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Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Governador Valadares Departamento de Economia Prof.: Geraldo Moreira Bittencourt PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia, 7ª edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. (Capítulo 11) VARIAN, Hal R. Microeconomia: uma abordagem moderna, 9ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. (Capítulo 25) 1) Considerações Iniciais Detentores de poder de mercado: como decidir P e Q de forma a elevar o lucro? O monopolista não está disposto a produzir quantidade além do ponto ótimo, pois forçaria para baixo o preço de equilíbrio de toda a sua produção. Porém, se o monopolista conseguisse vender diferentes unidades de seu produto por preços diferentes, o mesmo estaria praticando a estratégia da discriminação de preços: onde ocorre a expansão do lucro e do mercado da firma ao eliminar peso morto e capturar excedente do consumidor (EC), transferindo-o para o produtor. *Observação: Diferença de preço ≠ Discriminação de preços Diferença de preço: preços diferentes devido aos custos diferentes. Discriminação de preços: mantida a estrutura de custos, a diferença na fixação do preço é justificada pela diferença de preferência e preço reserva do(s) consumidor(es). (Preço reserva: preço máximo que cada consumidor está disposto a pagar por um bem) 2) Discriminação de preços de 1º grau (Discriminação perfeita de preços) É a prática de cobrar o preço reserva de cada consumidor. Cada unidade do bem é vendida à pessoa que lhe atribuir maior valor, sendo cobrado o preço reserva desta pessoa. Preços diferentes no que tange à quantidade e ao cliente. Portanto, a discriminação de preços de primeiro grau significa que o monopolista vende diferentes unidades de produto por diferentes preços e que os preços podem diferir de pessoa para pessoa. Exemplos: Venda de automóveis, prestadores de serviço como advogados, arquitetos, médicos e qualquer outro que tenha pleno conhecimento da disposição máxima a pagar de cada consumidor. 2) Discriminação de preços de 1º grau Monopólio com preço único x Monopólio com Discr. de 1º grau x Conc. perfeita P Q CMg RMg Demanda P = RMe QM QCP PCp PM G I H F E 0 Monopólio Concorrência Perfeita Preço Único Discr. 1º grau Exc. Cons. E Zero E + F + G Exc. Prod. F + H E+F+G+H+I H + I Bem-estar (EC + EP) E +F + H E+F+G+H+I E+F+G+H+I Peso Morto G + I Zero Zero Nível de produção eficiente no sentido de Pareto 2) Discriminação de preços de 1º grau (Discriminação perfeita de preços) No caso da discriminação de preços de 1º grau, quando o monopolista atinge a situação em que EP = E+F+G+H+I , diz-se que houve a Discriminação Perfeita de Preços: uma vez que a quantidade produzida será idêntica àquela que seria transacionada em um mercado sob concorrência perfeita, mas com o monopolista capturando todo o excedente do consumidor e eliminando todo o peso morto. Sendo atribuído pesos iguais ao bem-estar de produtores e consumidores, está situação de Discriminação Perfeita de Preços é considerada uma alocação eficiente no sentido de Pareto, como no caso do equilíbrio sob concorrência perfeita. Nessa circunstância, a discr. de 1º grau é um mecanismo alternativo à conc. perfeita para alcançar a eficiência de Pareto. Uma alocação com eficiência econômica no sentido de Pareto, não necessariamente significa uma situação equitativa. Portanto, para que aconteça a discr. perfeita de preços deve ocorrer: vendedor com poder de mercado; conhecedor do preço reserva de cada consumidor; e não pode haver a revenda. - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 1º grau Considere um mercado com a demanda linear inversa igual a P = 20 – Q. Supondo que este mercado seja atendido por um monopolista com a função de custo total igual a CT = 2Q (onde CMg = CMe = 2), responda: a) Se a estratégia de discriminação de preços não é permitida, qual será o valor do EP do monopolista? b) Por outro lado, se é permitido praticar a discriminação de preços