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Prévia do material em texto

Educação Física 
Inclusiva
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Nathalia Bernardes
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Deficiência Auditiva
• Deficiência Auditiva.
• Estudar a aprendizagem das diferentes manifestações da cultura corporal para as necessi-
dades e potencialidades da pessoa com defi ciência auditiva.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Defi ciência Auditiva
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Deficiência Auditiva
Deficiência Auditiva
Nesta unidade abordaremos o tema Deficiência Auditiva. Dentro da população 
com deficiência, segundo o CENSO (2010), a deficiência auditiva representa 5,10% 
da população brasileira, ou seja, 9,7 milhões de pessoas. 
Mais de 2,1 milhões de pessoas apresentam deficiência auditiva severa; 344,2 mil 
são surdas, e 1,7 milhão têm grande dificuldade de ouvir (IBGE, 2012).
Observe, na tabela, a divisão da população com deficiência auditiva, por diferen-
tes faixas etárias.
Tabela 1
Deficiência Auditiva
0 a 14 anos 1,3%
15 a 64 anos 4,2%
Acima de 65 anos 25,6%
Fonte: IBGE, CENSO 2010
No relatório da OMS (2013), é apontado que 360 milhões de pessoas no mundo 
sofrem de perda auditiva incapacitante, sendo 165 milhões acima de 65 anos, e 
32 milhões com idade igual ou menor que 15 anos. 
Dessa forma, políticas públicas de saúde, visando o diagnóstico e o tratamento 
precoce, são de extrema importância.
Para entendermos melhor esses dados, precisamos saber o conceito, a classifica-
ção e a avaliação da deficiência auditiva.
Para isso, vamos começar definindo o termo Audição: é o sentido que permite 
perceber e reconhecer os diferentes sons.
O som representa a movimentação das partículas do ar, ou seja, tudo que é 
capaz de produzir ondas no ar é considerado uma fonte sonora. Através do movi-
mento dos órgãos fonoarticulatórios, a fala, por exemplo, induz a movimentação 
dessas partículas de ar. 
Na imagem, você pode observar os órgãos fonoarticulatórios. São os lábios, 
língua, dentes, palato duro, palato mole e mandíbula.
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9
 
Lábios
Lábios
Dentes
Mandíbula
Dentes
Palato Duro
Palato Mole
Língua
Figura 1
Fonte: Adaptado de Getty Images
A onda sonora no ouvido e sua decodificação representam a fisiologia da audi-
ção. As informações auditivas, além de funcionarem como alerta, são importantes 
no desenvolvimento da linguagem e comunicação oral. Explore a fisiologia da au-
dição no vídeo indicado. 
Assista ao vídeo “Viagem ao Ouvido”. Disponível em: https://youtu.be/Vfp0waljpXc
Ex
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Você deve ter percebido que o ouvido humano é formado por parte externa, 
média e interna. Observe na imagem.
Externa: Passagem do som
Som
Tímpano
Média: Transmitem as vibrações sonoras
Tímpano
Martelo
Janela oval
Estribo
Bigorna
Interna: Percepção auditiva
Janela 
oval
Canais 
Semicirculares
Cóclea
Figura 2
Fonte: Adaptado de Getty Images
9
UNIDADE Deficiência Auditiva
Agora, vamos observar a anatomia e a fisiologia do aparelho auditivo nas ima-
gens seguintes.
Músculo temporal
Hélice
Scapha
Fossa triangular
Ant-hélicei
Concha
Lóbulo auricular
(lóbulo da orelha)
Cartilagem
Osso temporal
Tuba auditiva
Cóclea
Nervo coclear
Nervo vestibular
Canais semicirculares
Meato acústico externo
(canal auditivo)
Tímpano
Estribo
Bigorna
Martelo
Cavidade
timpânica
Com a força da pressão a cóclea 
se mexe e o líquido dentro dela também.
Essa movimentação ativa as pequenas 
células ciliadas em seu interior.
Ao receber esse estímulo, 
os cílios mandam a informação
do som para o cérebro.
Todo esse processo dura
milésimos de segundos.
O som entra pelo canal
auditivo e chega até o
tímpano, fazendo-o vibrar
O tímpano aciona os ossinhos
do ouvido, que se movem
e pressionam a cóclea.
