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MEDICINA VETERINÁRIA PRODUÇÃO DE SUÍNOS AMANDA NUNES DE ARAÚJO, ANA CLARA GONÇALVES OLIVEIRA, ANA GABRIELLA FERREIRA ARAÚJO, BRUNA VITÓRIA GOUVEIA DOURADOS, MONAH BARROS PÉCLAT, PEDRO SANTIAGO AIRES XAVIER E SARAH KETLYN MENDES DE ARAÚJO PRINCIPAIS DOENÇAS DO COMPLEXO PARASITÁRIO EM SUÍNOS GOIÂNIA 2021 AMANDA NUNES DE ARAÚJO, ANA CLARA GONÇALVES OLIVEIRA, ANA GABRIELLA FERREIRA ARAÚJO, BRUNA VITÓRIA GOUVEIA, MONAH BARROS PÉCLAT, PEDRO SANTIAGO AIRES XAVIER E SARAH KETLYN MENDES DE ARAÚJO PRINCIPAIS DOENÇAS DO COMPLEXO PARASITÁRIO EM SUÍNOS REVISÃO LITERÁRIA APRESENTADO A DISCIPLINA DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS TRABALHO CIENTÍFICO, DA PONTIFÍCIA CATÓLICA DE GOIÁS, COMO REQUESITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DA NOTA AVALIATIVA. ORIENTADOR: PROF. BRUNO DE SOUZA MARIANO. GOIÂNIA 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 2 REVISÃO LITERÁRIA..................................................................... 6 2.1 TRICURÍASE.................................................................................. 6 2.2 AGENTE CAUSADOR................................................................. 6 2.3 CICLO EVOLUTIVO...................................................................... 6 2.4 CONTROLE E PREVENÇÃO.......................................................... 7 2.5 TRATAMENTO................................................................................ 7 2.6 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA........................................................ 7 2.3 ASCARIDÍASE................................................................................ 8 2.3.1 AGENTE CAUSADOR..................................................................... 8 2.3.2 CICLO EVOLUTIVO......................................................................... 8 2.3.3 CONTROLE E PREVENÇÃO.......................................................... 9 2.3.4 TRATAMENTO.......................................................... 9 2.3.5 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA........................................................ 10 2.3.6 OUTRAS INFORMAÇÕES DA DOENÇA........................................ 11 2.4 CRIPTOSPIRODIOSE............................................................ 12 2.4.1 AGENTE CAUSADOR................................................................. 12 2.4.2 CICLO EVOLUTIVO......................................................................... 12 2.4.3 CONTROLE E PREVENÇÃO.......................................................... 12 2.4.4 TRATAMENTO.............................................................................. 13 2.4.5 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA....................................................... 13 2.4.6 OUTRAS INFORMAÇÕES DA DOENÇA...................................... 13 2.5 COCCIDIOSE................................................................................. 15 2.5.1 AGENTE CAUSADOR..................................................................... 15 2.5.2 CICLO EVOLUTIVO......................................................................... 15 2.5.3 CONTROLE E PREVENÇÃO.......................................................... 16 2.5.4 TRATAMENTO................................................................................. 16 2.5.5 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA.................................................... 16 2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................. 