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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA A1

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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 João Alfredo Lopes Nyegray 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Por mais positiva que seja a globalização, ela não tornou mundialmente 
acessíveis apenas bens como eletrônicos, automóveis e vestuário, ou serviços 
como telefonia, informação e transporte. Um grande número de artigos ilícitos 
tornou-se igualmente acessível em escala global. 
Frequentemente, acompanhamos no noticiário novos recordes de 
apreensão de narcóticos, não só nas fronteiras, mas também dentro de grandes 
cidades. O número de dependentes químicos tem aumentado 
exponencialmente, ainda que haja fiscalização e proibição. O mesmo vale para 
armas de fogo: cada vez mais, bandidos melhoram seu arsenal. 
Você pode estar se perguntando: mas e o que isso tem a ver com a 
legislação aduaneira? Bem, uma coisa tem muito a ver com a outra. Em primeiro 
lugar, porque – de alguma forma – essas quadrilhas conseguem ser eficientes 
no transporte internacional de ilícitos e na dispersão de tais produtos pelos 
países. Em segundo lugar, porque existe uma série de regras aduaneiras que 
devem ser respeitadas para o correto transporte internacional de cargas. Claro 
que você jamais infringiria alguma dessas normas, mas é bom saber a respeito 
delas! A existência de tais ilícitos é uma dentre as várias razões que justificam a 
criação da legislação aduaneira. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Uma das características do Direito é sua divisão em vários ramos. Ainda 
que o Direito em si seja uma coisa só, estudiosos da área efetuaram a divisão 
em matérias e temas diferentes, para facilitar a prática profissional e o estudo. 
Por exemplo: existe o Direito Administrativo, que é aquele encarregado da 
Administração Pública, suas possibilidades, premissas, princípios e limitações. 
Existe o Direito Tributário, que cuida do estudo, da interpretação e da análise 
das normas relativas a tributação e finanças. E existe, é claro, o Direito 
Aduaneiro, que se encarrega de entender, normatizar e interpretar as situações 
relativas à entrada e à saída de mercadorias num país através do comércio 
exterior. 
O Direito e a Legislação Aduaneira estão, na verdade, muito ligados ao 
Direito Administrativo, uma vez que o órgão responsável pela fiscalização 
aduaneira – a Receita Federal – é uma entidade da administração pública, ligada 
ao Ministério da Fazenda. A Receita Federal, por sua vez, encarrega-se de 
 
 
3 
fiscalizar as mercadorias que entram e saem do país, com especial finalidade 
arrecadatória, ou seja: garantir que os tributos relativos às operações de 
comércio exterior tenham sido pagos. Nesse momento, o Direito Tributário dá 
sua contribuição à legislação aduaneira. 
Veja só: a legislação aduaneira não é um pedaço absolutamente 
independente do Direito e isolado de seus demais ramos. Pelo contrário: é um 
pedaço da área jurídica que recebe intensa contribuição dos demais ramos. É 
isso que você começará a ver nesta aula! 
 
Pesquise 
Como você definiria a importância da legislação aduaneira para o comércio 
exterior? 
 
TEMA 1 – ADUANA E DIREITO ADUANEIRO 
O comércio talvez seja uma das atividades humanas mais antigas. Desde 
a Antiguidade, há notícia de povos que iniciavam trocas comerciais buscando 
obter produtos que não tinham ou recursos que facilitariam a vida cotidiana. 
Considerando que há registros de atividade de comércio desde os egípcios, 
romanos, gregos e fenícios, não é possível estabelecer um início para a história 
comercial da humanidade. 
O que se pode fazer, no entanto, é estabelecer uma data a partir da qual 
as atividades comerciais se tornam mais frequentes. E, sem dúvida, essa data 
refere-se à primeira Revolução Industrial, no decorrer do século XIX. De lá para 
cá, muito aconteceu, e novas tecnologias fizeram do mundo um lugar não 
apenas mais conectado, mas também mais cômodo de se viver. 
Essas trocas comerciais, intensificadas pela Revolução Industrial, passam 
por momentos de restrição: os países tentam adotar barreiras e mecanismos de 
proteção do mercado interno aos produtos importados, o que leva a uma série 
de dificuldades comerciais. Após a Segunda Guerra Mundial, o comércio global 
se intensifica e cresce ainda mais, tornando-se um importante componente da 
riqueza das nações. 
Entretanto, nesse cenário de transformações, onde entra a aduana e o 
Direito Aduaneiro? Esses temas existem desde o momento em que se 
estabeleceu o comércio. É claro que o papel da aduana muda conforme o tempo 
 