Figura 3
Fonte: Adaptado de Getty Images
Importante!
Você é capaz de descrever algumas estruturas do aparelho auditivo e fazer relações com 
as suas funções? Vamos tentar?!
Trocando ideias...
10
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O som possui características que influenciam a audição, como a propagação, a 
intensidade e a frequência.
A propagação depende do meio (sólido, líquido ou gasoso), podendo ser mais 
rápida (meio sólido) ou mais lenta (meio gasoso).
A intensidade (forte ou fraca) depende da amplitude da onda sonora, e é medida 
em decibéis (dB). Quanto mais distante da fonte sonora, menos intenso será o som.
A frequência (agudo e grave) é determinada pela quantidade de ondas emitidas 
no tempo de um segundo, sendo medida em Hertz (Hz). O número de vibrações 
por segundo determinam a altura do som.
Dessa forma, podemos concluir que perceber, reconhecer, interpretar e compre-
ender os diferentes sons do ambiente são dependentes das estruturas do aparelho 
auditivo funcionando em sinergia. 
Uso em excesso do fone de ouvido com som alto causa danos à saúde auditiva. Veja a repor-
tagem no Globo G1, disponível em: https://glo.bo/2WYduyJ Ex
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Qualquer alteração no processo normal de audição implica na diminuição de sua 
capacidade. Quatro fatores caracterizam a deficiência auditiva, determinando as pos-
sibilidades e limitações do indivíduo acometido. Observe a imagem.
O termo deficiência auditiva muitas vezes é substituído por surdo, devido a um movimento 
da própria população com a deficiência, decorrente da interpretação da palavra deficiente.Ex
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Relacionadas 
com a etiologia 
da de�ciência
• Pré natais
• Peri-natais
• Pós-natais
• Condutiva
• Neurossensorial
• Mista
• Central
• Leve
• Moderada
• Acentuada
• Severa
• Profunda
• Pré-lingual
• Pós-lingual
Relacionados com a 
parte do aparelho 
auditivo afetada
Relacionados com 
a perda audtiva
 (decibéis)
Relacionados à época 
em que a de�ciência 
se instalou
Causas Tipos Graus Período
Figura 4
Considerando a observação da imagem, vamos detalhar os quatro fatores rela-
cionados à deficiência auditiva.
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UNIDADE Deficiência Auditiva
A causa relacionada ao pré-natal pode estar associada a fatores genéticos e 
hereditários, a doenças maternas (Rubéola, Toxoplasmose, Citomegalovírus) e ao 
uso de drogas ototóxicas pela gestante. Já a causa perinatal está associada ao parto 
prematuro, anóxia cerebral ou trauma no parto. A causa relacionada ao perío-
do pós-natal compreendea doenças adquiridas pelo próprio indivíduo (Meningite, 
Caxumba, Sarampo), pelo uso de medicamentos ototóxicos, por acidentes e pelo 
envelhecimento das células. 
Assim, fica claro que o acompanhamento regular da gestante, a assistência mé-
dica adequada no momento do parto e a vacinação das crianças, bem como evitar 
a exposição a ruídos por períodos prolongados são extremamente importantes.
Existe o Teste da Orelhinha! Veja mais, em: 
• Por que levar meu bebê para fazer o teste da orelhinha? https://bit.ly/2YIBlmd
• Escola de Pais - Teste da Orelhinha e da Linguinha: https://youtu.be/qg2lGXZZhE0
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Em relação aos tipos, a surdez condutiva está relacionada aos problemas locali-
zados no ouvido externo ou médio (otites, rolha de cera, acúmulo de secreção vinda 
da nasofaringe para o interior do ouvido médio, falta de mobilidade dos ossículos). 
Geralmente são perdas reversíveis após tratamento.
O tipo neurossensorial está relacionado aos problemas na parte interna do apa-
relho auditivo (na cóclea ou no nervo auditivo). Geralmente são perdas irreversíveis. 
As causas mais comuns são a Rubéola materna e a Meningite.
A surdez mista está relacionada aos problemas localizados no ouvido externo e/
ou médio e no interno. Geralmente não há um bom prognóstico, considerando os 
fatores decorrentes devido à genética.
