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Deficiência auditiva

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INTRODUÇÃO
Uma das principais deficiências físicas que acomete um indivíduo em qualquer fase de sua vida é a deficiência auditiva, que implica limitações no desempenho de atividades sociais a quem a adquire. Pode ser classificada quanto à sua forma de manifestação, origem e gravidade de acordo com os graus leve, moderado, severo e profundo.
 	As alterações da audição que ocorrem após o nascimento são ocasionadas por fatores genéticos ou não, podendo manifestar-se isoladamente ou associar-se a outras anormalidades. Dentre as principais etiologias relacionadas à perda brusca de audição estão as de origem inflamatória (virais, bacterianas, autoimunes e alérgicas), fatores vasculares, afecções neurológicas degenerativas, otoxidade, tumores e traumas (Russo e Santos, 1993; Galindo, 2007).
 	Os usos de recursos apropriados de amplificação sonora podem amenizar as consequências dos rebaixamentos de limiares auditivos no grau moderado, nos casos mais graves aplica-se a leitura orofacial e o uso da língua de sinais.
 	Este trabalho enfoca a deficiência auditiva nos principais pontos: como funciona o sistema auditivo, quais as formas de detectar a perda da audição, quais as causas dessa deficiência, principais tipos de perda auditiva e a inclusão de pessoas com esse tipo de deficiência, visando compreender o enfrentamento do meio, acolhendo ou excluindo essa população, uma vez que o ser humano, ao depender de seus sentidos para manter contato com o ambiente e receber estímulos, passa a ter uma grande restrição.
 	Dados do IBGE (2000) revelam que 3,3% da população brasileira se declara incapaz, com alguma ou grande dificuldade permanente de ouvir, sendo que, desse total, 1,9% se encontra na faixa de 15 a 64 anos de idade. Essa população convive com um mundo que valoriza o trabalho para a reprodução social, o que é relacionado a um contingente de pessoas saudáveis. O trabalho é um dos determinantes fundamentais das condições de vida e o sustento da maioria das pessoas, mas o trabalhador enfrenta as dificuldades da insuficiente oferta de emprego e do mercado de trabalho exigente, que visa à produção, deixando à margem aqueles que não produzem ou apresentam alguma deficiência física ou mental.
 	Devido às consequências e dificuldades na comunicação, é de grande importância a participação da família no tratamento e na integração social da pessoa com deficiência auditiva, pois pode colaborar com incentivo e oportunidades de relacionamentos. 
1. Deficiência auditiva
	A deficiência auditiva pode se caracterizar pela perda parcial ou total na percepção de sons geralmente causada pela má formação do aparelho auditivo ou por alguma lesão na orelha. A deficiência auditiva é caracterizada pela diferença entre o desempenho do indivíduo e a sua habilidade considerada normal para a identificação sonora, segundo padrões estabelecidos pelo American National Standards Institute (ANSI).
	Diferentemente da surdez, que é a ausência total da audição, a pessoa não houve nada. Existe o parcialmente surdo que geralmente é quem escuta com prótese auditiva. A deficiência auditiva pode trazer alguns impedimentos para que o indivíduo se desenvolva plenamente. Assim sendo, para adquirir a língua falada é essencial que ele ouça os falantes com o intuito de absorver a língua e aprender a falar. De acordo com Santoro (1996), a surdez, mesmo afetando algumas experiências de vida, não limita a inteligência, a capacidade emocional ou o desenvolvimento e maturação normais.
	Além disso, esse processo de escuta e fala influencia a vida da criança e do adulto com limitações na interação do indivíduo com o meio com consequências no equilíbrio e na capacidade no desenvolvimento pessoal. Segundo Capovilla (2000), é pela linguagem que a criança aprende sobre o mundo beneficiando-se da experiência vicária para além das meras imitações e observações diretas
	A nossa federação conhece pouca sobre este tipo de deficiência, isto se mostra pela ausência de estatísticas do Brasil sobre o tema. Não se sabe o número real dos modelos de assistência com disponibilidade para as pessoas, da sua inclusão no mercado de trabalho e sua integração com a sociedade. Para Mantoan (2005, p.1), “Inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós”.
