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Semiologia endócrina

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SISTEMA ENDÓCRINO 
 
HIPÓFISE 
A hipófise é composta por dois componentes morfológica e 
funcionalmente distintos: o lobo anterior (adeno-hipófise) e 
o lóbulo posterior (neuro-hipófise). A adeno-hipófise 
constitui 80% da glândula. A produção da maioria dos 
hormônios hipofisários é controlada predominantemente 
pela liberação de fatores estimulantes a partir do 
hipotálamo, os quais são carreados para a adeno-hipófise 
por um sistema vascular portal. A prolactina é a maior 
exceção; seu controle hipotalâmico primário é inibitório, 
através da ação da dopamina. 
Existem 5 tipos de células na adeno-hipofise: 
 Somatotróficas: produtoras do hormônio do 
crescimento; 
 Lactotróficas: produtoras de prolactina; 
 Corticotróficas: produzem o adrenocorticotrópico 
(ACTH), a pró-opiomelanocortina (POMC), o hormônio 
estimulador de malanócitos (MSH), as endorfinas e 
lipotropina; 
 Tireotróficas: produzem TSH; 
 Gonadotróficas: produzem FSH e LH. 
A neuro-hipófise consiste em células gliais modificadas 
(pituicitos) e processos axonais que se estendem desde o 
hipotálamo, passando pela haste hipofisária, até o lóbulo 
posterior. Os dois hormônios secretados (ocitocina e ADH) 
são sintetizados no hipotálamo e armazenados dentro dos 
terminais axônicos encontrados na neuro-hipófise. Em 
resposta a um estímulo apropriado, os hormônios pré-
formados são liberados diretamente na circulação sistêmica 
através dos canais venosos da hipófise. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DOENÇA 
HIPOFISÁROA 
Hiperpituitarismo: surge do excesso de secreção dos 
hormônios tróficos. As causas incluem adenoma, hiperplasia 
e carcinomas da adeno-hipófise, secreção se hormônios 
pelos tumores não hipofisários e certos distúrbios 
hipotalâmicos. 
Hipopituitarismo: surge da deficiência dos hormônios 
tróficos. Isso pode ser causado por processos destrutivos, 
inclusive lesão isquêmica, cirurgia ou radiação, reações 
inflamatórias e adenomas hipofisários não funcionais. 
Efeitos de massa locais: entre as primeiras mudanças 
referíveis aos efeitos de massa estão as anormalidades 
radiográficas da sela túrcica. Por causa da grande 
proximidade dos nervos ópticos e do quiasma da sela, as 
lesões hipofisárias expansivas geralmente comprimem as 
fibras cruzadas no quiasma óptico. 
ADENOMAS HIPOFISÁRIOS E HIPERPITUITARISMO 
A causa mais comum de hiperpituitarismo é um adenoma 
que surge no lobo anterior. Os adenomas hipofisários são 
classificados de acordo com o hormônio produzido pelas 
células neoplásicas. 
Os adenomas podem ser funcionais ou não funcionais, sendo 
que os funcionais se associam com o excesso de hormônios 
e suas manifestações clínicas, e os não funcionais, não. 
Os adenomas geralmente são encontrados em adultos, com 
pico de incidência entre 35 e 60 anos de idade. 
O adenoma hipofisário típico é uma lesão mole, bem 
circunscrita, que pode estar confinada à sela túrcica. Lesões 
maiores tipicamente se estendem superiormente através do 
diafragma da sela na região supraselar, onde 
frequentemente comprimem o quiasma óptico e as 
estruturas adjacentes. 
Ao se expandirem, os adenomas podem erodir a sela túrcica 
e os processos clinoides anteriores. Em ate 30% dos casos, 
ocorrem adenomas invasivos. 
Histologicamente, os adenomas típicos são compostos de 
células poligonais relativamente uniformes, arranjadas em 
lâminas ou cordões. O tecido conjuntivo de suporte é 
esparso, responsável pela consistência gelatinosa e mole de 
muitas dessas lesões. 
 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
Os sinais e sintomas incluem anormalidades endócrinas e 
efeitos de massa. 
PROLACTINOMAS 
São o tipo mais frequente de adenoma hipofisário 
hiperfuncional. Essas lesões variam desde pequenos 
microadenomas até grandes tumores expansíveis associados 
a efeitos de massa substanciais. 
Microscopicamente, a grande maioria é composta por 
células francamente acidófilas ou comófobas. 
Têm propensão a sofrer calcificação distrófica, variando 
desde corpos psamonas isolados até calcificações 
extensivas. 
Os níveis séricos aumentados de prolactina causam 
amenorreia, galactorreia, perda da libido e infertilidade. O 
diagnóstico é feito mais prontamente na mulher do que no 
homem, especialmente entre 20 e 40 anos de idade, sendo 
quem em homens e mulheres mais velhas, as manifestações 
hormonais podem ser sutis, permitindo que os tumores 
alcancem tamanho considerável antes de serem 
clinicamente detectados. 
A hiperprolactinemia patológica pode surgir por hiperplasia 
lactotrófica, assim como quando há interferência com a 
inibição normal da secreção de prolactina pela dopamina. 
Isso pode ocorrer como uma consequência de danos à haste 
da hipófise (trauma) ou drogas que bloqueiam os receptores 
de dopamina nas células lactotróficas. Qualquer massa no 
compartimento suprasselar pode perturbar a influência 
inibitória normal do hipotálamo na secreção de prolactina, 
resultando em hiperprolactinemia. Então, uma elevação leve 
na prolactina sérica em uma pessoa com adenoma 
hipofisário não indica necessariamente um tumor secretor 
de prolactina. 
Os prolactinomas são tratados por cirurgia ou com 
bromocriptina, um antagonista do receptor de dopamina 
que faz com que as lesões diminuam de tamanho. 
ADENOMAS DE CÉLULAS SECRETORAS DE HC 
(SOMATOTRÓFICAS) 
Histologicamente, os adenomas que contêm células HC 
puras são classificados em dois subtipos: densamente 
granulado e esparsamente granulado. 
Níveis persistentemente elevados de HC estimulam a 
secreção hepática do fator de crescimento semelhante à 
insulina (IGF-1 ou somatomedina C), o que causa muitas 
manifestações clínicas. Se o adenoma somatotrófico 
aparece em crianças antes das epífises fecharem, os níveis 
elevados de HC (e IGF-1) causam gigantismo. Se os níveis 
aumentados estiverem presentes após o fechamento das 
epífises, os pacientes desenvolvem acromegalia. Nesse caso, 
o crescimento é mais visível na pele e nos tecidos moles; a 
densidade óssea pode estar aumentada (hiperostose) tanto 
na coluna quanto no quadril. O aumento do maxilar resulta 
em projeção (prognatismo), com alargamento da face 
inferior. 
O excesso de HC se correlaciona com outros distúrbios, 
incluindo disfunção gonadal, diabetes melito, fraqueza 
muscular generalizada, hipertensão, artrite, insuficiência 
cardíaca congestiva e risco aumentado de cânceres 
gastrointestinais. 
A falha em suprimir a produção de HC em resposta a uma 
carga oral de glicose é um dos testes mais sensíveis para 
acromegalia. 
O tratamento pode ser cirúrgico ou medicamentoso. O 
último inclui os análogos da somatostatina (tem efeito 
inibitório da secreção hipofisária do HC) ou o uso de 
antagonistas do receptor de HC, o que evita que o hormônio 
se ligue aos órgãos-alvo. 
ADENOMAS DE CÉLULAS SECRETORAS DE ACTH 
(CORTICOTRÓFICAS) 
A produção excessiva de ACTH leva à hipersecreção 
suprarrenal de cortisol e ao desenvolvimento de 
hipercortilismo (síndrome de Cushing). 
HIPOPITUITARISMO 
Pode resultar de doenças do hipotálamo ou da hipófise. A 
hipofunção da adeno-hipófise ocorre quando 
aproximadamente 75% do parênquima são perdidos ou 
ausentes. Isso pode ser congênito ou resultar de uma 
variedade de anormalidades adquiridas que são intrínsecas 
à hipófise. 
• Tumores e outras lesões de massa: qualquer lesão 
de massa na sela pode causar dano por exercer 
pressão nas células hipofisárias adjacentes; 
• Lesões cerebrais traumáticas e hemorragia 
subaracnóidea; 
• Cirurgia ou radiação hipofisária; 
• Apoplexia hipofisária: é uma hemorragia súbita na 
hipófise, ocorrendo frequentemente no adenoma 
hipofisário; é uma emergência; 
• Necrose isquêmica da hipófise e síndrome de 
Sheehan: é a forma mais comum de necrose 
isquêmica clinicamente significativa; durante a 
gestação, a adeno-hipófise aumenta de tamanho e 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
não é acompanhada de aumento no suprimentode 
sangue do sistema venoso de baixa pressão; 
• Cisto na fenda de Rathke; 
• Síndrome da sela vazia: qualquer condição que 
destrua parte ou toda a hipófise pode resultar em 
sela vazia; se refere à presença de uma sela túrcica 
vazia e dilatada; os pacientes afetados são 
mulheres obesas com múltiplas gravidezes; 
• Lesões hipotalâmicas; 
• Distúrbios inflamatórios e infecções como as 
sarcoidoses ou a meningite tuberculosa. 
 