O tipo central está relacionado a alterações no cérebro. Neste caso, o aparelho 
auditivo pode estar perfeito e o indivíduo ser incapaz de ouvir.
Em relação aos graus, a deficiência auditiva pode ser leve - perda auditiva está 
entre 26 e 40 dB; moderada - perda entre 41 e 55 dB; acentuada - perda entre 56 
e 70 dB; severa - perda acima de 71 e abaixo de 90 dB e profunda - perda acima 
de 90 dB. Observe, no link a seguir, alguns exemplos de sons em relação ao nível 
de audição.
Exemplos de sons em relação ao nível de audição, disponível em: https://bit.ly/2LIZhV3
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O quarto e último fator, associado ao grau de perda auditiva, influencia direta-
mente na aquisição da língua falada e na educação do indivíduo acometido. É o 
período de aquisição, que pode ser pré-lingual, no qual a surdez é congênita ou 
adquirida pouco tempo após o nascimento, antes da aquisição da língua; e pode ser 
pós-lingual, no qual a surdez ocorre depois da aquisição da língua.
Importante!
Compreender as características relacionadas à perda da audição permite o desenvolvi-
mento de um trabalho pedagógico com mais possibilidades para o aluno. 
Importante!
De fato, a deficiência auditiva é uma privação sensorial que interfere na comu-
nicação e na forma como o indivíduo se relaciona. Dependendo do grau da perda 
auditiva, ocorrerão implicações no desenvolvimento linguístico. 
Na surdez leve, o indivíduo percebe os sons da fala, adquire e desenvolve a lin-
guagem e a fala normalmente. Não há necessidade de prótese auditiva.
Na surdez moderada e acentuada, o desenvolvimento da linguagem e da fala são 
mais lentos, e o indivíduo apresenta troca de letras ou palavras e dificuldade com o 
emprego do plural. A percepção dos sons da fala em ambientes ruidosos apresenta 
prejuízo, bem como a atenção e o aprendizado da leitura e escrita.
Na surdez severa, o indivíduo apresenta dificuldade no desenvolvimento da lin-
guagem e da fala, todavia, há possibilidade de desenvolvimento do vocabulário do 
ambiente familiar. Nestes casos, é necessário o uso da prótese auditiva e de aten-
ção especializada para o aprendizado da língua oral. O indivíduo faz uso da leitura 
orofacial e da língua de sinais.
Na surdez profunda, dificilmente a língua oral é desenvolvida. O indivíduo só 
responde a sons muito intensos e vibrantes. Para o uso da língua oral, é necessário 
a utilização de prótese, atendimento educacional especializado e fonoaudiológico. 
O indivíduo normalmente só faz uso da língua de sinais e de leitura orofacial.
Implante coclear é um procedimento cirúrgico que utiliza um conversor de ondas sonoras 
em impulsos elétricos para o nervo auditivo. É um recurso tecnológico eficaz para as pessoas 
com deficiência auditiva neurossensorial de grau grave a profundo bilateral, que não apre-
sentam resultados satisfatórios com o uso do aparelho de amplificação sonora.
Leia o artigo em que os autores trazem os resultados funcionais após 10 anos de implante 
coclear em crianças pós-linguais (Tanamati et al., Braz J Otorhinolaryngol. 2012; 78(2): 103-
110), disponível em: https://bit.ly/30GS1fW
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UNIDADE Deficiência Auditiva
Indivíduos com o mesmo grau de deficiência auditiva podem apresentar diferen-
ças importantes decorrentes da audição remanescente, pois a perda auditiva deles 
pode ter ocorrido em idades distintas.
O comportamento social da pessoa com deficiência auditiva profunda ou severa 
pode ser inadequado, decorrente da dificuldade de comunicação e de relaciona-
mento afetivo.
Dessa forma, as características comportamentais e afetivas precisam de atenção.
Lentidão para aprender ou comportamento inadequado podem ser decorrentes 
de uma leve perda auditiva não identificada. 
A impulsividade pode ser decorrente da aprendizagem visual, no qual o aluno 
sente a necessidade de olhar em torno dele com mais frequência.
