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Rollo Mary: Psicologia Existencial Introdução • Biografia de May; irmão mais velho (⅙), se sente só e assim faz gostar da natureza, faz curso de letras (inglês) • Influências do existencialismo e da fenomenologia ("ser" formado no mundo de experiências presentes): > Soren Kierkegaard (Liberdade x responsabilidade -> ansiedade); > Friedrich Nietzsche (vontade de poder); > Martin Heidegger (O Ser e o Tempo); > Jean-Paul Sartre (O Ser e o Nada); > Victor Frankl (Logoterapia - terapia de busca de sentido). "[...] a cura é um processo ativo, não passivo. A pessoa que está doente, seja fisiológica ou psicologicamente, deve ser uma participante ativa no processo terapêutico" (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, p. 215). Existencialismo e Fenomenologia • Existencialismo: > Existência precede a essência; o ser é processo, e não produto; > Sujeito/objeto (o ser é subjetivo vivendo num mundo objetivo); sujeito e objeto não se separa - o sujeito não se separa do seu contexto de vida > Busca por significado; > Somos responsáveis pelo que somos e pelo que nos tornamos (somos sozinhos); por sermos racionais > Antiteóricos (a existência autêntica precede as explicações superficiais). • Fenomenologia: > Edmund Husserl: foco nas experiências conscientes como fenômenos humanos passíveis de sentido, e possíveis de compreensão. Conceitos Básicos • Dasein = Ser-no-mundo (ligação entre o sujeito e o objeto); • Umwelt: Ambiente nossa volta; mundo dos objetos e coisas, e do natural, do biológico; • Mitwelt: Relações com as outras pessoas; mundo com pessoas, tratando as pessoas como pessoas, pois caso as tratemos como coisas vivemos unicamente no Umwelt; respeito ao ser-no-mundo do outro; • Eigenwelt: Nossa relação com nosso self; compreensão de quem somos a partir de nossa relação com o Umwelt e com o Mitwelt. -> consequência com os dois anteriores; compreensão de nós mesmos Ser sadio significa se adaptar ao mundo das coisas, se relacionar com os outros como humanos e ter consciência do significado de todas essas experiências (MAY, 1958a apud FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015). Não-Ser • A compreensão de ser passa pela compreensão de não-ser. Para compreendermos nossa existência, precisamos compreender nossa possibilidade de não-existência; • A vida tem sentido quando a confrontamos com a morte, que é um destino absoluto; • Precisamos enfrentar o nosso não-ser para que não o enfrentemos de outra forma (drogas, fuga etc.). Enfrentar a inevitabilidade da morte e perceber que o não-ser faz parte do ser. "Temos medo de não ser e assim atrofiamos nosso ser" (MAY, 1991, p. 202 apud FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, p. 219). -> se conformamos/entendemos a morte, aprendemos a viver • Alienação como estar alheio: (1) separação do mundo (não vivencia), (2) falta de relações interpessoais significativas e (3) afastamento do self autêntico. -> quando não enfrentamos a morte Ansiedade • Consciência de que a existência ou um valor podem ser destruídos; • Liberdade x Ansiedade -> uma não existe sem a outra • Ansiedade normal: proporcional à ameaça, não envolve repressão e pode ser confrontada construtivamente no nível consciente: > Enfrentada constantemente a partir da experiência da vida, crescimento, escolhas e mudança de valores; > É construtiva. • Ansiedade neurótica: reação desproporcional à ameaça, envolve repressão e outras formas de conflito intrapsíquico e é manejada por vários tipos de bloqueio da atividade e da consciência: > É experimentada quando os valores são transformados em dogma. Estar certo de suas crenças oferece alívio temporário, mas impede o crescimento; > É destrutiva. Outros Conceitos • Culpa: ontológica (produtiva)x neurótica (destrutiva; recusa da culpa ontológica); • Intencionalidade: capacidade de agir intencionalmente no mundo; • Cuidado: reconhecer que o outro realmente importa; • Vontade: capacidade de organização do self em direção a um determinado objetivo; -> concretização do desejo • Desejo: precede a vontade, ainda na subjetividade; • Amo: reconhecer a humanidade do outro e o seu valor tanto quanto o próprio; • Liberdade: possibilidade de ter várias escolhas; existencial x essencial; • Destino: projeto do universo falando através de cada um de nós; é nosso objetivo, mas não implica uma predestinação, não anula a nossa liberdade; • Importância do mito: desencantamento do mundo → atribuição de sentido. Psicopatologia e Psicoterapia • Apatia e o vazio são os problemas, pois as pessoas negam o destino e perdem suas liberdades; • Não se permitem viver a si com os outros, compartilhar sua existência com os outros. • Objetivo psicoterápico de tornar as pessoas mais humanas, a ponto de lidarem com seus destinos, exercerem suas liberdades e serem responsáveis. Como consequência, os sintomas neuróticos desapareceriam, pois eles são formas de adaptação do Dasein ao mundo. • May não ofereceu um conjunto de técnicas para a terapia. Não existe uma receita, somente a própria humanidade a oferecer num encontro autêntico eu-tu; • Duas ofertas: confrontação (não aceitar tudo o que o paciente fala, confronte) e dramatização. • Pesquisa relacionada: Teoria do Manejo do Terror (TMT) a morte pode causar apatia (terror, repulsa) -> ao não confrontar a morte; ou ação (comportamento saudável, criatividade, empatia). Considerações Finais "Escolha também implica ação. Sem ação, a escolha é meramente um desejo, um desejo inútil. A ação vem acompanhada de responsabilidade. Liberdade e responsabilidade são sempre comensuráveis. Uma pessoa não pode ter mais liberdade do que responsabilidade, nem pode ficar algemada a mais responsabilidade do que à liberdade. Os indivíduos sadios recebem bem tanto a liberdade quanto a responsabilidade, mas eles percebem que a escolha costuma ser dolorosa, produz ansiedade e é difícil" (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, p. 231). "[...] a visão de May da humanidade definitivamente tende para a singularidade. Cada um de nós é responsável por moldar a própria personalidade dentro dos limites impostos pelo destino. Não existem dois de nós que façam a mesma sequência de escolhas, e não há dois de nós que desenvolvam formas idênticas de olhar para as coisas. A ênfase de May na fenomenologia implica percepções individuais e, portanto, personalidades únicas" (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, p. 231). • Críticas a May: > Acusado de ser anti-intelectual e anti-teórico; > Não gerou muitas pesquisas; > A teoria possui pouca ou nenhuma condição de ser aceita ou refutada; > Muito baseado na filosofia e pouco no conhecimento científico; > Apresenta poucas definições ou conceitos concretos. São muito difusos e pouco explicados.
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