 
4 
passa, mas se pode dizer que, tal qual o comércio – atividade que busca regular 
–, a aduana é uma instituição muito antiga! 
A palavra alfândega, usada muitas vezes como sinônimo de aduana, vem 
do árabe al-funduq, que hoje significa hotel. “Antigamente, ao chegar a seu 
destino, as caravanas eram obrigadas a pernoitar no albergue oficial, onde além 
de repouso e alimento, recebiam a visita do coletor de impostos” (Carluci, 2001, 
p. 31). 
No entanto, se muitos usam aduana e alfândega como sinônimos, qual a 
diferença entre os termos? Bem, a princípio, aduana “tem sentido mais 
abrangente que [a]lfândega. Aduana denota mais do que uma repartição, órgão 
administrativo ou estação arrecadadora: designa a instituição jurídica, a 
organização ou entidade na totalidade dos seus aspectos e funções e seus 
múltiplos fins” (Carluci, 2001, p. 33). 
E o Direito Aduaneiro, a que se refere? Pode ser “o conjunto de normas e 
princípios que disciplinam juridicamente a política aduaneira, entendida esta 
como a intervenção pública no intercâmbio internacional de mercadorias” 
(Carluci, 2001, p. 14), ou também “conjunto de normas jurídicas que regulam, 
por meio de um ente administrativo, as atividades ou funções de um Estado em 
relação ao comércio exterior de mercadorias que entram ou saem dos diferentes 
regimes do território aduaneiro” (Contreras, 2004, p. 8). 
Perceba: o direito aduaneiro e o comércio exterior possuem uma estreita 
relação. Não há como se pensar no comércio exterior sem se considerar o direito 
aduaneiro do local com o qual se quer comercializar. Durante muitos anos, 
tivemos no Brasil uma série de restrições às importações, que retirava dos 
particulares a liberdade para trazer mercadorias do exterior. Esse cenário fazia 
com que a legislação aduaneira brasileira, ainda hoje muito burocrática, fosse 
ainda mais engessada. 
E quem faz as normas aduaneiras em nosso país? Bem, sabemos que o 
Brasil é dividido em União, Estados e Municípios, sendo que cada um desses 
entes políticos possui autonomia para fazer as normas que dizem respeito a sua 
esfera de atuação. Uma vez que uma série de Estados faz comércio exterior, 
isso quer dizer que todos os Estados da federação possuem autonomia para 
editar normas aduaneiras? Não. De acordo com a nossa Constituição Federal, 
cabe apenas à União legislar a respeito: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
 
 
5 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
(...) 
Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, 
essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão 
exercidos pelo Ministério da Fazenda. (Brasil, 1988) 
Ou seja, os Estados/unidades da federação não possuem autoridade e 
competência para regular essa matéria. Assim, as normas aduaneiras que 
estudaremos no decorrer desta e das próximas aulas são, majoritariamente, 
federais. 
Esse ramo jurídico existe e é objeto de estudos no Brasil desde 1808. 
Veja: 
A abertura dos portos, em 1808, deu às alfândegas condições para se 
tornarem a principal fonte de receita fiscal do Estado. Após a 
Independência, elas se constituíram no maior sustentáculo financeiro 
do tesouro do Império. O advento do Ciclo do Café gerou divisas que 
permitiram amplo comércio internacional, aumentando ainda mais a 
importância das alfândegas. [...] Só depois da Grande Depressão de 
1929, e, especialmente, a partir da SegundaGuerra Mundial, o Brasil 
adotou uma orientação francamente protecionista. Isso, 
necessariamente, importava em elevar as tarifas, mas, ao mesmo 
tempo, significava reduzir a arrecadação alfandegária global, em 
virtude da redução do intercâmbio internacional. [...] 
Posteriormente, o Regimento de 1992 da Secretaria da Receita 
Federal transformou em alfândegas, novamente, aquelas Inspetorias 
cuja atividade única era a do controle de comércio com o exterior, tais 
como as estabelecidas nos portos, aeroportos ou em alguns pontos de 
fronteira. (Brasil, 2017a) 
Quanto tempo, não é mesmo? É justamente por isso que se costuma dizer 
que o Direito é uma construção histórica e social: deriva diretamente da história 
e dos costumes de uma determinada sociedade. No caso da legislação 
aduaneira brasileira, há pelo menos 200 anos se vem moldando e adaptando 
esse ramo jurídico às necessidades sociais e econômicas de nosso país. 
 
