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LINGUAGENS PICTÓRICASLINGUAGENS PICTÓRICAS A LINGUAGEMA LINGUAGEM PICTÓRICA - SOBRE OPICTÓRICA - SOBRE O PICTÓRICO E O LINEARPICTÓRICO E O LINEAR Autor: Dra. Katia Maria de Souza Revisor : Me. Luc iara Bruno Garc ia IN IC IAR introduçãoIntrodução A pintura é a forma de manifestação artística mais conhecida pela nossa civilização ocidental. Entender a pintura e suas relações que compreendem materiais, técnicas e temática é um fator importante para o artista ou para qualquer pessoa que deseje se expressar através da pintura. Expressão, é isso que toda manifestação artística é, ou seja ela é uma forma de expressão de um povo, de uma civilização e de uma época, é uma linguagem que tem seus próprios códigos. Nesta unidade, iremos abordar desde os elementos signi�cativos para uma composição pictórica, passando pelos materiais básicos e entendendo que suas relações, aliadas à força criativa e interpretativa do artista, é que irão conferir valor ao objeto artístico. Vamos a eles? Compreender a linguagem pictórica é saber distinguir e trabalhar com as formas de representação em que a linha tem função primordial. Perceber, compreender e dominar a linha é o que irá fazer com que possamos desenvolver uma linguagem pictórica. Entendendo a linha como princípio que guia os olhos na percepção; observar a obra de arte é também perceber como ao longo do processo criativo essa mesma linha pode se desvalorizar e ceder lugar ao jogo de luzes e sombras, manchas , que farão a construção do objeto. A partir deste momento, como bem pontuou Heinrich Wöl�in, podemos dominar o campo de atuação do que classi�cou como linear e pictórico, em que o linear é o delineado, o plástico e o pictórico é o visual; para ele o “estilo linear vê em linhas, o pictórico, em massas” (WÖLFFLIN, 2000, p. 26). O livro Conceitos Fundamentais da História da Arte, de Heinrich Wöl�in, é considerado um marco na evolução da teoria estética moderna. Ele fez um estudo sobre a evolução do estilo da arte, tomando como exemplo grandes O PictóricoO Pictórico artistas. Estabeleceu cinco princípios de análise das obras de arte, entre estes princípios está o linear e o pictórico. Segundo Wöl�in, o pictórico é posterior ao linear e, sem a linha, ele não seria possível, mas também não quer dizer que o pictórico seja superior ao linear como num pensamento evolucionista. Ambos têm sua importância e sua função para o desenvolvimento artístico, será o artista, com o domínio da técnica, que dará o tom e o valor de cada um dos estilos. Sendo assim, vamos veri�car como se dá cada uma dessas soluções. Veja a �gura a seguir para o “Linear”: Veja a �gura a seguir para o “Pictórico”: Figura 1.1 - Hans Holbein, o moço, Desenho de Indumentária. Desenho em tinta nanquim a bico de pena e a pincel, 29x19,8 cm. Basel Fonte: Wöl�in (2000, p. 49). O linear vai ressaltar a linha conduzindo o observador a reconhecê-la e por ela se guiar. A forma linear é aquela em que a beleza do objeto é encontrada no contorno, deste modo, os olhos são conduzidos ao longo dos limites da forma. O pictórico, por sua vez, enxerga as massas, os tons, deixando de se ater às margens. Os contornos já não são mais tão expressos e perdem importância, o que passa a sobressair agora são as manchas que podem ser em cores ou representar apenas claridades e obscuridades (WÖLFFLIN, p. 26, 2000). praticarVamos Praticar “A mera existência de luz e sombra, mesmo que a estes elementos se tenha atribuído um papel preponderante, não determina o caráter pictórico de um quadro. A arte linear também lida com corpos e espaço, e precisa de luzes e sombras para obter a impressão de plasticidade”. WÖLFFLIN, Heinrich, Conceitos fundamentais da história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 26. A partir do enunciado e do que foi tratado no tópico anterior, assinale a alternativa que responde corretamente à seguinte questão: o que caracteriza