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EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS Profa. Dra. Cinthia Meireles FARMACOTÉCNICA II INTRODUÇÃO EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II • Passado → Suporte inerte • Função: diluente, preenchedor e solvente • Hoje → ADJUVANTE FÁRMACO + EXCIPIENTE EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II INTRODUÇÃO • ADJUVANTE Do latim “adjuvare” (ajudar, auxiliar, assistir). • United State’s National Formulary de 1994: “Qualquer outro componente diferente da(s) substância(s) ativa(s) adicionado intencionalmente na formulação de uma forma farmacêutica” (Pifferi et al., 1999). EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II • FUNÇÕES DOS EXCIPIENTES: • Conferir peso, volume e consistência ao fármaco; • Melhorar das propriedades organolépticas (ex. odor, sabor, cor); • Aumentar ou preservar a estabilidade dos ingredientes ativos (estabilidade física, química, microbiológica e toxicológica); • Proporcionar uma precisão e acurácia da dose; • Reduzir ou prevenir os efeitos adversos do fármaco; EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II • FUNÇÕES DOS EXCIPIENTES: • Modular a solubilidade e a biodisponibilidade dos ingredientes ativos; • Manter o pH e/ou osmolaridade de formulações líquidas; • Promover a liberação controlada do fármaco; • Facilitar a adesão do tratamento pelo paciente; • Conferir processabilidade durante o processo de preparação ou fabricação (ex. uso de lubrificante durante o processo de compressão de comprimidos). EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CARACTERÍSTICAS IDEAIS DE UM EXCIPIENTE: • Farmacologicamente e toxicologicamente inativo; • Química e fisicamente inerte em relação ao fármaco; • Compatível com os outros ingredientes da formulação; • Incolor e insípido; • Alta fluidez e fluxibilidade; • Alta compressibilidade; • Disponível em diversos fornecedores; EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CARACTERÍSTICAS IDEAIS DE UM EXCIPIENTE: • Baixo custo; • Bem caracterizado; • Fácil armazenagem; • Reprodutibilidade lote a lote; • Performance consistente com a forma farmacêutica em específico. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II ORIGENS E FONTES DE EXCIPIENTES • Animal → Lactose, gelatina, ácido esteárico • Vegetal → Amido, Açucares, Celulose • Mineral → Sílica, fosfato de cálcio • Síntese → Polietilenoglicóis, povidona, polissorbatos EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Fonte: Ferreira, 2006. REQUISITOS EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II EXCIPIENTES TECNOLÓGICOS BIOFARMACÊUTICOS OTIMIZAÇÃO DA FORMULAÇÃO • Fluxo e escoamento • Preenchimento da matriz / cápsula • Volume adequado • Diminuição da aderência • Melhorar compressibilidade • Aumento da dissolução • Aumento da velocidade de liberação do fármaco • Aumento da solubilidade • Modulação da liberação do fármaco EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CLASSIFICAÇÃO DE EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS ❖ Diluente para cápsula ou comprimidos: Substância “inerte” de preenchimento utilizada para conferir volume adequado, propriedade de fluxo ou características de compressão. Estas características são importantes no processo de preparação de comprimidos e cápsulas. Exemplos: Lactose, amido, amido pré-gelatinizado, celulose microcristalina, manitol, celulose pó, caolim, sorbitol, fosfato de cálcio dibásico, carbonato de cálcio, carbonato de magnésio. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CLASSIFICAÇÃO DE EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS ❖Veículo: agente carreador do ingrediente ativo, empregado na formulação de uma variedade de preparações líquidas para administração oral, tópica ou parenteral. Exemplos: Xaropes, elixires, água destilada, água para injeção, solução fisiológica, óleos fixos vegetais, etc. ❖Solvente: utilizado para dissolver outra substância na preparação de uma solução; pode ser aquoso ou não (ex. veículos oleaginosos). Exemplos: água purificada (ex. água destilada ou deionizada), álcool etílico, álcool isopropílico, glicerina, propilenoglicol, óleo de amendoim, óleo de milho, óleo mineral, etc. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CLASSIFICAÇÃO DE EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS ❖Adsorvente: agente capaz de captar outras moléculas na sua superfície por meios físicos ou químicos. Exemplos: carvão ativado, celulose pó. ❖Absorvente: agente capaz de captar outras moléculas no seu interior. Os absorventes são empregados para evitar a formação de misturas eutéticas e reduzir a higroscopia de algumas substâncias sólidas. Exemplos: carbonato de magnésio, óxido de magnésio leve, caolim, fosfato de cálcio dibásico, fosfato tricálcico, amido, talco farmacêutico, dióxido de silício coloidal (Aerosil® 200) EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CLASSIFICAÇÃO DE EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS ❖Aglutinantes : substâncias usadas para promover a adesão de partículas de pós no preparo de granulados. Exemplos: goma arábica, ácido algínico, CMC-Na, açúcar compressível, etilcelulose, metilcelulose, povidona, glicose líquida (glicose de milho), gelatina, amido pré-gelatinizado. ❖Desagregantes (desintegrantes): empregados em formas farmacêuticas sólidas com a finalidade de promover ruptura da massa compactada em partículas menores que se dispersam ou dissolvem mais rapidamente. Exemplos: amido, glicolato sódico de amido, crospovidona, croscarmelose sódica. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CLASSIFICAÇÃO DE EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS ❖Lubrificantes: usados para reduzir a fricção durante o processo de compressão de comprimidos, evitando a adesão do pó na punção da máquina de comprimidos. No preparo de cápsulas os lubrificantes reduzem a adesão dos pós na encapsuladora. Melhoram as propriedades de fluxo das misturas de pós, facilitando o seu escoamento. Exemplos: estearato de magnésio, estearato de cálcio, estearato de zinco, ácido esteárico, óleo mineral. ❖Deslizantes: agentes usados nas formulações de comprimidos e cápsulas para melhorar as propriedades de fluxo das misturas em pó. Exemplo: sílica coloidal (Aerosil ®200), talco. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CLASSIFICAÇÃO DE EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS ❖Agentes molhantes: favorecem a penetração de água e a molhagem das partículas sólidas presentes em formas farmacêuticas sólidas compactadas (ex. comprimidos, cápsulas), favorecendo a desintegração e a dissolução de fármacos pouco solúveis. Exemplos: lauril sulfato de sódio, docusato sódico, polissorbatos (TweenÒ). ❖Agentes de revestimento: são usados para revestimento de comprimidos para proteção contra decomposição pelo oxigênio atmosférico ou umidade; mascarar sabor e/ou odor desagradável ; proporcionar padrão de liberação desejado (ex. liberação prolongada, revestimento entérico) ou para melhora da aparência estética. Exemplos: sacarose, hidroxietilcelulose, hidroxipropilcelulose , hidroxipropilmetilcelulose, metilcelulose , acetoftalato de celulose (revestimento entérico), polimetacrilatos (revestimento entérico), goma laca. ❖Flavorizante: substância usada para conferir sabor e odor agradável à preparação. Os flavorizantes são de origem natural (ex. óleo de anis, óleo de canela, óleo de laranja) ou sintética. ❖Corante: usado para conferir cor às preparações líquidas, sólidas e semi-sólidas. ❖Edulcorantes : usado para edulcorar (adoçar) a preparação. Exemplos: aspartame, dextrose (glicose), manitol, sorbitol, sacarina, ciclamato sódico, sacarose (açúcar), acessulfame de potássio, sucralose, esteviosídeo. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CLASSIFICAÇÃO DE EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II IMPORTANTE!!!! ❖Os diluentes, os agentes molhantes, os lubrificantes e desintegrantes são os que apresentam maiorinfluência na biodisponibilidade de formas farmacêuticas sólidas. ESTUDOS DE PRÉ-FORMULAÇÃO Solubilidade do diluente Austrália 1968 FENITÓINA Substituição do sulfato de cálcio (insolúvel) por lactose (solúvel) ↑ Biodisponibilidade CASOS DE INTOXICAÇÃO EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Influências das propriedades funcionais de excipientes nos parâmetros de qualidade de formas farmacêuticas sólidas de uso oral EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Tabela. Propriedades de excipiente e suas influências nos