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Educação Física Inclusiva Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Nathalia Bernardes Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Deficiência Auditiva • Deficiência Auditiva. • Estudar a aprendizagem das diferentes manifestações da cultura corporal para as necessi- dades e potencialidades da pessoa com defi ciência auditiva. OBJETIVO DE APRENDIZADO Defi ciência Auditiva Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Deficiência Auditiva Deficiência Auditiva Nesta unidade abordaremos o tema Deficiência Auditiva. Dentro da população com deficiência, segundo o CENSO (2010), a deficiência auditiva representa 5,10% da população brasileira, ou seja, 9,7 milhões de pessoas. Mais de 2,1 milhões de pessoas apresentam deficiência auditiva severa; 344,2 mil são surdas, e 1,7 milhão têm grande dificuldade de ouvir (IBGE, 2012). Observe, na tabela, a divisão da população com deficiência auditiva, por diferen- tes faixas etárias. Tabela 1 Deficiência Auditiva 0 a 14 anos 1,3% 15 a 64 anos 4,2% Acima de 65 anos 25,6% Fonte: IBGE, CENSO 2010 No relatório da OMS (2013), é apontado que 360 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda auditiva incapacitante, sendo 165 milhões acima de 65 anos, e 32 milhões com idade igual ou menor que 15 anos. Dessa forma, políticas públicas de saúde, visando o diagnóstico e o tratamento precoce, são de extrema importância. Para entendermos melhor esses dados, precisamos saber o conceito, a classifica- ção e a avaliação da deficiência auditiva. Para isso, vamos começar definindo o termo Audição: é o sentido que permite perceber e reconhecer os diferentes sons. O som representa a movimentação das partículas do ar, ou seja, tudo que é capaz de produzir ondas no ar é considerado uma fonte sonora. Através do movi- mento dos órgãos fonoarticulatórios, a fala, por exemplo, induz a movimentação dessas partículas de ar. Na imagem, você pode observar os órgãos fonoarticulatórios. São os lábios, língua, dentes, palato duro, palato mole e mandíbula. 8 9 Lábios Lábios Dentes Mandíbula Dentes Palato Duro Palato Mole Língua Figura 1 Fonte: Adaptado de Getty Images A onda sonora no ouvido e sua decodificação representam a fisiologia da audi- ção. As informações auditivas, além de funcionarem como alerta, são importantes no desenvolvimento da linguagem e comunicação oral. Explore a fisiologia da au- dição no vídeo indicado. Assista ao vídeo “Viagem ao Ouvido”. Disponível em: https://youtu.be/Vfp0waljpXc Ex pl or Você deve ter percebido que o ouvido humano é formado por parte externa, média e interna. Observe na imagem. Externa: Passagem do som Som Tímpano Média: Transmitem as vibrações sonoras Tímpano Martelo Janela oval Estribo Bigorna Interna: Percepção auditiva Janela oval Canais Semicirculares Cóclea Figura 2 Fonte: Adaptado de Getty Images 9 UNIDADE Deficiência Auditiva Agora, vamos observar a anatomia e a fisiologia do aparelho auditivo nas ima- gens seguintes. Músculo temporal Hélice Scapha Fossa triangular Ant-hélicei Concha Lóbulo auricular (lóbulo da orelha) Cartilagem Osso temporal Tuba auditiva Cóclea Nervo coclear Nervo vestibular Canais semicirculares Meato acústico externo (canal auditivo) Tímpano Estribo Bigorna Martelo Cavidade timpânica Com a força da pressão a cóclea se mexe e o líquido dentro dela também. Essa movimentação ativa as pequenas células ciliadas em seu interior. Ao receber esse estímulo, os cílios mandam a informação do som para o cérebro. Todo esse processo dura milésimos de segundos. O som entra pelo canal auditivo e chega até o tímpano, fazendo-o vibrar O tímpano aciona os ossinhos do ouvido, que se movem e pressionam a cóclea. Figura 3 Fonte: Adaptado de Getty Images Importante! Você é capaz de descrever algumas estruturas do aparelho auditivo e fazer relações com as suas funções? Vamos tentar?! Trocando ideias... 