o estilo linear? a) A mancha. b) A luz. c) A sombra. d) A linha. e) As massas. Entre as técnicas que podemos usar para imprimir um caráter mais linear ou pictórico num trabalho, há o carvão. O carvão, o mais antigo dos materiais de desenho, é usado desde a pré- história. Fácil de fazer e de usar o carvão é apropriado a todo tipo de desenho. É possível produzir seu próprio carvão para desenho, mas isso vai depender diretamente da madeira utilizada, por isso é preciso ter muita atenção na escolha da matéria-prima e também na própria produção do carvão, que requer a queima. Todo esse processo pode ser muito perigoso, por isso, existem marcas nacionais e importadas que comercializam o carvão vegetal pronto para uso. Com o carvão é possível criar uma linha que é facilmente apagável, macia e pictórica e este é um dos motivos pelos quais o carvão é o preferido pelos Elementos deElementos de Pintura – Mídia –Pintura – Mídia – Carvão e seusCarvão e seus SimilaresSimilares artistas, pois o seu resíduo não se mistura na aplicação da tinta e não interfere no resultado �nal. No entanto é necessário cuidado ao usar o carvão, pois ele tende a “sujar” a superfície, mas até mesmo essa “sujeira” pode ser tomada como um efeito na composição da pintura. O carvão é especialmente adequado para desenhos e estudos práticos, para esculpir �guras que serão �nalizadas em outras mídias, como no caso de uma escultura em pedra; ou para fazer cartões de grandes dimensões que se tornarão pinturas ou afrescos. O carvão é um material macio e quebradiço que permite grande �uidez. A espessura das marcas varia de acordo com a pressão aplicada com a ponta no papel. Linhas claras se apagam facilmente e esta é uma das razões pela qual o desenho em carvão não tem boa conservação. Vários métodos são usados para �xar o pó de carvão, incluindo colocar rapidamente a frente da folha na superfície de uma bacia cheia de água e cola ou pulverizando o desenho com uma solução feita de água e goma arábica. Atualmente existem �xadores em spray que fazem essa função. Materiais Semelhantes ao Carvão Outros materiais se relacionam com o carvão tal como o lápis, a caneta, o pincel e o giz. Todos podem ser usados para desenhar, porém provocam uma marca no papel que nem sempre é possível apagar com a tinta e muitas vezes podem se misturar ao pigmento provocando efeitos não desejados. O Lápis O lápis é o meio mais comum para escrever e desenhar, feito de madeira com um recheio de gra�te, ele se tornou uma ferramenta popular desde o século XIX, mas já no século XV o lápis era descrito como uma pedra preta originária do Piemonte, que podia ser a�ada com uma pequena faca, após criada a ponta na pedra ela poderia ser usada para desenhar. Seu emprego para esse �m se espalhou especialmente a partir do �nal do século XV. Esses pequenos bastões de pedra ocorrem na natureza em diferentes graus de dureza, o que permite ao artista variar o brilho do desenho, passando de um preto intenso e cremoso, semelhante ao produzido pelo carvão natural, para um cinza muito claro, quase perolado. Para �car mais fácil de manusear, esses bastões eram colocados em um porta lápis de metal. O gra�te é um mineral macio de grãos uniformes que faz marcas nítidas e resistentes e fáceis de apagar porém, deixam marcas no papel quando muito duro A dureza ou maciez do gra�te atualmente são classi�cadas entre H, do inglês hard (duro) ou B do inglês black (preto) que precedido de um número determina a sua graduação. A numeração que precede a letra pode ser lida assim, no caso do H, quanto maior o número, mais duro e claro o traço; no caso do B, quanto maior o número, mais preto e macio será o traço. Os gra�tes mais macios, do 4B ao 7B, são indicados para fazer preenchimento ou escurecer áreas do desenho, os intermediários, 2B, B e HB funcionam bem para sombreamentos e tonalizações, por �m, os gra�tes mais duros são mais indicados para os desenhos técnicos e para de�nição de