	Em nosso país, temos várias leis para as pessoas com deficiência, mostrando uma diferença às demais pessoas. Entretanto, mesmo com as leis em vigor, elas são praticadas morosamente, não sendo notadas pela população. As pessoas precisam recorrer a estas leis para buscar seus direitos como cidadão. 
1.1 Como as pessoas ouvem
O nosso ouvido tem três partes: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. O ouvido externo possui o pavilhão auditivo, que é a entrada do som, por isso, algumas glândulas geram ceras para proteção do ouvido. No ouvido médio, ela é composta por três ossos pequenos chamados de bigorna, estribo e martelo. O ouvido médio juntamente com o ouvido interno transmitem ondas sonoras que entram no ouvido externo para chegarem até o ouvido interno. No ouvido interno, está cóclea, com formato de caracol, nele ocorre a percepção auditiva. Desta forma, os sons que chegam na cóclea são mudados para impulsos elétricos que vão até o cérebro e assim as pessoas entendem os sons.
 	Qualquer problema detectado em uma das partes do ouvido pode prejudicar a audição em maior ou menor grau. Há vários tipos de deficiência de acordo com o local afetado.
1.2 Como detectar a perda auditiva
	É mais fácil perceber a deficiência auditiva em casos graves do que em casos leves ou moderados. Mesmo assim, é fundamental que se observe um possível sinal de perturbação já nas primeiras semanas de nascimento. Se ele não se assustar com barulhos fortes ou continuar chorando mesmo com o acalanto da mãe é um possível sinal de avaliação. 
Quando ocorre a detecção da perda auditiva, o profissional deve orientar os pais quanto a essa situação nova apresentada para que eles aprendam a como lidar com o filho nesta situação, sobretudo acolhê-lo. Segundo Anjos, Labanca e Resende (2014), pelo seu caráter vagaroso, gradual e com progressão, o começo da doença é silencioso e de baixa percepção, com evolução para perdas auditivas mais acentuadas.
	 Cárnio (1997) aponta como sendo responsabilidade dos profissionais informar ao surdo e a sua família sobre as possibilidades educacionais e modalidades de linguagem, de forma que possam realizar escolhas conscientes. O ideal é que a surdez seja diagnosticada o quanto antes, mas não é isso que ocorre frequentemente. Frequentemente, a criança fica sem atendimento até o momento de ir pra escola. Com este tempo decorrido, quanto mais se demora para diagnosticar, mais são os obstáculos para o desenvolvimento.
1.3 As causas da deficiência auditiva
	Geralmente, consegue-se detectar a causa da perda da audição pelo diagnóstico médico. Os partos e gestações com dificuldade, além das doenças da mãe próximas ao nascimento, podem inviabilizar a identificação das causas. Em metade dos casos, verifica-se que a deficiência auditiva pode ter causas desconhecidas. Quando se percebe, é mais comum atribuí-la a doenças genéticas, rubéola ou meningite. Para Maspetiol (in Costa, 1994) as causas da deficiência auditiva podem ser hereditárias, adquiridas no pré-natal, e adquirida pós-natal.
	O conhecimento, histórico de cada pessoa ou época em que ocorreu a deficiência, o tipo de atendimento dispensado, o estímulo para aquisição da linguagem oral, o entender dos pais em relação à atitude do filho, têm auxiliado para que a pessoa com deficiência auditiva ocupe seu lugar na sociedade.
1.4 Tipos de Deficiência Auditiva (DA)
A deficiência auditiva pode ser congênita ou adquirida. Congênita quando ocorre no nascimento, tendo como causa doenças durante a gestação como rubéola ou toxoplasmose. Ou adquirida que tem diversas possibilidades de provocações como por exemplo o envelhecimento natural, ou até mesmo exposição contínua a ruídos muito altos.A deficiência auditiva ocorre quando a habilidade em ouvir fica reduzida. Além das causas já citadas existem também outros fatores causadores como o alcoolismo ou tabagismo, danos no ouvido, colesterol alto, infecções, entupimento no ouvido, lesões na cabeça e até mesmo tumores na cabeça.