10 11 O som possui características que influenciam a audição, como a propagação, a intensidade e a frequência. A propagação depende do meio (sólido, líquido ou gasoso), podendo ser mais rápida (meio sólido) ou mais lenta (meio gasoso). A intensidade (forte ou fraca) depende da amplitude da onda sonora, e é medida em decibéis (dB). Quanto mais distante da fonte sonora, menos intenso será o som. A frequência (agudo e grave) é determinada pela quantidade de ondas emitidas no tempo de um segundo, sendo medida em Hertz (Hz). O número de vibrações por segundo determinam a altura do som. Dessa forma, podemos concluir que perceber, reconhecer, interpretar e compre- ender os diferentes sons do ambiente são dependentes das estruturas do aparelho auditivo funcionando em sinergia. Uso em excesso do fone de ouvido com som alto causa danos à saúde auditiva. Veja a repor- tagem no Globo G1, disponível em: https://glo.bo/2WYduyJ Ex pl or Qualquer alteração no processo normal de audição implica na diminuição de sua capacidade. Quatro fatores caracterizam a deficiência auditiva, determinando as pos- sibilidades e limitações do indivíduo acometido. Observe a imagem. O termo deficiência auditiva muitas vezes é substituído por surdo, devido a um movimento da própria população com a deficiência, decorrente da interpretação da palavra deficiente.Ex pl or Relacionadas com a etiologia da de�ciência • Pré natais • Peri-natais • Pós-natais • Condutiva • Neurossensorial • Mista • Central • Leve • Moderada • Acentuada • Severa • Profunda • Pré-lingual • Pós-lingual Relacionados com a parte do aparelho auditivo afetada Relacionados com a perda audtiva (decibéis) Relacionados à época em que a de�ciência se instalou Causas Tipos Graus Período Figura 4 Considerando a observação da imagem, vamos detalhar os quatro fatores rela- cionados à deficiência auditiva. 11 UNIDADE Deficiência Auditiva A causa relacionada ao pré-natal pode estar associada a fatores genéticos e hereditários, a doenças maternas (Rubéola, Toxoplasmose, Citomegalovírus) e ao uso de drogas ototóxicas pela gestante. Já a causa perinatal está associada ao parto prematuro, anóxia cerebral ou trauma no parto. A causa relacionada ao perío- do pós-natal compreendea doenças adquiridas pelo próprio indivíduo (Meningite, Caxumba, Sarampo), pelo uso de medicamentos ototóxicos, por acidentes e pelo envelhecimento das células. Assim, fica claro que o acompanhamento regular da gestante, a assistência mé- dica adequada no momento do parto e a vacinação das crianças, bem como evitar a exposição a ruídos por períodos prolongados são extremamente importantes. Existe o Teste da Orelhinha! Veja mais, em: • Por que levar meu bebê para fazer o teste da orelhinha? https://bit.ly/2YIBlmd • Escola de Pais - Teste da Orelhinha e da Linguinha: https://youtu.be/qg2lGXZZhE0 Ex pl or Em relação aos tipos, a surdez condutiva está relacionada aos problemas locali- zados no ouvido externo ou médio (otites, rolha de cera, acúmulo de secreção vinda da nasofaringe para o interior do ouvido médio, falta de mobilidade dos ossículos). Geralmente são perdas reversíveis após tratamento. O tipo neurossensorial está relacionado aos problemas na parte interna do apa- relho auditivo (na cóclea ou no nervo auditivo). Geralmente são perdas irreversíveis. As causas mais comuns são a Rubéola materna e a Meningite. A surdez mista está relacionada aos problemas localizados no ouvido externo e/ ou médio e no interno. Geralmente não há um bom prognóstico, considerando os fatores decorrentes devido à genética. O tipo central está relacionado a alterações no cérebro. Neste caso, o aparelho auditivo