parâmetros de qualidade de formas farmacêuticas sólidas orais: Fonte: Ferreira, 2006 EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II INTERAÇÕES ENTRE FÁRMACOS E EXCIPIENTES ❖Interação Física -Velocidade de dissolução - Uniformidade de dose ❖Interação Química - Degradação por hidrólise - Interações entre cargas iônicas - Reações com lactose - Reações com o dióxido de silício Principais excipientes farmacotécnicos empregados produção FF sólidas Principais excipientes farmacotécnicos empregados produção FF sólidas EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II DILUENTES Lactose Descrição: dissacarídeo obtido a partir do leite, formado por uma molécula de glicose e outra de galactose, unidas por uma ligação glicosídica. A lactose está disponível comercialmente em diversas formas, a forma disponível mais comum é a monoidratada, e alguns fornecedores a vendem em duas formas: a regular e a spray dried. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II DILUENTES Lactose Fluxo: a lactose monoidratada não apresenta boa propriedade de fluxo, comparativamente à lactose anidra e à lactose spray dried que apresentam esta propriedade otimizada. Empregos: usada, primariamente, como diluente (65 - 85%) para comprimidos e cápsulas (até 100%). A lactose também é utilizada na preparação de diluições de fármacos potentes empregados em baixas doses, para facilitar os processos de mistura. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Lactose Solubilidade: solubilidade em água a 25°C: 1:4,63. Por ser solúvel em água, a lactose constitui-se em uma opção adequada para diluente de cápsulas contendo fármacos de baixa solubilidade. Incompatibilidades: reage com compostos contendo grupamento amino primário, como anfetaminas e aminoácidos, desenvolvendo cor marrom, decorrente do fenômeno de condensação de Maillard. É incompatível com aminoácidos, anfetaminas, aminofilina e lisinopril. Segurança: incluída no Guia de Ingredientes Inativos do FDA como própria para o uso em injetáveis, comprimidos e cápsulas. É contra-indicada para pacientes que apresentam intolerância à lactose, podendo causar dores abdominais, diarréia e flatulência. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Celulose microcristalina (Avicel®, Microcel®, Emcocel®) Descrição: Pó cristalino branco composto por partículas porosas. É inodoro e insípido. Existem diferentes especificações de celulose microcristalina, as quais diferem entre si na densidade aparente, tamanho de partícula e conteúdo de umidade. A celulose microcristalina com partículas compreendidas entre 50 μm (Avicel® PH 101) e 100 μm (Avicel ® PH 102) se mostram mais adequadas como diluentes de cápsulas. Solubilidade: praticamente insolúvel em água, ácidos diluídos e na maioria dos solventes orgânicos. É levemente em solução de NaOH 5% (p/v). A celulose micristalina apesar de ser insolúvel na água auxilia na desagregação da forma farmacêutica sem interferir na solubilidade do fármaco no meio dissolvente (Aulton, 2005). EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Celulose microcristalina (Avicel®, Microcel®, Emcocel®) Fluxo: a celulose microcristalina tem se demonstrado um bom diluente para cápsulas, apresentando fluxo livre, facilitando o processo de preenchimento em placas e máquinas de encapsulação (Thompson, 2004). Empregos: usada, primariamente, como diluente (20 - 90%) para comprimidos e cápsulas, podendo ser usada nos processos de granulação a úmido e na compressão direta. Em adição, pode ser empregado como lubrificante (5 - 20%) e desintegrante (5 -15%). Adsorvente (20 - 90%). Incompatibilidades: incompatível com agentes oxidantes fortes. Segurança: incluída no Guia de Ingredientes Inativos do FDA como própria para o uso em preparações vaginais, tópicas, para inalação, comprimidos, cápsulas, pós, suspensões e xaropes. Não tóxico e não irritante. Pode ser irritante para os olhos. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Amido Descrição: polissacarídeo de origem vegetal, extraído de cereais, constituído de amilose e amilopectina. A porcentagem de cada constituinte pode variar de acordo com a fonte de extração: milho, batata, mandioca. Pó fino, branco, sem sabor. Fluxo: O amido de milho é coesivo e apresenta pobre característica de fluxo. Solubilidade: praticamente insolúvel em água fria e em etanol. Entretanto, o amido intumesce instantaneamente em água na concentração de cerca de 5 – 10% a 37o C. O amido apesar de insolúvel em água, não interfere na solubilização do fármaco veiculado (Aulton, 2005). EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Amido Empregos: usado, primariamente, como diluente para formas farmacêuticas sólidas, incluindo cápsulas e comprimidos ou como agente desintegrante e aglutinante de comprimidos (3-15%). Embora apresente ação desintegrante em comprimidos, esta ação parece não ser significativa em formulações de cápsulas (Aulton, 2005). O amido também é utilizado na preparação de diluições de fármacos potentes para facilitar os processos de mistura (Rowe et al., 2003). Incompatibilidades: não há descrição bibliográfica de incompatibilidades entre fármacos e amido. O amido de milho pode conter uma substância estabilizante chamado hemetileno tetramina que pode com o tempo interagir com a gelatina da cápsula, formando ligações cruzadas e reduzindo a dissolução da gelatina (Singh et al., 2002) EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Talco farmacêutico Descrição: é o silicato de magnésio hidratado purificado. Caracteriza-se por ser um pó cristalino muito fino, branco ou branco acinzentado. É untuoso e adere facilmente à pele, sendo macio ao toque. Empregos: usado, primariamente, como lubrificante para formas farmacêuticas sólidas (1 – 10%) ou como agente diluente (5 - 30%) para cápsulas e comprimidos, devido ao efeito secante (absorvente) e lubrificante. O talco é hidrofóbico e um retardante da dissolução, podendo reduzir a dissolução de fármacos pouco solúveis (Rowe et al., 2003). Devido as suas propriedades absorventes pode eventualmente ser utilizado para aumentar a compatibilidade de misturas eutéticas, pós higroscópicos ou deliqüescentes em excipientes para preparação de cápsulas (USP Pharmacists’ Pharmacopeia, 2005). LUBRIFICANTES EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Talco farmacêutico Estabilidade e estocagem: deve ser acondicionada em recipientes fechados e em locais frescos e secos, apesar de ser estável. Vulnerável à contaminação microbiológica. É susceptível à contaminação por bactérias, incluindo o Clostridium tetani, Clostridium welchi e o Bacillus anthracis. Incompatibilidades: incompatível com compostos de amônio quaternário. Segurança: incluída no Guia de Ingredientes Inativos do FDA como própria para o uso em comprimidos, cápsulas e preparações retais e tópicas. É considerado essencialmente um material não-tóxico. Embora sua inalação pode ser irritante e causar sérios problemas respiratórios. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II LUBRIFICANTES Estearato de magnésio Descrição: O estearato de magnésio é um pó fino, branco e de baixa densidade com odor característico de ácido esteárico.O pó é graxo ao toque e rapidamente adere à pele. Fluxo: pó coesivo e com fluxo pobre. Emprego:Lubrificante de cápsulas e comprimidos (0,25 – 5,0%). O estearato de magnésio é hidrofóbico e pode retardar a dissolução de fármacos em formas farmacêuticas sólidas e portanto deve ser empregado na menor concentração possível. Na formulação de cápsulas este lubrificante é empregado em concentrações variando entre 0,25 a 1% para melhorar as propriedades de fluxo da mistura de pós (Allen Jr. et al., 2005). A dissolução de cápsulas é sensível à quantidade de estearato de magnésio. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Incompatibilidades: É incompatível com ácidos fortes, álcalis e sais de ferro. Deve-se evitar sua mistura com substâncias fortemente oxidantes. O estearato de magnésio não pode ser usado em produtos contendo ácido acetilsalicílico, algumas vitaminas e sais alcaloídicos. Segurança: É considerado não tóxico como excipiente de preparações para administração oral. Está incluído na lista de ingredientes inativos do FDA para uso em cápsulas, pós e comprimidos para administração oral; comprimidos bucal e vaginal e preparações tópicas). Estearato de magnésio EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II AGENTES MOLHANTES Lauril sulfato de sódio Descrição: Pó, cristais ou flocos de cor branca, creme ou amarelo pálido de sabor