SÍNDROMES DA NEURO-HIPÓFISE 
Diabetes insípido: causada pela deficiência de ADH, uma 
condição caracterizada pela micção excessiva decorrente da 
incapacidade do rim de reabsorver água apropriadamente 
da urina. 
Síndrome da secreção inapropriada de ADH: o excesso de 
ADH causa reabsorção de quantidades excessivas de água 
livre, resultando em hiponatreimia, edema cerebral e 
disfunção neurológica resultante. 
TIREOIDE 
ANATOMIA E HISTOLOGIA 
Os hormônios tireoidianos T3 e T4 se relacionam com 
componentes da homeostase corporal (função cerebral, 
cardiovascular, intestinal, metabolismo celular, produção de 
calor etc.). 
A glândula se situa no meio caminho entre o ápice da 
cartilagem tireoide e a fúrcula esternal, apresentando uma 
relação anatômica posterior importante com a traqueia, que 
é praticamente “abraçada” pela glândula. Por trás da 
traqueia correm os nervos laríngeos recorrente e encontra-
se o esôfago. 
É formada por dois lobos em forma de pera (piriformes), 
ligados por um istmo. Pode haver assimetria entre os lobos, 
geralmente o direito sendo um pouco maior que o esquerdo. 
O peso da glândula varia entre 10 e 20g. Isso é importante, 
pois muitos preferem descrever aumentos da glândula em 
forma de peso (ex.: glândula aumentada, com 
aproximadamente 60g). 
A porção posterior dos lobos piriformes contém as pequenas 
glândulas paratireoides (duas de cada lado), produtoras do 
PTH. 
A tireoide tem um suprimento sanguíneo rico, proveniente 
da artéria tireóidea superior (ramo da carótida externa) e da 
artéria tireóidea inferior (ramo do tronco tireocervical da 
artéria subclávia). A drenagem venosa se faz pelas veias 
tireóideas superior, lateral e inferior, conduzindo sangue 
para as veias jugulares internas ou troncos braquiocefálicos. 
 
Histologicamente, a glândula é formada por uma infinidade 
de folículos esféricos, formado por um epitélio de células 
cuboides especializadas em produzir os hormônios 
tireoidianos (células foliculares tireóideas). No interior de 
cada folículo fica o coloide. Os folículos estão embebidos em 
estroma glandular, que contém a microvasculatura e as 
células intersticiais, entre elas as células parafoliculares 
(células medulares C), secretoras de calcitonina, que, tal 
como o PTH, está envolvida com o metabolismo do cálcio e 
do fosforo. 
 