áreas no papel. Dependendo da dureza ou maciez do gra�te,as borrachas conseguem apagar os traços impressos no papel, desde que o gra�te não seja muito duro, se for, a gra�te é apagado, mas a marca �ca no papel. As borrachas que melhor apagam o gra�te são as borrachas de plástico, porém elas deixam resíduos que devem ser descartados para não sujarem o desenho. Há ainda os limpa-tipos, uma espécie de massa que não deixa resíduo, porém não apaga o desenho, apenas suaviza retirando os excessos de gra�te e funcionam bem para suavizar as linhas de um esboço. Borrachas de látex são as mais antigas e baratas, são feitas do látex extraído das seringueiras; macias, elas apagam bem e deixam resíduo assim como as de plástico, mas dependendo da marca podem manchar o papel. Figura 1.4 - Gradações do Gra�te Fonte: Elaborada pela autora. Nessa imagem, o uso do lápis cria gradações que provocam volumes e são acentuadas pelo contraste com o papel. A Caneta A caneta sempre foi considerada a ferramenta grá�ca por excelência. As canetas usadas na Antiguidade eram feitas a�ando pequenos gravetos de junco que depois tinham a sua ponta mergulhada em tinta, produzindo marcas que eram usadas para desenhar e escrever. Esse tipo de caneta, no entanto, produz linhas duras que eram difíceis de suavizar, já que a ponta era feita de madeira, por essa razão as penas longas, fortes, macias e �exíveis do ganso, começaram a ser usadas na Idade Média. Desenhar com caneta exige um controle intenso do artista, pois as marcas deixadas por ela não podem ser apagadas. Um desenho feito à caneta tem poucos recursos expressivos tais como o número de linhas e o próprio contraste entre a cor da tinta e o papel. Os efeitos que outros materiais provocam, como o carvão e o lápis, já não são possíveis fazer com a caneta, mas isso não signi�ca que não se possa criar um desenho de qualidade. Dentre as canetas para desenho, as comuns, inclusive para desenho técnico, estão as canetas de nanquim. O nanquim tem sua origem na China há mais de 4.500 anos, por muito tempo o nanquim era obtido a partir da tinta preta liberada pelos moluscos marinhos, lulas e polvo. Atualmente, a tinta é uma mistura de cânfora, gelatina e um pó escuro chamado de negro de fumo. Antigamente, desenhar ou escrever usando tinta se empregava um tipo de pena de aço, chamada de bico de pena, que nada mais é que um bico de metal preso a um cabo de madeira que lhe dá o formato de caneta. A sua ponta possui um pequeno reservatório que vai liberando a tinta de acordo com a pressão impressa pela mão. Atualmente, temos dois tipos de caneta de nanquim, as que tem um reservatório para colocar a tinta e as descartáveis. Ambas apresentam numeração que indicam a espessura da linha. Essas canetas são muito usadas para desenho técnico, mas também podem ser usadas para outros tipos de desenho. Neste trabalho Bosch criou efeitos de claro escuro na proa e popa das canoas com linhas curtas e curvas, este recurso ele repete em várias áreas do desenho fazendo com que se assemelhe a uma gravura. O Pincel O pincel também pode ser uma ferramenta de desenho ou de estruturação para uma pintura. O pincel pode ser usado sozinho ou em conjunto com a caneta, ajudando a modelar luz, volume e movimento. Tintas de diferentes graus e transparência podem ser usadas para cobrir grandes áreas rapidamente e criar efeitos com mais luminosidade. Figura 1.7 - Canetas de nanquim com reservatório e descartáveis Fonte: Foto da autora. Figura 1.8 - Hieronymus Bosch, O Homem Árvore, �nal do século XV- início do XVI. Caneta e pigmento marrom sobre papel. Museu Albertina, Viena , Áustria Fonte: Hieronymus Bosch / Google Arts and Culture. Nesse desenho, Fragonard usou pinceladas rápidas para ilustrar a �gura do Pachá, criando o movimento de roupas, da luz e da sombra a partir dos contrastes produzidos entre a tinta e o fundo branco do papel. O Giz O giz é um material à base de sulfato de cálcio, usado desde