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Recomendações ao médico que pratica a Psicanálise (1912)

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h) Tentação educativa à ambição pedagógica: 
• Com o decorrer do tratamento psicanalítico, ao se dissolver as inibições ao 
desenvolvimento, ocorre naturalmente que o médico ambicione além, chegando um 
momento que em vez de se colocar, ele coloca metas mais altas. Ambiciona fazer 
com que o paciente consiga ir além a partir de um exemplo, de uma meta que o 
próprio analista propõe, pretendendo fazer algo extraordinário ao analisando. 
 
• Se orientar a partir das metas que o analista propõe e pelos seus próprios desejos é 
inadequado, o psicanalista deve se orientar pela aptidão do paciente. Como foi 
colocado no caso da anotação por parte do analista, ao estabelecer regras, ele 
quebra a atenção flutuante, quebra o que o paciente pode vir a dizer, colocando algo 
dele mesmo. "Vamos trabalhar isso? Vamos trabalhar aquilo?". Isso porque, na 
visão de Freud, a terapia deve ser guiada pelo paciente. Outros psicanalistas ou 
outros métodos podem propor que essa sugestão seja ideal, que possa colocar algo 
para o paciente, como forma de intervenção. Para Freud, o colocar metas para o 
analisando ir além é como um tipo de pressão sobre o paciente, pressionando-o à 
sublimação, tirando assim todas as gratificações dos instintos mais imediatos e 
cômodos. No texto, como médico, devemos ser tolerantes às fraquezas do paciente. 
 
• Esse ponto se liga ao próximo item, para Freud os doentes possuem fraquezas. 
Como seriam essas fraquezas? A condição de neurótico já pressupõe uma fraqueza, 
uma fraqueza na capacidade de ir com as resistências. E por que são fraquezas? 
Porque inviabiliza a vida do sujeito, faz ela criar sintomas, faz ela perder a 
capacidade de sublimar. A ideia do analista se dá como recuperar algo da 
capacidade de realização e submissão. No texto, ao colocar essas fraquezas às 
pessoas as colocam em uma categoria de pessoas que não possuem muito valor, e 
aí podemos nos guiar à reflexão de quem seriam essas pessoas? 
 
• "Acho, portanto, que o esforço de regularmente usar o tratamento analítico para a 
sublimação de instintos é sempre louvável, mas de modo algum aconselhável em 
todos os casos" E ao final do texto Freud coloca essa citação. Seria bom para todo 
mundo fazer análise? Seria sempre louvável o esforço para sublimar instintos? 
Assim, as pessoas que fazem análise são superiores por possuírem maior 
capacidade de sublimar seus instintos? Se este é um ato louvável como não é para 
todos e por que não? Assim, quem fica de fora? Seriam as pessoas de não muito 
valor? 
 
i) O intelecto e a personalidade do analisando 
• E aí chegamos a esse item justamente com essa reflexão de quem são essas 
pessoas que ficam de fora? Este é um item que fala do intelecto e da personalidade 
do analisando. Nesse item Freud propõe que a colaboração intelectual é de suma 
importância, colocando que é a personalidade do paciente quem decide em primeiro 
lugar no processo terapêutico, é quem/o que delimita a cura. 
 
 
Dentro de que limites devemos buscar a colaboração intelectual do analisando no 
tratamento? Depende de cada um, da personalidade e intelecto de cada um. 
 
• Que o que "Ele tem que aprender, isto sim, que com a atividade mental dessa 
espécie, com o esforço da vontade e da atenção não se resolve nenhum dos 
enigmas da neurose, mas somente através da observância paciente da regra 
psicanalítica que manda afastar a crítica ao inconsciente e seus derivados." 
 
• O que nos diz aqui é que é errado colocar regras ao paciente, tarefas, colocar o 
analisando a meditar sobre determinado período. Assim, qual a colaboração que 
Freud propõe que o analisando deve dar? Através do seu intelecto, deve fazer a 
regra psicanalítica funcionar, afastando a crítica ao inconsciente e seus derivados. 
 
• Ao final, coloca que não indica a leitura psicanalítica, que isso pode fazer com que o 
paciente não associe livremente, por passar a ler o que acontece na análise a partir 
dos textos psicanalíticos, saindo assim do que ele coloca como "aprender na sua 
própria pessoa". O analisando deve apostar na experiência de fazer análise, na 
experiência da leitura do inconsciente. 
 
• “Manifesto a esperança de que a progressiva experiência dos analistas levará em 
breve a um acordo quanto à técnica mais adequada para o tratamento dos 
neuróticos”

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