18 2.7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS................................................. 19 5 1 INTRODUÇÃO As doenças do complexo parasitário em suínos são de grande importância econômica na suinocultura, porque afeta na qualidade da produção. Por isso é importante conhecer a doença, o agente causador e o ciclo evolutivo para assim traçar um tratamento e um plano de controle e prevenção. Observa-se que quando o índice de doenças é alto o impacto econômico consequentemente é maior, levando o país a prejuízos quando se trata do mercado externo e interno. De acordo com MIELE e WAQUIL (2007), o comércio internacional da carne suína é menor comparado às demais carnes, porém é a principal fonte de proteína animal do mundo. Apesar de que o melhoramento genético trouxe alguns benefícios em relação a resistência dos suínos a esses parasitas é importante avaliar estes animais periodicamente para avaliar se há incidências de doenças parasitárias no rebanho. Além da qualidade do produto é importante que esses animais não percam o seu bem-estar, levando em consideração as 5 liberdades. Objetiva-se nesse trabalho mostrar a caracterização e descrição de algumas doenças parasitárias que acometem o rebanho de suínos, sendo elas Tricuríase, Ascaridíase, Coccidiose e Criptosporodiose. A fim de acrescentar no acervo científico. 6 2 REVISÃO LITERÁRIA 2.1 TRICURÍASE 2.2 AGENTE CAUSADOR A tricuríase causada pelo parasita Trichuris trichiura, bem comum em países em desenvolvimento. Tem maior prevalência, em estados da região norte e Nordeste do Brasil. Seu contágio se dá através da ingestão de alimentos e água contaminada, assim sendo mais prevalente em áreas onde o saneamento básico é precário. (De Oliveira Pereira, 2021) 2.3 CICLO EVOLUTIVO Os humanos são os únicos hospedeiros desse verme e contrai a doença através da ingestão de alimentos ou água contaminada com ovos, envolvendo suas larvas infectantes em seu interior, assim tendo sua forma de contágio fecal-oral. Os ovos da Tricuriase nas fezes depois de serem eliminados, sofrem um amadurecimento de 2/3 semanas sob uma condição adequadas de humidade e temperatura, originando as lavas dos vermes em seu interior, que se for ingerido por humanos, irão sofrer a ação dos líquidos gastrointestinal, assim acontecendo a liberação da lava, próximo a região do ceco. (Santos JP, 2016) 7 2.4 CONTROLE E PREVENÇÃO A prevenção da tricuriase é feita com medidas básicas de higiene, como lavar as mãos antes do preparo e do consumo das refeições, e sempre antes e depois de ir ao banheiro, além do recomendado de molhar-se em águas que possam estar contaminada para evitar o contágio. (Santiago, Leonardo Freire, 2017) 2.5 TRATAMENTO O tratamento da tricuriase é realizado com prescrição de anti-helmínticos. Sendo sugeridos Mebendazol tem algumas superioridades em relação ao Albendazol. Tem grande desempenho a Nitazoxanida que tem grande poder de eliminação do Trichuris trichiura. A OMS recomenda a prescrição bianual da droga Albendazol e Mebendazol como forma de profilaxia. Sobretudo, foi observado uma resistência aos anti-helmínticos ao redor do mundo. (Elsevier, 2020) 2.6 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA As infecções como a tricuriase em suínos tem a importância crescente e são muito observadas em diferentes faixas etárias, provocando um grande impacto para a indústria de suínos em todo mundo. (Jacobson et al., 2005). Estas infecções são responsáveis por aproximadamente 30% das perdas econômicas na suinocultura. moderna (Burch, 2000) Além de alguns hospedeiros oferecer risco para humanos e a saúde pública. (Weiss et al., 1999). 2.7 OUTRAS INFORMAÇÕES DA DOENÇA O gênero trichuris tem mais de 20 espécies que geralmente infectam os grupos taxonômicos de hospedeiros. No entanto, ovos e larvas do trichuris trichiura (humanos) e trichuris suis (suínos) são morfologicamente indistinguíveis, pesquisas tem focado na diferenciação das duas espécies,para reconhecer a extensão da transmissão natural do Trichuris entre humanos e porcos. (Hawash et al., 2016;) 8 2.3 ASCARIDÍASE 2.3.1 AGENTE CAUSADOR O parasita responsável por causar a ascaridíase nos suínos é um helminto da espécie Ascaris suum. Esta espécie é uma das mais importantes dentro da suinocultura devido a frequência com que é registrada e a quantidade de perdas econômicas que ela acarreta (ALENCAR et al., 2011). Os helmintos da família Ascaridae Baird, 1853, normalmente são grandes, sendo que, na espécie suum as fêmeas medem 41cm de comprimento por 5mm de diâmetro, e os machos 15-25cm por 5mm. Apresentam também três lábios bem desenvolvidos um dorsal com duas papilas duplas e dois ventrolaterais (AGUIAR, 2009). 