FISIOLOGIA 
As células que compõem os folículos tireoidianos são 
especializadas em sintetizar, armazenar e secretar os 
hormônios tireoidianos. Estes últimos são derivados do 
aminoácido tirosina e contêm entre 60 e 65% de iodo em sua 
composição. 
Para entender a fisiologia da tireoide, é preciso 
compreender o ciclo do iodo e do eixo hipotálamo-hipófise-
tireoide, no qual participam o TRH (hormônio liberador de 
tireotrofina) e TSH (tireotrofina). 
1. Produção dos hormônios tireoidianos 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
As células do epitélio folicular possuem dois polos e, 
portanto, duas membranas: a membrana apical (voltada 
para o coloide) e a membrana basal (voltada para o 
interstício e capilares). As reações bioquímicas de síntese 
hormonal ocorrem em torno da membrana apical, onde se 
encontra a enzima determinante de todo esse processo, a 
peroxidase tireóidea (TPO). 
Existem 2 hormônios tireoidianos: o T4 e o T3. Eles são 
formados pela iodação de resíduos de tirosina de uma 
glicoproteína chamada tireoglobulina. Esta macromolécula é 
sintetizada na própria célula tireoide, sendo em seguida 
secretada e armazenada no lúmen folicular (coloide). O iodo, 
sob a forma do íon iodeto, é captado pela célula tireoide 
através do carregador Na/I da membrana basal. Esse 
transporte ativo é capaz de garantir uma concentração de 
iodeto livre 30-40 vezes maior que a do plasma. A peroxidase 
tireóidea atua catalisando três reações: 
a. Oxidação do iodo: combinando o iodeto com o 
peroxido de oxigênio; 
b. Iodação dos resíduos de tirosina da tireoglobulina, 
formando as iodotirosinas: MIT (monoiodotirosina) 
e DIT (diiodotirosina); 
c. Acoplamento das iodotirosinas, formando os 
hormônios tireoidianos T3 (MIT+ DIT) e T4 (DIT + 
DIT). 
Os hormônios tireoidianos são armazenados na 
tireoglobulina iodada, que se acumula no lúmen dos 
folículos (coloide). Esses hormônios são liberados através da 
proteólise da tireoglobulina. 
Pequenas porções de coloide são, a cada momento, 
engolfadas pela membrana apical da célula (pinocitose), 
formando vesículas que logo se fundem com lisossomas 
(ricos em proteases ácidas). No interior dos lisossomas, a 
tireoglobulina é hidrolisada, liberando MIT, DIT, T3 e T4. 
Nesse momento, T3 e T4 são liberados para a corrente 
sanguínea, passando pela membrana basal através de um 
carreador hormonal específico. Enquanto isso, o MIT e o DIT 
liberados no citoplasma sofrem ação de uma enzima 
desiodase tipo 1, devolvendo o iodeto para a célula (para 
conservar o iodo). 
A tireoide libera e produz muito mais T4 do que T3. No 
entanto, o T3 é o maior responsável pela atividade fisiológica 
nos tecidos periféricos. O T4 penetra nas células dos órgãos-
alvo e logo é convertido em T3 por intermédio da desiodase 
tipo 1 (maioria dos tecidos) ou tipo 2 (cérebro, hipófise, 
tecido adiposo marrom). O T4 pode ser considerado um pró-
hormônio e o T3 o hormônio ativo. 
Como o iodo é fundamental para a produção de hormônios 
tireoidianos, o corpo possui mecanismos para poupar iodo: 
a reabsorção tubular renal de iodo, a reciclagem 
intratireóidea e extratireóidea do iodo e a captação tireóidea 
e organificação. 
A organificação depende de uma proteína chamada 
pendrina, presente na membrana apical. Essa proteína 
forma poros de passagem do iodo para o interior coloide. A 
síndrome de Pendred é uma doença genética em que há 
deficiência de pendrina, cursando com hipotireoidismo 
primário por deficiência parcial de organificação na tireoide 
e surdez neurossensorial. 
2. Regulação da fisiologia tireoidiana (eixo 
hipotálamo-hipofisário) 
A produção de hormônios tireoidianos é regulada pelo eixo 
hipotála-hipófise-tireoide. 
Os neurônios hipotalâmicos sintetizam e liberam o TRH 
(hormônio liberador de tireotrofina). Essa substância é 
liberada na circulação porta hipofisária, que irriga as células 
da adeno-hipófise, entre elas os tireotrofos (células que 
produzem e secretam TSH). Ao se ligar em seu receptor na 
membrana do tireotrofo, o TRH estimula a liberação e 
síntese do TSH, por um mecanismo proteína 
G/fosfolipaseC/fosfatidilinositol-dependente. 
O TSH é uma glicoproteína composta por duas subunidades: 
alfa e beta. A subunidade alfa é comum aos outros 
hormônios glicoproteicos (LH, FSH e hCG), enquanto a beta 
é responsável pelo efeito hormonal específico. O TSH é 
liberado na circulação sistêmica de forma pulsátil (a cada 2 
horas), respeitando o ciclo circadiano com níveis séricos 
máximos no início da madrugada (entre 0h e 4h). o gerador 
de pulso é o próprio hipotálamo (é liberado pelos neurônios 
hipotalâmicos). O TSH se liga a seu receptor de membrana 
na célula folicular, estimulando o sistema 
proteína/adenilciclase/AMPc. Os principais efeitos do TSH 
na célula folicular são: 
 Efeito trófico: promove a hipertrofia das células 
foliculares, que se tornam mais cilíndricas e volumosas, bem 
como um aumento na vascularização da glândula; 
 Estímulo à síntese de hormônio tireoidiano: 
aumenta a produção da enzima peroxidase (TPO), bem como 
da tireoglobulina e o carreador Na/I; 
 Estímulo à liberação de hormôniotireoidiano: 
aumenta a reabsorção do coloide contendo a tireoglobulina 
iodada, bem como a atividade lisossômica, e 
consequentemente maior será a taxa de hormônio liberado 
e secretado. 
Como funciona o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide? 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
Funciona baseado numa alça de retroalimentação negativa. 
A glândula tireoide secreta T3 e T4. O T4 penetra nos 
neurônios hipotalâmicos e nos tireotrofos, convertendo-se 
em T3, por ação da desiodase tipo 2. O T3 tem a capacidade 
de inibir a liberação hipotalâmica de TRH e a secreção 
hipofisária de TSH. Com isso, os hormônios tireoidianos 
regulam a própria produção: se esta diminui, a produção 
aumentada de TSH e TRH estimula a secreção de T3 e T4; se 
a produção aumenta, a liberação reduzida de TRH e TSH 
diminui a secreção de T3 e T4. 
 
