Fungos

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Camila Mariana Castro de Oliveira 
 Medicina Nove de Julho 
 MAD 1 
 
Fungos 
Características gerais:
➛ Reino fungi 
➛ Eucariontes 
➛ Uni ou multicelulares 
➛ Possuem parede rígida 
 ✓ Esqueleto de microfibrilas composto de quitina e 
glucana (açúcar – PAMPs) 
 ✓ Matriz polissacarídica que se projeta para o meio 
exterior e na qual ficam embebidas as microfibrilas. 
Contém alfa-glucanas, beta-glucanas, mananas e 
glicoproteínas 
➛ Membrana plasmática contendo ergosterol no lugar 
do colesterol 
 ✓ Ergosterol -> lipídio – bom alvo para 
medicamentos 
 
➛ Organismos ubíquos -> encontrados em todo lugar 
➛ Degradam matéria orgânica e são heterotróficos 
➛ A maioria dos fungos apresentam respiração aeróbia 
– alguns são anaeróbios facultativos (fermentadores) e 
outros estritamente anaeróbios 
➛ Podem existir como: 
 ✓ Heterotróficos ou saprófitas -> consumidores ou 
decompositores 
 ✓ Simbiontes -> organismos que vivem em conjunto 
com benefício mútuo 
 ✓ Comensais -> quando vivem em estreita relação 
em que apenas um organismo é beneficiado e o outro 
não é prejudicado 
 ✓ Parasitas -> organismos que vivem à custa de 
outro e esta relação é prejudicial ao hospedeiro 
Fungos x Bactérias: 
 Fungos Bactérias 
Diâmetro 4mm 1mm 
Núcleo Eucariótico Procariótico 
Citoplasma Mitocôndria e RE 
presentes 
Mitocôndria e RE 
ausentes 
Membrana 
celular 
Esteróis 
presentes 
Esteróis ausentes 
Parede celular Quitina Peptideoglicano 
Esporos Esporos 
sexuados e 
assexuados para 
reprodução 
Endósporos para 
sobrevivência, não 
para reprodução 
Dimorfismo 
térmico 
Sim (alguns) Não 
Metabolismo Requerem 
carbono orgânico, 
não são 
anaeróbios 
obrigatórios 
Muitas não 
requerem carbono 
orgânico, muitas são 
anaeróbias 
obrigatórias 
 
Morfologia dos fungos: 
Leveduras: 
➛ Unicelulares 
➛ A reprodução ocorre por brotamento ou fissão 
binária, dando origem ao blastoconídio, podendo formas 
pseudo-hifas 
➛ Células-filhas: pseudo-hifas 
➛ Colônias redondas, pastosas, mucoides em ágar 
Sabouraud Dextrose 
 ✓ Formação de colônias cremosas 
 
 Camila Mariana Castro de Oliveira 
 Medicina Nove de Julho 
 MAD 1 
 
 
Filamentosos: 
➛ Chamados de bolores 
➛ Multicelulares 
➛ As colônias são filamentosas, aveludadas ou 
algodonosas 
 ✓ Formam colônias peludinhas – temperatura 
ambiente 
➛ Crescimento lento (horas) 
➛ Constituído de estruturas tubulares, chamadas hifas 
(extensão apical) 
 ✓ Hifas podem 
ser cenocíticas ou 
septadas. Se 
mantém unidas, 
formando o micélio 
 ✓ Em ágar ou 
superfícies sólidas produzem hifas vegetativas e aéreas 
➛ Muitos fungos são dimórficos -> podem existir 
como levedura ou fungo filamentoso 
 
➛ 1 célula = HIFA; um conjunto de células = MICÉLIO 
➛ Micélio reprodutivo produz esporos ou propágulos 
➛ Esporos: 
 ✓ Assexuados 
 • Brotamento e fissão 
nuclear 
 • Ectósporos -> conídios 
– esporos formados na 
extremidade de hifas 
denominadas conidiósforos 
 
 • Endósporos -> 
esporangiósporos – 
esporos formados no 
interior de estruturas 
denominadas 
esporângios 
 
 ✓ Sexuados: 
 • Zigosporângios que irão formar os zigósporos 
(fusão do núcleo de 2 hifas) 
 • Fusão do citoplasma de dois micélios de indivíduos 
iguais (homotálico) ou diferentes (heterotálico) -> 
mediado por feromônio 
 • Ectósporos -> basidiósporos 
 
 • Endósporos -> ascósporos
 
 Camila Mariana Castro de Oliveira 
 Medicina Nove de Julho 
 MAD 1 
 
Infecções fúngicas: 
➛ Micoses superficiais: 
 ✓ Limitadas à 
pele e pelos 
 ✓ Sem 
presença de 
resposta 
inflamatória 
 
