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Digestão e Absorção

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Fisiologia Veterinária II 
Digestão e Absorção 
OS 4 PROCESSOS BÁSICOS DO SISTEMA 
DIGESTÓRIO 
(Digestão, Motilidade, Secreção, Absorção) 
Para que o processo final de absorção dos 
nutrientes ocorra, formando moléculas 
absorvíveis pelas células da mucosa intestinal, 
os processos de motilidade e secreção 
precisam estar acontecendo de forma 
adequada. 
 
ESTRUTURA DO INTESTINO DELGADO 
Da parte externa em direção ao interior, 
tem-se a serosa, as duas camadas 
musculares lisas, submucosa e mucosa. Além 
disso, tem-se os plexos submucoso e 
mioentérico, e a parte da mucosa que termina 
em milhares de microvilosidades. Toda a 
extensão do trato digestório tem 
pregueações, sendo essas muito sutis ao nível 
do esôfago, e diferentes no estômago e no 
intestino delgado. 
 
No intestino delgado, essas pregueações são 
mais finas e delgadas, formando a chamada 
borda em escova. Essas vilosidades aumentam 
muito a área absortiva, e as criptas se 
prolongam para dentro da mucosa, quase 
atingindo a submucosa. 
Na mucosa e na submucosa, vão estar 
presentes receptores que compõem o 
sistema nervoso intrínseco, que vão detectar 
a presença do alimento, mas principalmente 
de suas moléculas químicas, passando essa 
informação para o plexo submucoso e, 
principalmente, para o mioentérico, para que 
seja feita a liberação de neurotransmissores 
e hormônios que fazem parte dos processos 
secretórios e também da motilidade dessa 
região do TGI. 
Ao nível do duodeno e do jejuno, vão existir 
também células secretórias, capazes de 
secretar diversas substâncias endócrinas e 
parácrinas. 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS 
Glicídeos da dieta 
Polissacarídeos e dissacarídeos: sacarose, 
lactose, maltose, trealose (presente em 
alguns tubérculos e fungos comestíveis). 
Monossacarídeos: glicose e frutose. 
Os glicídeos que são absorvíveis, ou seja, as 
únicas moléculas que conseguem atravessar 
a membrana da borda em escova para ganhar 
a circulação, estão na forma de glicose, 
galactose e frutose. Todos os outros 
polissacarídeos e dissacarídeos precisam ser 
clivados e digeridos para serem absorvidos. 
A maior absorção desses nutrientes ocorre 
no duodeno, e dependendo da espécie, 
também na parte superior do jejuno. As 
células que vão contribuir para a absorção 
dessas moléculas possuem proteínas que vão 
promover a absorção no lado da borda em 
escova (membrana luminal) – transportador 
de glicose ou galactose do tipo simporte 
(SGLT1), que faz o co-transporte com o íon 
Na+, e no transporte para os capilares, na 
membrana basolateral, a glicose vai ser 
transportada pela GLUT-2. 
Nem todo carboidrato que chega nessa 
região, principalmente os provenientes de 
polissacarídeos (açúcares de cadeias mais 
longas) são absorvidos: cerca de 6 a 10% do 
amido, sendo então uma fonte de 
carboidratos para as bactérias presentes nos 
cólons. 
 
A amilase pancreática vai ser capaz de 
quebrar o amido em maltose, maltotriose e 
lactose. Essas formas e outros 
oligossacarídeos não são absorvíveis, sendo 
necessário que elas sofram a ação de outras 
enzimas para finalizar seu processo digestivo, 
formando as moléculas absorvíveis glicose, 
galactose e frutose. Quem vai fazer esse 
papel são enzimas produzidas na borda em 
escova: maltase, lactase e sacarase. 
 
Ao longo das vilosidades estão as células 
secretoras dessas enzimas intestinais, em 
meio a outras secretoras de íons e de água. 
 
Polímeros de glicose como o amido e o 
glicogênio chegam ao intestino delgado, 
principalmente ao nível do duodeno, e pela 
ação da amilase pancreática, são digeridos em 
dissacarídeos como a maltose, a sacarose e a 
lactose. Esses, por sua vez, sofrem a ação 
das enzimas intestinais produzidas pelas 
células secretoras da borda em escova: 
maltase, sacarase e lactase. A partir daí, são 
formados os monossacarídeos, moléculas 
absorvíveis de glicose, frutose e galactose. 
 