amargo e odor levemente característico de substâncias gordurosas. Solubilidade: facilmente solúvel em água formando uma solução opalescente; praticamente insolúvel em éter e clorofórmio. Conteúdo de umidade: ≤ 5%. O lauril sulfato de sódio não é higroscópico. Emprego: Agente molhante (1-2%) e lubrificante de cápsulas e comprimidos (1 –2%). Tem sido empregado como agente molhante para aumentar a dissolução e biodisponibilidade de fármacos veiculados em formas farmacêuticas sólidas (Allen Jr., 2002). EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Lauril sulfato de sódio Incompatibilidades: O lauril sulfato de sódio reagem com surfactantes catiônicos, causando a perda da atividade e precipitação. É incompatível com sais alcaloídicos e forma precipitados na presença de sais de chumbo e potássio. Segurança: O lauril sulfato de sódio está incluído no guia de ingredientes inativos do FDA para uso em preparações dentais, cápsulas, comprimidos, suspensões e preparações tópicas. Não deve ser utilizado em preparações intravenosas. Pode ser moderadamente tóxico e irritante para pele, olhos, membranas mucosas, trato respiratório superior e estômago. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II DESINTEGRANTES (SUPERDESINTEGRANTES) Glicolato sódico de amido (Explotab®, Explomido®, Primojel®) Descrição: É o sal sódico do carboximetil éter de amido. É um pó branco ou quase branco, inodoro e insípido. O glicolato sódico de amido é derivado do amido de batata substituído e com ligação cruzada. A ligação cruzada é obtida por métodos físicos ou químicos pelo uso de reagentes tais como oxitricloreto de fósforo ou trimetafosfato. Fluxo: fluxo livre. Incompatibilidades: É incompatível com ácido ascórbico. Segurança: É considerada uma substância não-tóxica e não-irritante. Está incluído no Guia de Ingredientes Inativos do FDA para uso em cápsulas e comprimidos. Solubilidade: praticamente insolúvel em água, entretanto se dispersa em água fria e se hidrata facilmente; levemente solúvel em etanol. Capacidade de intumescimento em água: absorve até 300 vezes o seu volume em água. Emprego: Desintegrante de cápsulas e comprimidos (2 – 8%). Promove a desintegração por captação de de água, seguida por rápido e grande intumescimento. Sua eficácia desintegrante não é afetada pela presença de excipientes hidrofóbicos. Tem sido utilizado para favorecer a desintegração formas farmacêuticas sólidas e dissolução de fármacos pouco solúveis. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Glicolato sódico de amido (Explotab®, Explomido®, Primojel®) Croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol®, Explocel®, Pharmacel XL®) EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Descrição: A croscarmelose sódica corresponde a um polímero com ligações cruzadas da carboximetilcelulose. Ocorre como um pó branco ou acinzentado e inodoro. Solubilidade: insolúvel em água, entretanto a croscarmelose sódica é hidrofílica e se intumesce rapidamente absorvendo cerca de 4 a 8 vezes o seu volume em água. Emprego: Desintegrante de cápsulas (10 – 25%), comprimidos (0,5 – 5,0%) e grânulos. A eficiência da croscarmelose sódica na promoção da desintegração é causada pela rápida penetração da água nas partículas fibrosas do desintegrante e o desenvolvimento subsequente de uma força de desintegração. A croscarmelose sódica melhora as características de desintegração e dissolução do medicamento, aumentando a biodisponibilidade da formulação. Croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol®, Explocel®, Pharmacel XL®) EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Incompatibilidades: A eficácia desintegrante da croscarmelose sódica pode ser levemente reduzida em formulações que contenham excipientes higroscópicos tais como o sorbitol. A croscarmelose sódica é incompatível com ácidos fortes, sais solúveis de ferro e de alguns outros metais como o alumínio, mercúrio e zinco. Segurança: A croscarmelose sódica, como desintegrante em formulações farmacêuticas, é considerada um material não-tóxico e não-irritante. Entretanto, se consumido em grande quantidade pode apresentar um efeito laxativo. Ela está incluída no Guia de Excipientes Inativos do FDA para uso em formulações de cápsulas e comprimidos orais. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II DESLIZANTE Dióxido de silício coloidal (Aerosil)® Descrição: É obtida por hidrólise da fase de vapor de um composto de sílica. Se apresenta como um pó submicroscópico amorfo, fino, não arenoso, leve, branco, higroscópico, inodoro e insípido com tamanho de partícula ao redor de 15 nm. Solubilidade: praticamente insolúvel em solventes orgânicos, água e ácidos, exceto no ácido fluorídrico, solúvel em soluções aquecidas de hidróxidos alcalinos. Forma dispersão coloidal com a água. Fluxo: seu pequeno tamanho de partícula e grande área de superfície específica proporciona características desejáveis de fluxo. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Dióxido de silício coloidal (Aerosil)® Emprego: Adsorvente, dessecante, deslizante (0,1 – 0,5%), agente suspensor (2,0 – 10%), agente de viscosidade (2,0 a 10%), agente anti-caking. O dióxido de silício coloidal melhora as propriedades de fluxo de pós. É empregado para aumentar a compatibilidade de misturas eutéticas, substâncias deliquescentes e higroscópicas (USP Pharmacists’ Pharmacopeia, 2005). Incompatibilidades: É incompatível com preparações contendo dietilestilbestrol. Segurança: É amplamente utilizado em preparações farmacêuticas de uso oral e tópico, sendo considerado uma substância não-tóxica e não irritante. Item 8.2: Os excipientes utilizados na manipulação de medicamentos devem ser padronizados pela farmácia de acordo com embasamento técnico EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE EXCIPIENTES PARA CÁPSULAS DURAS RDC 87/08 EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE EXCIPIENTES PARA CÁPSULAS DURAS ❖Desafio para o formulador ❖ PARÂMETROS DE FORMULAÇÃO X MEDIDAS DE DESEMPENHO ❖ Taxa de dissolução in vitro EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE EXCIPIENTES PARA CÁPSULAS DURAS Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) no desenvolvimento de formas farmacêuticas orais (SCB) → classificar os fármacos baseados nas suas propriedades de solubilidade em meio aquoso e permeabilidade intestinal. VIA ORAL → apresenta limitações de absorção e portanto de biodisponibilidade Absorção oral e a biodisponibilidade são determinadas pela extensão da solubilidade e permeabilidadedo fármaco. EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) no desenvolvimento de formas farmacêuticas orais Sistema que organiza os fármacos de administração oral de liberação imediata em 4 classes baseadas em 2 critérios : solubilidade em sol. aquosa (maior dose é solúvel em 250 ml de água em pH de 1,0 a 7,5) permeabilidade intestinal (fração de absorção intestinal maior do que 90 %) (Amidon, 1995) EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II EXCIPIENTES E ADJUVANTES FARMACOTÉCNICOS FARMACOTÉCNICA II ATIVIDADE ENSAIOS Paracetamol Ângulo de repouso (º) Não foi possível determinar Velocidade de escoamento (s/10g) infinito Fator de Hausner* (FH) 1,14 Indice de compressibilidade* (%) 20 Faixa de tamanho de partícula 300 – 450 μm Você é o farmacêutico coordenador do setor de pesquisa e desenvolvimento de uma indústria farmacêutica e recebe da diretoria técnica a solicitação de desenvolvimento um genérico em forma de comprimido: Medicamento: Paracetamol 750mg Classe biofarmacêutica: IV (baixa solubilidade / baixa permeabilidade) Após passar pelo controle de qualidade físico, a substância apresentou as seguintes propriedades: * Razão de Hausner for inferior a 1,25, são facilmente compressíveis; (IC) for inferior a 15%, apresentam boas características de compressão a) Quais os excipientes (Quadro 1) você selecionaria para desenvolver uma formulação com o fármaco em questão? Justifique sua resposta b) Quais as operações farmacêuticas (procedimentos) que deverão ser realizadas antes da compressão do pó? Substância Características Faixa de tamanho de partícula Diluente Pó fino, excelente fluxo 100-150 μm Deslizante Pó fino, excelente fluxo 100-150 μm Agente molhante Pó fino, excelente fluxo 100-150 μm Lubrificante Pó fino, excelente fluxo e escoamento 100-150 μm Agregante Pó fino, excelente fluxo 200 - 350 μm Desagregante Pó fino, excelente fluxo 250 - 350 μm Dessecante Pó fino, excelente fluxo 100-150 μm
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