Saiba mais 
Leia o Capítulo 2 da seguinte obra: 
NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios 
Internacionais. InterSaberes: Curitiba, 2016. Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
Confira o texto O que é globalização?, disponibilizado em 
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/o-que-globalizacao.htm>. 
 
 
 
6 
Vídeo 
Assista a este vídeo para saber mais sobre a globalização: 
<https://www.youtube.com/watch?v=qj438T5KQQo&index=16&list=FL24Jhgzuu
ILwBCZ_78Ij0Yw>. 
 
TEMA 2 – DIFERENÇA ENTRE O DIREITO ADUANEIRO E OS DEMAIS RAMOS 
DO DIREITO 
Vimos anteriormente que o Direito Aduaneiro é altamente dependente de 
outros ramos jurídicos, ainda que o Direito seja um só. Como isso funciona? 
Existe superioridade entre leis e ramos jurídicos? 
De forma geral, a lei suprema de nosso país (e de vários outros, na 
verdade), é a constituição federal. A atual Constituição brasileira foi promulgada 
em 5 de outubro de 1988, três anos após a redemocratização que encerrou o 
período de ditadura militar. É ali, na Constituição, que estão as normas 
fundamentais da República Federativa do Brasil: a tripartição de poderes – 
Executivo, Legislativo e Judiciário –, a organização do Estado em União, Estados 
e Municípios, e várias outras regras que vão de cidadania e nacionalidade até 
os princípios da administração pública. 
É, então, a partir da Constituição que surgem outras leis. Por exemplo, é 
a Carta Magna que estabelece quem pode criar quais normas: a União, os 
Estados ou os Municípios. Sendo nossa lei suprema, diz-se que a Constituição 
está no topo da pirâmide normativa, o que equivale a dizer que nenhuma outra 
lei estará acima dela, nem poderá dela discordar. Existe uma hierarquia, 
conforme ilustrado a seguir: 
 
 
 
 
7 
Essa hierarquia de leis pressupõe que é da Constituição que derivam os 
demais mandamentos, como o Código Civil, o Código Penal ou o Código 
Eleitoral. Por isso, cabe à União legislar sobre tais assuntos, a saber: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em 
tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e 
aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; [...]. (Brasil, 1988) 
Assim, além de ser fonte máxima do Direito, a Constituição é o ponto de 
partida dos diversos ramos jurídicos que conhecemos. Resta saber como ela se 
relaciona ao comércio exterior e à legislação aduaneira. 
Você já viu que a Constituição diz que apenas a União pode legislar a 
esse respeito. E o que mais ela diz sobre esse tema? Em primeiro lugar, a 
Constituição atribui a matéria tributária do comércio exterior ao Governo Federal. 
Depois, deparamo-nos com o seguinte artigo: “Art. 237. A fiscalização e o 
controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses 
fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda” (Brasil, 
1988). 
O Ministério da Fazenda é uma instituição ligada diretamente ao Poder 
Executivo e à Administração Pública. Por isso, aqui é o ponto de encontro da 
Legislação Aduaneira com o Direito Administrativo. E o que é o Direito 
Administrativo? 
Direito Administrativo é o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que 
regem os órgãos, os agentes, as atividades públicas tendentes a realizar, 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados do Estado” (Meirelles, 2004, 
p. 34-35). No caso do comércio exterior, como vimos, a Constituição aponta o 
Ministério da Fazenda como responsável pela fiscalização e pelo controle. O 
Minstério da Fazenda, por sua vez, concede tal competência à Receita Federal. 
E o que faz a Receita Federal? Vejamos quais suas competências: 
 administração dos tributos internos e do comércio exterior; 
 gestão e execução das atividades de arrecadação, lançamento, 
cobrança administrativa, fiscalização, pesquisa e investigação fiscal 
e controle da arrecadação administrada; 
 
 
8 
 gestão e execução dos serviços de administração, fiscalização e 
controle aduaneiro; 
 repressão ao contrabando e descaminho, no limite da sua alçada; 
 preparo e julgamento, em primeira instância, dos processos 
administrativos de determinação e exigência de créditos tributários 
da União; 
 interpretação, aplicação e elaboração de propostas para o 
aperfeiçoamento da legislação tributária e aduaneira federal; 
 subsídio à formulação da política tributária e aduaneira; 
 subsídio à elaboração do orçamento de receitas e benefícios 
tributários da União; 
 interação com o cidadão por meio dos diversos canais de 
atendimento, presencial ou a distância; 
 educação fiscal para o exercício da cidadania; 
 formulação e gestão da política de informações econômico-fiscais; 
 promoção da integração com órgãos públicos e privados afins, 
mediante convênios para permuta de informações, métodos e 
técnicas de ação fiscal e para a racionalização de atividades, 
inclusive com a delegação de competência; 
 atuação na cooperação internacional e na negociação e 
implementação de acordos internacionais em matéria tributária e 
aduaneira. (Brasil, 2017b). 
 
