Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Apendicite e apendicectomia APÊNDICE Localização: • Localizado no cólon direito, na base do ceco; Variações do tamanho e da posição: • Posição é variável ➝ retrocecal (65%), pélvica (32%); o Posição retrocecal é a responsável pelas dores na apendicite; • Tamanho: o limite máximo do diâmetro é de 6 mm (algumas referências consideram até 7 mm); o Na gestante: comum diâmetro de 7 mm devido a congestão (a congestão é responsável pela alta incidência de apendicite na gestação); o Pacientes podem ter fisiologicamente um apêndice maior que os padrões normais, por isso considerar sempre a clínica; APENDICITE FISIOPATOLOGIA • Fisiopatologia da apendicite e da colecistite é igual; • Causas da obstrução: fecalito (principal etiologia); hiperplasia linfoide; corpos estranhos; tumor; cálculo biliar; parasitas; etc; QUADRO CLÍNICO • Quadro clínico clássico: dor periumbilical ou próxima a região epigástrica que irradia para FID em um tempo de 12 horas; pode acompanhar episódio de vômito; anorexia sempre presente; o Começa com um quadro de anorexia seguido de dor abdominal mal definida; o Alguns pacientes queixem-se de constipação e diminuição da eliminação de flatos; o Dor se acentua progressivamente nas primeiras 12/24 horas - começa a ocorrer a migração para a FID; o Vômitos: comumente encontrados; não costumam ser de grande intensidade ou repetidos; o Fase inicial: rara a ocorrência de diarreia; • Sequência dos sintomas (95% dos casos): anorexia ➝ dor ➝ náuseas/vômitos; o Ausência de anorexia coloca em cheque o diagnóstico de apendicite; o Casos onde vômitos precedem à ocorrência de dor ➝ improvável ser apendicite; • Febre baixa, entre 37,5 e 38ºC; • Casos de apendicite perfurada: dor mais acentuada, geralmente localizada; febre acima de 38ºC e taquicardia, sinais de perfuração com sepse iminente ou já em curso; SINAIS • Blumberg: dor a descompressão brusca, paciente refere dor na fossa ilíaca; o Ponto de McBurney: situado a 2/3 entre o umbigo e a espinha ilíaca anterossuperior direita; • Rovsing: Dor na fossa ilíaca direita à palpação da fossa ilíaca esquerda; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo • Psoas: dor a extensão da coxa direita, seguida de sua abdução, com o paciente deitado sobre seu lado esquerdo; • Obturador: dor em região hipogástrica ao realizar rotação interna e passiva da coxa direita fletida; • Lapinsky: fazer a manobra do Psoas comprimindo o ponto de McBurney, paciente refere dor; • Dumphing: exacerbação da dor com a tosse; • Chutro: desvio da cicatriz umbilical para a direita; • Lenander: variação da TAX e T retal maior que 1ºC; DIAGNÓSTICO • Quadro clínico + exame físico + hemograma: fecha diagnóstico ➝ solicitar USG em caso de dúvida; • TC é padrão ouro, mas geralmente solicita USG (mas tem limitações – paciente obeso); o Paciente obeso: a palpação tem que ser mais profunda por conta da capa de tecido adiposo; Achados laboratoriais: • Leucocitose; não necessariamente terá leucocitose, pode ter leucocitose leve (<13.000); • PCR: >6 (positiva); ESCORE DE ALVARADO – SINAIS E SINTOMAS DA APENDICITE CONDUTA E TRATAMENTO • O tratamento é cirúrgico (apendicectomia, drenagem de abscesso e lavagem com soro fisiológico do campo operatório) e deve ser efetuado tão logo o diagnóstico estiver estabelecido; • Avaliar a duração/apresentação dos sintomas: o Se < 48h: PRECOCE; o Se > 48h: TARDIA; • Apendicectomia: o Aberta; o Videolaparoscopia; o Incisões: ▪ Mc Burney: oblíqua com separação muscular; ▪ Rockey-Davis: incisão transversal; ▪ Incisão mediana conservadora; ▪ Pré-operatório: avaliação clínica do paciente, dieta zero, hidratação parenteral e reposição eletrolítica, e introdução de antibióticos; • Antibioticoterapia: o