Somado a isso, o ouvido interno se localiza em um conjunto de vias cerebrais 
como a da emoção (WINNICK, 2004).
Características motoras também são importantes no indivíduo com deficiência au-
ditiva. Isso porque as habilidades motoras estão ligadas aos estímulos que o indivíduo 
recebe. Neste caso, a pessoa com deficiência auditiva, muitas vezes devido à super-
proteção ou falta de conhecimento dos profissionais, acaba sendo pouco estimulada. 
Outro ponto a ser considerado é o desenvolvimento da musculatura da mecânica 
ventilatória, que muitas vezes é pouco estimulada, principalmente para aqueles que 
não exercitam a comunicação oral. 
Somado a isso, lesão nos canais semicirculares do ouvido interno estão relaciona-
das a um prejuízo no equilíbrio e no desenvolvimento motor do indivíduo acometido.
Leia o artigo Influência da surdez no desenvolvimento motor e do equilíbrio em 
crianças (Lima et al., 2011. Brazilian Journal of Motor Behavior, 2011, Vol. 6, No. 1, 16-23), 
disponível em: https://bit.ly/30DQoQb
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Neste contexto, é extremamente importante oportunizar manifestações corpo-
rais através da prática de atividade física para estimular os aspectos comportamen-
tais, afetivos e motores.
Programas de atividade física para a pessoa com deficiência auditiva não diferem 
de outros. O desenvolvimento motor de crianças com surdez, mesmo com atraso, 
costuma seguir os padrões de normalidade e não impede nem acarreta restrições 
à prática de atividade física. 
É importante estimular os diferentes tipos de equilíbrio, a coordenação motora, 
a consciência corporal, ritmo e capacidade aeróbia. 
Em relação à prática de esportes, também não há necessidade de adaptação 
para ensinar, conduzir ou arbitrar, portanto, o esporte para a pessoa com deficiên-
cia auditiva não está associado ao esporte para pessoas com deficiência.
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A participação em esportes exclusivos para pessoas com deficiência auditiva 
ocorre em função dos aspectos sociais e de comunicação, e não por condições 
físicas ou necessidades de adaptações. Infelizmente, muitos ouvintes demonstram 
atitudes negativas para com a pessoa com deficiência auditiva.
Em atividades aquáticas, é necessário a atenção para (re)infecções e ou irritações 
de ouvido, pois a pessoa com deficiência auditiva pode estar mais suscetível. Uma 
alternativa pode ser o uso de tampão, além de acompanhamento profissional.
As atividades rítmicas são recomendadas. O tempo de aprendizagem dessas 
atividades pode ser maior devido à necessidade de internalizar o tempo e o anda-
mento da execução dos movimentos sem o auxílio de trilha sonora, ainda que a 
coreografia auxilie a memorizar os movimentos.
Você acredita que o ensino da música deve fazer parte das intervenções realizadas com as 
pessoas portadoras de deficiênciaauditiva?Ex
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A pessoa com deficiência auditiva possui sua musicalidade interna, a qual devemos 
valorizar, além de permitir que ela transmita essa musicalidade. Também é importan-
te possibilitar e estimular o desenvolvimento rítmico da fala, todavia, a musicalidade 
é muito mais do que isso, ela é constituinte do ser humano.
Atividades com componentes musicais são relevantes, pois além da marcação do 
ritmo, auxiliam no desenvolvimento das habilidades de comunicação importantes 
para a pessoa com deficiência auditiva. 
A música pode contribuir: na requisição da musculatura respiratória durante a 
atividade física; para o estímulo motor através da musicalidade; no estímulo e ajuste 
do equilíbrio corporal decorrente das mudanças de direção através do ritmo.
Vale lembrar que os estímulos dos aspectos motores e físicos são muito impor-
tantes para o aluno com deficiência auditiva, que muitas vezes pode apresentar a 
musculatura respiratória menos requisitada, prejuízo motor (pouco estímulo) e pre-
juízo na capacidade física e equilíbrio.
• Leia o Artigo Música, Musicoterapia e surdez: uma revisão literária. (RODRIGUES, 
2015). Disponível em: https://bit.ly/2QgGwXC
• Leia também as Dicas de Relacionamento com as pessoas com deficiência, da Secre-
taria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida - SMPED. Páginas 10-11. 
