Buscar

Histórico da Nutrição Experimental

Prévia do material em texto

Histórico da Nutrição Experimental 1
Histórico da Nutrição Experimental
AC → Hipóscrates, Aristóteles, Galenus, Cícero, Virgílio, Seneca
Idade Média → Superstições, São Francisco de Assis, São Thomas de Aquino 
Século XVII e XVIII
Surge na Europa uma tradição de experimentação animal 
René Descartes (596 - 1650) → Defende que animais não tinham alma, portanto eram incapaz de sentir dor e sofrer ("Sem Sensciência") 
Uso de serem "sem alma" absolvia os pesquisadores da possível culpa de utiliza-lo.
Francis Bacon (1561 - 1626)
Fundador da metodologia científica moderna → Novos olhos
Era Moderna
Jeremy Bentham → Preocupação com a dor e com o prazer dos animais
"A questão não é saber se os animais são capazes de raciocinar ou se conseguem falar, mas sim, se são passíveis de sofrimento"
Claude Bernard → Introdução da Medicina Experimental (1865)
Uso de animais essencial 
Linha experimental hipotético-dedutiva
Observação → Hipótese → Experiência → Resultado → Interpretação →
Conclusão (ciência)
Segunda metade do século XX e XXI: 
Preocupação com o "bem-estar" animal na pesquisa e ensino
Criação de Leis e Comitês de Ética científica 
Biotérios adequados para espécies animais
Capacitação dos profissionais
Histórico da Nutrição Experimental 2
Obrigatoriedade dos responsáveis técnicos
Métodos Reconhecidos Para Uso de Animais em Pesquisa
1. Potencial de irritação e corrosão da pele 
2. Potencial de irritação e corrosão ocular
3. Potencial de fototoxicidade
4. Absorção cutânea
5. Potencial de sensibilização cutânea
6. Toxicidade aguda
7. Genotoxicidade
Os 3 R's (1958)
Jon Richmind (2002) comenta que grande parte das informações sobre o funcionamento e a fisiologia dos órgãos e sistemas orgânicos, 
tanto do homem quanto dos animais, foram adquiridos por meio de estudos observacionais 
Até meados do séc. XVII → Animais são seres não sencientes 
Em 1959, na reunião anual da AALAS, Major Charles apresentou um trabalho dos cientistas ingleses William Russel e Rex Burch, sobre 
aspectos éticos e técnicas humanitárias na experimentação animal 
 Estabeleceram os 3 Rs da pesquisa com animais 
Não impedia a utilização de animais, mas fazia uma adequação no sentido de humaniza-la
Distress → 
Animal não consegue se adaptar a uma situação estressante e demonstra comportamento anormal quando exposto a esta. 
O princípio do s 3 R's 
Replacement: Reposição/substituição
Qualquer método científico capaz de substituir o uso de animais vertebrados vivos por materiais sem sensibilidade ou por animais com sistema 
menos desenvolvido, deve ser priorizado.
Os métodos alternativos podem incluir
Pesquisa bibliográfica para uso de dados pré-existentes;
Uso de técnicas de análises fisico-químicas
Uso de modelos matemáticos e computacionais;
Uso de técnicas in vitro inclusive frações subcelulares, culturas primárias e células e tecidos mantidos em culturas por períodos mais longos 
Uso de humanos com acompanhamento de vigilância pós comercialização do produto e abordagens epidemiológicas, bem como os 
aspectos éticos da utilização de voluntários humanos;
Uso de organismos não classificados como animais protegidos (mamíferos superiores).
Reduction: Redução 
É a capacidade de se obter a melhor qualidade e a informação mais exata possível, usando o menor número de animais possível.