➛ Micoses cutâneas: 
 ✓ Acometem a 
camada 
queratinizada da 
pele, pelos e unhas 
 ✓ Induzem 
resposta inflamatória 
e presença de 
sintomas 
 
➛ Micoses subcutâneas: 
 ✓ Acometem camadas mais profundas da pele, 
córnea, músculos, tecido conjuntivo 
 ✓ Podem 
promover a 
formação de 
abscessos e 
úlceras 
 ✓ Geralmente 
não apresentam 
disseminação 
 
➛ Micoses sistêmicas: 
 ✓ Causadas por fungos termo-dimórficos, com 
quadro de infecção primária do trato respiratório, 
podendo apresentar disseminação (linfática ou 
hematogênica) 
 
➛ Micoses oportunistas: 
 ✓ Maioria é comensal, causando infecções em 
indivíduos imunossuprimidos 
 ✓ A via de infecção é variada, podendo ocorrer ainda 
por acessos venosos, cateteres, ventilação mecânica, 
entre outros procedimentos invasivos 
 
 Micoses sistêmicas e oportunistas: 
➛ Causam doença principalmente em indivíduos 
imunossuprimidos: 
 ✓ Desnutrição 
 ✓ HIV 
 ✓ Deficiência de neutrófilos 
 ✓ Transplantados 
 ✓ Pacientes quimioterápicos 
➛ Temo-dimórficos 
 ✓ Fase M = 25° 
 ✓ Fase Y = 37° 
➛ Sobrevivem em ambiente extracelular e dentro de 
fagócitos (ambiente intracelular) 
 
Diagnóstico laboratorial: 
➛ Análise microscópica de raspado de pele, cultura de 
material biológico suspeito de infecção fúngica 
➛ Biópsia de lesão suspeita 
➛ Cultura em ágar = Ágar Sabouraud-Dextrose 
➛ Biologia molecular 
➛ Métodos imunológicos e sorológicos: úteis no 
seguimento clínico de pacientes 
Resposta imune frente aos fungos: 
Resposta inata: 
➛ Neutrófilos, macrófagos, células linfoides inatas 
(secretam IL-17) 
Resposta adaptativa: 
➛ Fungos intracelulares: cooperação entre LTCD4+ 
(resposta do tipo Th1) e LTCD8+ 
➛ Fungos extracelulares: DCs produzem e secretam 
IL-1, IL-6, IL-23 (citocinas Th17 indutoras) 
 Camila Mariana Castro de Oliveira 
 Medicina Nove de Julho 
 MAD 1 
 
 
Granuloma: 
➛ Resposta de hipersensibilidade tipo IV (tardia) 
 ✓ Predomínio de macrófagos, linfócitos T auxiliares 
 ✓ Macrófagos: células gigantes do tipo Langhans, 
macrófagos 
epitelioides 
 ✓ Presença de 
linfócitos T 
citotóxicos e 
linfócitos B 
 ✓ Podem 
conter ainda 
alguns granulócitos (neutrófilos) 
 
Aspergiloma 
(pulmão): 
➛ Este é um abscesso 
fúngico do pulmão 
➛ Material amarelado 
no abscesso -> hifas fúngicas 
➛ Este fungo tem o hábito de colonizar cavidades 
pulmonares previamente formadas, como as resultantes 
da infecção por Mycobacterium tuberculosis 
Tratamento: 
➛ Fungicidas e fungistáticos 
➛ Ação sobre: 
 ✓ A membrana celular do fungo 
 ✓ Diminuição na quantidade de esteróis 
 ✓ Inibição na síntese de DNA e RNA do fungo 
➛ Podem ser administrados 
 ✓ Tópicos: creme, solução, loção, spray, esmalte, 
xampu 
 ✓ Creme/gel vaginal, comprimido vaginal 
 ✓ Oral 
 ✓ Intravenoso 
➛ Podem induzir: nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, 
entre outros efeitos adversos também relacionados 
com interação medicamentosa 
➛ Antibióticos antifúngicos (naturais) 
 ✓ Polienos: anfotericina e nistaena 
 • Anfotericina B e nistatina: age na membrana 
celular, tendo grande afinidade pelo ergosterol. Pode 
levar à toxicidade renal e hepátia, com trombocitopenia 
 • Griseofulvina: interfere a mitose por ligação com 
microtubulos 
 ✓ Equinocandinas: equinocandina B, caspofungina, 
anidulafungina, micafungina 
 • Eficientes como fungicida para Candida spp. e 
fungistática para o Aspergillus spp. Inibe a síntese da 
parede fúngica. Pode levar à toxicidade hepática 
➛ Fármacos sintéticos 
 ✓ Azóis: clotrimazol, econazol, feneconazol, 
cetoconazol, miconazol, eoconazol,sulconazol, imidazol, 
itraconazol, posaconazol, voriconazol, fluconazol 
 ✓ Inibem a síntese do ergosterol