Disponível em: https://bit.ly/2QgGwXC
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Durante as intervenções com a pessoa com deficiência auditiva, lembre-se de 
que os comandos podem ser realizados por cartelas coloridas ou bandeiras. A se-
quência ou repetição das atividades propostas, bem como a indicação da tarefa a 
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UNIDADE Deficiência Auditiva
ser executada, ou a quantidade de pessoas por grupo podem ser indicadas através 
de números. O movimento e a tarefa desejados podem ser indicados através de 
figuras e demonstrações pelo professor, alunos ou vídeos. Observe na imagem al-
gumas normas de condutas sobre o relacionamento interpessoal entre o professor 
e alunos com deficiência auditiva.
Tabela 2
ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR
Em relação ao relacionamento Em relação à comunicação Em relação à prótese auditiva (quando houver)
Enxerga mais a criança que a deficiência; Falar de frente, em velocidade normal, quando a criança estiver olhando; Não mergulhar na água, nem molhar;
Considerar as limitações, mas enfatizar 
as capacidades; Usar frases curtas e simples, mas corretas; Não permitir o uso durante lutas ou acrobacias;
Se informar sobre etiologia, o local e a 
gravidade da surdez; limites.
Usar gestos, se necessário, e 
esforçar-se para entender os gestos 
das crianças;
Incentivar o uso durantes atividades 
rítmicas (exceto dentro d’água);
Ser paciente e acolhedor, sem deixar 
de estabelecer; Não utilizar a LIBRAS com o Português;
Se o molde estiver pequeno para a orelha 
da criança, retirar antes de qualquer 
atividade física;
Aprender LIBRAS; Guardar os aparelhos em local seguro para que não se quebrem ou se misturem.
Fonte: Santos Filha, 2006
Aprendemos que a prática de atividade física para a pessoa com deficiência auditiva é 
muito importante. Agora reflita: existem órgãos responsáveis pelo esporte competitivo 
para essa população? 
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Criada em 1945, em Ohio, a American Athletic Association for Deaf (Associa-
ção Atlética Americana para Surdos, AAAD, hoje Federação Esportiva dos Surdos 
dos Estados Unidos, USADSF), regulamenta a prática do esporte de alto rendi-
mento para as pessoas com perda auditiva de 55 dB ou mais, no melhor ouvido. 
O Comitê Internacional de Esportes para Surdos (CISS) é equivalente ao USADFS 
no âmbito internacional. O CISS não é membro do Comitê Paralímpico Interna-
cional, pois as pessoas com deficiência auditiva participam dos jogos olímpicos. 
Todavia, existem os Jogos Mundiais para Surdos (WGD) de verão e de inverno, que 
acontecem a cada quatro anos.
Confederação Brasileira de Desportos de Surdos, disponível em: https://bit.ly/30EeRop 
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Tecnologia assistiva é uma realidade! Fique atento para a utilização de recursos tecnológicos 
(computador, smartphone, softwares) para a pessoa com deficiência auditiva. 
Leia o Artigo Tecnologia Assistiva para captar a atenção de deficientes auditivos e sur-
dos (PLACHEVSKI, 2014), disponível em: https://bit.ly/2HNHtD3
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De fato, as novas tecnologias oferecem diferentes possibilidades que auxiliam as 
atividades da vida diária da pessoa com deficiência auditiva, e, consequentemente, 
melhoram a qualidade de vida dessas pessoas. 
Dessa forma, o acesso a ferramentas, recursos e aplicativos nos equipamentos 
viabiliza a comunicação dessas pessoas, como, por exemplo, a comunicação pelas 
redes sociais. 
As novas tecnologias visam o campo educativo, social e laboral, e o objetivo é 
facilitar a inclusão desses indivíduos. 
Importante!
Faça uma pesquisa sobre um exemplo de utilização de recurso tecnológico para a pessoa 
com deficiência auditiva.
A primeira tecnologia utilizada pelos surdos para se comunicar foi o telefone especial 
para surdos chamado TDD (Telecommunications Device For The Deaf).
Trocando ideias...