Embora alguns tipos de perda de audição não tenham cura, ela pode ser restabelecida em diferentes graus com o uso de aparelhos auditivos.
Existem tipos de deficiência auditiva e alguns deles são:
Perda auditiva neurossensorial
Essa alteração é causada por lesão no ouvido interno ou nervo auditivo. Nesse caso, as células nervosas responsáveis pela transmissão de mensagens sonoras ao cérebro ficam impedidas de efetuar o transporte dos estímulos. Essa perda ocorre por exposição a sons e ruídos contínuos, por períodos prolongados e em intensidades elevadas é muito comum que ocorra no local de trabalho como call center e serviços em indústrias ou que usem maquinários. Por esse motivo, é importante utilizar protetores auditivos nesses ambientes com ruído intenso. É recomendado também que o uso de fones de ouvido seja em volume baixo, assim como televisão e rádio.
A perda auditiva neurossensorial pode ser provocada, ainda, por doenças, como a meningite, a caxumba e a doença de Ménière (distúrbio no ouvido interno), entre outras que afetam as células neuronais.
Esses indivíduos portadores de perda auditiva neurossensorial apresentam dificuldade em processar a informação sonora. Nesse caso não podem ser revertidos uma vez que afetam diretamente as células neurossensoriais. Então, nesse caso, o tratamento recomendado é por meio da utilização de aparelhos auditivos ou implantes cocleares que restabelecem a função auditiva, alcançando níveis bem próximos da normalidade.
Perda auditiva condutiva
A perda auditiva condutiva se refere a qualquer problema no ouvido externo ou médio, que interfira na condução adequada do som. Em geral, é de grau leve ou moderado, com variações de 25 a 65 decibéis. A perda auditiva é medida em decibéis, que é a intensidade do som mais conhecido como “volume” ou “altura”. Quanto mais alta a onda sonora maior será o volume e consequentemente maior será a quantidade de decibéis.
Ela ocorre quando acontece um bloqueio ou danos nas partes móveis do ouvido como membrana timpânica, ossículos. Essas partes transmitem uma vibração de acordo com os sons e em resposta a eles, logo, lesões ou doenças podem anular a capacidade de vibração, impedindo a recepção das informações sonoras.
Em alguns casos, ela pode ser temporária e uma das causas são o acúmulo de cera e as doenças infecciosas, no caso de acúmulo de cera é recomendado um certo tipo de “lavagem” que pode ser feita em uma unidade de saúde. Percebe-se então que com um bom tratamento o indivíduo pode recuperar a audição. Por outro lado, para as perdas auditivas permanentes, como as causadas por perfuração do tímpano, os tratamentos podem ser realizados com aparelho auditivo ou implante de ouvido médio, mas todos esses procedimentos requerem um diagnóstico certeiro por parte do médico responsável.
Perda auditiva mista
Essa alteração é uma combinação da perda auditiva neurossensorial com a condutora, que ocorre como resultado de lesão no ouvido interno e externo ou médio. Uma de suas principais causas são as infecções no ouvido causadas muitas vezes por uso de aparelho de modo interno e sem a higiene adequada ou até mesmo o uso de alguns medicamentos.
Os tratamentos podem incluir medicamentos, aparelhos auditivos, cirurgia ou implantes de ouvido médio. O tratamento correto a seguir será identificado por um médico responsável.
Alteração da função auditiva central
A disfunção auditiva central é um distúrbio da audição em que há um impedimento na habilidade de analisar ou interpretar padrões sonoros. A avaliação que é feita é a audiologia do sistema nervoso auditivo central (SNAC) e é uma avaliação altamente complexa uma vez que, a causa pode não estar diretamente ligada aos ouvidos.
