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APG S17P2- TECIDO MUSCULAR OBJETIVOS Compreender a anatomia, fisiologia e histologia do tecido muscular; Entender as funções do sistema muscular; Relacionar o tecido muscular com o tétano (distúrbio eletrolítico de potássio); Conhecer quais os eventos do processo de construção muscular. TIPOS DE TECIDO MUSCULAR Estriado esquelético: movimenta os ossos do esqueleto e possui faixas de proteínas clara e escuras alternadas denominadas estriações (daí musculo estriado esquelético). Tem sua funcionalidade de maneira voluntária, ou seja, sua atividade é conscientemente controlada por células nervosas integrantes da divisão somática do sistema nervoso. Apesar de ser um musculo voluntário, alguns músculos são controlados de maneira involuntária, como o diafragma e os músculos que estabilizam a postura corporal. Estriado cardíaco: apesar de estriado, tem ação involuntária, o coração contrai em virtude do marca-passo natural (autorritmicidade) mediado por diversos hormônios e neurotransmissores. Tecido muscular liso: é encontrado nas paredes de estruturas internas ocas, como as vísceras ( vasos sanguíneos, vias respiratórias e a maioria dos órgãos da cavidade abdominopelvica), não possui estriações. Eles também são controlados por neurônios que fazem parte da divisão autônoma do SN e pelos hormônios liberados pelas glândulas endócrinas. FUNÇÕES 1- Efetua movimentos corporais: movimentos como andar, correr, escrever, digitar ou acenar com a cabeça, depende do funcionamento integrado de músculos e ossos e articulações. 2- Estabilização das posições do corpo: estabilizam articulações e ajudam a manter posições corporais como ficar de pé ou sentado. 3- Armazenamento e movimentação de substâncias dentro do corpo: por exemplo: O armazenamento é realizado pelas contrações sustentadas de camadas circulares de músculo liso chamado esfíncteres, evitando a saída dos conteúdos dos órgãos ocos. O armazenamento temporário de alimentos no estômago ou de urina na bexiga urinária é possível porque os esfíncteres de músculo liso fecham as saídas desses órgãos. As contrações do músculo cardíaco bombeiam sangue pelos vasos sanguíneos do corpo. 4- Geração de calor: mediado pela termogênese, a maioria do calor gerado pelo músculo é usada para manter a temperatura normal do corpo. Por exemplo: tremores de frio aumentam a produção de calor. PROPRIEDADES DO TECIDO MUSCULAR 1- Excitabilidade elétrica: é a capacidade de responder a determinados estímulos por meio do potencial de ação muscular que são desencadeados por dois sinais principais: sinal elétrico autorritimico que surge do próprio tecido muscular, como no marca-passo cardíaco e o outro é o estimulo químico, como neurotransmissores liberados por neurônios e hormônios, ou até mesmo alterações locais de pH. 2- Contratilidade: capacidade de contração vigorosa quando estimulado por um potencial de ação. 3- Extensibilidade: é a capacidade de o tecido muscular se estender com limites sem sofrer lesão. Ação mediada pelo tecido conjuntivo no interior do musculo que limita seu grau de extensibilidade e o mantém dentro da amplitude de contração das células musculares. 4- Elasticidade: é a capacidade de o tecido muscular retornar ao comprimento e forma originais depois de uma contração ou alongamento. TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO Componentes do tecido conjuntivo: circunda e protege o tecido muscular. Tela subcutânea: separa o músculo da pele, é composta por tecido conjuntivo areolar e tecido adiposo, consiste em uma via para a entrada e saída de nervos, vasos sanguíneos e linfáticos dos músculos. O tecido adiposo da tela subcutânea armazena a maior parte dos triglicerídios do corpo, serve de camada de isolamento que reduz a perda de calor e protege os músculos do trauma físico. é uma lâmina densa de tecido Fáscia: conjuntivo denso não modelado que reveste a parede corporal e os membros, além de sustentar e envolver músculos e outros órgãos do corpo. Além disso, possibilita o movimento livre dos músculos, aloja nervos, vasos sanguíneos e linfáticos e preenche os espaços entre os músculos. Ainda existem 3 camadas que se estendem a partir da fáscia para proteção e reforço do músculo: 1- é a camada externa que Epimísio: envolve todo o músculo. Consistem em tecido conjuntivo denso não modelado. 