o Renascimento até a atualidade, tornando-se assim um material muito popular. A princípio, ainda no Renascimento, os artistas começaram a usar materiais encontrados com facilidade na natureza, tal como: a calcita, para o giz branco, a argila crua, para o cinza, e o carvão natural, para o preto. No século XV, os artistas misturavam azeite e cera de abelha ao pó de giz, criando bastões que davam uma consistência pictórica maior, daí o nome giz de cera. Atualmente, o giz é fabricado em várias cores, misturando o pó de giz com pigmentos minerais, água e cola. Além do giz de cera ou giz pastel oleoso, ainda existe o pastel seco, que confere uma aparência aveludada ou esfumaçada, dependendo de como o artista espalha o pó do giz pelo papel, criando tonalidades mais suaves; porém, são mais fáceis de serem apagados, por isso, muitos artista aplicam algum �xador. Por sua vez, o giz pastel oleoso ou giz de cera não são facilmente apagados, eles deixam o desenho com as cores mais intensas e pastosas. Nesse desenho, Luca Signorelli de�ne os volumes com traços rápidos e sombreados precisos, em contraste com o fundo branco do papel. praticarVamos Praticar Dentre as diferentes mídias apresentadas, algumas tem por características a efemeridade, ou seja, o próprio material não apresenta muita resistência aos efeitos do tempo, podendo ser apagado com facilidade pelo simples atrito do papel com a mão ou com outro material. Quais são eles? a) A caneta e o lápis. b) O lápis e o carvão. c) O carvão e o giz pastel seco. d) O giz pastel seco e o pincel. e) O pincel e a caneta. Voltando à questão estilo de pintura, é preciso então entender as possibilidades de cada ferramenta para então perceber ou de�nir se o trabalho será mais pictórico ou linear. Vamos tomar como exemplo o trabalho desenvolvido por Wöl�in, que analisa em seu livro as obras de Dürer e Rembrandt, considerando que Dürer é linear e Rembrandt é pictórico. Vejamos as imagens a seguir: Elementos eElementos e Técnicas VisuaisTécnicas Visuais Aplicados à PinturaAplicados à Pintura Observando a Eva e o nu feminino, veri�camos que em Dürer os contornos das �guras são acentuados e em Rembrandt não, ou seja, as possibilidades da arte pictórica começa quando a linha perde valor e não é mais o elemento limitador, a forma se constrói a partir das luzes e sombras, fazendo com que elementos independentes se unam, criando os efeitos gradativos de profundidade, agora importa mais o todo do que o detalhe preciso, como se vê em Dürer. Nesse sentido, o pictórico cria possibilidades mais desa�adoras e criativas para os artistas já que, diferente do linear, que representa as coisas como são, o pictórico representa as coisas como parecem ser, é uma aparência da realidade. Interessante que o pictórico é um recurso que sempre esteve presente em toda a História da Arte e que se tornou fonte de trabalho para os impressionistas, porém os princípios básicos deste movimento, o Impressionismo, já se manifestava em artistas como Rembrandt e toda a geração barroca que usou dos recursos de manchas em luzes e sombras para compor seus quadros. O Linear, por sua vez, vai trabalhar com a linha clara, nítida e �rme, passando ao observador a sensação de segurança, até mesmo o emprego da luz e Figura 1.11 - Estudos para Adão e Eva - Dürer Caneta e tinta marrom sobre papel, 242 x 201 cm, Morgan Biblioteca, Nova York / Figura 1.12 - Nu Feminino - Rembrandt, carvão sobre papel, 25,3 x 16,2 cm, Museu de Belas Artes, Budapeste Fonte: Dürer / Wikipédia. / Fonte: Wöl�in (2000, p. 51). sombra são pensados e aplicados de forma a reforçar as formas bem modeladas, muitas vezes com tal realismo que alimenta o desejo do toque. O olho acredita que o que vê é real e pode tocá-lo. O Linear é o estilo de representação que se ajusta a movimentos da arte que primam por uma representação realista, em que a �gura é sólida, é o objeto em si. Esta característica é muito impressa quando se deseja