelar muitas doses de uma só vez; - Identificação controlada das doses; - Não repor, no botijão, as doses que tenham caído no chão, ou foram parcialmente descongeladas. Sêmen para IA Deposição do sêmen • A inseminação da cabra e da ovelha pode ser: - Vaginal; - Cervical superficial; - Intracervical; - Intra-uterina: a) Transcervical; b) Laparoscópica. Deposição do sêmen • Oliveira (2009): Local de deposição do sêmen e suas respectivas denominações das técnicas de inseminação: (a) Inseminação vaginal, (b) Inseminação cervical superficial, (c) Inseminação cervical profunda, (d) Inseminação intra-uterina por via transcervical e, (e) Inseminação intra-uterina por laparoscopia. Deposição do sêmen • Vaginal: - Efetuada com sêmen fresco; - Mais de 300 milhões de espermatozóides. Fonte: Oliveira et al., 2013 Deposição do sêmen • IA cervical superficial: - Necessita espéculo vaginal e seringa de inseminação; - 100 – 150 milhões de espermatozóides. Fonte: Oliveira et al., 2013 • Intracervical: - Penetra parcialmente os primeiros anéis cervicais; - Devido à anatomia, maior êxitoem cabras que em ovelhas; - Deve-se evitar sangramentos. Deposição do sêmen Fonte: Oliveira et al., 2013 • IA intra-uterina – Transcervical: - O sêmen é depositado dentro da luz uterina, com maior êxito que as técnicas anteriores; - Exige mais tempo e trabalho por animal; - Traciona-se a cérvix com pinças. Deposição do sêmen Fonte: Oliveira et al., 2013 Transcervical – técnica de tracionamento Transcervical – técnica de tracionamento Transcervical – técnica de tracionamento Transcervical – Técnica Guelph Transcervical – Técnica Guelph Transcervical – Técnica Guelph Transcervical – Técnica Guelph Transcervical – Técnica Guelph Transcervical – Técnica Guelph Laparoscopia - Técnica semicirurgica; - Sêmen depositado nos cornos uterinos; - 10 – 50 milhões de espermatozóides. Fonte: revistaveterinaria.com.br 5 - Diagnóstico de gestação Uso de rufião ou reprodutor • Identificará a fêmea que retornar o cio, e obviamente, está não estará gestante; • Deve-se tomar cuidado para não utilizar um reprodutor condicionado à monta. Ultrassonografia • Aparelhos de ultrassonografia, com frequência de 5 ou de 7,5 MHz; • A melhor forma de visualização é através da via transretal; • Os primeiros embriões podem ser vistos entre os dias 17 e 28 de prenhez. Ultrassonografia Fonte: Bicudo (2013) 1 – Feto; 2 – Cavidade amniótica; 3 – Cavidade alantoideana; 4 – Varredura em forma de leque. Animal vazio Placentoma Gestação Gestação gemelar Obrigado! @leonardoderago
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