2.3.2 CICLO EVOLUTIVO Tendo um ciclo de vida direto e infecção via oral-fecal, os adultos do A.suum se encontram no intestino delgado dos suínos onde se instalam de forma definitiva. A fêmea, neste local, é capaz de produzir cerca de dois milhões de ovos por dia, estes são liberados no ambiente de forma primitiva (não larvados) junto as fezes do animal (FAUSTO, 2015). É durante seu desenvolvimento que a larva, dentro do ovo, torna-se L3 que é a forma infectante, isto só irá ocorrer em condições ideais de temperatura e umidade. Após serem ingeridos haverá a eclosão dos ovos dentro do intestino delgado do animal, liberando a L3, esta irá penetrar na mucosa do ceco e cólon migrando para o fígado, lá ela irá causar lesões no parênquima do órgão as chamadas milk spots, manchas de leite ou manchas brancas. Em seguida (entre 6 e 8 dias depois da infecção) as larvas são levadas as artérias pulmonares chegando assim aos pulmões. Logo após, elas irão penetrar capilares e alvéolos, atingindo o trato respiratório. Através do estímulo da tosse elas chegam à faringe onde são deglutidas alcançando assim o intestino delgado. Nesse órgão elas realizam a última muda (L5) atingindo a maturidade sexual por volta do 42° dia pós-infecção. O período pré-patente é de 6-9 semanas (BARCELOS et al., 2012; DIAS et al., 2011; NEJSUM et al., 2009a; ROEPSTORFF et al., 1997). 9 A schematic representation of the life cycle of A. suum in the pig (illustration by William P. Hamilton CMI) 2.3.3 CONTROLE E PREVENÇÃO As infecções por helmintos estão diretamente relacionadas com higiene e tipo de manejo sanitário adotados na produção visto que tais fatores influenciam de forma direta no ciclo de vida do parasita e na transmissão da doença (LAI et al., 201; KAGIRA et al., 2008). Em criações extensivas, tem-se maiores porcentagens de parasitismo. Por isso os animais criados dessa forma necessitam de medidas de controle de parasitose bem formuladas. Tais como a transferência de animais para pastagens livres dos helmintos, rotação de pastagens e uso integrado de anti- helmínticos (MURREL, 1986). Os criatórios que têm manejo sanitário de forma irregular devem ter um programa de controle parasitário mais intensivo (CORWIN, 1996; JESUS & MÜLLER, 2000). O tratamento das fêmeas duas semanas antes da parição e novamente depois de paridas e também o tratamento de leitões em crescimento são uma das formas mais convencionais de controle que encontramos nas produções. 2.3.4 TRATAMENTO Os Ascaris suam são sensíveis aos benzimidazóis e pirantel administrados na ração, tiebendazol, levamisol, piperazina, parbendazol e ivermectina injetável (FREITAS, 1976; URQUHART et al., 1998). Além da realização do tratamento com 10 fármacos anti-helmínticos, é necessário utilizar outras medidas que visam limitar a infecção dos animais, como limpar as fêmeas próximas ao parto com água e sabão para remoção dos ovos que estiverem aderidos a pele; manter a higiene correta das instalações; não expor os leitões jovens aos solos contaminados (FREITAS, 1976; URQUHART et al., 1998; SANAVARIA, 2006). Animais infectados por Ascaris suum de fazenda experimental. Verificar a diferença de tamanho entre os animais: tratado (fundo) e não tratado (frente) (fonte: http://www.jircas.affrc.go.jp/english/public) 2.3.5 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Ocorrem diversos prejuízos dentro da produção devido a diminuição no ganho de peso dos animais parasitados, além do aumento na taxa de conversão alimentar (consequentemente o produtor irá gastar mais