Histórico da Nutrição Experimental 3
Entre as formas de pensar na redução estão: 
Tratamento estatístico 
 Reprodutividade
Confiabilidade 
Escolha da espécie e linhagem
Uso compartilhado de animais
Estratégias de pesquisa
Tratamento estatístico: 
Experimentos projetados com cálculos amostrais bem definidos e com métodos estatísticos adequados e bem dirigidos que permitam resultados 
confiáveis e eliminem a necessidade do uso desnecessário e/ou subsequente de animais; 
Escolha da espécie e linhagem: definir o modelo adequado para o experimento
→ Uso de linhagens isogênicas, por possuírem uma homozigose de 98,6% entre seus alelos, retiram do experimento a variabilidade genética
Uso compartilhado de Animais: 
Os pesquisadores, ao terminarem seus estudos, podem fornecer ao laboratório de cultivo celular, células, órgãos, ou até mesmo os animais para 
que estes sejam aproveitados. 
Estratégia de Pesquisa
Fazer um teste piloto, com um nº reduzido de animais, poderá definir a viabilidade do experimento, inclusive, permitindo um melhor 
planejamento do mesmo
Refinement: Refinamento
Toda e qualquer alteração em procedimentos que visem minimizar a dor ou sofrimento do animal desde o seu nascimento até sua morte, visando 
melhora do bem estar 
Procedimento Experimental
Educação e Treinamento
Enriquecimento ambiental 
Eutanásia
Eutanásia: 
Indicada quando o bem estar do animal estiver ameaçado, como meio de eliminar a dor, distresse ou sofrimento dos animais, os quais não podem 
ser aliviados por meio de analgésicos, sedativos ou outros tratamentos.
Animais de laboratório e descobertas científicas: 
Animais de laboratório: São aqueles criados e produzidos sob condições ideais e mantidos em ambiente controlado, com conhecimento e 
acompanhamento microbiológico e genético seguro 
Dilemaw: 
Animais em benefício do homem e dos próprios animais x dor e sofrimento aos animais 
Busca por conhecimentos e liberdade de pesquisa x Dever do homem de manter o bem estar dos animais 
Histórico da Nutrição Experimental 4
Por que utilizar animais? 
Pesquisa
Ensino
Extensão
Fundamental para o progresso das áreas biológicas e da pesquisa científica
Antes de 1900 
Tratamento da raiva
Animais utilizados: Cães e coelhos
Tratamento do Beribéri (B1)
Animais utilizados: Galinhas
Tratamento da varíola
Animais utilizados: Bovinos
De 1900 a 1920
Tratamento da pelagra
Animais utilizados: Cães e macacos Rhesus 
Tratamento do Raquitismo 
Animais utilizados: Cães 
Desenvolvimento da técnica de cateterização cardíaca 
Animais utilizados: cães e coelhos
De 1920 a 1930 
Tratamentos com insulina
Animais utilzados: Cães
De 1930 a 1940 
Prevenção do tétano
Animais utilizados: Vários
Desenvolvimento de Anticoagulantes
Animais utilizados: Gatos
Legislação 
Lei de introdução às normal do direito Brasileiro/ Decreto Lei 4657 de 04 de setembro de 1942: 
'' Ninguém se recusa de cumprir a lei alegando que não a conhece"
No Brasil, ética e bem estar são questões legais
Segunda Guerra mundial 
Histórico da Nutrição Experimental 5
Código de Nuremberg → Os resultados da experimentação com animais devem ser utilizados como base para os experimentos com seres 
Humanos;
Declaração de Helsinque: Devem ser tomados cuidados na condução de experimentos com que possam afetar o meio ambiente e o bem-
estar dos animais utilizados na pesquisa.
Decreto nº 24.645 de 1934 
Estabelece medidas de proteção aos animais
Multas e prisões aos que praticassem atos de abuso ou crueldade em qualquer animal
Tímido reconhecimento sobre práticas com interesse científico.