pode estar perfeito e o indivíduo ser incapaz de ouvir. Em relação aos graus, a deficiência auditiva pode ser leve - perda auditiva está entre 26 e 40 dB; moderada - perda entre 41 e 55 dB; acentuada - perda entre 56 e 70 dB; severa - perda acima de 71 e abaixo de 90 dB e profunda - perda acima de 90 dB. Observe, no link a seguir, alguns exemplos de sons em relação ao nível de audição. Exemplos de sons em relação ao nível de audição, disponível em: https://bit.ly/2LIZhV3 Ex pl or 12 13 O quarto e último fator, associado ao grau de perda auditiva, influencia direta- mente na aquisição da língua falada e na educação do indivíduo acometido. É o período de aquisição, que pode ser pré-lingual, no qual a surdez é congênita ou adquirida pouco tempo após o nascimento, antes da aquisição da língua; e pode ser pós-lingual, no qual a surdez ocorre depois da aquisição da língua. Importante! Compreender as características relacionadas à perda da audição permite o desenvolvi- mento de um trabalho pedagógico com mais possibilidades para o aluno. Importante! De fato, a deficiência auditiva é uma privação sensorial que interfere na comu- nicação e na forma como o indivíduo se relaciona. Dependendo do grau da perda auditiva, ocorrerão implicações no desenvolvimento linguístico. Na surdez leve, o indivíduo percebe os sons da fala, adquire e desenvolve a lin- guagem e a fala normalmente. Não há necessidade de prótese auditiva. Na surdez moderada e acentuada, o desenvolvimento da linguagem e da fala são mais lentos, e o indivíduo apresenta troca de letras ou palavras e dificuldade com o emprego do plural. A percepção dos sons da fala em ambientes ruidosos apresenta prejuízo, bem como a atenção e o aprendizado da leitura e escrita. Na surdez severa, o indivíduo apresenta dificuldade no desenvolvimento da lin- guagem e da fala, todavia, há possibilidade de desenvolvimento do vocabulário do ambiente familiar. Nestes casos, é necessário o uso da prótese auditiva e de aten- ção especializada para o aprendizado da língua oral. O indivíduo faz uso da leitura orofacial e da língua de sinais. Na surdez profunda, dificilmente a língua oral é desenvolvida. O indivíduo só responde a sons muito intensos e vibrantes. Para o uso da língua oral, é necessário a utilização de prótese, atendimento educacional especializado e fonoaudiológico. O indivíduo normalmente só faz uso da língua de sinais e de leitura orofacial. Implante coclear é um procedimento cirúrgico que utiliza um conversor de ondas sonoras em impulsos elétricos para o nervo auditivo. É um recurso tecnológico eficaz para as pessoas com deficiência auditiva neurossensorial de grau grave a profundo bilateral, que não apre- sentam resultados satisfatórios com o uso do aparelho de amplificação sonora. Leia o artigo em que os autores trazem os resultados funcionais após 10 anos de implante coclear em crianças pós-linguais (Tanamati et al., Braz J Otorhinolaryngol. 2012; 78(2): 103- 110), disponível em: https://bit.ly/30GS1fW Ex pl or 13 UNIDADE Deficiência Auditiva Indivíduos com o mesmo grau de deficiência auditiva podem apresentar diferen- ças importantes decorrentes da audição remanescente, pois a perda auditiva deles pode ter ocorrido em idades distintas. O comportamento social da pessoa com deficiência auditiva profunda ou severa pode ser inadequado, decorrente da dificuldade de comunicação e de relaciona- mento afetivo. Dessa forma, as características comportamentais e afetivas precisam de atenção. Lentidão para aprender ou comportamento inadequado podem ser decorrentes de uma leve perda auditiva não identificada. A impulsividade pode ser decorrente da aprendizagem visual, no qual o aluno sente a necessidade de olhar em torno dele com mais frequência. Somado a isso, o ouvido interno