Ou seja: temos que a Constituição passa a competência sobre comércio 
exterior para um dos órgãos componentes da administração pública federal, 
regido pelo Direito Administrativo. Esse órgão, com competência administrativa, 
age também na esfera aduaneira e tributária, o que engloba mais dois ramos do 
Direito. Perceba: são vários os ramos jurídicos que atuam na área aduaneira, 
ainda que haja entre eles diferenças fundamentais em relação aos objetos de 
estudo e normatização. 
Saiba mais 
Leia o Capítulo 2 da seguinte obra: 
NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios 
Internacionais. InterSaberes: Curitiba, 2016. Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
 
TEMA 3 – ÓRGÃOS FISCALIZADORES 
Como vimos no tema anterior, a Receita Federal é o órgão responsável 
pela fiscalização do comércio exterior brasileiro. Mas por que o comércio exterior 
necessita de intensa fiscalização? Em primeiro lugar, há uma questão 
estratégica: nosso país possui dimensões continentais e muitos milhares de 
quilômetros de fronteiras. Tais fronteiras não podem, em hipótese alguma, ficar 
desprotegidas. Trata-se de uma questão de interesse nacional. 
 
 
9 
Proteger e fiscalizar as fronteiras é uma tarefaárdua, uma vez que 
contrabandistas e traficantes de armas e drogas tentam entrar e sair do país com 
mercadorias ilícitas. Um outro ponto infelizmente bastante comum é que pessoas 
e veículos que vêm e vão do exterior escondem mercadorias proibidas ou em 
quantidade superior à permitida no decorrer de seu trânsito internacional. 
Você certamente já viu notícias sobre veículos transportando quantidades 
absurdas de eletrônicos ou cigarros, por exemplo. Por que não se pode permitir 
a livre entrada dessas mercadorias no Brasil? Em primeiro lugar, por questão de 
segurança. Não há como ter certeza de que em meio aos eletrônicos não há 
drogas, armas ou munição. Em segundo lugar, por uma questão de saúde: será 
que os cigarros que tanto se tenta trazer do exterior são mesmo de tabaco? Pode 
ser que outras substâncias ali presentes não sejam lícitas. 
Um outro ponto refere-se à proteção da indústria nacional. É amplamente 
divulgado que o sistema tributário brasileiro não é dos mais justos do mundo. 
Sabe-se que o Brasil é um dos países que mais cobra impostos. Ainda assim, 
muitas empresas estabelecem-se aqui, pagam seus tributos e vendem seus 
produtos e serviços normalmente. Assim, não é justo que se permita que 
quantidades absurdas de mercadorias do exterior entrem aqui sem pagar 
impostos. 
Se isso acontecesse, essas mercadorias teriam um preço artificialmente 
mais baixo que o das mercadorias nacionais, o que causaria uma grande perda 
de competitividade para a indústria nacional. Diante desse cenário, você 
consegue entender o motivo de tanta fiscalização fronteiriça: trata-se de garantir 
a proteção do país, a proteção da saúde das pessoas e a proteção da indústria 
nacional. 
A questão vai ainda além: o Decreto nº 8.903/2016 institui o Programa de 
Proteção Integrada de Fronteiras e organiza a atuação de unidades da 
administração pública federal para sua execução. Seu objetivo consta do art. 1º 
do decreto mencionado, e consiste no fortalecimento da prevenção, do controle, 
da fiscalização e da repressão aos delitos transfronteiriços. Vejamos o que mais 
esse programa objetiva: 
Art. 2º O PPIF terá como diretrizes: 
I - a atuação integrada e coordenada dos órgãos de segurança pública, 
dos órgãos de inteligência, da Secretaria da Receita Federal do Brasil 
do Ministério da Fazenda e do Estado-Maior Conjunto das Forças 
Armadas, nos termos da legislação vigente; e 
II - a cooperação e integração com os países vizinhos. 
Art. 3º O PPIF terá como objetivos: 
 