criar algo mais próximo do real, e foi uma das premissasdo movimento Realista que se desenvolveu no século XIX. saibamaisSaiba mais Atualmente, podemos visitar e passear por vários museus ao redor do mundo sem sair da nossa casa. E o mais legal é que, através do Google Art Culture, nós conseguimos chegar bem perto de algumas obras, o que muitas vezes não é possível no local por questões de segurança. Perceber as manchas e as pinceladas dos artistas, o linear e o pictórico �cou mais fácil, vá lá e veja de perto as obras dos grandes artistas mundiais. Visite o link e viva essa experiência. ACESSAR https://artsandculture.google.com/ O Realismo Em meados do século XIX, o Realismo surgiu como um movimento que dizia aos artistas para representar o mundo como eles o enxergavam. Na verdade, o Realismo foi uma reação ao comportamento da arte do período, uma arte que pintava o mundo a partir de uma visão idealizada do artista dentro do seu atelier e portanto longe da realidade. Este é o primeiro movimento que leva o artista para fora das academias e ateliês, com o objetivo de pintar o que os olhos viam e, deste modo, eles acabaram abrindo caminho para novas formas de representação da arte que irão culminar nas vanguardas artísticas do século XX. A representação deste movimento é considerada um estilo linear, pois vai se pautar na linha e no objeto como ele é. No entanto, como já vimos anteriormente, o estilo linear é anterior ao Realismo, ele é antes de mais nada uma forma de representação que foi trabalhada ao longo da História da Arte em diferentes movimentos artísticos ou sempre que se desejou representar a forma de modo claro e objetivo, não importando os valores simbólicos que perpassam os períodos da arte. O mesmo se dá com o estilo pictórico, podemos vê-lo tanto no Barroco quanto no Impressionismo e é aí que reside o encanto, a técnica e a expertise do artista, saber dominar todos estes elementos é o seu diferencial. praticarVamos Praticar Sabemos que o linear e o pictórico sempre estiveram presentes em diferentes momentos da História da Arte. Sendo assim, faça uma pesquisa e construa um Painel Conceitual com obras de diferentes períodos da história que apresente características linear ou pictórica, escolha o que mais se identi�car. Seja linear ou pictórico, a pintura trabalha com dois tipos básicos de representação, isso só para citar o caso da pintura e entendendo a pintura como a técnica que aplica um pigmento em forma líquida a uma determinada superfície ou suporte. Estes tipos são: o �gurativo e o abstrato. O �gurativo é toda forma de representação em que podemos identi�car um objeto e, nesse caso, não importa o tipo de representação, se é linear ou pictórica. A abstração por sua vez não tem o objetivo de representar objetos ou paisagens, ela busca trabalhar com exercícios, estudos e pesquisas que variam entre cor, luz, forma, materiais, emoções e ações, e podem ser tanto lineares quanto pictóricas dependendo do interesse do artista. Os Gêneros eOs Gêneros e Tópicos da PinturaTópicos da Pintura Sobre os Gêneros da Pintura No universo da pintura, seja ela linear ou pictórica, existem também os seus tipos ou gêneros, que são determinados pelo próprio interesse do artista ou através de uma encomenda. Dentre os gêneros conhecidos, temos alguns, veja a seguir. Retrato Representação de pessoas ou até de animais, dentro desta categoria ainda teremos o autorretrato, que é quando o artista se autorrepresenta; e o nu, que é uma representação em que se apresenta um corpo sem vestes. Paisagem Representação de ambiente externo, entende-se como gênero paisagem toda representação na qual as cenas de paisagem predominam sobre qualquer outra �gura. São subgêneros da paisagem: as marinas – representações com cenas marítimas; o panorama – representações que tem como objetivo tirar uma tomada geral de um lugar. Natureza Morta Representação de seres inanimados, como frutas, vegetais, �ores, livros, taças