se localiza em um conjunto de vias cerebrais como a da emoção (WINNICK, 2004). Características motoras também são importantes no indivíduo com deficiência au- ditiva. Isso porque as habilidades motoras estão ligadas aos estímulos que o indivíduo recebe. Neste caso, a pessoa com deficiência auditiva, muitas vezes devido à super- proteção ou falta de conhecimento dos profissionais, acaba sendo pouco estimulada. Outro ponto a ser considerado é o desenvolvimento da musculatura da mecânica ventilatória, que muitas vezes é pouco estimulada, principalmente para aqueles que não exercitam a comunicação oral. Somado a isso, lesão nos canais semicirculares do ouvido interno estão relaciona- das a um prejuízo no equilíbrio e no desenvolvimento motor do indivíduo acometido. Leia o artigo Influência da surdez no desenvolvimento motor e do equilíbrio em crianças (Lima et al., 2011. Brazilian Journal of Motor Behavior, 2011, Vol. 6, No. 1, 16-23), disponível em: https://bit.ly/30DQoQb Ex pl or Neste contexto, é extremamente importante oportunizar manifestações corpo- rais através da prática de atividade física para estimular os aspectos comportamen- tais, afetivos e motores. Programas de atividade física para a pessoa com deficiência auditiva não diferem de outros. O desenvolvimento motor de crianças com surdez, mesmo com atraso, costuma seguir os padrões de normalidade e não impede nem acarreta restrições à prática de atividade física. É importante estimular os diferentes tipos de equilíbrio, a coordenação motora, a consciência corporal, ritmo e capacidade aeróbia. Em relação à prática de esportes, também não há necessidade de adaptação para ensinar, conduzir ou arbitrar, portanto, o esporte para a pessoa com deficiên- cia auditiva não está associado ao esporte para pessoas com deficiência. 14 15 A participação em esportes exclusivos para pessoas com deficiência auditiva ocorre em função dos aspectos sociais e de comunicação, e não por condições físicas ou necessidades de adaptações. Infelizmente, muitos ouvintes demonstram atitudes negativas para com a pessoa com deficiência auditiva. Em atividades aquáticas, é necessário a atenção para (re)infecções e ou irritações de ouvido, pois a pessoa com deficiência auditiva pode estar mais suscetível. Uma alternativa pode ser o uso de tampão, além de acompanhamento profissional. As atividades rítmicas são recomendadas. O tempo de aprendizagem dessas atividades pode ser maior devido à necessidade de internalizar o tempo e o anda- mento da execução dos movimentos sem o auxílio de trilha sonora, ainda que a coreografia auxilie a memorizar os movimentos. Você acredita que o ensino da música deve fazer parte das intervenções realizadas com as pessoas portadoras de deficiênciaauditiva?Ex pl or A pessoa com deficiência auditiva possui sua musicalidade interna, a qual devemos valorizar, além de permitir que ela transmita essa musicalidade. Também é importan- te possibilitar e estimular o desenvolvimento rítmico da fala, todavia, a musicalidade é muito mais do que isso, ela é constituinte do ser humano. Atividades com componentes musicais são relevantes, pois além da marcação do ritmo, auxiliam no desenvolvimento das habilidades de comunicação importantes para a pessoa com deficiência auditiva. A música pode contribuir: na requisição da musculatura respiratória durante a atividade física; para o estímulo motor através da musicalidade; no estímulo e ajuste do equilíbrio corporal decorrente das mudanças de direção através do ritmo. Vale lembrar que os estímulos dos aspectos motores e físicos são muito impor- tantes para o aluno com deficiência auditiva, que muitas vezes pode apresentar a musculatura respiratória menos requisitada, prejuízo motor (pouco estímulo) e pre- juízo na capacidade