de 1º grau, qual será o EP deste monopolista? - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 1º grau Considere um mercado com demanda linear inversa igual a P = 20 - Q. Supondo que este mercado é atendido por um monopolista com a função de custo total igual a CT = 2Q (onde CMg = CMe = 2), responda: a) Se a discriminação de preços não é permitida, qual será o valor do EP? b) Se é permitido praticar a discriminação de preços de 1º grau, qual será o valor do EP? - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 1º grau A B 3) Discriminação de preços de 2º grau Significa que o monopolista vende diferentes unidades de produto por diferentes preços, mas cada pessoa que compra a mesma quantidade de bens paga o mesmo preço. Logo, os preços diferem no que tange à quantidade do bem, mas não no que diz respeito aos clientes. Também conhecida como fixação linear de preços: preço por unidade não é constante, mas depende do quanto se compra. Exemplos: Serviços com cobrança por faixa de consumo (telefonia, energia, gás); descontos por quantidades adicionais (1 unidade é R$5,00 e 4 unidades R$18,00); preço por “ml” ou “grama” é menor proporcionalmente para porções maiores. - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 2º grau *Continuação do exercício anterior. Considerando o mercado em que P = 20 - Q e o CT do monopolista é CT = 2Q (onde CMg = CMe = 2). Se, ao invés de preço único, o monopolista utilizar a discriminação de 2º grau, mais especificamente a estratégia de cobrança por faixa de consumo (ou tarifa em bloco), onde P = 14 para cada uma das 6 primeiras unidades e P = 8 para cada uma das 6 unidades posteriores, em quanto seu EP aumentará? - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 2º grau 4) Discriminação de preços de 3º grau É a prática de segmentar os clientes em dois ou mais grupos com curvas de demandas separadas, cobrando um preço mais elevado onde a elasticidade preço da demanda é menor e mais baixo onde esta é maior. Logo, a discriminação de 3º grau ocorre quando o monopolista vende a produção para grupos de clientes diferentes por diferentes preços, mas cada unidade vendida a cada pessoa de certo grupo é vendida pelo mesmo preço. Os preços diferem no que tange ao cliente, mas não no que diz respeito à quantidade. Exemplos: Trata-se da modalidade mais comum de discriminação de preços, e os exemplos incluem os descontos para idosos e estudantes, tarifas de transporte para classe econômica e executiva, bebida tradicional e premium. 4) Discriminação de preços de 3º grau Exemplo teórico: como será o estabelecimento de preços no caso de um monopolista que identifica dois grupos de consumidores para o seu produto? Grupo 1 representado pela demanda inversa P1 = f(q1) , Grupo 2 representado pela demanda inversa P2 = f(q2) e o CT da firma segue CT = f(Q), onde Q = f(q1 , q2) = q1 + q2 . Conclusão: o nível de produção ótimo da firma será alcançado quando a RMg em cada grupo se igualar ao CMg. Contudo, o preço cobrado será maior para o grupo com demanda menos elástica e o preço menor ficará com o grupo de demanda mais elástica. ou - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 3º grau No mercado de certo produto existem dois grupos de clientes que são atendidos pela mesma firma, a qual apresenta uma função de custo total igual a CT = 10Q (onde CMg = CMe = 10). A função de demanda linear do grupo 1 é P1 = 200 – 2q1 e a do grupo 2 é P2 = 100 – q2. a) Sea estratégia de discriminação de preços de 3º grau é permitida, encontre o equilíbrio ótimo para cada grupo e o lucro total da firma. b) Qual é elasticidade preço da demanda em cada grupo? c) Se apenas é permitido ao monopolista praticar um preço único para ambos os grupos, qual será o preço, a quantidade e o lucro máximo da firma? - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 3º grau A 1 - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 3º grau B - Exercício de fixação: Discriminação de preços de 3º grau B C
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