A compreensão desse eixo ajuda a avaliar o significado da 
dosagem hormonal no diagnóstico de doenças tireoidianas. 
Assim, os distúrbios são classificados em primários (de 
origem na própria glândula), secundários (de origem 
hipofisária) ou terciários (de origem hipotalâmica). A 
dosagem de TSH diferencia com precisão o distúrbio 
primário do secundário/terciário. Nos distúrbios primários, o 
TSH sempre varia de forma inversa aos níveis plasmáticos de 
hormônios tireoidianos, devido ao feedback negativo. 
3. Ciclo do iodo e autorregulação tireoidiana 
O iodeto é captado pela célula folicular através do carreador 
Na/I presente na membrana basal. Em seguida, esse iodeto, 
por ação da TPO, é oxidado e incorporado aos resíduos de 
tirosina da tireoglobulina (organificação), sob forma de MIT, 
DIT, T3 ou T4. A tireoide é o maior reservatório de iodo no 
organismo. 
Boa parte do iodo incorporado à tireoglobulina retorna ao 
citoplasma após desiodação do MIT e DIT (reciclagem). Um 
segundo reservatório é representado pelos hormônios 
circulantes. Por fim, a eliminação do iodo é feita 
principalmente pela urina e em menor escala pelas fezes. 
A tireoide mantém relativamente constante a sua produção 
hormonal, apesar da variação do consumo de iodo na dieta. 
O mecanismo dessa autorregulação é explicado pelo efeito 
do iodo sobre seu próprio metabolismo na célula folicular. 
Em estado de depleção de iodo, sua captação pelo Na/I é 
estimulada, bem como a síntese preferencial de T3 em 
relação ao T4. 
Em estados de excesso de iodo, a sua organificação é inibida, 
um fenômeno chamado de efeito Wolff-Chaikoff. Em 
indivíduos normais, há um mecanismo fisiológico de escape 
a este efeito, evitando que a ingestão excessiva de iodo 
provoque hipotireoidismo. 
4. Transporte e metabolismo de hormônios 
tireoidianos 
4.1. Transporte de hormônios tireoidianos 
Depois de liberados, T3 e T4 são carreados por proteínas 
plasmáticas, distribuídos da seguinte forma: 70% ligados à 
TBG (globulina ligadora de tiroxina), 10% ligados à TBPA (pré-
albumina ligadora de tiroxina) e 15% à albumina. 
Apesar dos níveis de T4 total serem bem maiores do que os 
de T3 total, o T3 livre tem concentração mais próxima à do 
T4 livre, e é a fração livre que tem importância fisiológica. 
Nos distúrbios, são os níveis da fração livre que se alteram, 
influindo diretamente sobre a fração ligada e, portanto, 
sobre a concentração plasmática total. Quase todo o 
hormônio plasmático está ligado a estas proteínas. Por 
exemplo, níveis elevados de TBG aumentam a concentração 
plasmática das formas ligadas e reduzem inicialmente a 
concentração das formas livres. Porém, o eixo hipotálamo-
hipófise-tireoide se encarrega de manter a concentração das 
formas livres no valor normal, após o equilíbrio. O resultado, 
portanto, será um pronunciado aumento do T4 total e T3 
total, sem alterar o T4 livre e o T3 livre. Por outro lado, níveis 
reduzidos de TBG têm o efeito inverso (levam à redução do 
T4 total e T3 total, sem alterar a concentração de hormônios 
livres). 
4.2. Metabolismo dos hormônios tireoidianos 
A tireoide produz 20 vezes mais T4 do que T3. Mas, os 
tecidos periféricos, especialmente fígado e rim, convertem 
T4 em T3, por ação da enzima desiodase tipo 1. 
A maior parte do T3 circulante vem da conversão periférica 
de T4 pela desiodase. A inibição dessa enzima, como ocorre 
no hipotireoidismo, em qualquer doença grave ou pelo uso 
de algumas drogas causa uma queda imediata nos níveis 
plasmáticos de T3 livre. No hipertireoidismo, esta enzima é 
estimulada, explicando os altos níveis de T3. O T3 é o 
principal responsável pelo efeito fisiológico dos hormônios 
tireoidianos, por ter uma potência de ação superior à do T4. 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
A desiodase tipo 2 é encontrada no SNC, na hipófise e no 
tecido adiposo marrom, sendo responsável pela conversão 
da T4 e T3. 
No hipotireoidismo, a desiodase tipo 1 é inibida, e no 
hipertireoidismo é ativada. 
A desiodase tipo 2 é estimulada no hipotireoidismo e inibida 
no hipertireoidismo, em uma tentativa de manter os níveis 
intracelulares de T3 especialmente no SNC. 
A desiodase tipo 3 é a enzima desativadora de T3. Está 
presente em grande quantidade na placenta, protegendo o 
feto contra os hormônios tireoidianos da mãe. 
Hemangiomas gigantes se associam a uma grande 
quantidade dessa enzima. 
5. Mecanismos de ação dos hormônios 
Tanto T3 quanto T4 penetram no citoplasma das células-
alvo. Acredita-se que T4 seja apenas um pró-hormônio, 
sendo então convertido em T3. O T3 penetra o núcleo da 
célula, onde encontra seu receptor específico TR e se liga a 
ele. O complexo T3-TR se liga a uma porção do DNA nuclear, 
nomeada elemento de resposta ao hormônio tireoidiano, 
promovendo um aumento ou diminuição da atividade da 
RNA polimerase sobre um ou mais genes responsivos. A 
interferência sobre a transcrição acaba por regular a síntese 
de algumas proteínas que, em última análise, serão as 
responsáveis pelo efeito hormonal na célula. 
5.1. Desenvolvimento fetal 
A partir da 11ª semana de gestação, o sistema hipotálamo-
hipófise-tireoide do feto começa a funcionar. Estes são 
fundamentais para o crescimento, desenvolvimento 
cerebral e maturação óssea. O hipotireoidismo fetal leva à 
síndrome do cretinismo (retardo mental e nanismo). 
5.2. Metabolismo 
O hormônio tireoidiano aumenta o consumo de oxigênio e a 
produção de calor em todos os tecidos menos o cérebro, o 
baço e os testículos. Esse efeito se deve ao acúmulo de Na-
K-ATPase da membrana plasmática. 
5.3. Sistema cardiovascular 
O hormônio tireoidiano aumenta a transcrição da cadeia 
pesada de miosina tipo alfa, melhorando a contratilidade 
miocárdica, além de contribuir para a transcrição da Ca-
ATPase, enzima responsável pelo relaxamento miocárdico 
diastólico ativo. Talvez o efeito cardiovascular mais 
importante seja o aumento dos receptores beta-
adrenérgicos. 
5.4. Outros efeitos 
Os hormônios tireoidianos contribuem para a função 
cerebral, incluindo a rapidez de raciocínio e a capacidade de 
concentração. Mantêm a atividade neuromuscular, 
estimulando os reflexos tendinosos e a capacidade de 
contração muscular. Mantêm normais os estímulos hipóxico 
e hipercápnico no centro respiratório bulbar. 
No TGI estimula a motilidade da musculatura lisa. Por 
aumentarem a reabsorção óssea, o catabolismo proteico, a 
glicogenólise, a lipólise e a gliconeogênese, os hormônios 
tireoidianos são considerados catabólicos. 
Estimulam a degradação do colesterol por aumentarem os 
receptores de LDL nos hepatócitos. 
HIPERTIREOIDISMO E DOENÇA DE GRAVES 
O termo hipertireoidismo primário é usado quando a fonte 
do problema está na glândula tireoide e não na hipófise ou 
hipotálamo. 
Tireotoxicose é qualquer estado clínico resultante do 
excesso de hormônios da tireoide nos tecidos. Embora na 
maior parte das vezes seja causada pela hiperfunção 
tireoidiana, existem síndromes associadas à função normal 
ou diminuída da glândula. 
Hipertireoidismo é definido como hiperfunção datireoide, 
ou seja, um aumento na produção e na liberação de 
hormônios tireoidianos. Leva à tireotoxicose. 
A doença de Graves é a principal causa de hipertireoidismo 
e trata-se de uma desordem imunológica que tem como 
característica um estímulo, por meio de anticorpos 
antirreceptor de TSH, à glândula da tireoide. 
DOENÇA DE GRAVES 
É uma desordem autoimune, de etiologia desconhecida, que 
apresenta como características uma síntese e secreção 
excessivas de hormônios da tireoide e achados clínicos 
muito típicos, que consistem em bócio difuso, oftalmopatia, 
dermopatia (mixedema pré-tibial) e acropatia. 
É mais comum em mulheres e o pico de incidência situa-se 
entre 20 e 50 anos, sendo a causa mais comum de 
hipertireoidismo espontâneo em pacientes abaixo dos 40 
anos. 
PATOGÊNESE 
Nos pacientes com doença de Graves, os linfócitos B 
sintetizam anticorpos contra receptores de TSH localizados 
na superfície da membrana da célula folicular. Estes 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
anticorpos são capazes de produzir um aumento no volume 
e na função da glândula. Essa imunoglobulina é chamada de 
imunoglobulina estimuladora da tireoide ou anticorpo 
antireceptor de TSH estimulante (TRABb). 
O receptor de TSH é uma proteína G da membrana 
plasmática, ativando a adenilato ciclase para a produção de 
AMP cíclico como segundo mensageiro. No caso de 
anticorpos estimuladores, eles se ligam ao receptor e 
desempenham o papel do TSH, como hipertrofia glandular, 
aumento da vascularização da glândula e aumento da 
produção e secreção de hormônios. 
As imunoglobulinas que reconhecem os receptores de TSH 
não necessariamente levam à hiperfunção da glândula. 
Alguns desses anticorpos provocam apenas aumento 
(bócio), sem hiperfunção, e outros levam a uma atrofia do 
tecido tireoidiano. 
Na oftalmopatia, as células musculares lisas e, 
principalmente, os fibroblastos, exibem com certa 
frequência em sua superfície de membrana antígenos 
algumas vezes muito semelhantes aos receptores de TSH. 
Isso produz uma reação cruzada desses anticorpos, 
determinando um “ataque” autoimune no tecido reto-
ocular e periocular, com liberação de citocinas pró-
inflamatórias e fibrosantes. 
Além disso, existem outros anticorpos relacionados com a 
doença. O anticorpo anti-TPO está presenta em 80% dos 
casos. É uma espécie de um marcador universal da doença 
tireoidiana autoimune. 
A doença autoimune de tireoide pode alternar fases de 
hipotireoidismo com fases de hipertireoidismo, dependendo 
de qual tipo de anticorpo está sendo predominantemente 
produzido, bloqueador ou estimulador. 
Há aumento da incidência dessa desordem em indivíduos 
submetidos a uma dieta rica em iodo e uma predisposição 
do aparecimento desse distúrbio na gravidez, quando a 
tolerância imunológica é baixa. 
Há associação entre a doença de Graves e outras desordens 
autoimunes endócrinas, como diabetes melito tipo 1 e a 
doença de Addison, e não endócrinas, como a miastenia 
gravis, hepatite crônica ativa, anemia perniciosa, artrite 
reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e vitiligo. 
PATOLOGIA 
A glândula encontra-se simetricamente aumentada, devido 
à hipertrofia e hiperplasia das células foliculares. À 
macroscopia, a glândula se apresenta macia e lisa, com a 
cápsula intacta e com o peso aumentado. 
Do ponto de vista histológico, existe uma superpopulação de 
células foliculares, que fazem protrusão em forma de papila 
para o lúmen do folículo. Ocorre aumento significativo de 
tecido linfoide no estroma interfolicular, com algumas áreas 
apresentando agregados de linfócitos B autorreativos. 
 