 
10 
I - integrar e articular ações de segurança pública da União, de 
inteligência, de controle aduaneiro e das Forças Armadas com as 
ações dos Estados e Municípios situados na faixa de fronteira, 
incluídas suas águas interiores, e na costa marítima; 
II - integrar e articular com países vizinhos as ações previstas no inciso 
I; 
III - aprimorar a gestão dos recursos humanos e da estrutura destinada 
à prevenção, ao controle, à fiscalização e à repressão a delitos 
transfronteiriços; e 
IV - buscar a articulação com as ações da Comissão Permanente para 
o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira - CDIF. (Brasil, 
2016) 
Nesse ponto, você pode estar se perguntando: O que isso tem com o 
comércio exterior? Tudo! Sendo o comércio exterior a troca transfronteiriça de 
produtos e serviços, é de suma importância que haja fiscalização ostensiva para 
preservar a segurança nacional. Além disso, para organizar e fiscalizar as 
fronteiras e o comércio exterior, existe o trabalho da Polícia Federal, que está 
presente também em portos e aeroportos. 
A Polícia Federal possui acordos de cooperação com outras forças 
policiais do mundo, para garantir a fiscalização nacional: 
Polícia Federal se utiliza da cooperação internacional como 
instrumento para combater de maneira eficaz a criminalidade 
organizada transnacional e para preservar a segurança interna. Para 
tanto, formaliza parcerias com instituições estrangeiras, fomentando a 
cooperação e assistência mútuas. 
A política de cooperação da Polícia Federal baseia-se na reciprocidade 
e no interesse mútuo e tem por objetivo a transferência de 
conhecimentos e informações, realização de ações conjuntas e 
capacitação de policiais. (Brasil, 2017c). 
Tudo o que envolve entrada ou saída de pessoas e mercadorias do 
exterior necessita de um controle um pouco mais rígido. Seria apenas esse o 
controle existente sobre o comércio exterior? Não: você verá mais na próxima 
seção da aula. 
 
Saiba mais 
Leia o Capítulo 2 da seguinte obra: 
NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios 
Internacionais. InterSaberes: Curitiba, 2016. Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
 
Vídeo 
Confira o vídeo O Papel da ONU na Segurança Mundial, disponível em 
<https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ>. 
 