física e equilíbrio. • Leia o Artigo Música, Musicoterapia e surdez: uma revisão literária. (RODRIGUES, 2015). Disponível em: https://bit.ly/2QgGwXC • Leia também as Dicas de Relacionamento com as pessoas com deficiência, da Secre- taria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida - SMPED. Páginas 10-11. Disponível em: https://bit.ly/2QgGwXC Ex pl or Durante as intervenções com a pessoa com deficiência auditiva, lembre-se de que os comandos podem ser realizados por cartelas coloridas ou bandeiras. A se- quência ou repetição das atividades propostas, bem como a indicação da tarefa a 15 UNIDADE Deficiência Auditiva ser executada, ou a quantidade de pessoas por grupo podem ser indicadas através de números. O movimento e a tarefa desejados podem ser indicados através de figuras e demonstrações pelo professor, alunos ou vídeos. Observe na imagem al- gumas normas de condutas sobre o relacionamento interpessoal entre o professor e alunos com deficiência auditiva. Tabela 2 ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR Em relação ao relacionamento Em relação à comunicação Em relação à prótese auditiva (quando houver) Enxerga mais a criança que a deficiência; Falar de frente, em velocidade normal, quando a criança estiver olhando; Não mergulhar na água, nem molhar; Considerar as limitações, mas enfatizar as capacidades; Usar frases curtas e simples, mas corretas; Não permitir o uso durante lutas ou acrobacias; Se informar sobre etiologia, o local e a gravidade da surdez; limites. Usar gestos, se necessário, e esforçar-se para entender os gestos das crianças; Incentivar o uso durantes atividades rítmicas (exceto dentro d’água); Ser paciente e acolhedor, sem deixar de estabelecer; Não utilizar a LIBRAS com o Português; Se o molde estiver pequeno para a orelha da criança, retirar antes de qualquer atividade física; Aprender LIBRAS; Guardar os aparelhos em local seguro para que não se quebrem ou se misturem. Fonte: Santos Filha, 2006 Aprendemos que a prática de atividade física para a pessoa com deficiência auditiva é muito importante. Agora reflita: existem órgãos responsáveis pelo esporte competitivo para essa população? Ex pl or Criada em 1945, em Ohio, a American Athletic Association for Deaf (Associa- ção Atlética Americana para Surdos, AAAD, hoje Federação Esportiva dos Surdos dos Estados Unidos, USADSF), regulamenta a prática do esporte de alto rendi- mento para as pessoas com perda auditiva de 55 dB ou mais, no melhor ouvido. O Comitê Internacional de Esportes para Surdos (CISS) é equivalente ao USADFS no âmbito internacional. O CISS não é membro do Comitê Paralímpico Interna- cional, pois as pessoas com deficiência auditiva participam dos jogos olímpicos. Todavia, existem os Jogos Mundiais para Surdos (WGD) de verão e de inverno, que acontecem a cada quatro anos. Confederação Brasileira de Desportos de Surdos, disponível em: https://bit.ly/30EeRop Ex pl or 16 17 Tecnologia assistiva é uma realidade! Fique atento para a utilização de recursos tecnológicos (computador, smartphone, softwares) para a pessoa com deficiência auditiva. Leia o Artigo Tecnologia Assistiva para captar a atenção de deficientes auditivos e sur- dos (PLACHEVSKI, 2014), disponível em: https://bit.ly/2HNHtD3 Ex pl or De fato, as novas tecnologias oferecem diferentes possibilidades que auxiliam as atividades da vida diária da pessoa com deficiência auditiva, e, consequentemente, melhoram a qualidade de vida dessas pessoas. Dessa forma, o acesso a ferramentas, recursos e aplicativos nos equipamentos viabiliza a comunicação dessas pessoas, como, por exemplo, a comunicação pelas redes sociais. As novas tecnologias visam o campo educativo, social e laboral, e o objetivo é facilitar a inclusão desses indivíduos. Importante! Faça