Nos pacientes com oftalmopatia, os tecidos da órbita 
encontram-se edemaciados devido à presença de 
mucopolissacarídeos hidrofílicos e encontra-se fibrose e 
infiltração linfocitária. 
A musculatura extraocular também apresenta edema, 
infiltração com células redondas, deposição de 
mucopolissacarídeo e fibrose. A tireotoxicose grave pode 
levar a alterações degenerativas na fibra muscular 
esquelética, hipertrofia cardíaca, necrose hepática focal com 
infiltração de linfócitos, diminuição da densidade mineral 
óssea e queda de cabelos. A principal e mais característica 
manifestação dermatológica é o mixedema pré-tibial, que 
apresenta deposição de mucopolissacarídeos e infiltração 
linfocitária em suas lesões. 
 
Fatores de risco: 
• Suscetibilidade genética; 
• Infecção; 
• Estresse; 
• Gênero: é mais comum em mulheres; 
• Gravidez; 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
• Iodo e medicamentos: o iodo pode lesar as células 
tireoidianas que liberam antígenos, servindo de 
estímulo para a formação de anticorpos; 
• Radiação. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
TIREOTOXICOSE 
As manifestações decorrem da estimulação do metabolismo 
dos tecidos pelo excesso de hormônios tireoidianos. 
O paciente (geralmente uma mulher jovem ou de meia 
idade) relata uma história, geralmente de longa data, de 
insônia, cansaço extremo, agitação psicomotora, 
incapacidade de concentração, nervosismo, dificuldade em 
controlar emoções, agressividade com membros da família 
ou colegas de profissão, sudorese excessiva, intolerância ao 
calor, hiperdefecação e amenorreia ou oligomenorreia. 
No exame físico percebe-se a pele quente e úmida, as 
extremidades superiores apresentam tremor fino e 
sustentado, os cabelos caem com facilidade. 
Os achados oftalmológicos como retração palpebral, olhar 
fixo e brilhante e o piscar frequente representam 
exacerbação simpática. 
As manifestações cardiovasculares incluem hipertensão 
sistólica, pressão de pulso alargada (PA divergente) e 
taquicardia sinusal. Essa PA divergente é explicada pelo 
aumento dos receptores beta-adrenérgicos: no coração eles 
determinam efeito cronotrópico e inotrópico positivo 
(aumentando a PA sistólica) e na periferia, a ação 
predominante nos receptores beta-2, que fazem 
vasodilatação, determinando uma redução da resistência 
vascular periférica (diminuindo PA diastólica). À ausculta, 
encontra-se uma bulha B1 hiperfonética, um sopro sistólico 
inocente e eventualmente uma terceira bulha fisiológica. A 
fibrilação atrial pode aparecer em qualquer momento, 
levando em alguns casos a uma descompensação aguda da 
função miocárdica. Alguns pacientes evoluem para 
cardiomiopatia dilatada. 
DOENÇA DE GRAVES 
Presença de bócio difuso e simétrico à palpação. 
Em alguns pacientes observa-se sopro e frêmito sobre a 
glândula, ocorrendo devido a um aumento da vascularização 
local. É um achado característico da doença. Até que se 
prove o contrário, qualquer paciente com bócio difuso e 
hipertireoidismo tem doença de Graves. 
A oftalmopatia pode ser dividida em dois tipos: o primeiro 
tipo afeta principalmente mulheres jovens, causando graus 
variados de proptose simétrica, com limitação mínima da 
motilidade ocular ou sem limitação. O segundo tipo causa 
uma miopatia restritiva, com diplopia e proptose 
assimétrica, afeta mais mulheres que homens. 
Quanto aos achados laboratoriais, ocorre leucopenia, 
hipercalciúria e hipercalcemia e hiperbilirrubinemia (casos 
graves), além do aumento das transaminases, FA e GGT, 
demonstrando comprometimento hepático. 
HIPOTIREOIDISMO E BÓCIO ATÓXICO 
O hipotireoidismo é uma síndrome clínica causada por 
síntese/secreção insuficiente ou ação inadequada dos 
hormônios da tireoide nos tecidos, resultando em 
lentificação generalizada do metabolismo. 
Em suas formas mais graves ocorre deposição de 
mucopolissacarídeos na derme, gerando edema sem cacifo, 
conhecido como mixedema. 
O hipotireoidismo central reúne as formas secundárias e 
terciárias do local de falência. 
Os principais fatores de risco são: idade acima de 65 anos, 
sexo feminino, puerpério, história familiar, irradiação previa 
de cabeça e pescoço, doenças autoimunes, síndrome de 
Down e Turner... 
ETIOLOGIA 
A tireoide de Hashimoto é a causa mais comum de 
hipotireoidismo emáreas com suficiência de sódio. Trata-se 
de uma doença autoimune assintomática nos primeiros 
meses ou anos, mas que lentamente destrói o parênquima 
glandular. Clinicamente, no momento do diagnóstico, o 
paciente pode estar eutiroidiano, apresentar 
hipotireoidismo ou tireotoxicose (quando ocorre liberação 
de hormônio pré-formado antes da destruição da glândula, 
sem que haja estímulo funcional sobre ela). 
Laboratorialmente, identifica-se o autoanticorpo anti-TPO, 
além do aumento de TSH. 
Depois de Hashimoto, em áreas com suficiência de iodo, a 
etiologia mais frequente em adultos passa a ser a 
iatrogênica. A maioria dos doentes submetidos à 
tireoidectomia necessitará de reposição de levotiroxina para 
o resto da vida. 
Em áreas com baixo aporte de iodo na dieta a causa mais 
comum se torna a nutricional. 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
Em crianças, a etiologia depende da faixa etária. Em 
neonatos sobressaem as diversas formas de hipotireoidismo 
congênito. 
O hipotireoidismo central tem como causas mais 
prevalentes em adultos os tumores hipofisários. A necrose 
hipofisária pode surgir no contexto de hemorragias pós-
parto graves (síndrome de Sheehan). Em crianças, a causa 
mais comum é o craniofaringioma, um tipo especial de 
tumor hipofisário cujo grande marco radiológico é a 
presença de calcificações heterogêneas na sela turca. 
SINAIS E SINTOMAS 
Para deduzir as manifestações clínicas, deve-se ter em 
mente que duas manifestações básicas ocorrem na ausência 
de hormônio tireoidiano: lentificação generalizada dos 
processos metabólicos e acúmulo de glicosaminoglicanos no 
interstício de órgãos e tecidos. 
Cansaço, fraqueza, pele seca, intolerância ao frio, edema 
facial, de mãos e de pés, alopecia difusa, madarose lateral, 
hipertensão arterial, bradicardia, retardo na recuperação do 
reflexo Aquileu, dispneia, rouquidão, depressão, amnesia, 
ganho de peso. 
 