 
11 
 
TEMA 4 – INSTITUIÇÕES INTERVENIENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR 
BRASILEIRO 
Você viu anteriormente que o Ministério da Fazenda atua no comércio 
exterior por meio da Receita Federal, que possui uma série de atribuições 
específicas nessa área. No entanto, será que são apenas esses órgãos que 
fiscalizam e normatizam o comércio exterior brasileiro? Não! Em termos de 
ministérios, são pelo menos três que podem ser considerados intervenientes: 
Ministério da Fazenda, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e 
Ministério das Relações Exteriores. 
Essa pluralidade de instituições faz com que tenhamos um comércio 
exterior um tanto quanto burocrático: 
Considerando a grande quantidade de órgãos envolvidos no nosso 
comércio exterior, e que segundo sempre divulgado pela grande 
imprensa e comentado dentro da área, são mais de 300, distribuídos 
por diversos ministérios, cada um com seus interesses próprios, é 
quase incompreensível a permanência da situação sem uma 
centralização que dite rumos únicos ao comércio exterior brasileiro. 
(Keedi, 2011, p. 14) 
O que isso quer dizer? Que não temos centralização no comércio exterior: 
são tantos órgãos, que cada qual comenda ou legisla sobre uma parte, e o todo 
sai prejudicado. Qual o primeiro desses órgãos? A Secretaria-Executiva da 
Câmera de Comércio Exterior, a Camex, regulada pelo Decreto nº 4.732/2003, 
o qual nos dá uma ideia das atribuições dessa secretaria: 
Art. 2 Compete à CAMEX, dentre outros atos necessários à 
consecução dos objetivos da política de comércio exterior: 
I - definir diretrizes e procedimentos relativos à implementação da 
política de comércio exterior visando à inserção competitiva do Brasil 
na economia internacional; 
II - coordenar e orientar as ações dos órgãos que possuem 
competências na área de comércio exterior; 
III - definir, no âmbito das atividades de exportação e importação, 
diretrizes e orientações sobre normas e procedimentos, para os 
seguintes temas, observada a reserva legal: 
a) racionalização e simplificação de procedimentos, exigências e 
controles administrativos incidentes sobre importações e exportações; 
b) habilitação e credenciamento de empresas para a prática de 
comércio exterior; 
c) nomenclatura de mercadoria; 
d) conceituação de exportação e importação; 
e) classificação e padronização de produtos; 
f) marcação e rotulagem de mercadorias; e 
g) regras de origem e procedência de mercadorias [...]. (Brasil, 2003) 
A lista de atribuições da Camex é extensa, e o decreto estabelece uma 
série de outras possibilidades. E não é apenas a Camex que existe como 
instituição interveniente: há também o Decex, regulado pelo 
12 
Decreto nº 7.096/2010. O Decex, ou Departamento de Operações de Comércio 
Exterior, é ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e tem 
por objetivo “analisar e deliberar sobre licenças de importação, Registros de 
Exportação [...], fiscalizar preços, pesos, medidas e classificações” (Brasil, 
2010). 
Além da Camex e da Decex, há a Secex (Secretaria de ComércioExterior), parte importante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior. E quais as atribuições da Secex? Veja: 
Órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 
que tem entre suas funções a condução das políticas de comércio 
exterior e gestão do controle comercial. A SECEX normatiza, 
supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as atividades de 
comércio exterior. Entre suas atividades estão: participar das 
negociações dos acordos comerciais internacionais do governo 
brasileiro, promover a cultura exportadora, deferir atos concessórios de 
drawback, anuir operações de exportação e importação, promover o 
exame de similaridade para averiguação de produção nacional, 
compilar a balança comercial, promover a defesa comercial do país, 
entre outras. (Brasil, 2017d) 
Podemos perceber que a Secex possui uma competência um pouco mais 
gerencial e administrativa. É ela que gerencia o Siscomex (Sistema Integrado de 
Comércio Exterior), por exemplo. 
E agora, acabou? Não! Existe uma série de órgãos anuentes. Por vezes 
se quer importar ou importar itens que precisam de autorizações específicas, 
como animais vivos, alimentos, armas ou munições, produtos eletrônicos ou de 
tecnologia diversificada. Existe, assim, uma lista de ministérios e órgãos 
anuentes tanto na exportação quando na importação, que devem ser 
consultados em alguns casos especiais. 
Órgãos anuentes na exportação: 
• Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
• Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
• Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);
• Comando do Exército (CCIEx);
• Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex);
• Departamento de Polícia Federal (DPF);
• Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM);
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(Ibama); 
13 
• Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI);
• Ministério da Defesa (MD);
• Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Órgãos anuentes na importação:
• Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
• Agência Nacional do Cinema (Ancine);
• Comando do Exército (CCIEx);
• Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex);
• Departamento de Polícia Federal (DPF);
• Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM);
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(Ibama);
• Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);
• Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq);
• Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBC);
• Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(Inmetro);
• Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa);
• Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT);
• Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa); 
Não são todas as importações ou exportações que precisam de anuência 
– na verdade, apenas uma pequena parte a requer. Mas, ainda assim, é
importante que você saiba a respeito! 
Saiba mais 
Leia o Capítulo 2 da seguinte obra: 
NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios 
Internacionais. InterSaberes: Curitiba, 2016. Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
 
 
14 
Confira o texto Órgãos anuentes na exportação, disponível em 
<http://portal.siscomex.gov.br/biblioteca-de-arquivos/arquivos-anuentes/orgaos-
anuentes-na-exportacao/>. 
 
TEMA 5 – ELEMENTOS NORMATIVOS PARA EXPORTAR E IMPORTAR 
Como você viu, o comércio exterior brasileiro é extremamente regulado. 
São órgãos fiscalizadores e instituições intervenientes que fazem com que o 
cenário seja burocrático e travado. Ainda assim, não são todas as importações 
ou exportações que precisam de anuências ou permissões específicas. Uma boa 
parte delas não necessita, por exemplo, de autorização do Exército ou do Ibama. 
O que há de comum entre as exportações e importações mais simples? 
Há uma regulamentação padrão que importadores e exportadores devem seguir. 
São os elementos normativos básicos. Um exemplo muito primário é o seguinte: 
se você tem uma empresa e quer importar ou exportar, precisa ter essa 
descrição de atividade em seu contrato social. O contrato social é o documento 
que expressa a razão de ser da empresa, o que ela faz, o que ela espera, onde 
se localiza e quais são seus sócios. 
A partir daí, surgem outros cadastros e habilitações importantes. Veja: 
Em termos legais, o primeiro passo para o empreendedor que deseja 
vender seu produto no exterior é certificar-se de que sua empresa está 
devidamente constituída e legalizada, condições essenciais para que 
ela possa passar a exportar ou importar. 
Uma vez a empresa constituída e legalizada, deverá ser providenciada 
a habilitação para utilizar o Sistema Integrado de Comércio Exterior 
(Siscomex), também conhecida como habilitação (ou senha) no Radar. 
Esta habilitação consiste no exame prévio daqueles que pretendem 
realizar operações de comércio exterior. 
O Siscomex é um instrumento informatizado, por meio do qual é 
exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro. É 
uma ferramenta facilitadora, que permite a adoção de um fluxo único 
de informações, eliminando controles paralelos e diminuindo 
significativamente o volume de documentos envolvidos nas operações. 
O Siscomex promove a integração das atividades de todos os órgãos 
gestores do comércio exterior, inclusive o câmbio, permitindo o 
acompanhamento, orientação e controle das diversas etapas do 
processo exportador e importador. (SEBRAE, 2017) 
Vamos com calma, então! O primeiro ponto que você precisa entender é 
o Radar. O que é isso? É o Registro e Rastreamento da Atuação dos 
Intervenientes Aduaneiros. Veja: 
O Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros 
- RADAR, criado pela Secretaria da Receita Federal (SRF), hoje 
denominada Receita Federal do Brasil (RFB), atua em fiscalização 
aduaneira, e incorpora em seu processo a habilitação no Siscomex – 
Sistema Integrado de Comércio Exterior. Esse sistema permite a 
 