2- tecido conjuntivo denso Perimísio: não modelado que circunda grupos de 10 a 100 ou mais fibras musculares, separando-as em feixes chamados fascículos. 3- : penetra no interior de Endomísio cada fascículo e separa as fibras musculares individualmente, consiste principalmente de fibras reticulares. INERVAÇÃO E SUPRIMENTO SANGUÍNEO Em geral, uma artéria ou duas veias acompanham todos os nervos que penetram em um músculo esquelético. Cada neurônio somático motor apresenta um axônio que se estende do encéfalo ou medula espinal até um grupo de fibras musculares esqueléticas. O axônio de um NSM normalmente se ramifica muitas vezes e cada ramo se estende para uma fibra muscular esquelética diferente. Capilares são abundantes no tecido muscular, cada fibra muscular está em contato íntimo com um ou mais capilares. Eles levam nutrientes e oxigênio e removem o calor e produtos residuais do metabolismo muscular. ANATOMIA MICROSCÓPICA DE UMA FIBRA MUSCULAR ESQUELÉTICA é a membrana plasmática da Sarcolema: célula muscular.Os múltiplos núcleos de uma fibra muscular esquelética estão localizados logo abaixo do sarcolema. ): formam um túnel Túbulos T (transversos da superfície para o centro de cada fibra muscular. Uma vez que se abrem para o exterior da fibra, os túbulos T são cheios de líquido intersticial. Os potenciais de ação muscular percorrem o sarcolema e os túbulos T, espalhando-se rapidamente por toda a fibra muscular, praticamente no mesmo instante. consiste no citoplasma da Sarcoplasma: fibra muscular. Apresenta uma quantidade substancial de glicogênio, que pode ser usado na síntese de ATP, contém também uma proteína vermelha chamada de mioglobina (responsável por ligar moléculas de oxigênio que se difundem nas fibras musculares a partir do líquido intersticial). MIOFIBRILAS E RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO são pequenos filamentos, Miofibrilas: denominadas organelas contráteis do músculo esquelético e se estendem por toda a extensão de uma fibra muscular. é um sistema Retículo sarcoplasmático (RS): de sacos membranosos cheio de líquido que envolve cada miofibrila. Sacos terminais dilatados do retículo sarcoplasmático chamados de cisternas terminais flanqueiam os túbulos T dos dois lados (tríade). Na fibra muscular relaxada, o retículo sarcoplasmático armazena íons cálcio. A liberação de cálcio das cisternas terminais do retículo sarcoplasmátcio desencadeia a contração muscular. FILAMENTOS E SARCÔMERO Dentro das miofibrilas existem estruturas proteicas menores chamadas filamentos ou miofilamentos. local onde os filamentos Sarcômeros: (grossos e finos) de uma miofibrila são arranjados, constituindo as unidades básicas funcionais de uma miofibrila. Regiões estreitas de material proteicos densos chamados linhas Z separam um sarcômero do outro (vai de linha Z até linha Z). A parte do meio, mais escura, do sarcômero é a banda A, que se estende por todo o comprimento dos filamentos grossos (miosina). No sentido da extremidade da banda A, está uma zona de sobreposição, onde os filamentos grossos (miosina) e finos (actina) repousam lado a lado. A banda I é a área mais clara e menos densa que contém o resto dos filamentos finos e nenhum filamento grosso, por cujo centro passa uma linha Z. OBS: Letra I é fina, contém apenas filamentos