TIREOIDITES 
O mecanismo patogênico das tireoidites pode ser infeccioso, 
autoimune ou outros (trauma, radiação, drogas). 
As tireoidites promovem lesão inflamatória do parênquima 
tireoidiano, de forma que o conteúdo coloide dos folículos é 
extravasado, liberando tireoglobulina, T3 e T4 para a 
circulação. Por essa razão, a fase inicial costuma cursar com 
tireotoxicose manifesta ou subclínica. Após as primeiras 
semanas, o hormônio previamente estocado já foi liberado, 
enquanto a lesão das células foliculares reduz a síntese de 
hormônios tireoidianos. Nesse momento, instala-se o 
hipotireoidismo, na maioria das vezes subclínico. No caso 
das tireoidites subagudas essa fase é autolimitada, pois o 
tecido se regenera mais tarde. Na tireoidite crônica 
autoimune (Hashimoto), essa fase progride insidiosamente 
para hipotireoidismo clinicamente manifesto. 
Os níveis séricos de tireoglobulina estão caracteristicamente 
elevados em todos os casos de tireoidite. 
TIREIOIDITE DE HASHIMOTO 
É a causa mais comum de hipotireoidismo permanente em 
regiões sem deficiência de iodo. É uma doença 
caracteristicamente de mulheres mais velhas. 
São sinônimos: tireoidite crônica e tireoidite linfocítica 
crônica. 
ETIOPATOGENIA 
A etiologia é desconhecida. 
O resultado final é uma reação imunológica voltada contra 
uma série de antígenos tireoidianos, utilizando tanto a via 
celular (linfócitos TCF8) quanto a via humoral 
(autoanticorpos). 
QUADRO CLÍNICO 
A fase inicial cursa com elevação transitória dos hormônios 
tireoidianos, eventualmente levando à tireotoxicose. A 
maioria dos pacientes se apresenta assintomática no início 
da doença. A segunda fase da doença é o hipotireoidismo 
subclínico, caracterizado pela elevação do TSH com T4 ainda 
dentro da normalidade. A evolução para a terceira fase da 
doença é o hipotireoidismo clinicamente manifesto. 
Pode ocorrer encefalopatia de Hashimoto, na qual as 
manifestações encontradas incluem sinais semelhantes a 
um AVC, convulsões, psicose, aumento de proteínas no 
liquor e alterações no eletroencefalograma. 
Em 75% dos casos o bócio surge decorrente do efeito trófico 
do TSH no tecido folicular remanescente. 
DIAGNÓSTICO 
Histologicamente, há substituição do tecido folicular normal 
por um infiltrado linfocítico, inclusive com a formação de 
centros germinativos linfoides. As células de Askanazy, 
consideradas patognomônicas da doença, representam 
estágio avançado de lesão nas células foliculares. 
TIREIODITE SUBAGUDA LINFOCÍTICA 
Caracteriza-se pela instalação de uma tireoidite indolor, 
manifestando-se apenas com um período transitório de 
tireotoxicose, seguido de hipotireoidismo autolimitado. 
Pode ser considerada uma variante mais branda da tireoidite 
crônica autoimune, sendo que 50% dos casos tendem a 
evoluir para a tireoidite de Hashimoto. 
ETIOPATOGENIA 
É uma condição autolimitada. Anticorpos anti-TPO e 
antitireoglobulina estão positivos em 50% dos casos. 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
O histopatológico mostra um infiltrado linfocítico difuso, 
sem associação com lesões degenerativas e fibróticas 
importantes. 
QUADRO CLÍNICO 
Mais comumente, se apresenta como um quadro de 
tireotoxicose clinicamente manifesta. O caráter 
autolimitado inicial é o que caracteriza a doença. A tireoide 
permanece com tamanho normal ou levemente aumentada. 
Os níveis séricos de tireoglobulina estão caracteristicamente 
elevados. 
TIREOIDITE GRANULOMATOSA 
É caracterizada por um quadro álgico na região cervical 
anterior, associada ou não à tireotoxicose transitória. 
É uma doença reativa pós-viral, sendo que a infecção viral 
desencadeia uma reação imunológica a antígenos 
tireoidianos que possuem reação cruzada com os antígenos 
virais. 
A reação inflamatória resultante é do tipo granulomatosa, 
rica em macrófagos ativados, células gigantes de Langerhans 
e linfócitos CD4 em seu entorno. 
Cerca de 1-3 semanas após um quadro gripal, ocorre dor na 
região cervical anterior, garganta ou ouvidos e pode ser 
muito intensa. A glândula encontra-se levemente 
aumentada em seus dois lobos e muito dolorosa. São 
comuns o mal-estar, a mialgia e a febre baixa. 
 