 
15 
fiscalização e identificação dos diversos agentes que operam no 
comércio exterior. (Brasil, 2017e) 
Não é possível efetuar qualquer operação de comércio exterior sem o 
cadastro no Siscomex. É no Siscomex que é feito o cadastro das operações de 
importação e exportação. Portanto, é necessário que as empresas sejam 
habilitadas a operar o sistema: 
Pergunta 01: O que é e para que serve a habilitação no Siscomex? 
Resposta 01: O processo de habilitação no Sistema Integrado de 
Comércio Exterior (Siscomex) se refere a procedimento prévio ao 
despacho aduaneiro necessário para que exportadores, importadores 
e internadores da Zona Franca de Manaus possam realizar operações 
no referido sistema. O Siscomex é um sistema informatizado 
responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e 
controle das operações de comércio exterior, por meio de um fluxo 
único e automatizado de informações. (Brasil, 2017f) 
A partir do momento em que a empresa possui a habilitação no Siscomex, 
poderá cadastrar importações e exportações, que estarão, a partir de então, 
sujeitas ao controle aduaneiro (você saberá mais sobre esse assunto no tema 3 
da próxima aula). Esses sistemas todos existem para garantir o cumprimento 
das leis e o correto funcionamento dos sistemas de comércio exterior. 
É no Siscomex que você dirá de onde vem ou para onde vai sua 
mercadoria, e é ali que você cadastrará o NCM do que está importando ou 
exportando e assim por diante. 
A regulamentação das atividades aduaneiras é feita por uma série de leis 
e normas, como você já viu anteriormente. No entanto, existe um regulamento 
do qual você deve ter ciência. É o regulamento aduaneiro,Decreto nº 6.759/2009, que normatiza o controle aduaneiro, a tributação e a 
jurisdição aduaneira e seu funcionamento. Veja, por exemplo, o que diz o art. 15 
desse decreto: “O exercício da administração aduaneira compreende a 
fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos 
interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro” (Brasil, 2009). 
O regulamento aduaneiro fala também sobre os tributos relativos ao 
comércio exterior e os procedimentos aduaneiros: “Art. 550. A importação de 
mercadoria está sujeita, na forma da legislação específica, a licenciamento, por 
meio do Siscomex” (Brasil, 2009), ou então 
Art. 585. O registro de exportação, no Siscomex, nos casos previstos 
pela Secretaria de Comércio Exterior, é requisito essencial para o 
despacho de exportação de mercadorias nacionais ou nacionalizadas, 
ou de reexportação. (Brasil, 2009) 
Perceba que são muitos os elementos normativos para se exportar e 
importar. A grande maioria desses elementos encontra-se difusa pelo direito 
 
 
16 
brasileiro, em leis, normas, decretos e instruções normativas. Ainda assim, o 
início de suas operações deve ser a partir da habilitação de sua empresa para 
operação no Siscomex. A partir daí iniciam-se os procedimentos aduaneiros de 
importação ou exportação, e também o controle aduaneiro – que é tema da 
próxima aula. 
 
Saiba mais 
Leia o Capítulo 2 da seguinte obra: 
NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios 
Internacionais. InterSaberes: Curitiba, 2016. Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
 
TROCANDO IDEIAS 
No link a seguir você encontrará perguntas e respostas da Receita Federal 
sobre o Siscomex. Confira em 
<http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Per
guntas-e-Respostas>. 
E você, ficou com alguma dúvida? 
 