finos. Letra H é grossa, contém filamentosgrossos. PROTEÍNAS MUSCULARES Miosina e Actina: são duas proteínas contráteis nos músculos e componentes dos filamentos grossos e finos, respectivamente. A miosina é o principal componente dos filamentos grossos e atua como proteína motora nos três tipos de tecido muscular. As proteínas motoras empurram as estruturas celulares para conseguir o movimento convertendo energia química em ATP em energia mecânica de movimento (produção de força). Os filamentos finos encontram-se ancorados nas linhas Z. Seu principal componente é a proteína actina. Moléculas individuais de actina se unem para formar um filamento de actina que se enrosca como uma hélice. Em cada molécula de actina há um local de ligação com a miosina, onde a cabeça de miosina pode se prender. são proteínas Troponina e tropomiosina: reguladores e fazem parte do filamento fino. No músculo relaxado, a ligação da miosina com a actina é bloqueada porque os filamentos de tropomiosina cobrem os locais de ligação com a miosina na actina. Os filamentos de tropomiosina são mantidos em seu lugar por moléculas de troponina. Quando os íons cálcio (Ca 2+ ) se ligam à troponina, ela sofre uma mudança de forma que promove a movimentação da tropomiosina para longe dos locais de ligação com a miosina na actina, ocorrendo, subsequentemente, a contração muscular conforme a miosina vai se ligando à actina. proteína estrutural da fibra muscular, Titina: sendo a terceira mais abundante, proteína grande, que ocupa metade de um sarcômero, indo de uma linha Z a uma linha M. Cada molécula de titina na linha Z conecta uma linha Z à uma linha M do sarcômero, ajudando, dessa maneira, a estabilizar a posição do filamento grosso. está contida no material Alfa-actinina: denso das linhas Z e se ligam às moléculas de actina do filamento fino e à titina. formam a linha M. As proteínas Miomesina: da linha M se ligam à titina e conectam os filamentos grossos adjacentes uns aos outros. A miosina mantém os filamentos grossos em alinhamento na linha M. é uma proteína longa e não Nebulina: elástica que acompanha cada filamento fino por toda sua extensão. Essa proteína ajuda a ancorar os filamentos finos às linhas Z e regula a extensão dos filamentos finos durante o desenvolvimento. liga os filamentos finos do Distrofina: sarcômero às proteínas integrais de membrana do sarcolema, que por sua vez, estão presas às proteínas na matriz extracelular de tecido conjuntivo que circunda as fibras musculares. Acredita-se que a distrofina e suas proteínas associadas reforcem o sarcolema e ajudem a transmitir a tensão gerada pelos sarcômeros aos tendões. CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO DAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS Mecanismo filamento deslizante A contração muscular ocorre porque as cabeças de miosina se prendem e “caminham” ao longo dos filamentos finos nas duas extremidades de um sarcômero, empurrando de maneira progressiva os filamentos finos na direção da linha M. Em consequência disso, os filamentos finos deslizam para dentro e se encontram no centro do sarcômero. É, até mesmo, possível avançar tanto nesse sentido a ponto de suas extremidades se sobreporem. Conforme os filamentos finos vão deslizando, a banda I e a zona H se estreitam e, por fim, desaparecem juntas quando o músculo está em contração máxima. Entretanto, a largura da banda A e os comprimentos individuais dos filamentos finos e grossos permanecem inalterados. Uma vez que os filamentos finos em cada lado do sarcômero estão presos às linhas Z, quando os filamentos finos deslizam, as linhas Z se aproximam e o sarcômero encurta. O encurtamento dos sarcômeros causa encurtamento de toda a fibra muscular, que, por sua vez, leva ao encurtamento de todo o músculo. No início da contração, o retículo