com ração), condenação hepática, perdas reprodutivas e diminuição da rentabilidade da carcaça ao abate (KNECHT et al., 2011). As perdas econômicas causadas pela condenação parcial ou total dessas carcaças recaem tanto sobre os produtores quanto para a indústria frigorífica (FERREIRA et al., 2012). O parasita também é capaz baixar a imunidade do animal visto que ele é bastante imunogênico (STEENHARD et al., 2009). Dentro da imunologia as infecções helmínticas podem regular de forma negativa as respostas Th1 contra vírus e bactérias com isso há uma redução na eficácia das vacinas, prejudicando a imunidade pós-vacinal. (VAZQUEZ et al., 2012; STEENHARD et al., 2009; URBAN 11 et al., 2007). Esse estresse imunológico também diminui a taxa de crescimento dos suínos. Segundo Mello, 2018 nem sempre as infecções provocam alterações visíveis nos animais (reforçando a importância de se verificar o status sanitário do rebanho) embora possam afetar o desenvolvimento e até mesmo a mortalidade como já dito anteriormente, fora isso ainda se tem os gastos oriundos do diagnóstico e tratamento dos animais. 2.3.6 OUTRAS INFORMAÇÕES DA DOENÇA Este parasito tem uma alta persistência entre os suínos devido a resistência físico-química e longevidade dos ovos, favorecendo a reinfecção dos animais (LIGNON et al. 1985). A maior parte das infecções se dão em leitões após o nascimento quando ainda estão na creche. Em estudo realizado por COSTA et al. (1994), leitões inoculados aos 45 dias de idade com Isospora suis e Ascaris suum infectaram-se somente com o último. Em países endêmicos como Índia e China que utilizam fezes de suínos como adubos, mantendo as criações próximas a humanos com condições inadequadas de higiene, temos um risco de infecções cruzadas muito alto, podendo representar um potencial zoonótico. (COLES et al. 2006, MENSAGEIRO et al. 2014). Para diagnosticar a ascaridíase temos como base a sintomatologia clínica, identificação dos vermes adultos em fezes ou nas necropsias e realização de exames fecais em laboratório para identificar os ovos (URQUHART et al., 1998). Ainda durante a necropsia pode-se evidenciar a presença do A. suum nos animais com as marcas brancas que sua migração deixa no fígado. 12 2.4 CRIPTOSPORIDIOSE 2.4.1 AGENTE CAUSADOR O agente etiológico da criptosporodiose é um protozoário do filo Apicomplexa, do genêro Cryptosporidium. (Barbosa 2015). Se trata de um parasita intracelular e capazes de se desenvolver nas microvilosidades das células epiteliais do trato gastrintestinal de hospedeiros vertebrados (Xiao et al., 2004; Karanis., Aldeyarbi, 2011; Chalmers; Katzer, 2013). 2.4.2 CICLO EVOLUTIVO Esse parasita necessita apenas de um hospedeiro. É formado dois tipos de oocistos: uns de paredes espessas já eliminados infectantes nas fezes, e outros envolvidos por uma fina membrana que se rompem na luz intestinal iniciando um novo ciclo no hospedeiro. (D’Alencar et al. 2011). O oocistos eliminados nas fezes são uma fonte direta de infecção, sendo muito resistente a maioria dos desinfetantes como: álcool, hipoclorito de sódio , fenóis , entre outros. (Toma et al. 2003). Oocistos mantêm sua infectividade no ambiente externo por vários meses, principalmente em águas e ambientes com elevado grau de umidade. (Sunnotel et al., 2006).13 2.4.3 CONTROLE E PREVENÇÃO Uma das fontes de contaminação da doença é a água, alimentos, presença de ratos e frangos na granja foi reconhecido como uma potencial causa de enfermidades (Caccio et al., 2005). Ou seja, a principal forma de controle e prevenção envolve boas condições sanitárias e fiscalização do estado dos animais. (Aguiar 2009, Loddi et al. 2015) 2.4.4 TRATAMENTO Em animais o tratamento é sintomático, já foram usadas drogas anticoccídicas, porém de modo geral não se obteve resposta satisfatória apesar de diversos esquemas testados. (Campos et al. 2012). Quando ocorre de forma natural, a infecção geralmente se apresenta de maneira assintomática ou com poucas alterações clínicas no animal (Quilez et al., 1996; Vitovec et al., 2006). 