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Clínica Médica (NEUROLOGIA) – Nathália Campos Moreira - 8º período (Medicina) Cefaléias • PRIMÁRIAS: – Doença do paciente é a cefaléia em si; – Tensional, Enxaqueca, Em salvas, Crônica diária, etc; • SECUNDÁRIAS: – Surge devido à presença de outra doença; – Meningite, Tumor, AVE, HIC, etc; Como diferenciar? A única maneira de diferenciar é através do mnemônico SNOOP que demonstra os sinais de alerta: S – sintomas sistêmicos: febre, emagrecendo, náusea, déficit focal, vômitos que precede a cefaléia, hipersensibilidade local; N – sintomas neurológicos: perda da visão/ audição, tremor, alterações na marcha, perda de força, tontura, alteração visual grave; O – outras doenças/comorbidades (HIV, gestação, câncer, coagulopatia, lúpus, TCE recente, etc); O – o início: nunca teve dor de cabeça e começou após 50 anos ou 55 anos = sinal de alerta, sintoma progressivo ao longo de alguns dias; P – padrão: tinha um padrão e piorou, se piora com decúbito, tosse ou esforços, atrapalha o sono ou se faz presente ao acordar ou a “PIOR DOR DE CABEÇA DA MINHA VIDA”. Atenção! Quando o paciente falar que está com a pior dor de cabeça da vida e descrever quando começou (a pessoa lembra o que ela estava fazendo no momento) e a neuroimagem vier normal, solicitar uma punção liquorica para descartar hemorragia subaracnóide (ruptura de aneurisma). Importante: Sinais de alerta positivos é secundária = NEUROIMAGEM – Tomografia Computadorizada sem contraste; Paciente com queixa de pior dor de cabeça da vida, neuroimagem não exclui sinal de gravidade. É importante pulsão liquórica; Sem sinais de alerta ou gravidade = cefaléia primária; Primárias 1. Cefaléia Tensional: - Mais comum em mulheres; - Tensão muscular/contratura muscular; - Intensidade leve a moderada, opressiva, bilateral (faixa) e não piora com atividades; - Duração de 30 minutos a 7 dias; Clínica Médica (NEUROLOGIA) – Nathália Campos Moreira - 8º período (Medicina) Tratamento: ABORTIVO - Analgésico simples (Dipirona 1g EV ou Oral – 4h/4h ou 6h/6h ou Paracetamol); AINE (Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco, Nimesulida); PROFILÁTICO (pacientes que tem mais de 15 crises por mês) – Tricíclicos (Amitriptilina) - melhora o relaxamento muscular, melhora o sono; **Podem ser sugeridas terapias complementares – Yoga e Acupuntura, por exemplo. 2. Enxaqueca (Migrânia) - Dor moderada-forte / pulsátil / unilateral (frontotemporal) / piora com atividade; - Mais comum em mulheres; - Sintomas Associados: fotofobia/ fonofobia / náusea ou vômito; - Dura 4-72 horas; - Pode ser desencadeado por: clima / álcool / pré-menstrual / alimentação / estresse/ medicamentos e privação de sono; - Pode haver aura (Migrânia clássica) – (Aura: sinal neurológico focal) – 20%: visual / hemiplegia / olfativa / vertigem / zumbido. ** A aura pode anteceder, acompanhar ou surgir após a enxaqueca. Tratamento: ABORTIVO: Analgésicos comuns; AINE; Triptanos (indicação: estabiliza a contração e dilatação vascularizar - SUMAX); Antagonistas dopaminérgicos em casos de muita dor (metoclopramida); Dexametasona EV ou IM; PROFILÁTICO: (+ 3 a 4 crises por mês): Betabloqueador ; Anticonvulsivantes (Topiramato e Gabapentina); Antidepressivos (Principalmente ISRS); Bloqueadores de canal de cálcio Tratamento profilático: 6 meses após o último episódio; 3. Em salvas (Trigeminais) • Homem de meia-idade tabagista ou etilista; • Dor muito forte / em facada / unilateral (periorbital) – DOR QUE ACORDA O PACIENTE (dor lancinante); • Sintomas Autonômicos Associados: lacrimejamento / hiperemia conjuntival / congestão nasal - IPSILATERAL - Sintomas trigeminais; • Dura 15-180 minutos; • Pode ser desencadeado por: Álcool; Tratamento: ABORTIVO: Oxigênio 12L/min por 15-20minutos / triptanos SC ou intranasal (lado que não tem dor/lado contrário ao da dor); PROFILÁTICO (desde a primeira crise): Bloqueador de canal de cálcio (Verapamil) / Lítio; Evitar consumo de bebida alcoólica. **Paciente que teve cefaléia em salvas deve receber o tratamento profilático. Importante! O uso contínuo e abusivo de analgésicos pode ocasionar enxaqueca crônica diária, para tratamento é necessário desmame com corticóide (Prednisona) ou suspensão do uso do analgésico. Clínica Médica (NEUROLOGIA) – Nathália Campos Moreira - 8º período (Medicina) Secundárias Surge devido à presença de outra doença, como meningite, tumor, AVE, HIC, etc; Deve-se sempre suspeitar de cefaléia secundária, quando as características da cefaléia não se encaixam em nenhum tipo de cefaléia crônica primária; Quando a cefaléia é progressiva (surgiu há pouco tempo ou piorou o padrão de uma cefaléia antiga), refratária ao tratamento convencional ou associada a déficit neurológico ou sinais e sintomas de uma doença orgânica – pensar em secundária. 1. Cefaleia da hipertensão intracraniana • Costuma ser intensa, contínua, matinal e progressiva, associada a náuseas ou vômitos em jato (vômito não precedido por náusea). • O exame físico mostra papiledema e/ou paralisia do VI par craniano (pseudolocalização) e/ou sinais neurológicos focais e/ ou rigidez de nuca e/ou alteração da consciência. • Está indicada uma TC de crânio sem contraste. Se negativa, exame do líquor com medida da PIC e pesquisa de meningite. 2. Hipertensão intracraniana benigna (pseudotumor cerebral) É um diagnóstico de exclusão entre as causas de HIC (hipertensão intracraniana); Exames de imagem normais (incluindo a RM) e liquor hipertenso (PIC > 25 mmHg); Mais comum em mulheres obesas e com SOP; Exame sico: papiledema (caracteriza a síndrome), paralisia do VI par craniano (pseudolocalizaçã̧o), ausência de sinais focais e de queda da consciência. Causas: idiopática, gestação, anticoncepcionais, fenitoína, tetraciclina, sulfas, hipervitaminose A, endocrinopatias (doença de Addison, síndrome de Cushing, ovários policísticos etc.). Tratamento: acetazolamida, punção lombar de alívio. Os episódios tendem a ser autolimitados. 3. Cefaléia da arterite temporal É uma causa de cefaleia frontotemporal ou temporo- occipital uni ou bilateral em idosos (> 60 anos); É a vasculite sistêmica mais comum dos adultos; Relaciona-se a sintomas gerais: perda de peso, astenia e febre, além da síndrome de polimialgia reumática (dor e rigidez das cinturas escapular e pélvica) e a claudicação da mandíbula. Podem ser detectados nódulos palpáveis (e dolorosos) nas têmporas; Diagnóstico: biópsia da artéria temporal (arterite de células gigantes); O exame laboratorial pode mostrar anemia normo e VHS bastante elevado (> 55 ou mesmo 100 mm/h). Complicação temível: amaurose por vasculite da artéria oftálmica. Tratamento: Prednisona em altas doses (80-100 mg/dia). Resposta dramática ao corticóide é uma de suas principais características!
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