 
INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN 
Na figura a seguir, está uma micrografia 
representando uma borda em escova íntegra 
e uma borda em escova no caso de 
intolerância ao glúten (doença celíaca). Nesse 
caso, as vilosidades são muito afetadas, tanto 
em número como em altura do epitélio. 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS 
As proteínas são absorvíveis na forma de 
aminoácidos livres, dipeptídeos (2 aa) e 
tripeptídeos (3 aa). Elas são digeridas por 
proteases estomacais (pepsina) e intestinais 
(proteases pancreáticas). 
A pepsina realiza a digestão de cerca de 15% 
das proteínas alimentares. As proteases 
pancreáticas são proteínas produzidas na 
forma inativa (tripsinogênio, quimiotripsinogênio 
e procarboxipeptidases) e são ativadas na 
borda em escova em tripsina, quimiotripsina e 
carboxipeptidase. 
Os aminoácidos gerados são absorvidos na 
membrana luminal por co-transporte Na+-aa, 
e na membrana basolateral por difusão 
facilitada. Já os dipeptídeos e os tripeptídeos, 
são absorvidos na membrana luminal por co-
transporte Na+-H+, são hidrolisados em aa e 
se difundem pela membrana basolateral por 
difusão facilitada para a corrente sanguínea. 
 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS 
Os principais lipídeos da dieta estão na forma 
de triglicerídeos, colesterol e fosfolipídeos, e 
os principais lipídeos absorvíveis estão na 
forma de colesterol livre, monoglicerídeos, 
ácidos graxos e glicerol. 
Em algumas espécies, a lipase lingual inicia o 
processo de digestão dos lipídeos na boca, 
mas esse não é um processo significativo. 
Em espécies que produzem a lipase gástrica, 
a digestão de lipídeos no estômago vai ser 
mais significativa, fazendo cerca de 10% da 
digestão de triglicerídeos, principalmente. A 
colecistoquinina (CCK) atua no retardamento 
do esvaziamento gástrico. 
O processo digestório dos lipídeos ocorre de 
forma mais adequada ao nível do duodeno e 
do jejuno. A bile lançada no duodeno vai 
promover o processo de emulsificação, 
quebrando o glóbulo de gordura em micelas 
que serão envolvidas pelos ácidos biliares, 
promovendo a hidrólise dos lipídeos dentro 
delas. Esse processo aumenta ainda a 
superfície de contato para a ação da lipase 
pancreática, que vai promover a hidrólise de 
triglicerídeos em monoglicerídeos e em ácidos 
graxos. 
A colesterol éster hidrolase, enzima 
pancreática, vai promover a hidrólise de 
ésteres de colesterol em colesterol livre e 
ácidos graxos, e também a hidrólise de 
triglicerídeos em glicerol. A fosfolipase A2, 
presente também no suco biliar, hidrolisa 
fosfolipídeos em lisolecitina e em ácidos 
graxos. 
 
Dentro da célula da mucosa duodenal, e às 
vezes jejunal, moléculas de triglicerídeos e 
colesterol menores vão ser agrupadas em 
moléculas maiores, formando o quilomícron. 
Esse quilomícron é uma molécula lipídica de 
tamanho maior que não consegue ser captada 
pelos vasos sanguíneos, porque os poros 
presentes nesses vasos não capazes de 
transportar os quilomícrons. Eles são então 
captados pelos vasos linfáticos, lançando-os 
posteriormente na circulação venosa ao nível 
do ducto torácico. 
 
ABSORÇÃO DE VITAMINAS 
As vitaminas hidrossolúveis, formadas pelo 
complexo B, pela biotina, pelo ácido fólico e 
pela vitamina C, são absorvidas nas porções 
proximais do intestino delgado, na borda em 
escova, por processos de difusão e também 
co-transporte. A vitamina B12, que faz parte 
do complexo B, depende do fator intrínseco 
produzido pelas células parietais da mucosa 
gástrica para ser absorvida ao nível do íleo. 
As vitaminas lipossolúveis, formadas pelas 
vitaminas A, D, E e K, são absorvidas nas 
porções proximais do intestino delgado, na 
borda em escova, se comportando como 
moléculas lipídicas. Dessa forma, elas são 
incorporadas juntamente com outros lipídeos 
no processo de solubilização e emulsificação 
feitos pela bile. O processo de absorção vai 
se dar através da entrada na célula intestinal 
e incorporação aos quilomícrons, que serão 
captados pelos vasos linfáticos. 
SISTEMA PORTA-HEPÁTICO 
 
A maioria dos nutrientes absorvidos no 
intestinodelgado passa pelo fígado, que atua 
como um filtro, removendo substâncias 
potencialmente nocivas antes que elas 
entrem na circulação sistêmica. 
ABSORÇÃO DE ÁGUA – TRANSPORTE 
PASSIVO 
As principais fontes de líquidos incluem a 
dieta, a saliva, e as secreções gastrointestinais. 
Cerca de 85% da sua absorção vai ocorrer 
ao nível do jejuno e do íleo, e cerca de 13% 
vai se dar no cólon. A excreção fecal elimina 
cerca de 100 a 200 ml/dia. 
MICROBIOTA INTESTINAL 
Conjunto de micro-organismos vivos que 
habitam o TGI: inclui bactérias (maioria), fungos 
e protozoários. Composição variável de acordo 
com: 
• Parte do intestino analisada; 
• Determinantes genéticos; 
• Idade (flora distinta em jovens, adultos e 
idosos); 
• Dieta; 
• Modo de nascimento (parto normal ou 
cesariana); 
• Duração da amamentação. 
FUNÇÕES 
Auxiliar na digestão de polissacarídeos, regular 
a absorção de nutrientes, produção de 
vitaminas (Vitamina K e Biotina), manutenção 
da integridade da mucosa, controle da 
proliferação de bactérias patogênicas, e 
aumento da capacidade imune. 
Atualmente se investiga sua relação com 
distúrbios cardiometabólicos/obesidade, e 
também sua relação com transtornos 
psiquiátricos (depressão).

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