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RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS OVULARES AULA 7 – GINECOLOGIA E OBSTETRICIA II A amniorrexe prematura ou ruptura prematura das membranas (RPM) é entendida como a rotura das membranas ovulares que ocorre espontaneamente pelo menos uma hora antes do início do trabalho de parto. Sinônimos: bolsa rota e amniorrexe e rupreme. 20-37 semanas: RPM pré-termo A rotura que ocorre antes de 20 semanas é caracterizada como abortamento inevitável. Cordão umbilical possui capacidade de oferecer oxigenação. Por isso, que quando a bolsa estoura não é tão urgente quanto os antigos falam, mas deve-se tomar cuidado com o prolapso de cordão, quando ocorre isso é de extrema urgência. Bolsa rota, portanto, não é definição de parto cesáreo. 10% -> após a 37ª semana. A principal causa de trabalho de parto pré-termo. Principal causa atermo: infecção – compromete a integridade da membrana (baixo colágeno) 1/3 dos prematuros é causada por ruptura prematura. Fator identificável mais comum associado ao parto pré- termo. < 37ª semana de gestação, é referida como ruptura prematura pré-termo, e a incidência é de aproximadamente 2 a 3% de todas as gestações. Traumas com baixa energia é pouco provável de gerar consequências (ex: cair de baixas alturas). Realizar exame especular antes mesmo de realizar toque manual. Na pratica, se a paciente chega com queixa de corrimento. A primeira coisa é tratar. Pois ela não deve ter infecção, ter chance de ter um parto prematuro e isso se dá pelo enfraquecimento da membrana, desencadear a bolsa rota. Gestante não devemos esperar ter um quadro clinico de alguma doença. PATOGÊNESE MULTIFATORIAL: A força e a integridade das membranas fetais derivam: → Proteínas da membrana extracelular: colágeno, fibronectina e laminina. A membrana se torna frouxa. → Metaloproteases -> bactérias infectantes -> 70% dos casos de RPM. → < a resistência da membrana ao aumentar a degradação do colágeno. HOMEOSTÁTICAS: → Inibidores de tecido de mataloproteases → Inibem a proteólise – integridade da membrana. EVENTOS PATOLÓGICOS: → Alongamento excessivo das membranas → Defeitos intrínsecos como a diminuição do teor de colágeno → Aumento da susceptibilidade proteolítica → Efeito de inflamação – citocinas inflamatórias, presenças de bactérias. Existem casos que a paciente não tem infecção e mesmo assim tem bolsa rota. Gestação gemelar vai romper muito mais a bolsa do que qualquer outra. Aumento da pressão intraamniotica. Paciente que tem diabetes fazem polidramicos que faz muito líquido amniótico que aumenta a pressão da bolsa e rompe mais fácil. Outra questão são as pacientes mais idosas tem o colágeno pior. E rompe com mais facilidade. Outro fator de risco são mulheres que tem o colágeno ruim. síndrome de Ehlers-Danlos. Tem maior chance de rompimento. Pacientes acima de 35 anos também tem colágeno pior do que mulheres mais novas. Interromper esse processo de equilíbrio e iniciar uma cascata de mudanças bioquímicas que culminam na RPM. FATORES DE RISCO → Antecedente de parto prematuro ou RPM → Tabagismo → Hemorragia anteparto – sangue causa um processo oxidativo na membrana e rompe a bolsa → Idade materna avançada → Deficiência de alfa-1-antitripsina – é uma proteína que faz parte da membrana. → Doença falciforme → Incompetência istmocervical – colo do útero frouxo. → Vaginose bacteriana → Hiperdistensão uterina (gestação múltipla, polidramnia – neném mais gordo), macrossomia fetal). → Sindrome de Ehlers-Danlos → Infecção intrauterina é raro. É mais normal infecção vaginal. → Procedimentos uterinos invasivos (amniocentese, cordocentese, biopsia de vilo corial). – no ultrassom do paciente tem SUSPEITA de síndrome de down para o diagnostico faz a aminiocentese que fura a barriga e isso aumenta o risco de rompimento. → Trauma agudo. – Acidentes. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de amniorrexe é clinico em 80-90% dos casos. História clínica: → Perda de liquido via vaginal de forma abrupta – com cheiro de agua sanitária. É uma perda continua, que escorre, molha, hialino. → Grande quantidade → Odor e aspecto característico → Manobra de Valsava ou Tarnier Exame ginecológico: exame especular, visualiza o fluido amniótico exteriorizando-se pelo canal cervical. Importante: Pacientes que chegam gestantes com perda de liquido ou sangramento. Tem que passar o especulo em todas as pacientes porque a partir dele colhemos o material para suspeitar do diagnostico comprovado. Não precisa da escovinha. Quando passa o especulo, pede para paciente fazer manobra de valsava (tosse ou força abdominal) e vasa. Isso faz o exame laboratorial. Se for bolsa rota, o liquido vai ser líquido amniótico. Avaliação do PH vaginal: → Papel de nitrazina → Ph vaginal varia de 4,5 a 5,5 normal. → Na bolsa rota, o ph é alcalino. O liquido amniótico possui ph alcalino, com valores a cima de 6,5. → Sensibilidade de 90-98% → Se o ph veio mais baixo, é secreção vaginal. → Falsos positivos: semem, urina, sangue ou vaginose bacteriana. → Falsos negativos: candidíase vaginal. Deixa o ph mais ácido. Contrabalanceia o efeito do liquido que é mais alcalino. Cristalização do líquido amniótico: → Visualizado pelo microscópio. – pega a secreção que pegou do especulo. → Aspecto arboriforme (aparência típica de folha de samambaia) → Sensibilidade de 85 a 98%. → O estriol que tem no liquido amniótico cristaliza a lamina. Pesquisa de elementos fetais em conteúdo vaginal: → Mandar a lamina para o laboratório → Identificar a presença de lanungem (pelo do neném), escamas, células de epiderme fetal que se tornam alarajadas (orangiófilas) após tratamento com sulfato azul de Nilo a 1%. Amniocentese diagnóstica → Vitamina B12, na cavidade amniótica através da amniocentese e observa-se saída do corante pela vagna após 30-60 minutos. → Pega a vitamina B12 que é amareladae injeta no útero da paciente por aminoicentese põe um forrinho, se começar a sair amarelo, é ruptura. → Isso era feito antigamente. A amniocentese é um fator de risco para ruptura, então, não devemos fazer isso porque se não tiver rompido, aumenta a chance de romper. Alfa-fetoprotéina (AFP): → Enzima produzida pelos rins fetais e está presente no líquido amniótico em altas concentrações. → Sensibilidade foi de 96,2% e especificidade foi de 100% em um corte de AFP de 3,88 ng/ml → É mais caro. É mais uma pesquisa. Ultrassonografia obstetrícia: NÃO É DIAGNÓSTICO DE BOLSA ROTA!! Avaliar a diminuição do líquido amniótico através da medida do ILA (índice de líquido amniótico) ou pela avaliação do maior bolsão (MB). O volume do líquido amniótico e de 8-18, a gestante fez USG hoje cedo e o valor deu 18 (normal), aí teve perda do liquido, faz o ultrassom de novo e deu 16, continua sendo normal. O liquido varia o volume a cada 4h. então, o usg na serve para diagnostico, serve para suspeitar quando a história clinica é compatível. A clínica é muito importante. Se a paciente tem a clínica, e os exames como cristalização e ph dera normais, repete em 12h, observa porque a clínica é mais importante. TESTES BIOQUÍMICOS → Proteínas-1 de ligação ao fator do crescimento insulina-símile (IGFBP-1) – PROM test AminioQuick → Essa não se faz em pratica, é uma questão de pesquisa e prova. É caro. → Fígado fetal e na decídua. → Sensibilidade varia de 74 a 100% e sua especificidade de 77 a 98%. Alfa -1 microglobulina placentária (PAMG-1) – AmniSure – padrão-ouro. Imunocromatografia para a detecção da proteína PAMG-1 Produzida pela decídua Sensibilidade