sarcoplasmático libera íons cálcio (Ca 2+ ) no sarcoplasma, onde se ligam à troponina. A troponina, por sua vez, faz com que a tropomiosina se movimente para longe dos locais de ligação com a miosina na actina. Uma vez “liberados” os locais de ligação, o ciclo da contração – a sequência repetida de eventos que faz com que os filamentos deslizem – começa. O ciclo da contração consiste em quatro etapas: 1- Hidrólise de ATP:a cabeça de miosina engloba um local de ligação como o ATP e uma ATPase, enzima que hidrolisa o ATP em ADP e um grupo fosfato. Essa reação de hidrólise reorienta e energiza a cabeça de miosina. 2- Acoplamento da miosina à actina para formar pontes transversas: . As cabeças de miosina energizadas se fixam aos locais de ligação com a miosina na actina e liberam o grupo fosfato previamente hidrolisado. Quando as cabeças de miosina se prendem à actina durante a contração, elas são chamadas pontes transversas. 3- durante o Movimento e força: movimento de força, o local na ponte transversa onde o ADP ainda está ligado se abre. Por conseguinte, a ponte transversa roda e libera o ADP. A ponte transversa gera força ao rodar em direção ao centro do sarcômero, deslizando o filamento fino pelo filamento grosso na direção da linha M. 4- Desacoplamento da miosina da Ao final do movimento de actina: força, a ponte transversa permanece firmemente presa à actina até se ligar a outra molécula de ATP. Quando o ATP se liga ao local de ligação com o ATP na cabeça de miosina, a cabeça de miosina se solta da actina. Acoplamento excitação-contração A elevação da concentração de Ca 2+ no sarcoplasma começa a contração muscular e a diminuição cessa. Quando uma fibra muscular está relaxada, a concentração de Ca 2+ no seu sarcoplasma é muito baixa, apenas cerca de 0,1 micromol por litro (0,1 μmol/ℓ). No entanto, uma enorme quantidade de Ca 2+ está armazenada dentro do retículo sarcoplasmático. Conforme o potencial de ação muscular vai se propagando ao longo do sarcolema e nos túbulos T, os canais de liberação de Ca 2+ na membrana do RS vão se abrindo. Quando esses canais se abrem, o Ca 2+ sai do RS para o sarcoplasma ao redor dos filamentos grossos e finos. Em consequência disso, a concentração de Ca 2+ no sarcoplasma sobe 10 vezes ou mais. Os íons cálcio liberados se combinam com a troponina, fazendo com que mudem de forma. Essa alteração de conformação movimenta a tropomiosina para longe dos locais de ligação com a miosina na actina. Uma vez livres esses locais de ligação, as cabeças de miosina se ligam a eles para formar pontes transversas e o ciclo da contração começa. Com a queda do nível de Ca 2+ , a tropomiosina cobre os locais de ligação da miosina e a fibra muscular relaxa. JUNÇÃO NEUROMUSCULAR Conforme observado anteriormente, os neurônios que estimulam as fibras musculares esqueléticas a se contraírem são chamados de neurônios somáticos motores. Cada neurônio somático motor apresenta um axônio filiforme que se estende do encéfalo ou medula espinal até um grupo de fibras musculares esqueléticas. A fibra muscular se contrai em resposta a um ou mais potenciais de ação que se propagam ao longo de seu sarcolema e pelo seu sistema de túbulos T. Os potenciais de ação muscular emergem na junção neuromuscular (JNM), que consiste na sinapse entre um neurônio somático motor e uma fibra muscular esquelética. Na JNM, a terminação do neurônio motor, chamada de terminal axônico (terminação axônica), divide-se em um grupo de botões sinápticos, que constituem a parte neural da JNM. Suspensos no citosol dentro de cada botão sináptico se encontram centenas de estruturas saculares envoltas por membrana chamada de vesículas sinápticas. Dentro de cada vesícula sináptica há milhares de moléculas de acetilcolina (ACh), o neurotransmissor liberado na JNM. A região do sarcolema oposta aos