Associações de ciprofloxacina com metronidazol, ou ainda de aminoglicosídeo com metronidazol ou clindamicina e ampicilina, ou até da amoxicilinaclavulanato; ▪ Casos leves/não complicados: não há evidência de benefício em manter a administração dos antibióticos por mais de 24 horas; utilizada como profilaxia durante anestesia; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo ▪ Casos graves/de perfuração, necrose ou de abscessos localizados: o tratamento deve ser prolongado até, pelo menos, o paciente permanecer sem febre e com leucograma normal durante 24 horas seguidas; geralmente de 4 a 7 dias; COMPLICAÇÕES • Principais: perfuração do apêndice; peritonite generalizada; abscesso do apêndice; massa no apêndice; infecção da ferida cirúrgica; • Maiores chances de complicações em: o Crianças: omento ainda não está desenvolvido (omento é um órgão de proteção); ▪ Quando tem inflamação no abdome, o omento engloba determinados órgãos a fim de protege-los; ▪ Plastrão: quando o omento engloba o apêndice; formação do plastrão apendicular indica que a infecção do apêndice foi bloqueada por processo inflamatório intenso, englobando alças intestinais, mesentério e epíplon, constituindo tumor palpável; o Idosos: deficiência imunológica, não são muito sensíveis a dor; demoram muito tempo para procurar o hospital e quando procuram, geralmente, já virou um quadro de peritonite difusa; DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: • Crianças: gastrenterite; infecção intestinal viral; adenite mesentérica; diverticulite de Meckel; intussuscepção; • Mulheres: salpingite;ovulação dolorosa; endometriose pélvica; prenhez ectópica; torção ou rotura de cisto de ovário; • Homens: orquiepididimite; litíase uretral direita; • Adulto jovem: doença de Chron; apêndice epiploico e torção do grande epíplon; patologia vesicular; infecção renal; • Idosos: diverticulite aguda do sigmoide; diverticulite do ceco; COMENTÁRIOS EXTRAS • Adenite mesentérica: o A clínica é igual a de apendicite; o Leucocitose mesentérica >18.000; o Dor a palpação, mas não a descompressão; o Criança geralmente tem quadro prévio de infecção de garganta ou de diarreia (quadros virais); o Não é operatório; o Diagnóstico diferencial de apendicite; • Mulher: o Sempre solicitar β-HCG; o Diagnóstico diferencial para DIP/ooforite ➝ fazer o toque uterino, mobilizando o colo uterino – SE HOUVER DOR É DIP; • Cultura do apêndice: o Geralmente não faz; o Anatomopatológico: após remoção do apêndice, se faz anatomopatológico para comprovar que realmente foi uma apendicite e para avaliar possível presença de tumor de apêndice (presença de células neoplásicas ou não); • Abscesso de parede: o É comum, principalmente nos quadros mais graves; o Conduta: solta um ponto, drena o abscesso; pode ser feita irrigação com soro; antibioticoterapia; • Alimentação após sair do centro cirúrgico: não precisa esperar voltar RHA; • Apendicite complicada com pus: o Pode acarretar o desenvolvimento de abscesso intracavitário – o médico pode optar por deixar um dreno por aproximadamente 3 dias pós apendicectomia para ver se haverá mais pus ou não; ▪ Ausência de secreção purulenta: remove o dreno após 3 dias; ▪ Secreção purulenta: acompanha com quadro clínico, USG e exames laboratoriais; pode ser necessária a reabertura para fazer lavagem da parede; • Paciente adulto jovem, sem complicações, sem comorbidade, sem dor, com apendicite há mais de 5 dias de evolução: pode acompanhar e esperar para fazer a cirurgia; MAS O PRECONIZADO É: ESTÁ COM APENDICITE? SIM. REALIZA APENDICECTOMIA; • Laparoscopia: pode ser utilizada em paciente com apendicite com 1 dia de evolução, sem agravos; o Desvantagem: mais fácil ocorrer contaminação de estruturas vizinhas; via dificultosa;
Compartilhar