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Doenças da conjuntiva Quezia brito ANATOMIA Conjuntiva é a membrana mucosa, fina e transparente, que reveste a superfície posterior/interna da pálpebra e a superfície anterior da esclera É continua com a pele na margem da pálpebra e com o epitélio da córnea no limbo (transição entre a córnea e a esclera) É onde está presente os vasos sanguíneos Conjuntiva palpebral: recobre a superfície posterior da pálpebra Conjuntiva do fórnice: é a porção que se reflete passando da pálpebra para o olho Conjuntiva bulbar: reveste anteriormente a esclera HISTOLOGIA Epitélio: 2-5 camadas de células colunares estratificadas Estroma: camada adenoide: tecido linfoide camada fibrosa: função de sustentação Glândulas (formação do filme lacrimal): ✓secretoras de mucina = células caliciformes + criptas de Henie + glândulas de Manz ✓glândulas lacrimais acessórias (+ glândulas lacrimais principais, na órbita = fazem a camada aquosa do filme lacrimal) CONJUNTIVITES Inclui várias doenças de etiologias, fisiopatogenia e tratamentos diferentes Inflamação da conjuntiva: dilatação vascular, infiltração celular e exsudação Quadro clínico: olho vermelho, edema (na pálpebra ou quemose: na conjuntiva), sensação de corpo estranho, secreção Pode ser uni ou bilateral Classificação: Infecciosas: bactérias, vírus Não infecciosas: alérgica, toxicas, doenças locais (ex.: blefarite), doenças oculodérmicas (acne, pênfigo, psoríase) CONJUNTIVITE bacteriana simples Agentes mais comuns (gram +): S. aureus/epidermidis; S. pneumoniae; H. influenzae (crianças) Contágio: contato direto com as secreções oculares Início/incubação: 2-3 dias Quadro clínico: início unilateral (podendo evoluindo para bilateral), hiperemia conjuntival, queimação, sensação de corpo estranho, secreção purulenta ou mucopurulenta (remela), edema Sem acometimento da córnea Diagnóstico: história clínica e achados no exame físico Tratamento: higiene local (SF ou água limpa), antibioticoterapia tópica (ofloxacino, ciprofloxacino, tobramicina) + corticoide por 7-10 dias, compressas frias para aliviar edema e sensação de queimação, uso de lubrificantes É autolimitada: 10-12 dias CONJUNTIVITE bacteriana HIPERAGUDA Início abrupto com evolução rápida É mais rara Agentes mais comuns N. gonorrheae, N. meningitidis Quadro clínico: secreção purulenta abundante, quemose e edema palpebral, adenopatia pré-auricular, córnea: infiltrados, abscessos, perfuração Diagnóstico: história clínica e achados no exame físico Tratamento: cefotaxima EV + antibiótico tópico + internação É autolimitada: 10-12 dias CONJUNTIVITE viral Agentes mais comuns adenovírus, enterovírus, herpes simples Contágio: secreções oculares e via respiratória É bastante contagiosa (+ comum que a bacteriana) Início/incubação: 2-8 dias após exposição Quadro clínico: início unilateral (podendo evoluindo para bilateral), hiperemia conjuntival, lacrimejamento, secreção mucoide (branca), sensação de corpo estranho, edema, fotofobia, adenomegalia pré-auricular, presença de folículos, ceratite Muitas vezes associada a infecção respiratória alta Diagnóstico: história clínica e achados no exame físico Tratamento: higiene local (SF ou água limpa), AINH ou esteróides tópicos, compressas frias para aliviar edema e sensação de queimação, uso de lubrificantes, orientações É autolimitada CONJUNTIVITE neonatal Agentes mais comuns: Chalamydia, bactérias, vírus, química (nitrato de prata: profilaxia da conjuntivite gonocócica) Início/incubação: 5-20 dias após o parto Transmissão: canal de parto Pode estar associada a doença sistêmica: pneumonia Tratamento: antibiótico tópico + sistêmica (azitromicina ou eritromicina) Pode ser a gonocócica: é a conjuntivite hiperaguda, potencialmente grave, com risco de perfuração da córnea, e precisa de tratamento sistêmico imediato CONJUNTIVITE alérgica Reação de hipersensibilidade tipo 1/IV Alta frequência Associação com outras formas de atopia (asma, dermatite, rinite) Conjuntivite pode ser crônica, recorrente, intensidade variável Pode acometer pálpebras, conjuntiva e córnea Quadro clínico: prurido, fotofobia, lacrimejamento, hiperemia conjuntival, edema da pálpebra, papilas em conjuntiva tarsal superior, secreção mucosa, córnea: ulcera em escudo (pelo atrito das papilas) Diagnóstico: história clínica e achados no exame físico Tratamento medidas gerais: afastar alérgenos (ácaros, poeira), não coçar os olhos, compressas frias medicamentoso: colírios (casos leves), anti- histamínicos/estabilizadores de mastócitos (casos moderados), corticosteroides (padrão-ouro, mas o uso prolongado pode levar a catarata e glaucoma), imunomoduladores (casos graves) degenerações Pinguécula Nódulo branco-amarelado de tecido elástico e hialino Deposita-se na conjuntiva bulbar em ambos os lados da córnea Comum e inócua (sem sintomas) Pode ser uni ou bilateral Geralmente assintomática Tratamento: desnecessário, mas em casos raros de inflamação necessita de corticoide tópico Pterígio Proliferação fibrovascular, triangular de tecido conjuntival degenerativo Invade a córnea do lado nasal e/ou temporal Associação com clima quente (exposição solar) e genética Pode ser assintomático ou provocar irritação crônica, comprometimento do eixo visual, astigmatismo induzido, alteração filme lacrimal Tratamento: sintomático (pequenos) ou cirúrgico (definitivo), mas com alto incide de recidivas
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