botões sinápticos terminais, chamada de placa motora,é a parte da fibra muscular na JNM. Dentro de cada placa motora terminal, há 30 a 40 milhões de receptores de acetilcolina, proteínas integrais transmembrana às quais a ACh se liga especificamente. Esses receptores são abundantes nas dobras juncionais, sulcos profundos na placa motora terminal que oferecem uma grande área de superfície para a ACh. Conforme será observado, os receptores de ACh são canais iônicos dependentes de ligante. Assim, uma junção neuromuscular inclui todos os botões sinápticos terminais de um lado da fenda sináptica e a placa motora da fibra muscular do outro lado. PRODUÇÃO DE ATP NAS FIBRAS MUSCULARES Enquanto as fibras Fosfato de creatina: musculares estão relaxadas, elas produzem ATP além do necessário para o metabolismo em repouso. A maior parte do excesso de ATP é usada para sintetizar fosfato de creatina, uma molécula rica em energia encontrada nas fibras musculares. A enzima creatinoquinase (CK) catalisa a transferência de um dos grupos fosfato de alta energia do ATP para a creatina, formando fosfato de creatina e ADP. A creatina é uma pequena molécula similar ao aminoácido sintetizada no fígado, rins e pâncreas e, em seguida, transportada para as fibras musculares. Respiração celular anaeróbica (glicólise Quando a atividade anaeróbica): muscular continua e o suprimento de fosfato de creatina dentro da fibra muscular se esgota, a glicose é catabolizada para gerar ATP. A glicose passa com facilidade do sangue para as fibras musculares em contração via difusão facilitada, além de também ser produzida pela degradação do glicogênio dentro das fibras musculares. Após isso, ocorre a glicólise (quebra da glicose em duas moléculas de ácido pirúvico), em condições comuns, o ácido pirúvico entra na mitocôndria e sofre uma serie de reações que necessitam de oxigênio (respiração aeróbica), mas durante a prática de exercícios vigorosos, não existe oxigênio suficientemente disponível para ocorrer essas reações. Sob condições aneróbicas, o ácido pirúvico é convertido em ácido lático ma ausência ou na baixa concentração de oxigênio (glicólise anaeróbica- 2 moléculas de ácido lático + 2 moléculas de ATP). Essa molécula vai das fibras musculares para o sangue, sendo captada pelas células hepáticas, o que reduz a acidez sanguínea. Quando ocorre superprodução ele pode se acumular na fibra ou na corrente sanguínea, gerando a referida dor muscular pós-treino. RESPIRAÇÃO AERÓBICA Quando dispõe de oxigênio suficiente, o ácido pirúvico formado pela glicólise entra na mitocôndria e sofre respiração aeróbica, uma série de reações que requerem oxigênio (o ciclo de Krebs e a cadeia de transporte de elétrons), produzindo ATP, dióxido de carbono, água e calor. Cada molécula de glicose catabolizada sob condições aeróbicas produz cerca de 30 a 32 moléculas de ATP (embora mais lenta, a respiração aeróbica produz muito mais energia). O tecido muscular possui duas fontes de oxigênio: (1) o oxigênio que se difunde para as fibras musculares a partir do sangue e (2) o oxigênio liberado pela mioglobina dentro das fibras musculares. A respiração aeróbica fornece ATP suficiente para os músculos durante os períodos de repouso ou de exercício leve a moderado, desde que nutrientes e oxigênio estejam disponíveis. Esses nutrientes englobam o ácido pirúvico obtido pela glicólise, os ácidos graxos da degradação de triglicerídios e os aminoácidos da degradação de proteínas. UNIDADES MOTORAS Consistem em um neurônio somático motor e todas as fibras musculares esqueléticas que estimula. . Um único neurônio somático motor faz contato, em média, com 150 fibras musculares esqueléticas e todas as fibras musculares da unidade motora contraem ao mesmo tempo. Normalmente, as fibras musculares de uma unidade motora se encontram espalhadas por