de vidro, garrafas entre outros objetos, criando uma composição. Ainda é comum a representação de crânios e ampulhetas para lembrar que a vida é passageira. Pintura de Gênero Tipo de representação surgida no Renascimento, que visa retratar as pessoas em cenas do dia a dia, exercendo alguma atividade. Sobre os Temas da Pintura Dentro destes grandes gêneros é que teremos os temas ou a temática na pintura, que podem ser: As temáticas na pintura contribuem no repertório dos artistas, que assim passam a ter mais possibilidades para criar e explorar os diferentes materiais e seus efeitos no plano pictórico. Elas abrem um campo de experimentação enriquecedor, no qual pessoas, animais, objetos e paisagens podem ser compostos de acordo com as temáticas desejadas, como no caso das alegorias. Mitológica Histórico praticarVamos Praticar A imagem a seguir apresenta o quadro A leiteira, de Johannes Vermeer, pintado em 1660, representa uma mulher envolvida em seus afazeres diários. Religiosa Alegoria Observando a imagem e considerando o que foi exposto no tema, podemos a�rmar que esta pintura é: a) uma pintura de retrato. b) uma pintura histórica. c) uma pintura de gênero. d) uma pintura de paisagem. e) uma pintura de natureza morta. Figura 1.17 - Johannes Vermeer - A Leiteira - 1657-58, Óleo sobre tela 45,5 x 41 cm. Rijksmuseum - Amsterdam Fonte: Johannes Vermeer / Wikimedia Commons. indicações Material Complementar FILME Agonia e Êxtase Ano: 1965 Comentário: Este �lme apresenta parte da vida de Michelangelo, quando ele é contratado pelo papa Júlio II para pintar a Capela Sistina. Entre seus con�itos pessoais e a pressão do papa, o �lme apresenta o processo de produção dessa magní�ca obra de arte. O �lme também demonstra Michelangelo e seus auxiliares produzindo os desenhos em papel cartão, que são utilizados como base para as pinturas �gurativas da Capela Sistina. Veja o trailer no endereço a seguir. TRA ILER LIVRO Conceitos fundamentais da história da arte Editora: Martins Fontes Autor: Heinrich Wöl�in ISBN: 85-336-1202-8 Comentário: Neste livro o autor desenvolve cinco conceitos para a análise da obra da arte, que são: o linear e o pictórico; o plano e profundidade; forma aberta e forma fechada; pluralidade e unidade; clareza e obscuridade, ajudando a entender o plano pictórico. Como abordamos nesta unidade o linear e o pictórico, é interessante veri�car os outros quatro conceitos que constituem a teoria de análise da arte desenvolvida por Wöl�in. conclusão Conclusão Nesta unidade, abordamos o linear e o pictórico tomando como referência a teoria desenvolvida por Heinrich Wöl�in em seu livro Conceitos Fundamentais da História da Arte, no qual acentua a função da linha e das manchas para a construção do plano pictórico. Portanto, após entendermos as suas funções e relações, passamos a estudar como os materiais in�uenciam na representação e nos efeitos que os artistas desejam imprimir nas suas obras. Uma pintura pode ser mais �gurativa, quase realista ou mais manchada, aproximando-se de uma abstração quando esta for a intenção do artista, porém, para qualquer uma dessas linguagens, é necessário o domínio e entendimento das técnicas com o qual a obra será executada. Dentro destes dois tipos básicos de pintura, �guração e abstração, vimos que os temas são variados o que permite aos artistas buscarem a melhor linguagem para a sua arte. referências Referências Bibliográ�cas FUGA, Antonella. Artist’s techniques and materials. Los Angeles: Getty Publications, 2006. GOMBRICH, Ernst Hans. A história da arte. tradução Cristiana de Assis Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2013. GOMPERTZ, Will. Isso é arte? 150 anos de arte moderna do impressionismo até hoje. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. p. 181. WÖLFFLIN, Heinrich, Conceitos fundamentais da história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
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