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Apropriação Indébita (art

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➔ Apropriação indébita (art. 168 do CP)
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Conceito: “A característica do crime de apropriação indébita é a existência de uma situação
de quebra de confiança, pois a vítima voluntariamente entrega uma coisa móvel ao agente, e
este, encontrar-se na sua posse ou detenção, inverte seu ânimo no tocante ao bem,
passando-se a se comportar como seu proprietário” (Cleber Masson)
Há uma violação da relação fiduciária entre duas pessoas, mas exige outros elementos, tais
como:
→ Apropriação de coisa móvel
→ Que esteja na posse ou detenção do agente licitamente (origem legítima)
→ Que haja dolo
→ Apropriação do idoso (art. 102 da Lei n° 10.741/2003) / Posse (art. 1.196 do CC) /
Detenção (art. 1.198 do CC).
-Objetividade jurídica:
É o patrimônio, protege-se com o dispositivo a inviolabilidade patrimonial. Relativamente à
posse legítima e à propriedade de um bem móvel.
-Sujeitos do delito
Sujeito ativo: É quem possui ou detém a coisa alheia. É o sujeito passivo da relação
obrigacional, normalmente é aquele que está obrigado a devolver a coisa, entregá-la a outrem
ou fazer uso determinado e não cumpre tal obrigação imbuído pelo espírito de se tornar dono.
Se for praticado por FUNCIONÁRIO PÚBLICO será o crime de peculato previsto no art.
312 do CP. Pode ser qualquer pessoa com exceção do proprietário.
→ O condômino, sócio ou coerdeiro que faz exclusivamente sua a coisa móvel comum e
infungível, da qual tem posse lícita ou detenção, pratica apropriação indébita. Todavia,
tratando-se de coisa fungível, somente estará caracterizado o delito quando a apropriação
ultrapassar a cota a ele cabível, pois em caso contrário não haverá lesão ao patrimônio alheio.
Sujeito passivo: qualquer pessoa física ou jurídica, titular do direito patrimonial, em regra o
proprietário. Aprecia-se o título da posse para determinar quem é o sujeito ativo da relação
obrigacional. Poderá também ser o titular do direito real de garantia, penhor.
-Núcleo do tipo
É apropriar-se, tomar como própria uma coisa pertencente a outrem.
-Elementos objetivos do tipo
Regra geral: as coisas fungíveis não são passíveis de apropriação indébita, mas há exceção.
As coisas fungíveis normalmente não poderiam ser objetos de apropriação indébita. As coisas
fungíveis dadas em depósito ou empréstimo, com obrigação de restituição da mesma espécie,
qualidade ou quantidade, não podem ser objeto material de apropriação indébita, pois nestes
casos há transferência de domínio de acordo com os artigos 586 (contrato de mútuo) e
seguintes do CC. Mas na hipótese do bem fungível, dinheiro for confiado a alguém pelo
proprietário para ser entregue a alguém como no caso do cobrador de ônibus, pode ocorrer
apropriação indébita, assim como no caso de armazenamento e beneficiamento.
→ Pressuposto material do crime é a existência de posse ou detenção lícita pelo sujeito
ativo. A posse deve preexistir ao crime , deve ser exercida pelo agente em nome alheio.
→ POSSE : art. 1.197 do CC: cuida-se da posse direta exercida pelo locatário, usufrutuário,
mandatário. O exercício da posse é desvigiado (Ex: automóvel locado)
→ DETENÇÃO: art. 1.198 e 1.208 do CC: A detenção sobre o bem pode ser vigiada ou
desvigiada, segundo Hungria Somente a última hipótese pode haver apropriação. (Ex. o
Office Boy, o Representante Comercial).
A posse ou a detenção do bem devem ser legítimas e, além disso, desvigiadas. Dependendo
dos seguintes requisitos:
1. Entrega voluntária e consciente do bem pela vítima - a entrega da coisa deve ser livre
e consciente sem vícios.
2. Posse ou detenção desvigiada - livre de fiscalização ou controle por parte de seu
titular.
3. Boa-fé do agente ao tempo do recebimento do bem - ou seja é preciso que tenha a
intenção de devolver à vítima no momento oportuno ou de dar a ela a sua correta
destinação.Caso o agente, ao receber o bem já tinha a intenção de apropriar-se deve, o
crime será de ESTELIONATO (art. 171 do CP).
4. Modificação posterior no comportamento do agente - após entrar licitamente na posse
ou detenção do bem passa a se comportar como se dono fosse. O agente realiza algum
ato de disposição da coisa (ex: venda, doação, locação, permuta, consumo, alteração,
ocultação, desvio, retenção).
Observação quanto à retenção - Na maioria dos casos a não restituição configura
descumprimento contratual resolvido pelo Direito Civil.