aproximadamente de 99% e uma especificidade de 100% RISCOS RISCOS MATERNOS A bolsa é uma proteção. Então, o maior risco disso é infecção. Tem o risco de bactérias. → Infecção materna ou fetal – aproximadamente 9 e 19%, respectivamente → Processo infeccioso como causa ou efeito.Corioamnionite clínica: Critérios de Gibb – febre, leucocitose, sensibilidade uterina aumentada (dor na palpação da barriga), taquicardia materna ou fetal e líquido amniótico com odor. Basta ter um critério. Se essa corioamnionite não tiver a conduta certa, pode levar a sepse e até óbito. Seja a gravidez pre termo ou atermo, tem que resolver. Risco de corioamnionite e infecção neonatal 7x -> diretamente relacionado ao tempo de rotura e inversamente proporcional à idade gestacional. A resolução urgente -> sepse e paralisia cerebral Paciente que tem ruptura prematura de membrana e faz conduta expectante (vigiar, pode fazer corticoide, antibiótico, exame laboratorial, mas não interrompe a gestação), assim, essa paciente tem um risco maior de retenção placentária – aquela hora que o bebe for nascer a placenta não romper. Tem maior risco de endometrite (infecção do endométrio), septicemia e morte materna. RISCOS FETAIS E NEONATAIS Quando falamos de bolsa rota, o maior risco do bebê está relacionado a prematuridade. – Prematuridade extrema e oligodrâmnio. O bebê por volta de 28 semanas, é quando ele faz os pneumocitos do tipo 2 lá no pulmão vão produzir sulfactante. Quanto mais tempo o bebe fica dentro da barriga, mais seus alvéolos vão ser desenvolvidos. Se a paciente rompe bolsa com 28 semanas, 75% delas vão ganhar com 28 mesmo. Não espera até 34 semanas. E o grande problema é o bebê nascer com o pulmão completamente imaturo. O bebe que fica dentro da barriga, fica sem liquido. Qual a função do liquido na barriga? Lubrificar o TGI. O bebe e faz xixi desse liquido. Então, pode causar enterocolite necrotizante (o intestino resseco). O bebê já está com o pulmão ruim e sem liquido pode ter hipoplasia pulmonar. O bebê flutua na agua então melhora o desenvolvimento da musculatura das articulações. A orelha não nasce curvadinha. A cabeça não nasce redondinha. – deformidade postural. E ainda tem o problema da sepse, hemorragia intraventricular, síndrome da dificuldade respiratória, displasia broncopulmonar e retinopatia da prematuridade. MANEJO VARIAVÉIS: São essas que vamos decidir junto com a idade gestacional pra decidir a conduta. → Tem infecção? Se a resposta for sim, independentemente da idade gestacional, nasce. → A vitalidade gestacional está comprometida? Se a resposta for sim, nasce. → Tá em trabalho de parto? Se a resposta é sim, nasce. Nesse caso, ainda conseguimos colocar remédio para parar a contração (corticoide aumenta o desenvolvimento do neném). Para qualquer um desses, é obrigatório a resolução da gestação, independentemente da idade gestacional. Se a resposta for não para todos, calcula a idade gestacional para saber o que fazer. – basear se na idade gestacional. GESTAÇÃO DE 20-22 E < 24 SEMANAS Conversar com a família, pois tem risco para mãe e bebê. → Manejo complexo → Morbidade e morbimortalidade fetal significativa → Aconselhar em relação aos riscos e benefícios do tratamento expectante versus a interrupção da gestação. → Sobrevida fetal é baixa e as complicações e tardias são significativas. → Internar a paciente. Independentemente da idade. GESTAÇÃO DE 24 A 34 SEMANAS → Internar se não há infecção, sofrimento fetal ou trabalho de parto. → Conduta expectante. Abordagem conservadora, visando o amadurecimento pulmonar fetal. → Repouso. → Curva técnica térmica rigorosa a cada 4 horas → Avaliação do feto, ultrassom. Cardiotopografia. → Usar corticoide!!! – betametasona 4 mg 12/12h por dois dias. Dexametasona 6 mg 