BÓCIO DIFUSO E MULTINODULAR 
O aumento da tireoide é a manifestação mais comum de 
doença tireoidiana. 
Reflete a síntese prejudicada de hormônio, a qual é mais 
frequentemente causada por deficiência alimentar de iodo. 
O dano da síntese de hormônio leva ao aumento 
compensatório no nível sérico de TSH, o qual, por sua vez, 
causa hipertrofia e hiperplasia das células foliculares 
tireoidianas. O aumento compensatório da massa funcional 
da glândula é capaz de superar a deficiência hormonal na 
maioria dos indivíduos. 
BÓCIO DIFUSO NÃO TÓXICO 
Causa alargamento da glândula inteira sem a produção de 
nodularidade. 
O bócio endêmico ocorre nas regiões onde há deficiência de 
iodo. 
A falta de iodo leva à síntese diminuída de hormônio 
tireoidiano e a um aumento compensatório no TSH, levando 
à hipertrofia e hiperplasia das células foliculares. 
BÓCIO MULTINODULAR 
Com o tempo, episódios recorrentes de hiperplasia e 
involução se associam para produzir um aumento mais 
irregular da tireoide, o bócio multinodular. 
As características clínicas se associam com os efeitos de 
massa da glândula aumentada. 
 
NEOPLASIAS DA TIREOIDE 
ETIOLOGIA 
A transformação neoplásica do epitélio tireoidiano ocorre 
em células que sofreram alterações genéticas cumulativas, 
tanto em proto-oncogenes quanto em genes supressores 
tumorais. 
Independente dos fatores de risco, certas características 
clínicas aumentam a probabilidade pré-teste de um nódulo 
tireoidiano ser maligno: crescimento rápido, fixação aos 
tecidos adjacentes, surgimento de rouquidão e/ou 
adenomegalia ipsilateral. 
ADENOMAS 
São tipicamente massas solitárias, discretas e derivadas do 
epitélio folicular, e por isso são conhecidos como adenomas 
foliculares. 
É uma lesão solitária, esférica e encapsulada que é bem 
demarcadado parênquima tireoidiano circundante. 
O marco de todos os adenomas (incluindo o adenoma da 
célula de Hürthle) é a presença de uma cápsula bem 
formada, intacta, circundando o tumor. 
Clinicamente, podem se apresentar como massas indolores 
unilaterais. 
CARCINOMAS BEM DIFERENCIADOS 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
Representam o tipo mais comum de câncer de tireoide, 
sendo mais frequente no sexo feminino. O termo “bem 
diferenciado” quer dizer que sua citoarquitetura é parecida 
com a do tecido normal. 
CARCINOMA PAPILÍFERO 
É o tumor maligno mais comum da tireoide, especialmente 
em crianças. 
As principais características citológicas são: núcleos 
aumentados, que podem ter aspecto fissurado lembrando 
um grão de café; cromatina hipodensa, semelhante a vidro 
fosco; corpúsculos de inclusão intranucleares; corpos de 
psamoma, que são grupamentos de células calcificadas. 
Na biópsia, o tecido neoplásico comumente se organiza em 
papilas. 
Geralmente não é encapsulado, apresenta crescimento 
lento e na maioria dos casos invade linfonodos regionais. A 
frequência do envolvimento nodal tende a ser maior em 
crianças. 
Metástases à distância ocorrem somente em 2 a 10% dos 
casos, sendo o pulmão o órgão mais afetado, seguido pelo 
osso e SNC. As metástases pulmonares podem aparecer 
como um infiltrado nodular bilateral difuso, assintomático, 
que pode perdurar por anos. 
A apresentação varia na dependência do estágio tumoral. 
Geralmente o indivíduo se encontra eutireoidiano, com uma 
massa de crescimento lento, não dolorosa. Em casos 
avançados, aparecem sintomas compressivos locais como 
disfagia e rouquidão. 
O manejo de tumores bem diferenciados é 
fundamentalmente cirúrgico. O estadiamento está completo 
somente após o ato cirúrgico. 
 
 
CARCINOMA FOLICULAR 
Se dissemina preferencialmente pela via hematogênica, 
enviando metástases ósseas, pulmonares e hepáticas de 
maneira precoce. 
Pode ser classificado em dois subtipos: minimamente 
invasivo (invasão microscópica da cápsula) e altamente 
invasivo ou angioinvasivo (atravessa a cápsula e penetra nos 
vasos sanguíneos). 
 
CARCINOMA DE CÉLULAS DE HÜRTHLE 
As células de Hürthle são derivadas do epitélio folicular e 
têm como característica seu grande tamanho e citoplasma 
eosinofílico e granular. 
Esse carcinoma é considerado uma variedade menos 
diferenciada e mais agressiva do carcinoma de células 
foliculares, que afeta a população mais idosa. 
Envia metástases com frequência para linfonodos regionais. 
CARCINOMAS POUCO DIFERENCIADOS 
CARCINOMA MEDULAR (CMT) 
Representa de 5 a 10% dos tumores malignos da tireoide, 
tendo origem a partir de células parafoliculares ou células C, 
produtoras de calcitonina, um hormônio envolvido no 
metabolismo do cálcio. 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
As células do CMT possuem atividade biossintética 
exagerada, podendo produzir serotonina, prostaglandinas e 
corticotrofinas (ACTH). Os níveis de calcitonina servem como 
triagem pré-operatória e para avaliar recidiva no pós-
operatório. 
Os pacientes com CMT esporádico podem apresentar uma 
massa palpável. A doença localmente avançada pode levar à 
rouquidão, disfagia e sinais de comprometimento 
respiratório. 
A diarreia se encontra presente em cerca de 30% dos casos, 
sendo ocasionada por uma maior secreção jejunal de água e 
eletrólitos induzida pela calcitonina. 
Ocorre invasão local, linfática e hematogênica, esta última 
em fases tardias, com pulmão, fígado e ossos 
comprometidos. 
 