NA PRÁTICA 
Leia e considere a notícia publicada no jornal O Globo e disponibilizada 
no link: <http://oglobo.globo.com/economia/governo-lanca-portal-para-
simplificar-reduzir-custos-das-exportacoes-21103552#ixzz4cAXC8qHI> (acesso 
em: 27 jun. 2017). 
Analisando a notícia reproduzida, qual ou quais devem ser as 
preocupações do profissional de comércio exterior? 
Em primeiro lugar, o profissional de comércio exterior deve preocupar-se 
em saber operar o sistema da forma correta, para que não haja erros de 
preenchimento ou falhas no processo. Em segundo lugar, cabe ao profissional 
de comércio exterior orientar a empresa onde trabalha na busca das melhores 
oportunidades. Um Siscomex mais ágil e rápido gera oportunidades para 
empresas explorarem mais facilmente o mercado internacional. 
 
 
 
17 
FINALIZANDO 
O comércio talvez seja uma das atividades humanas mais antigas. Desde 
a Antiguidade tem-se notícia de povos que iniciavam trocas comerciais buscando 
obter produtos que não tinham ou recursos que facilitariam a vida cotidiana. 
Considerando que o comércio existe desde os egípcios, romanos, gregos e 
fenícios, não é possível estabelecer um início para a história comercial da 
humanidade. Após a Segunda Guerra Mundial, o comércio global se intensifica 
e cresce ainda mais, tornando-se um importante componente da riqueza das 
nações. 
A palavra alfândega, usada muitas vezes como sinônimo de aduana, vem 
do árabe al-funduq, que hoje significa hotel. “Antigamente as caravanas eram 
obrigadas, ao chegar, a pernoitar no albergue oficial, onde, além de repouso e 
alimento, recebiam a visita do coletor de impostos” (Carluci, 2001, p. 31). A 
palavra aduana, por sua vez, faz referência “[à] instituição jurídica, a organização 
ou entidade na totalidade dos seus aspectos e funções e seus múltiplos fins” 
(Carluci, 2001, p. 33). Direito Aduaneiro, assim, é “o conjunto de normas e 
princípios que disciplinam juridicamente a política aduaneira, entendida esta 
como a intervenção pública no intercâmbio internacional de mercadorias” 
(Carluci, 2001, p. 14). 
A Constituição passa a competência sobre comércio exterior para um dos 
órgãos componentes da administração pública federal, regido pelo Direito 
Administrativo. Esse órgão, com competência administrativa, age também na 
esfera aduaneira e tributária, o que engloba mais dois ramos do Direito. 
Nesse cenário, o comércio exterior brasileiro conta com diversos órgãos 
fiscalizadores e instituições intervenientes, como ministérios e autarquias. 
A partir do momento em que a empresa possui a habilitação no Siscomex, 
poderá cadastrar importações e exportações, que estarão, a partir de então, 
sujeitas ao controle aduaneiro. 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso 
em: 27 jun. 2017. 
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Poder Legislativo, Brasília, DF, 17 nov. 2016. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8903.htm>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
______. Decreto n. 7.096, de 4 de fevereiro de 2010. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 fev. 2010. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/D7096.htm>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
______. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 6 fev. 2009. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
______. Decreto n. 4.732, de 10 de junho de 2003. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 11 jun. 2003. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4732compilado.htm>. 
Acesso em: 27 jun. 2017. 
BRASIL. Ministério da Fazenda. Alfândegas. Disponível em: 
<http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/srf/historia/catalogo_colonial/letraa/
alfandegas/default.htm>. Acesso em: 27 jun. 2017. 
______. Competências da Receita Federal. Disponível em: 
<http://idg.receita.fazenda.gov.br/sobre/institucional/competencias-1>. Acesso 
em: 27 jun. 2017. 
______. Siscomex: Perguntas e respostas. Disponível em: 
<https://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Pe
rguntas-e-Respostas>. Acesso em: 27 jun. 2017. 
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Acordo de Cooperação 
Nacional. Disponível em: <http://www.pf.gov.br/servicos-pf/acordos-de-
cooperacao>. Acesso em: 27 jun. 2017. 
 
 
19 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 
Secretaria de Comércio Exterior. Disponível em: 
<http://portal.siscomex.gov.br/legislacao/orgaos/secretaria-de-comercio-
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SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Saiba 
como se habilitar para usar o Siscomex. Disponível em: 
<https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-como-se-habilitar-
para-usar-o-siscomex,ed899e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD>. 
Acesso em: 27 jun. 2017.

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