Concluindo, é necessário atenção em relação à constante comparação do de-
sempenho do aluno surdo com o aluno ouvinte, para que esse tipo de conduta 
não seja perpetuada, bem assim como a ideia do ouvinte ser o “modelo” perfeito. 
A barreira da comunicação limita as possibilidades da pessoa com surdez, assim, 
precisamos sempre estar atentos para que essas pessoas tenham oportunidade de 
desenvolver suas potencialidades.
No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida como meio legal de comunica-
ção e expressão da pessoa com deficiência auditiva (Lei no 10.436, de 2002). 
É possível incluir uma pessoa com deficiência auditiva na brincadeira de telefone-sem fio? Como? 
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Para finalizar, elabore uma atividade que possa ser utilizada nas aulas de Educa-
ção Física (6-14 anos) de uma turma com 22 alunos sem deficiência, e 1 aluno com 
deficiência auditiva. Justifique a atividade escolhida. Aponte os principais aspectos 
da postura do professor.
17
UNIDADE Deficiência Auditiva
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Vendo Vozes: Uma Viagem ao Mundo dos Surdos
SACKS, O.W. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia 
das Letras, 2010.
 Filmes
A Música e o Silêncio
Longa-metragem, produzido em 1996.
Filhos do Silêncio
Longa-metragem, produzido em 1986.
 Leitura
Estudo da Deficiência Auditiva das Crianças do HRAC-USP: Subsídios para uma Política de Intervenção
MONDELLI, M. F. C. G. et al. Estudo da deficiência auditiva das crianças do HRAC-
-USP: subsídios para uma política de intervenção. Sinopse de Pediatria, Bauru, v. 8, 
n. 3, out. 2002.
Crianças com e sem Deficiência Auditiva: o Equilíbrio na Fase Escolar
RODRIGUES, A. T.; BERTIN, V.; VITOR, L. G. V.; FUJISAWA, D. S. Crianças com 
e sem deficiência auditiva: o equilíbrio na fase escolar. Rev. bras. educ. espec. Marília, 
v. 20, n. 2, p. 169-178, jun. 2014. 
https://bit.ly/2VNnyZY
18
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Referências
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE - ANSI. (1969). Specifications 
for audiometers (S3.6-1969). New York: ANSI.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira 
de Sinais- Libras e dá outras providências. Brasília, DF, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Atendimento educacional especia-
lizado: pessoa com surdez. Org. por M. F. M. Damázio. Brasília, DF: SEE, 2007.
FERREIRA, S. Atividades motoras para deficientes auditivos. In: PEDRINELLI, V. I. 
Educação Física e Desporto para pessoas portadoras de deficiência. Brasília, 
DF: MEC/SEDES: SESI, 1994.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo 
Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
LIMA, T. C. S.; PEREIRA, M. C. C.; MORAES, R. Influência da surdez no 
desenvolvimento motor e do equilíbrio em crianças. Brazilian Journal of Motor 
Behavior, v. 6, n. 1, p.16-23,2011.
PLACHEVSKI, M.S. Tecnologia Assistiva para captar a atenção de deficientes 
auditivos e surdos. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, 
Faculdade de Tecnologia, 2014.
RODRIGUES, I.O.; GATTINO, G.S. Música, Musicoterapia e surdez: uma revisão 
literária. Revista Nupeart. v 14, 2015.
SANTOS FILHA, D. A. dos. Atividades físicas para surdos. in: Atividades despor-
tivas para Pessoas com Deficiência Auditiva. Curso de capacitação de docentes 
da Prefeitura de São Paulo. Instituto Nacional de Educação de Surdos. c 10. v D. 
São Paulo, 2006.
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: 
WVA, 1997.
TANAMATI, L.F.; BEVILACQUA, M.C.; COSTA, O.A. Implante coclear em 
crianças pós-linguais: resultados funcionais após 10 anos da cirurgia. Braz. J. 
Otorhinolaryngol. 2012, vol.78, n.2, pp.103-110.
VALENTE, J. A. Liberando a mente: computadores na educação especial. Cam-
pinas-SP: Graf. Central da UNICAMP, 1991. 
WINNICK, J.P. Educação Física e Esportes Adaptados. 3. ed. São Paulo: 
Manole, 2004.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Research for universal health coverage: 
World health report, 2013.
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