todo o músculo e não agrupadas. TÔNUS MUSCULAR O tônus muscular mantém os músculos esqueléticos firmes, porém não resulta em força potente o suficiente para produzir movimento. Por exemplo, quando se está acordado, os músculos da região cervical posterior se encontram em contração tônica normal; eles mantêm a cabeça ereta, evitando sua queda para frente. O tônus consiste em pequena quantidade de tensão no músculo decorrente de contrações involuntárias e fracas das suas unidades motoras. Portanto, é estabelecido por neurônios no encéfalo e na medula espinal que excitam os neurônios motores musculares. Quando os neurônios motores que servem o músculo esquelético são danificados ou seccionados, o músculo se torna flácido, um estado de fraqueza com perda do tônus muscular. CONTRAÇÕES ISOTÔNICAS E ISOMÉTRICAS Na contração isotônica, a tensão desenvolvida no músculo permanece quase constante enquanto seu comprimento se modifica. Elas são usadas para realizar movimentos corporais e mover objetos e podem ser do tipo concêntrica, que é grande o suficiente para transpor a resistência do objeto a ser movido, o músculo encurta e puxa outra estrutura, como um tendão, para produzir o movimento e reduzir o ângulo na articulação. O ato de pegar um livro de uma mesa envolve contrações isotônica concêntricas do músculo bíceps braquial no braço. Já a excêntrica, a tensão exercida pelas pontes transversas de miosina se opõe movimento de uma carga (o livro, nesse caso) e retarda o processo de alongamento. Ela acontece, por exemplo, ao abaixar o livro para colocá-lo de volta à mesa, o músculo bíceps braquial (previamente encurtado) se alonga de maneira controlada ao mesmo tempo em que continua contraindo. Contrações isotônicas repetidas produzem mais dano aos músculos e maior dor muscular tardia do que as contrações isotônicas concêntricas. Na contração isométrica, a tensão gerada não é suficiente para transpor a resistência de um objeto a ser movido e o músculo não muda seu comprimento. Um exemplo disso é o ato de segurar um livro parado, com o braço estendido. Essas contrações são importantes para a manutenção da postura e para suportar objetos em posição fixa. : revelam-se na Fibras oxidativas lentas cor vermelha escura porque contêm grandes quantidades de mioglobina e muitos capilares sanguíneos. São chamadas de lentas porque a ATPase nas cabeças da miosina hidrolisam o ATP de maneira relativamente devagar e o ritmo de contração segue mais lento. Sendo assim, são bastante resistentes a fadiga e capazes de contrações mais prolongadas e sustentadas por muitas horas (adaptadas para a manutenção de postura e para atividades aeróbicas de resistência como corrida de maratona). são Fibras oxidativo-glicolíticas rápidas: normalmente as fibras maiores. Assim como as fibras oxidativas lentas, elas contêm grandes quantidades de mioglobina e muitos capilares sanguíneos. Desse modo, também têm uma aparência vermelho-escura. As fibras OGR podem gerar quantidade de ATP considerável por respiração aeróbica, o que lhes confere resistência moderadamente elevada à fadiga. Uma vez que seu nível intracelular de glicogênio é alto, elas também geram ATP por glicólise anaeróbica. As fibras OGR são “rápidas” porque a ATPase nas suas cabeças de miosina hidrolisa ATP 3 a 5 vezes mais rapidamente que a ATPase na miosina das fibras OL, tornando sua velocidade de contração maior. apresentam Fibras glicolíticas rápidas: baixo conteúdo de mioglobina, relativamente poucos capilares sanguíneos e poucas mitocôndrias e se mostram de cor branca. Elas contêm grandes quantidades de glicogênio e geram ATP principalmente por glicólise. Devido à capacidade de hidrolisar ATP com rapidez, as fibras GR se contraem forte e rapidamente. Essas fibras de contração rápida são adaptadas para movimentos anaeróbicos intensosde curta