Decreto nº 3.688 de 1941 
Lei das contravenções penais
Prevê pena para a prática de crueldade animal 
Pena estendida para aquele que, mesmo para fins didáticos ou científicos, realiza em lugar público ou exposto ao público experiência 
dolorosa ou cruel em animal vivo
Lei nº 5.517 de 1968 
Prática clínica e assistência técnica e sanitária dos animais é competência privativa do Médico Veterinário
Constituição Federal de 1988
Artigo 225 → todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
Proteção da fauna e da flora
Sanções penais e administrativas a quem submeter animais a atos de crueldade, independentemente da obrigação de reparo dos danos 
causados
Lei nº 11794, de 2008 
Lei Arouca: regulamenta o uso de animais no ensino e na pesquisa
Criação do CONCEA (Conselho Nacional de Controle em Experimentação Animal)
Criação das Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUA)
Diretriz Brasileira para cuidados na utilização de animais (DBCA)
Resolução nº30 de 02 de Fevereiro de 2016 
Atividades científicas ou didáticas não podem ser iniciadasantes da aprovação formal da CEUA da instituição em que os animais estarão 
sob experimentação/aula;
Estudos pilotos devem ser considerados como integrante de um projeto;
Capacitação. 
CONCEA 
Conselho multidisciplinar
Instância de caráter normativo, consultivo, deliberativo e recusal 
Governo Federal
Competências
Formulação de normas relativas à utilização humanitária de animais para pesquisa e ensino-científico;
Histórico da Nutrição Experimental 6
Estabelecimento de procedimentos para instalação e funcionamento de centros de criação, biotérios e laboratórios experimentais;
Credenciamento de instituições;
Administração do cadastro de protocolos de ensino e pesquisa.
CEUA → Comissão de Ética no Uso de Animais 
Multidisciplinar
Reflexão na experimentação animal
Instituição:
Liberdade e autonomia
Indicação dos membros com transparência
Objetivos do CEUA
Conscientizar a comunidade acadêmica e científica;
Garantir que o estudo está dentro da Legislação;
Manter cadastro atualizado de protocolo experimental e pedagógico;
Incentivo ao uso dos 3rs;
Avaliar a qualificação e a experiência de pessoal envolvido nas atividades de criação, ensino e pesquisa científica;
Avaliar a estrutura física.
Responsabilidade do CEUA 
Assegurar a transparência dos experimentos e atividades de ensino que empregam animais 
Responsabilidade do pesquisador
Cumprir os preceitos éticos
→ Reuniões periódicas para avaliação de Projetos e Protocolocos
CEUA e Controle
Formulários para aprovação da pesquisa
Relatório e de atividades realizadas após a conclusão do estudo 
Competências dos pesquisadores e docentes
1. Submissão de proposta para CEUA antes do início do experimento
Protocolo padrão
Experimento só deve ser realizado mediante a resposta do CEUA 
Qualquer mudança no projeto inicial deve ser comunicada ao CEUA
2. Comunicação com o CEUA
Acidentes com animais 
Fornecimento de informações adicionais 
Envio de relatório final de atividades
Histórico da Nutrição Experimental 7
3. Uso ético de animais: 
Bem-estar animal sempre deve ser levado em consideração
Comprimento do princípio dos 3Rs
4. Sedação, analgesia ou anestesia adequada
"A dor e o sofrimento dos animais devem ser minimizadas ou evitadas. Esse item é tão importante quanto alcançar os objetivos científicos 
ou didáticos".
Competência dos pesquisadores e docentes
Para o uso de animais para fins científicos, didáticos e tecnológicos, é necessário: 
Competência da equipe (capacitação técnica, participação em eventos científicos) 
Instalações corretas (estrutura física, qualidade dos métodos biológicos)
Procedimentos adequados (obediência aos procedimentos legais, critérios de avaliação, espécie-específico). 
Parâmetros a serem considerados para garantia de um experimento ético: 
Ambiente; 
Métodos;
Transporte dos animais;
Tipo de anestesia/analgesia;
Mérito.

Continue navegando