12/12h por dois dias. IM → Pesquisa de rastreio infeccioso a cada 3 dias (hemograma, PCR, VHS, procalcitonina, EAS e urocultura) → Avaliar necessidade de neuroproteção com sulfato de magnésio – prevenir hemorragia cerebral dentro do neném. Usado na eminencia do parto. Até 31 semanas e 3 dias. 4g de sulfato. → Os corticoides fazem leucocitose, então não precisa preocupar. → Colher cultura para SGB → Colher cultura endocervicais em caso de sintomas de vaginite: cardinelerra, glamdia.. → Evitar toques vaginais, exceto em casos de dinâmica uterina estabelecida. GESTAÇÃO MAIOR QUE 34 SEMANAS Há casos em que se espera chegar a 37 sem, para retirada (UTI neonatal) -Término da gravidez: 34 a 34 semanas e 6 dias – aguardar término do corticoide. 35 a 36 semanas e 6 dias – não exceder 24h de amniorrexe. Interna, avalia, se tiver tempo passa conticoide e antiobiotico terapia pra profilaxia dos streptococcus. O mais certo a se fazer é parto normal. Porque quebrou a barreira entre o meio e vagina. Quando faz cesárea, quebra de novo a barreira entre o meio externo e intruterino. Aumenta a chance de infecção. No parto normal, não rompe mais uma vez a barreira. Não é indicação absoluta, tem que ver se mãe aceita, se não tem contraindicação do parto normal. PROFILAXIA PARA STREPTOCOCCUS DO GRUPO B Colher – passa cotonete na vagina e o mesmo cotonete passa nos anus, manda para o meio de cultura. É uma bactéria que pode colonizar a vagina. Na paciente com 35-37 semanas, que não rompeu bolsa, vamos realizar a cultura. Sempre. A paciente que chega com bolsa rota com menos de 34 semanas, colhe a cultura. O que fazer quando vem positivo ou a paciente tem fatores de riscos: antibiótico porque diminui o risco de infecção neonatal. Penicilina cristalina ou ampicilina. Se a paciente estiver normal, sem rompimento da bolsa, e se for fazer cesárea não usa. Se for parto normal, faz o antibiótico. Sepse neonatal – deve-se realizar rastreio. Bacteriúria por SBG na atual gravidez Recém-nascido anterior acometido por infecção por SBG Swab vaginal-anal colhido entre 35-37 semanas positivo Swab desconhecido, não realizado ou inconclusivo: rotura das membranas por mais de 18h; trabalho de parto com IG inferior à 37 semanas; temperatura materna superior ou igual à 38º C no intraparto. Penicilina cristalina (padrão-ouro), Ampicilina, Clindamicina, Gentamicina, Eritromicina. CONSIDERAÇÕES FINAIS A RPM refere-se à ruptura das membranas ovulares antes do parto em gravidez entre 20-37 semanas. Ocorre em até 3% das gestações e é responsável por 1/3 dos partos prematuros. A RPM em uma gestação anterior está associada a um aumento de pelo menos 3 vezes no risco de RPM na gravidez subsequente. Todas as pacientes entre 35-37 semanas de gestação devem ter teste de SGB, idealmente colhido por Swab vaginal-retal. O período de latência (período que rompe bolsa e entra em trabalho de parto) médio varia de 24h a 7 dias, sendo que o uso de antibiótico profilático parece prolongar o período de latência e reduzir os riscos de infecção neonatal e materna. A conduta obstétrica estará intimamente relacionada à idade gestacional e ás complicações existentes. O diagnóstico de RPM é clinico em 90% dos casos, com base na visualização de saída de líquido amniótico pelo canal cervical. Testes laboratoriais e ultrassom são utilizados para confirmações no caso de incertezas. A RPM aumenta o risco de complicações maternas e fetais, tais como coroamnionite e consequências neonatais devido a prematuridade extrema. patogênese fatores de risco diagnóstico riscos manejo gestação de 20-22 e < 24 semanas gestação de 24 A 34 semanas gestação maior que 34 semanas profilaxia para streptococcus do grupo B considerações finais
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