2.4.5 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Em suínos é uma doença de principal fator de risco para leitões imunodeprimidos, com baixa resistência e neonatos onde a doença pode vir a ser fatal causando perda no rebanho e prejudicando o esquema de produção na granja, consequentemente perda de animais não planejados sempre gera prejuízos econômicos, consequentemente comprometimento na produtividade animal (Decubellis; Graham, 2013). 2.4.6 OUTRAS INFORMAÇÕES DA DOENÇA Vale ressaltar que o atual contexto da criptosporidiose em suínos se dá a infecção pelo circo vírus suíno tipo 2, que dá brecha para o Cryptosporidium se oportunar da situação da imunossupressão causada pelo vírus. (Nishi et al. 2000, Hoff et al. 2005). O diagnóstico da doença é feito através do exame histopatológico de fragmentos de intestino, por exames de esfregaço das fezes submetidos a coloração 14 especial ou pesquisa de oocistos nessas fezes que devem ser coletadas preferencialmente direto do ânus do animal. (Formiga et al. 1980). A contaminação pelo consumo de água contaminada é comum devido a resistência dos oocistos aos métodos de tratamento da água como cloração, ozonização ou filtração. (Stewart et al. 1991). A infecção por Cryptosporidium spp. causa inflamação e atrofia das vilosidades intestinais resultando em perda da superfície de absorção, desequilíbrio no transporte de nutrientes (Thompson; Palmer; O´Handley, 2008). A água pode ser contaminada através de cruzamento de águas de poço ou encanada por água de esgoto, falha nos procedimentos operacionais durante o tratamento da água, desvios de filtro de areia, contaminação de águas superficiais por esterco bovino e influências de efluentes industriais e agrícolas nas águas de recreação. (Nishi et al. 2000, Hoff et al. 2005). Outro ponto a ressaltar é os sintomas que são relacionados a doença, em suínos ocorre diarreia não hemorrágica, falta de apetite consequentemente emagrecimento e desidratação. (Pinto et al. 2007, Aguiar 2009, Brito et al. 2012, Loddi et al. 2015). A patogenia e o quadro clínico da doença são influenciados por vários fatores que incluem entre eles idade, competência imunológica do indivíduo infectado e a associação com outros patógenos (Radostits et al., 2000). 15 2.5 COCCIDIOSE 2.5.1 AGENTE CAUSADOR A coccidiose suína, tem sido causada por várias espécies do gênero Eimeria Spp e Isospora Suis, porém somente a Isospora Suis tem importância como agente causador de perda econômica na suinocultura. É uma das doenças mais importantes que acometem leitões lactantes no Brasil devido à má higienização das instalações. O contágio pode acontecer nos primeiros dias de vida do leitão, sendo os oocistos esporulados ingeridos pelos leitões através de fezes infectadas, instalações e alimentos contaminados (TCC, Fernanda Campos de Oliveira Souza). 2.5.2 CICLO EVOLUTIVO Apresenta estágios de desenvolvimento tanto no hospedeiro quanto no ambiente. No hospedeiro, o órgão mais afetado é o intestino delgado. Os estágios de desenvolvimento são: produzem um ovo microscópico, denominado oocisto que é eliminado nas fezes e sob condições adequadas de desenvolvimento e depois de aproximadamente três dias se tornam esporulados, e esses são responsáveis por acometer os animais. No estágio endógeno, caracterizada pela rápida multiplicação, o esporozoíto entra nas células do intestino do hospedeiro, produzindo vários descendentes. O período pré-patente depende de fatores ambientais como umidade, temperatura e oxigênio, e dura em média 12h e acontece entre o 3-5 dia. (SOBESTIANSKY et al., 2012). 16 2.5.3 CONTROLE E PREVENÇÃO Limpeza das instalações com água quente, detergentes a base de amônia queternária ou cresol, e fogo são formas de controle e prevenção também, além de controle de roedores também. O tipo de piso das granjas pode afetar a incidência de coccidiose, por exemplo pisos sólidos de madeira ou concreto, devido à dificuldade de manter limpos. (SOBESTIANSKY et al., 2012). 