Os graus de surdez também podem apresentar variações. Isso porque há uma distância entre “ter dificuldades para identificar sons mais fracos” e “não ouvir nada”. Os graus de surdez podem ser:
Leve – O Indivíduo que apresenta perda auditiva de até quarenta decibéis, consequentemente esse indivíduo perde a percepção por igual dos fonemas que as palavras transmitem. Nesse caso se o som transmitido for fraco ou baixo ele não será ouvido. Em decorrência desses fatos muitas vezes esse indivíduo é considerado desatento, uma vez que ele tem que solicitar frequentemente a repetição da fala da outra pessoa. Essa perda auditiva não interfere na aquisição da língua oral, mas ela pode causar algum problema articulatório na leitura ou escrita.
Moderada – Indivíduo que apresenta perda auditiva entre quarenta e setenta decibéis. Esses limites exigem a percepção da palavra, nesse caso é necessária uma certa intensidade na voz para que seja percebida. Acontece com frequência o atraso na fala e articulação havendo alguns problemas linguístico, sendo assim, esse indivíduo tem maior dificuldade de discriminação auditiva em ambientes ruidosos.
 	Em geral, ele identifica as palavras mais significativas e simplificadas, tendo uma certa dificuldade em compreender termos de relação ou formas gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está intimamente ligada à sua aptidão para a percepção visual.
 	Severa – indivíduo que apresenta perda auditiva entre setenta e noventa decibéis. Este tipo de perda vai permitir que ele identifique alguns ruídos familiares e até mesmo perceber vozes em tom forte. Uma forma de identificá-los é observando se a pessoa chega até aos quatro ou cinco anos sem aprender a falar. Se a família estiver bem orientada pela área da saúde e da educação, com a intervenção precoce a criança poderá chegar a adquirir linguagem oral. A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de sua aptidão para utilizar a percepção visual e para observar o contexto das situações em que está vivendo.
 	Profunda – Indivíduo que apresenta perda auditiva superior a noventa decibéis. A gravidade dessa perda é tal que o priva das informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, isso irá impedi-lo de adquirir a linguagem oral. As perturbações da função auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica quanto à identificação da linguagem. Um bebê que nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões começam a desaparecer a partir do momento que não tem contato com a estimulação externa uma vez que eles não ouvem. Dessa forma eles são privados dos fatores de máxima importância para aquisição da fala. Esse indivíduo geralmente utiliza uma linguagem gestual, e poderá ter pleno desenvolvimento linguístico por meio da língua de sinais (Libras).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A deficiência auditiva é um assunto muito importante e de alta relevância, as pessoas com essa deficiência possuem o direito e precisam de inserção de forma comum na sociedade, seja no âmbito escolar, ou não. É de extrema importância que a sociedade forneça qualidade e igualdade de vida. A inclusão social, está cada vez mais inserida em nosso contexto atual, porém, infelizmente, muitas coisas ainda ocorrem apenas na teoria. É necessário que cada um de nós torne isso uma prática constante e que políticas públicas criem programas para proporcionar o bem-estar das pessoas com necessidades especiais. 
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Anjos WT, Labanca L, Resende LM, Guarisco LPC. Correlação entre as classificações de perdas auditivas e o reconhecimento de fala. Rev. CEFAC 2014;
BESS, F.H. E HUMES, L. E.; 1995; Audiology: The Fundamentals. Baltimore Williams & Wilkins.
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Coordenadoria de Estudo a Normas Pedagógicas, O que você sabe sobre deficiência auditiva; Guia de orientação aos Pais, São Paulo, SE/CENP, 1985.
MANTOAN, M.T.E. Inclusão promove a justiça. Revista Escola, São Paulo2005. Disponível em:<http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/inclusao-no-brasil/maria-teresa-egler-mantoan-424431.shtml>Acesso em: 25 mar. 2020
MONDELLI, M. F. C. G., BEVILACQU, M. C; Estudo da deficiência auditiva das crianças do HRAC-USP, Bauru-SP: subsídios para uma política de intervenção. Sinopse de Pediatria; V.8, N.3 Ed. Moreira Jr; Outubro de 2002
Ministério da Educação - Secretaria da Educação Especial
A INCLUSÃO ESCOLAR DO DEFICIENTE AUDITIVO: CONTRIBUIÇÕES PARA O DEBATE EDUCACIONAL. por INÁCIO, Wederson Honorato.

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