CARCINOMA INDIFERENCIADO OU ANAPLÁSICO 
É o tumor de maior agressividade. É uma doença 
extremamente invasiva, acometendo em poucos meses toda 
a tireoide e estruturas vizinhas, sendo quase sempre fatal. 
O crescimento tumoral é extremamente rápido, com invasão 
de linfonodos e estruturas contíguas. A disseminação ocorre 
por via linfática e hematogênica, acometendo linfonodos 
cervicais, cérebro, pulmões e ossos. 
Do ponto de vista histológico, o tumor exibe uma grande 
variedade de células, podendo ser dividido em subtipos de 
acordo com a população de células predominantes: 
pequenas células, grandes células e escamosas. 
Geralmente se apresente em mulheres idosas. Há história de 
nódulo tireoidiano presente por algum período, que 
aumenta de volume e/ou torna-se doloroso. À palpação, o 
tumor se encontra aderido a estruturas vizinhas e pode estar 
ulcerado. Áreas amolecidas representando necrose podem 
ser palpadas no meio da massa tumoral e simulam 
abscessos. 
 
 
 ADRENAL 
As glândulas suprarrenais são órgãos endócrinos pareados 
que consistem em um córtex e uma medula, o que as difere 
no seu desenvolvimento, estrutura e função. Abaixo da 
cápsula da suprarrenal está a camada estreita da zona 
glomerulosa. 
O córtex da suprarrenal sintetiza três diferentes tipos de 
esteroides: 
1. Glicocorticoides, que são sintetizados 
primariamente na zona fasciculada; 
2. Mineralocorticoides (aldosterona), na zona 
glomerulosa; 
3. Esteroides sexuais, na zona reticular. 
A medular sintetiza e secreta catecolamina, principalmente 
epinefrina. 
HIPERFUNCIONAMENTO ADRENOCORTICAL 
SÍNDROME DE CUSHING 
Este distúrbio é causado por qualquer condição que produza 
níveis elevados de glicocorticoides. 
Os adenomas hipofisários secretores de ACTH são 
responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de 
hipercortisolismo endógeno. 
As glândulas adrenais em indivíduos com a síndrome são 
caracterizadas por graus variáveis de hiperplasia cortical 
nodular, causada pelos níveis elevados de ACTH. 
No caso de síndrome de Cushing independente de ACTH, a 
condição bioquímica necessária para a ocorrência do quadro 
é a presença de níveis séricos elevados de cortisol e baixos 
níveis de ACTH. 
Os estágios iniciais do distúrbio podem se apresentar com 
hipertensão e ganho de peso. Com o tempo, o padrão 
característico de deposição de tecido adiposo se torna 
aparente na forma de obesidade do tronco, rosto 
arredondado e acúmulo de gordura na parte posterior do 
pescoço e nas costas. Há acometimento das miofibrilas de 
contração rápida, resultando em massa muscular diminuída 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
e fraqueza dos membros proximais. Ocorre hiperglicemia, 
glicosúria e diabetes secundário. A pele é fina, frágil e 
facilmente machucada devido aos efeitos do catabolismo 
que causam perda de colágeno e reabsorção óssea. 
Na síndrome de Cushing hipofisária (mais comum), os níveis 
de ACTH estão elevados e não podem ser suprimidos por 
dexametasona. 
A secreção ectópica de ACTH resulta em um nível elevado de 
ACTH, mas sua secreção é completamente insensível às 
baixas ou altas doses de dexametasona. 
Quando a síndrome é causada por um tumor suprarrenal, o 
nível de ACTH é muito baixo devido à inibição retroativa de 
hipófise. 
SÍNDROMES ADRENOGENITAIS 
O córtex adrenal secreta dois componentes que podem ser 
convertidos para testosterona em diversos tecidos. 
Diferentemente dos andrógenos gonadais, o ACTH regula a 
formação do androgênio suprarrenal; logo, a secreção 
excessiva pode ocorrer tanto como uma síndrome “pura” 
quanto como um componente da doença de Cushing. As 
causas suprarrenais do excesso de androgênio incluem as 
neoplasias adrenocorticais e um grupo de distúrbios 
designados como hiperplasia suprarrenal congênita (HAC). 
É mais provável que as neoplasias adrenocorticais associadas 
à virilização sejam carcinomas adrenais secretores de 
androgênios do que adenomas. 
A HAC representa um grupo de erros metabólicos 
autossômicos recessivos e herdados, caracterizados por uma 
deficiência ou total ausência de uma enzima particular 
envolvida na biossíntese de esteroides corticais, 
particularmente o cortisol. A esteroidogênese é, então, 
canalizada para outras vias, levando à produção aumentada 
de androgênios, que são responsáveis pela virilização. 
A síndrome da perda de sais resulta de uma incapacidade de 
converterprogesterona em deoxicorticosterona por causa 
da ausência total da hidroxilase. Logo, não há nenhuma 
síntese de mineralocorticoides e, concomitantemente, há 
um bloqueio na conversão da hidroxiprogesterona em 
deoxicortisol, resultando na deficiência da síntese de 
cortisol. Esse padrão geralmente surge após o nascimento, 
porque no útero os eletrólitos e os fluidos podem ser 
mantidos pelos rins maternos. Há perda de sais, 
hiponatremia e hipercalemia, a qual induz acidose, 
hipotensão, colapso cardiovascular e possível morte. O 
bloqueio concomitante na síntese de cortisol e a produção 
em excesso dos androgênios, no entanto, levam à virilização. 
INSUFICIÊNCIA ADRENOCORTICAL 
Pode ser causada tanto por doença primária da suprarrenal 
quanto pela estimulação diminuída das suprarrenais 
decorrentes da deficiência de ACHT. 
INSUFICIÊNCIA ADRENOCORTICAL AGUDA 
PRIMÁRIA 
Ocorre em uma variedade de condições clínicas: 
• Como uma crise em indivíduos com insuficiência 
adrenocortical crônica precipitada por qualquer 
forma de estresse que requeira um aumento 
imediato na produtividade de esteroides das 
glândulas incapazes de responder; 
• Em pacientes mantidos com corticoesteroides 
exógenos, nos quais o uso de esteroides por 
recolhimento de modo rápido ou a falha em 
aumentar as doses de esteroides em resposta a um 
estresse agudo pode precipitar uma crise da 
suprarrenal, como resultado da incapacidade das 
glândulas atróficas de produzir hormônios 
glicocorticoides; 
• Como resultado de hemorragia adrenal maciça, o 
que danifica o córtex das suprarrenais 
suficientemente para causar insuficiência 
adrenocortical aguda. 
INSUFICIÊNCIA ADRENOCORTICAL CRÔNICA 
PRIMÁRIA/DOENÇA DE ADDISON 
É um distúrbio incomum que resulta da destruição 
progressiva do córtex da suprarrenal. Em geral, as 
manifestações clínicas só aparecem depois de 90% do córtex 
estar comprometido. 
Mais de 90% de todos os casos são atribuíveis a um dos 
quatro distúrbios: adrenalite autoimune, tuberculose, Aids e 
cânceres metastáticos.