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Alice Bastos HM VI – 2021.2 Drenagem torácica Introdução A pleura é uma membrana escorregadia que reveste os pulmões e o interior da parede torácica; → Ela permite que os pulmões se movam suavemente durante a respiração e quando a pessoa se movimenta; Normalmente, existe uma pequena quantidade de líquido lubrificante entre as duas camadas da pleura; → Essas duas camadas deslizam suavemente uma sobre a outra quando os pulmões sofrem alterações de tamanho e forma; A cavidade pleural é um espaço virtual limitado pelas pleuras visceral, parietal, mediastinal e diafragmática, ocupada por uma fina lâmina líquida que permite o deslizamento entre elas durante o ciclo respiratório; → A pressão negativa em seu interior garante o funcionamento normal dos órgãos contidos no tórax, principalmente pulmões e coração; Em situações patológicas, a cavidade pleural pode ser ocupada por conteúdo líquido ou gasoso de variado volume, determinando alterações na fisiologia respiratória que, se não adequadamente tratadas, podem determinar a morte do doente. Definição A drenagem pleural é um procedimento cirúrgico que consiste na introdução de um dreno através da parede torácica; → Tem o objetivo de restaurar ou manter a negatividade da pressão do espaço pleural, por meio da eliminação de qualquer conteúdo anômalo. Indicações As principais indicações de drenagem torácica são: → Pneumotórax; → Hemotórax; → Derrame pleural sintomático ou recidivante; → Realização de pleurodese. Contraindicações Não há contraindicações absolutas para a drenagem pleural; Algumas contraindicações relativas são: → Coagulopatias ou uso de anticoagulantes orais; → Cirrose hepática; → Paquipleuris. Materiais para drenagem 1. Equipamentos de proteção individual (EPIs): luva estéril, bata, máscara, óculos de proteção; 2. Material de antissepsia: pinça Foerster, PVPI tópico ou clorexidina alcóolica e gaze; 3. Campo cirúrgico; 4. Anestésico: lidocaína 1%; 5. Agulha e seringa para anestesia; 6. Cabo de bisturi (n° 3 ou 4); 7. Lâmina de bisturi (n° 11 ou 15 para o cabo 3 ou 21, 22, 23 ou 24 para o cabo 4); 8. Pinça hemostática Kelly ou Rochester; 9. Material para sutura: porta-agula, pinça traumática, fio sertix e tesoura reta; Alice Bastos HM VI – 2021.2 10. Material para curativo: gaze, esparadrapo/micropore; 11. Dreno: diâmetro de 2-6 mm (6-26 French) para uso pediátrico e 5-11 mm (20-40 French) para uso adulto; → Segundo a 10ª edição do ATLS, a drenagem deve ser feita com drenos de menor calibre, entre 28 e 32 French; 12. Sistema selo d’água. Procedimento Comunicar ao paciente sobre o procedimento, devendo este ser consentido; Realizar a paramentação completa com os EPIs; Posicionar o paciente em decúbito dorsal; → O braço do lado que será feita a drenagem deve ficar elevado com a mão atrás da cabeça, facilitando a exposição do tórax; Antissepsia/assepsia e colocação dos campos estéreis; Bloqueio anestésico com lidocaína a 1% no local escolhido para inserção do dreno; → Anestesia-se a pele, subcutâneo, periósteo, músculos e pleura parietal; → Ao anestesias, fazer a pápula de 3-4 cm de diâmetro; → Faz a pápula superficialmente e depois, com uma agulha maior, faz uma perfuração mais funda; Incisão cutânea horizontal de 2 cm de extensão; → Paralela aos arcos costais e junto à borda superior da costela inferior, no 5° espaço intercostal, anterior à linha axilar média; • Dessa forma, evita-se atingir os vasos nessa região; Entra com a pinça Kelly ou Rochester na incisão; → Entrar com a ponta fechada; Alice Bastos HM VI – 2021.2 Divulsão romba com pinça Kelly ou Rochester dos planos subcutâneos e muscular até perfurar a pleura parietal; Exploração digital do interior da cavidade; → Para ter certeza do trajeto que foi feito, orientar também quando for colocar o tubo; O dreno deve ser pinçado com a Kelly ou Rochester na extremidade em que será inserido na cavidade (proximal) e na porção distal; → A curvatura da Kelly acompanha a curvatura do dreno; → A porção inserida é que possui vários furinhos; → A outra extremidade do dreno também é fechada (nesse caso, utiliza-se a outra parte da Kelly – aquela parte que coloca os dedos); • A região pinçada é para marcar o dreno, indicando até que parte o dreno será colocado; • Mede-se da fúrcula esternal até o local da incisão; Com o auxílio da Kelly ou Rochester, o dreno é introduzido na cavidade e direcionado posterossuperiormente (pneumotórax) ou posteroinferiormente (hemotórax ou derrame pleural) e depois a pinça proximal é retirada; O dreno é conectado ao sistema selo d’água e depois a pinça Kelly ou Rochester distal deve ser retirada; → O selo deve estar sempre no nível abaixo do paciente para que a drenagem seja feita adequadamente; Fixa-se o dreno à pele, sem perfurá-lo, com um ponto em “U” de fio inabsorvível e resistente; → Na aula o professor faz o ponto em “X”, deixa as extremidades do mesmo tamanho e segue com os próximos passos; O fio é traçado ao redor do tubo e confeccionada a “bailarina”, amarrando o fio apenas na última volta; Coloca-se um curativo oclusivo ao redor do local de inserção do dreno; → Utiliza-se duas gazes cortada até a metade, colocando em volta do tubo (uma por cima e outra por baixo, de modo que fiquem sobrepostas); → Fixa com esparadrapo; É necessário também fixar o dreno mais ou menos no flanco do paciente, envolvendo as extremidades no abdome do paciente. Alice Bastos HM VI – 2021.2 IMPORTANTE! Realizar raio-X de tórax para controle logo após o final do procedimento; → Para ter certeza que o tubo está no local certo e que está funcionante. Complicações As principais complicações são: → Enfisema subcutâneo; → Lesão do feixe vasculonervoso; → Edema pulmonar de reexpansão; → Empiema; → Lesão de estruturas torácicas; → Lesão de vísceras abdominais; → Posicionamento errado do dreno.
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