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Doenças imunológicas de interesse estomatológico

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• É considerada uma doença inflamatória, com 
distribuição universal, estando relacionada em sua 
etiologia a uma resposta celular, mediada por linfócitos 
T, que por alguma anormalidade provoca uma 
exacerbação na resposta Th1. 
• Clinicamente, a UAR se caracteriza por úlceras na 
mucosa oral, de formato arredondado ou ovalado, única 
ou múltiplas, circundadas por halo eritematoso e 
cobertas por um exsudato serofibrinoso ou 
fibrinopurulento. 
 
• Existem três formas clínicas de UAR: 
 
➜
• A afta menor (minor ou de mickulicz) é a mais 
prevalente (70% dos casos). 
 
 
 
➜
• A afta maior (Sutton ou Periadenite mucosa) é 
clinicamente mais grave, demorando semanas ou 
meses para se reparar. É muito dolorosa e diminui a 
qualidade de vida dos pacientes 
 
 
 
➜
• É representado por úlceras diminutas, mas em 
grande número (pode chegar a 100). Do ponto de vista 
da gravidade, pode ser classificada como leve (até 5 
episódios/ano), moderada (11 episódios/ano) ou grave 
(um episódio/mês). Não existem exames 
complementares para auxílio ao diagnóstico, sendo este 
baseado em quadro clínico e história de recidivas. 
 
 
 
• Todos os seguintes itens têm sido relatados como 
responsáveis em certos subgrupos de pacientes: 
 ↪ Alergias 
 ↪ Predisposição genética 
 ↪ Anormalidades hematológicas 
 ↪ Influências hormonais 
 ↪ Fatores imunológicos 
 ↪ Agentes infecciosos 
 ↪ Deficiências nutricionais 
 ↪ Suspensão do fumo Estresse 
 ↪ Trauma 
• Quando todos os vários subgrupos são combinados, 
as várias causas agrupam-se em três categorias: 
 ↪ 1. Imuno desregulação primária 
 ↪ 2. Diminuição da barreira da mucosa 
 ↪ 3. Aumento na exposição antigênica 
 
• Doença inflamatória cutaneomucosa, crônica e 
mediada por linfócitos T, cuja etiologia ainda não foi 
esclarecida. É mais incidente a partir dos 50 anos de 
idade, mas não são raros os casos em crianças. 
• Afeta as mucosas, particularmente a oral e genital 
(raramente outras mucosas). Até 70% dos pacientes 
apresentam lesões orais, sendo que até 30% destes 
são exclusivamente afetados na boca. 
• Basicamente, existem duas formas de lesões bucais: 
 
➜
• Normalmente não causa sintomas e envolve a região 
posterior da mucosa jugal bilateralmente. Outras áreas 
da mucosa bucal também podem estar envolvidas 
concomitantemente, como a borda lateral e o dorso da 
língua, a gengiva, o palato, e o vermelhão labial. O líquen 
plano reticular é assim chamado por causa de seu 
padrão característico de linhas brancas entrelaçadas 
(também conhecido como estrias de Wickham); no 
entanto, as lesões brancas podem, em alguns casos, 
apresentar-se como pápula. 
• O diagnóstico frequentemente pode ser realizado 
apenas com os achados clínicos. Dificuldades no 
diagnóstico podem surgir se a candidíase estiver 
sobreposta nas lesões, pois o micro-organismo pode 
alterar o padrão reticular característico do líquen plano. 
 
Líquen plano reticular na região posterior da mucosa julgar 
 
 
Líquen plano reticular no dorso da língua 
 
 
• Tratamento: normalmente não produz sintomas e 
nenhum tratamento é necessário. Ocasionalmente, os 
pacientes afetados podem ter uma candidíase 
sobreposta, neste caso podem se queixar de uma 
sensação de ardência na mucosa bucal. A terapia 
antifúngica é necessária nesses casos. Alguns 
pesquisadores recomendam a reavaliação anual das 
lesões reticulares do líquen plano bucal 
 
➜
• Apesar de não ser tão comum, é mais significativo 
para o paciente porque as lesões geralmente são 
sintomáticas. Clinicamente, observam-se áreas 
eritematosas, atróficas, com graus variáveis de 
ulceração central. A periferia das regiões atróficas 
geralmente é circundada por finas estrias brancas 
irradiadas. Algumas vezes, a atrofia e ulceração estão 
confinadas à mucosa gengival produzindo um padrão 
de reação denominado gengivite descamativa. 
• É mais difícil de ser diagnosticado (com base apenas 
nas características clínicas) do que a forma reticular. 
Caso as típicas estrias brancas irradiadas e áreas 
eritematosas da mucosa atrófica estejam presentes na 
periferia das ulcerações bem-demarcadas na região 
posterior da mucosa jugal bilateral, o diagnóstico pode 
ser estabelecido sem o suporte dos achados 
histopatológicos. Contudo, a biópsia é muitas vezes 
necessária para afastar outras doenças erosivas ou 
ulcerativas, como o lúpus eritematoso ou a estomatite 
ulcerativa crônica. 
 
