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Resumo apoptose e necrose

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Nomes: Francisca Baldino, Gabriele Dinarte e Julia Giovanna
Aula 03 - Morte Celular / Apoptose e Necrose
A morte celular é um mecanismo natural que ocorre tanto para remoção de células desnecessárias pela fagocitose ou as células potencialmente prejudicadas, quanto em resposta a um grave dano ou lesões irreversíveis, sendo assim, a morte da célula pode ser fisiológica ou patológica. A morte celular fisiológica ocorre em processos como a remodelação de órgãos e a morte celular patológica ocorre sob estímulo estressor externo ou interno.
As causas mais comuns de morte celular podem ser através de lesões celulares irreversíveis, graves traumas físicos como altas pressões, temperaturas ou forças osmóticas, variações extremas de pH, entre outros. Podendo ser dividida em morte celular acidental, quando há um dano instantâneo a integridade física celular e a sua desagregação; e em morte celular regulada que tem o objetivo de restaurar ou manter a homeostase. Os tipos de morte celular são divididos em: necrose apoptótica e necrose oncótica.
Necrose apoptótica: É o processo ativo no qual a célula sofre contração e condensação de suas estruturas, fragmenta-se e é fagocitada por células vizinhas ou por macrófagos residentes, não ocorrendo o fenômeno de autólise, ou seja, é a ativação enzimas cisteína proteases (caspases) que degradam DNA, proteínas nucleares e citoplasmáticas da célula. Ocorre com células individuais ou pequenos grupos de células, e o processo não observável macroscopicamente. As causas fisiológicas são: embriogênese hormonal, controle de população, células inflamatórias, linfócitos auto reativos. Já as causas patológicas são: células T citotóxicas, estímulos agressores, atrofia patológica (obstrução de ductos), rádio e quimioterapia.
Necrose Celular Oncótica: é o conjunto de alterações morfológicas consequentes à morte de células em tecido ou órgão vivo. É a morte celular após a lesão irreversível e a célula reage a agressão de formas diferentes como adaptação, degeneração e acúmulo de substâncias intracelulares ou extracelulares e morte. Já os mecanismos das alterações são: autólise, heterólise e desnaturação.
· Autólise: ativação de enzimas intracelulares  lise enzimática;
· Heterólise: ação de enzimas de outras células (neutrófilos);
· Desnaturação: (coagulação) das proteínas;
As causas mais comuns da morte celular ou perca da função e estrutura celular são: lesões cinéticas (mecânica, térmica ou radioativa), agentes químicos (exógenos ou endógenos): venenos, toxinas ou radicais livres, falta de nutrientes, reações imunológicas e alterações genéticas. Há diversos tipos de necrose, que depende do balanço entre autólise, coagulação de proteínas, grau de calcificação e outros fatores, e dentre os tipos existem: Necrose de coagulação, necrose caseosa, necrose de liquefação, necrose de gordura e gangrena.
· Necrose de coagulação: É o tipo mais comum entre as necroses, quando prevalece a desnaturação das proteínas celulares, na macroscopia a coloração fica pálida ou cinza e tem a microscopia com a arquitetura tecidual picnose, cariólise e cariorrexia citoplasma eosinofílico. A necrose ocorre em qualquer tecido ou órgão (exceto SNC) através da morte celular causada por hipóxia/isquemia, a área necrótica consequente à hipóxia resulta em infarto, o qual pode ocorrer em qualquer tecido ou órgão do corpo como em órgãos mais compactos (fígado e rim) que terão a área infartada com aspectos pálidos, chamados de infarto pálido, e já nos órgãos menos consistentes e consequentemente mais irrigados (baço, pulmão) que terão a área infartada preenchida por sangue, chamada de infarto hemorrágico.
· Necrose de Zenker: Ocorre em certas miopatias: miopatia de captura, miopatia por excesso de exercício físico, deficiência de vitamina E e Selênio na dieta (bilateral e simétrico);
· Necrose de caseificação: É o resultado da autólise + heterólise com a perca da arquitetura dos tecidos, ou seja, é a ação de uma degradação progressiva e irreversível feita por enzimas em tecidos lesionados e tem como exemplo a tuberculose, linfadenite caseosa e abscessos nas aves (pus caseoso). Seu aspecto macroscópico e textura da lesão que lembram queijo ou ricota (caseus = queijo). Na macroscopia é observado aspecto branco, acinzentado ou amarelado seco, firme a friável, granular, encapsulado, e na microscopia o foco necrótico se dá pelo material amorfo e granular, restos celulares, circundado por reação inflamatória mista. Cronicidade: cápsula de tecido conjuntivo fibroso e mineralização;
· Necrose de liquefação: É a liquefação causada pela liberação de grande quantidade de enzimas lisossômicas por leucócitos exsudados (especialmente neutrófilos) atraídos por bactérias piogênicas. Apresenta a área necrótica de consistência mole, na maioria das vezes o tecido encontra-se liquefeito e é típica de ocorrência no sistema nervoso.
· Necrose de gordura: É um tipo especial de necrose que ocorre quando há o extravasamento de enzimas lipolíticas para o tecido adiposo, o que leva à digestão (liquefação) da membrana de adipócitos e quebra das ligações estericas dos triglicerídeos, liberando assim ácidos graxos livres. Os aspectos macroscópicos são: nódulos de consistência dura ou granular em função da necrose enzimática da gordura – ação de lipases, cor esbranquiçada.
· Necrose de gordura enzimática: Necrose por enzimas pancreáticas (cães e gatos);
· Necrose gordurosa traumática= Esmagamento do tecido adiposo;
· Necrose gordurosa abdominal dos bovinos - (sem causa aparente, podem atingir grandes dimensões e causar obstruções – firmes e indeformáveis;
· Gangrena: É uma complicação da necrose, é a invasão do tecido necrótico por bactérias saprófitas, ou seja, é a morte de um tecido causado por uma infecção ou falta de fluxo sanguíneo. A morte do tecido costuma ocorrer nas extremidades ou na pele devido à perda do fornecimento de sangue. São classificadas como: gangrena seca, úmida e gasosa.
Gangrena úmida: É a forma mais abundante de exsudação de líquidos, sendo a mais grave. Na macroscopia encontra-se tecidos macios, úmidos, coloração escura (cianose), odor pútrido e gás (enfisema). Já na microscopia encontra-se necrose	de liquefação, proliferação de bactérias, gás e infiltração neutrófilos.
Gangrena seca: Ocorre depois do infarto, a necrose. É a forma de mumificação ou autoamputação, pela baixa umidade e menor invasão de bactérias na pele e extremidades. Na macroscopia são encontrados os tecidos secos, retraídos e escuros.
Gangrena gasosa: É a proliferação de bactérias no tecido necrótico com a produção de toxinas. Onde ocorre a formação de bolhas de gás e deixa com o aspecto crepitante. Geralmente as bactérias mais acometidas são: Clostridium perfringens, Clostridium septicum, Clostridium novyi tipo B (gangrena gasosa) e Clostridium chauvoei (carbúnculo sintomático). Na macroscopia encontra-se tecido vermelho-escuro ou escuro, bolha de gás e exsudato (líquido sanguinolento).

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