2.5.4 TRATAMENTO O tratamento de leitões que estejam apresentando sinais clínicos não é muito eficiente, pois nesses casos os ciclos de vida do parasita estão avançados e as lesões na mucosa intestinal já ocorreram. O que se pode fazer é o tratamento preventivo no segundo ou terceiro dia de vida por via oral com o Toltrazuril, que é m coccidicida de excelente ação e ampla utilização na suinocultura. Essa droga atua interrompendo completamente o ciclo dos coccídeos inibindo az enzimas da cadeia respiratória, impedindo a divisão nuclear de todas as formas endógenas e eliminando a reprodução do parasito, reduzindo também a quantidade de oocistos no ambiente. (CAMPOS, T.M. et. al 2012) 2.5.5 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA A importância econômica da coccidiose se deve não só à morte de leitões, mas principalmente aos impactos negativos sobre o desenvolvimento, com o surgimento de refugos e aos gastos com medicamentos para seu controle. A imunodepressão causada por esta doença abre portas para outros agentes, agravando ainda mais o quadro clínico. (SOBESTIANSKY et al. 2012). 2.5.6 OUTRAS INFORMAÇÕES DA DOENÇA O exame de fezes para a detecção de oocistos constitui o exame mais utilizado para o diagnóstico das endoparasitoses. Hamadejova e Vitovec (2005), afirmaram que a 17 flutuação é o método coprológico mais utilizado para exames parasitológicos de fezes para a parasitose de protozoários e helmintos. Pelo fato de a fase assexuada do parasita ser a mais patogênica, nem sempre o diagnóstico pela detecção do oocisto do protozoário nas fezes de leitões com infecções maciças oferece resultados positivos, pois a diarreia pode se desenvolver antes dos oocistos serem excretados e até mesmo fezes normais podem conter grande número de oocistos. Assim, os animais podem morrer antes mesmo do aparecimento de oocistos nas fezes, principalmente se ocorrer infecção secundária (REBOUÇAS et al., 1992). 18 2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Comparando as 4 doenças citadas neste trabalho, observa-se que há um meio de infecção comum, sendo ela através da ingestão de água e alimentos contaminados. Portanto a profilaxia também é semelhante, visando sempre o controle sanitário na granja. O manejo inadequado dos suínos e a má higiene do local, são os principais contribuintes na introdução dessas doenças, visto que, há um maior risco de infecção nesses locais insalubres. As parasitoses gastrointestinais são prejudiciais a saúde única e também afetam diretamente o mercado de suínos. Há riscos de contaminação cruzada entre os suínos e os seres humanos, sendo os que trabalham diretamente na granja os mais acometidos. A condenação de carcaça é uma ameaça tanto ao produtor quanto a indústria, levando a grandes perdas econômicas. Neste trabalho concluímosque as doenças do complexo parasitário abordados são frequentes nas granjas de suínos, principalmente as que afetam o trato gastrointestinal. Portanto é importante conhecer a doença, o agente causador, ciclo evolutivo e sinais clínicos para chegarmos ao diagnóstico e assim traçar um plano de tratamento, controle e prevenção assertivos. 19 2.7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AGUIAR, Patrícia Coutinho. Aspectos epidemiológicos das parasitoses gastrintestinais de suínos naturalizados de criações familiares do Distrito Federal. 2009. FAUSTO, Mariana Costa. Ascaris suum: diagnóstico, controle alternativo e levantamento na microrregião de Ponte Nova-Minas Gerais. 2015. DIAS, A.S.; TANURE, A.M.; MANHÃES, H.G.V.C. Ocorrência de Ascaris suum em suínos abatidos na Zona da Mata, Minas Gerais. Brazilian 90 Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.48, n.2, p.101-106, 2011. MELLO, Jonathan et al. 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