uma pesquisa sobre um exemplo de utilização de recurso tecnológico para a pessoa com deficiência auditiva. A primeira tecnologia utilizada pelos surdos para se comunicar foi o telefone especial para surdos chamado TDD (Telecommunications Device For The Deaf). Trocando ideias... Concluindo, é necessário atenção em relação à constante comparação do de- sempenho do aluno surdo com o aluno ouvinte, para que esse tipo de conduta não seja perpetuada, bem assim como a ideia do ouvinte ser o “modelo” perfeito. A barreira da comunicação limita as possibilidades da pessoa com surdez, assim, precisamos sempre estar atentos para que essas pessoas tenham oportunidade de desenvolver suas potencialidades. No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida como meio legal de comunica- ção e expressão da pessoa com deficiência auditiva (Lei no 10.436, de 2002). É possível incluir uma pessoa com deficiência auditiva na brincadeira de telefone-sem fio? Como? Ex pl or Para finalizar, elabore uma atividade que possa ser utilizada nas aulas de Educa- ção Física (6-14 anos) de uma turma com 22 alunos sem deficiência, e 1 aluno com deficiência auditiva. Justifique a atividade escolhida. Aponte os principais aspectos da postura do professor. 17 UNIDADE Deficiência Auditiva Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Vendo Vozes: Uma Viagem ao Mundo dos Surdos SACKS, O.W. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Filmes A Música e o Silêncio Longa-metragem, produzido em 1996. Filhos do Silêncio Longa-metragem, produzido em 1986. Leitura Estudo da Deficiência Auditiva das Crianças do HRAC-USP: Subsídios para uma Política de Intervenção MONDELLI, M. F. C. G. et al. Estudo da deficiência auditiva das crianças do HRAC- -USP: subsídios para uma política de intervenção. Sinopse de Pediatria, Bauru, v. 8, n. 3, out. 2002. Crianças com e sem Deficiência Auditiva: o Equilíbrio na Fase Escolar RODRIGUES, A. T.; BERTIN, V.; VITOR, L. G. V.; FUJISAWA, D. S. Crianças com e sem deficiência auditiva: o equilíbrio na fase escolar. Rev. bras. educ. espec. Marília, v. 20, n. 2, p. 169-178, jun. 2014. https://bit.ly/2VNnyZY 18 19 Referências AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE - ANSI. (1969). Specifications for audiometers (S3.6-1969). New York: ANSI. BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais- Libras e dá outras providências. Brasília, DF, 2002. BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Atendimento educacional especia- lizado: pessoa com surdez. Org. por M. F. M. Damázio. Brasília, DF: SEE, 2007. FERREIRA, S. Atividades motoras para deficientes auditivos. In: PEDRINELLI, V. I. Educação Física e Desporto para pessoas portadoras de deficiência. Brasília, DF: MEC/SEDES: SESI, 1994. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. LIMA, T. C. S.; PEREIRA, M. C. C.; MORAES, R. Influência da surdez no desenvolvimento motor e do equilíbrio em crianças. Brazilian Journal of Motor Behavior, v. 6, n. 1, p.16-23,2011. PLACHEVSKI, M.S. Tecnologia Assistiva para captar a atenção de deficientes auditivos e surdos. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Tecnologia, 2014. RODRIGUES, I.O.; GATTINO, G.S. Música, Musicoterapia e surdez: uma revisão literária. Revista Nupeart. v 14, 2015. SANTOS FILHA, D. A. dos. Atividades físicas para surdos. in: Atividades despor- tivas para Pessoas com Deficiência Auditiva. Curso de capacitação de docentes da Prefeitura de São Paulo. Instituto Nacional de Educação de Surdos. c 10. v D. São Paulo, 2006. SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. TANAMATI, L.F.; BEVILACQUA, M.C.; COSTA, O.A. Implante coclear em crianças pós-linguais: resultados funcionais após 10 anos da cirurgia. 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