Quando podemos afirmar que configura o crime de apropriação indébita? Quando já houver
vencido o prazo para devolução.
No caso de não haver prazo estipulado, o vencimento deste ficará na dependência de prévia
interpelação, notificação ou protesto por parte da vítima, muito embora tais medidas não
sejam indispensáveis à configuração do crime. É que antes da interpelação judicial pode o
agente ter alienado a coisa a terceiro, não existindo razão para aquela preliminar.
A origem legítima da posse é a que deriva de uma relação obrigacional que pode ser
um contrato, um testamento, uma ordem de autoridade, ou uma disposição legal. Como por
exemplo:
USUFRUTO DE MÓVEL: transferem ao usufrutuário a posse art. 1.390 do CC
COMPRA E VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO: em que a transferência da
propriedade só ocorre com o pagamento. Da última parcela, há a tradição mas não existe a
transferência do domínio. 521, 526 do CC.
MANDATO: quando o mandatário deixa de entregar as vantagens oriundas do encargo. 653
PENHOR: exceto o agrícola, pecuário e o mercantil, transfere a posse da coisa art. 1.431 e
parágrafo único do CC.
LOCAÇÃO: de móvel , onde o locatário tem a posse direta e dever de restituir art. 565 e
seguintes do CC.
COMODATO: onde também há obrigação de devolver a coisa art. 579 e seguintes do CC.
Contratos que NÃO geram apropriação indébita
COMPRA E VENDA PURA: artigo 481 e 482 do CC, havendo a tradição há transferência de
domínio, se não pagar perdas e danos.
ANTICRESE: art.1.506 do CC entrega ao credor um imóvel concedendo-lhe o direito a
frutos e rendimentos.
DOAÇÃO: art. 538 do CC
MÚTUO: todos transferem o domínio 586 e seguintes do CC
-Elementos subjetivos do tipo
→ É o dolo, não se admite a forma culposa.
→ Vontade livre e consciente de apropriar-se da coisa alheia móvel. Intenção de apoderar-se
das rés.
→ Alguns autores acreditam que deveria estar presente a vontade de obter proveito, para si
ou para outrem sob pena de configurar outro delito. Reter um objeto que julga ter direito ao
invés de recorrer à justiça, configura o delito do art. 345 do CP (Exercício arbitrário das
próprias razões).
→ O dolo de ver subsequente à posse, pois do contrário se configura o crime de estelionato
(art. 171 do CP)
-Consumação e Tentativa
A consumação do delito de apropriação indébita se consuma no momento em que o sujeito
inverte seu ânimo em relação à coisa alheia, isto é, de mero detentor ou possuidor, passa a
agir como se fosse proprietário do bem.
→ A apropriação indébita propriamente dita, o crime se consuma coma prática de algum ato
de disposição do bem, incompatível com a condição de possuidor ou detentor.
→ A apropriação indébita negativa de restituição o delito se aperfeiçoa no instante em que o
agente se recusa a devolver o objeto material a quem de direito.
“O crime de apropriação indébita se consuma quando o agente se transforma de mero
detentor da coisa alheia em seu proprietário aparente ou de fato, acomodando-se a seus fins
ou de outrem”.
→ É possível a tentativa, embora difícil, visto que a posse é desvigiada (Ex: o agente está
prestes a vender o objeto de que se apropriou e seu proprietário consegue impedi-lo)
Casos de minorantes e atenuantes a pena
Art. 16 do CP: Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços (Minorante)
Atenuante (art. 65, III, alínea B do CP)
-Apropriação indébita majorada (aumento de pena)
Art. 168,§1° do CP:
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário (Dispõe sobre o depósito necessário - art. 647 e 649 do CC)
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial; (Tutor - art. 1.741 do CC / Curador - art. 1.767 do CC / Síndico - Lei
11.101/2005 / Inventariante - art. 1.991 do CC / Testamentário - art. 1.976 do CC).
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
→ Ofício: refere-se a atividade manuais.
→ Emprego: subordinação hierárquica, com vínculo ou dependência, atividade particular.
→ Profissão: não há dependência e subordinação mas há remuneração habitual, qualquer
atividade com fim lucrativo.
→ É necessário que a apropriação se verifique em ato que seja próprio do ofício, emprego ou
profissão (Ex. ourives que não dá o troco configura apropriação indébita simples. Mas se não
devolver a joia configura-se apropriação indébita majorada.
Apropriação indébita privilegiada
Art. 170 do CP c/ 155 §2°:
→ Art. 155 do CP- Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena
de multa.
-Pena e Ação Penal
Caput → Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa
Parágrafo 1° → aumento de ⅓
Art. 170 → o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
→ Ação penal pública incondicionada
EXCEÇÃO:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita

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