duração, como levantamento de peso ou arremesso de bola, porém fadigam logo. CONSTRUÇÃO MUSCULAR Embora o número total de fibras musculares esqueléticas normalmente não aumente com a prática de exercício, as características das fibras existentes mudam um pouco. Vários tipos de exercícios conseguem induzir alterações nas fibras de um músculo esquelético. Exercícios de resistência (aeróbicos) como corrida e natação promovem a transformação gradativa de algumas fibras GR em fibras oxidativo-glicolíticas rápidas (OGR). As fibras musculares transformadas mostram discretos aumentos de diâmetro, da quantidade de mitocôndrias, do suprimento sanguíneo e da força. Exercícios de resistência também resultam em alterações cardiovasculares e respiratórias que fazem com que os músculos esqueléticos recebam maiores suprimentos de oxigênio e nutrientes, porém não aumentam a massa muscular. Em contrapartida exercícios que requerem muita força por curtos períodos promovem o crescimento de tamanho e o aumento de força nas fibras GR. O aumento de tamanho é decorrente da síntese mais intensa de filamentos grossos e finos. O resultado geral é o crescimento muscular (hipertrofia), conforme evidenciado pelo crescimento muscular que demonstram os halterofilistas. MECANISMO DA TOXINA TETANICA NO ORGANISMO A exotoxina, denominada tetanospasmina se fixa sobre o sistema nervoso em cerca de 30 minutos após a inoculação na medula. Acredita-se por meio de estudos que a toxina chega ao SN por dupla maneira: por via vascular (sangue e linfa) e por via nervosa. tem ação no sistema nervoso central, provocando estado de hiperexcitabilidade, hipertonia muscular, espasmos e contraturas, podendo levar o doente a óbito. Uma vez no sistema nervoso, a toxina age ao nível de transmissão sináptica dos neurônios motores inferiores, mais precisamente, na sinapse dos neurônios internunciais da medula, inibindo sua ação inibidora. Ao nível bioquímico, está hoje estabelecido que o receptor da membrana sináptica ao qual a toxina se fixa, são gangliosídeos formados, sobretudo por ácido N-acetil neuramínico, sendo a fixação facilitada por cerebrosideos da célula. O mecanismo íntimo de ação da toxina seria bloquear a ação do mediador químico na sinapse, que é, ao que se supõe, a glicina. Ainda por meio de estudos, encontra-se na literatura, que a toxina tem uma ação periférica, ao nível da placa motora, agindo provavelmente na liberação ou destruição da acetilcolina. A bactéria do tétano pode adentrar ao organismo por meio de uma ferida exposta, e ela é comumente encontrada na terra. Após entrar no organismo, ela produz a tetanospasmina, uma toxina capaz de inibir a função nervosa (neurônio motor) e muscular. Os neurônios motores durante esse quadro são altamente estimulados pela comunicação mista e essa alta estimulação persistente faz com que os músculos se contraíam sem liberação. Contrações tetânicas comumente afetam a mandíbula. Contrações vigorosas podem fazer com que os músculos se estiquem até o ponto de rasgar. Tronco e pescoço podem trazer dificuldades de engolir e até mesmo respirar, levando o paciente rapidamente a óbito. Além disso, também é descrito na literatura alterações de personalidade, como irritabilidade e riso sardônico. REFERÊNCIAS DE OLIVEIRA, Lucas Villasboas; NUNES, Ceuci de Lima Xavier. Estudo de 119 casos de tétano ocorridos num hospital de referência na Bahia entre 2004 e 2010. 2013. ² MOURA, Gisele Nogueira de et al. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM TÉTANO ACIDENTAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. Revista Baiana de Saúde Pública, [S.l.], v. 36, n. 2, p. 313, fev. 2013. ISSN TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano-: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2016.
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