Líquen plano erosivo na região posterior da mucosa julgar 
 
 
Líquen plano erosivo – geralmente aparece como gengivite 
descamativa 
 
 
Líquen plano erosivo no dorso da língua 
 
 
• Tratamento: é incômodo para o paciente, devido à 
dor na cavidade bucal. Por ser uma condição mediada 
imunologicamente, os corticosteroides são 
recomendados. As lesões respondem aos 
corticosteroides sistêmicos, mas essa terapia tão 
agressiva em geral não é necessária. Um 
corticosteroide tópico potente (p.ex., fluocinonida, 
betametasona, cIobetasol em gel) aplicado várias vezes 
por dia nas áreas mais sintomáticas em geral é 
suficiente para induzir cicatrização dentro 1 ou 2 
semanas. 
 
• É uma condição importante porque, se não tratada, 
muitas vezes resulta na morte do paciente. Além disso, 
as lesões bucais são muitas vezes o primeiro sinal da 
doença, sendo as mais difíceis de resolver com o 
tratamento. Isto tem direcionado a descrição das lesões 
bucais como “as primeiras a surgirem, e as últimas a 
desaparecerem”. 
• As bolhas que caracterizam essa doença ocorrem 
devido a uma produção anormal, por razões 
desconhecidas, de autoanticorpos que são dirigidos 
contra glicoproteínas de superfície da célula epidérmica, 
desmogleína 3 e desmogleína 1. Essas desmogleínas são 
componentes do desmossomos (estruturas de adesão 
entre as células epiteliais) e os autoanticorpos atacam 
esses componentes desmossomais, inibindo a interação 
molecular que é responsável pela aderência. Como 
resultado desse ataque imunológico aos desmossomos, 
uma fenda se desenvolve dentro do epitélio, causando 
a formação de uma bolha intraepitelial. 
• As manifestações siniciais do pênfigo vulgar 
frequentemente envolvem a mucosa bucal, em geral 
em adultos. A idade média no diagnóstico é de 50 anos, 
embora casos raros possam ser observados na infância. 
. Os pacientes normalmente queixam-se de dor na 
mucosa bucal, e o exame clínico exibe erosões 
superficiais e irregulares e ulcerações distribuídas 
aleatoriamente na mucosa bucal. Essas lesões podem 
afetar quase qualquer local da mucosa bucal, embora o 
palato, a mucosa labial, a mucosa jugal, o ventre de 
língua e a gengiva sejam envolvidos com maior 
frequência. Os pacientes raramente relatam a formação 
intra bucal de vesículas ou bolhas e essas lesões podem 
raramente ser identificadas pelo exame clínico, 
provavelmente devido à ruptura precoce do teto fino e 
friável das bolhas. 
 
Múltiplas erosões na mucosa julgar 
 
 
Múltiplas erosões envolvendo a gengiva 
 
 
• Tratamento: consiste basicamente em 
corticosteroides sistêmicos (geralmente prednisona), 
muitas vezes em combinação com outros 
medicamentos imunossupressores (denominados 
agentes poupadores de esteroides), como a azatioprina. 
Embora alguns clínicos recomendem o uso de 
corticosteroides tópicos no tratamento das lesões 
bucais, a melhora observada é sem dúvida pela 
absorção sistêmica dos agentes tópicos, resultando em 
uma maior dose sistêmica. Os efeitos colaterais 
potenciais associados à utilização em longo prazo de 
corticosteroides sistêmicos são significativos e incluem: 
Diabetes Melitos, Supressão adrenal, Ganho de peso, 
Osteoporose, Intensas oscilações de humor e Aumento 
na suscetibilidade de uma grande quantidade de 
infecções. 
 
• Doença inflamatória das glândulas salivares, 
caracterizada por xerostomia, xeroftalmia e aumento de 
glândulas parótidas, associada à presença de 
autoanticorpos anti-Ro/SSA e anti-La/SSB. Está 
associada aoaumento dos níveis no líquido 
cefalorraquidiano (LCR) de IL-1RA, antagonista da 
interleucina-1. Por outro lado, a síndrome de Sjögren é 
caracterizada pela diminuição dos níveis de IL-1ra na 
saliva. 
• O principal sintoma oral é a xerostomia, que é 
causada pelo decréscimo das secreções salivares; 
entretanto, a intensidade desta secura pode variar 
amplamente de paciente para paciente. A saliva pode 
se apresentar espumosa, com perda do reservatório 
usual de saliva no soalho da boca. Os pacientes afetados 
podem queixar-se de dificuldades durante a deglutição, 
de alterações do paladar, ou de dificuldades de usar 
próteses removíveis. A língua geralmente se torna 
fissurada e exibe atrofia das papilas. A mucosa oral pode 
se apresentar vermelha e dolorida, usualmente como 
resultado de uma candidíase secundária. 
 
Síndrome de Sjögren – língua seca e fissurada 
 
 
• Tratamento: é principalmente de suporte. A secura 
ocular é mais bem tratada com o uso periódico de 
lágrima artificial. Além disso, deve-se tentar conservar o 
filme lacrimal através do uso de óculos fechados para 
prevenir a evaporação. Salivas artificiais estão 
disponíveis para o tratamento da xerostomia; balas ou 
gomas de mascar sem açúcar podem auxiliar na 
manutenção da lubrificação oral.

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