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Memória - resumo anotações

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Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
 
A memória se refere à capacidade do 
organismo de adquirir e reter informações, 
estando relacionada a conhecimento. A 
nossa personalidade, nossa história e como 
nos comportamos, a noção de tempo, 
aprendizagem, adaptação, linguagem e 
pensamentos coerentes dependem da 
memória (TULVLING, 1995; como citado 
por CORRÊA). 
Atualmente, sabe-se que o cérebro 
processa a memória tanto em locais 
específicos, ao mesmo tempo que ativa 
outras áreas importantes para a formação 
da memória, ou seja, tanto a escola 
localizacionista, como a escola holista 
tinham um pouco de razão (CORRÊA). 
 
Figura 1 – Neuroanatomia da Memória 
A Síndrome Amnésica Clássica (que 
acometeu H.M.) se caracteriza por uma 
incapacidade em se lembrar de 
informações recentemente adquiridas e 
está associada a lesões dos lobos 
temporais mediais, mais especificamente, 
no hipocampo, e, mais em geral, às lesões 
na região mediana do cérebro ou sistema 
límbico (CORRÊA). 
 
Figura 2 – Sistema Simbólico 
Memória Semântica, de acordo com 
Tulwing (1995; como citado em CORRÊA), 
se refere ao conhecimento que a pessoa 
possui sobre o significado das palavras e 
outros símbolos verbais e fatos. 
A Neuropsicologia da Memória 
O modelo a seguir de memória, é o modelo 
de Arkinson e Schiffrin: 
• Memória Sensorial: é uma memória 
muito curta relacionada à percepção e 
aos órgãos sensoriais. Se subdivide em: 
memória icônica ou eidética (visual) e 
memória ecoica (auditiva) - que juntas 
formam a memória fotográfica 
(CORRÊA). 
• Memória de curto prazo: é uma 
memória imediata e primária. É a 
capacidade para reter uma informação 
na memória por um período curto de, 
em média, um minuto e poder se 
lembrar dessa informação dentro desse 
intervalo. Essa instância de memória é 
limitada à um número de informações 
que a mente é capaz de receber e reter 
simultaneamente que é chamada de 
Span Mnésico: sete elementos, em 
média. Um exemplo de Span Mnésico é 
o número de celular, quando o vemos e 
Memória M E M Ó R I A 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
somos capazes de discar sem consultá-
lo novamente (IPSEN, 1988; como 
citado em CORRÊA). 
Antes de ir para a memória de longo prazo, 
a informação passa por repetições para 
que seja codificada. Qualquer interferência 
à repetição pode levar ao esquecimento 
(CORRÊA). 
Segundo Corrêa, a memória de curto prazo 
sofre dois efeitos: efeito de primazia e de 
recência que é a nossa tendência de, em 
uma lista de palavras ou números, nos 
lembrarmos das primeiras palavras 
(primazia) e das últimas (recência). 
• Memória de longo prazo ou 
secundária: se refere às informações 
que somos capazes de lembrar em 
alguns minutos até em muitos anos. 
Subdivide-se em: 
1. memória recente ou memória dos 
acontecimentos recentes, memória de 
médio prazo ou ainda memória lábil; e 
2. memória antiga ou memória terciária e 
memória consolidada (CORRÊA). 
A memória de longo prazo é estruturada 
em três passos: 
1. memorização: colocar na memória por 
meio dos processos de manutenção e 
de aquisição; 
2. conservação ou estocagem: capacidade 
de reter a informação; e 
3. rememoração, resgate, restituição ou 
repescagem: ser capaz de lembrar 
(CORRÊA). 
A memorização é composta pelos 
seguintes processos: 
1. atenção: se eu não presto atenção, não 
tenho memória para codificar. 
2. operações de codificação: envolve dar 
sentido às informações, compreender a 
mensagem da informação (IPSEN, 1988; 
como citado em CORRÊA). 
3. operações de associações: é o processo 
de relacionar a informação nova com 
informações antigas já memorizadas 
(CORRÊA). 
4. operações de estruturação e de 
organização: esse processo depende da 
inteligência de cada um. Consiste em 
juntar as informações, pois quando há 
diversas informações para reter é mais 
fácil retê-las as organizando por 
categorias do que retê-las isoladas 
(CORRÊA). 
5. operações de indexação ou integração: 
consiste em situar a informação no 
tempo, utilizando etiquetas 
espaciotemporais, como: isso 
aconteceu em tal ano, em tal local com 
tal pessoa. É dessa forma que os 
acontecimentos de nossa vida são 
situados cronologicamente sem 
estarem situados no tempo exato. 
Resumindo: 
Informação sensorial – codificação – 
armazenamento - recordação 
Se as informações ultrapassarem a 
capacidade da memória de curto prazo 
(span mnemônico), é preciso que estas 
informações permaneçam por certo tempo 
na memória. Caso não haja essa 
manutenção, as informações podem ter 
um os seguintes destinos: 
• se tornarão informações incompletas 
na memória; e/ou 
• todas as informações podem ser 
apagadas e substituídas pelas 
informações que nos distraíram 
enquanto memorizávamos as primeiras 
(CORRÊA). 
A conservagem ou armazenagem se refere 
aos processos que conduzem à 
memorização de forma efetiva das 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
informações. Para que isso ocorra, dois 
processos estão envolvidos: 
• Processos de consolidação: os traços 
mnemônicos são transformados em 
informações consolidadas. É nesse 
processo que surge a diferenciação 
entre memória de fatos antigos 
(memória do passado, consolidada) e 
memória recente. O sono desempenha 
um papel importante para a 
consolidação dessas memórias 
(CORRÊA). 
• Processos de reconstrução: as 
informações já armazenadas não ficam 
estáticas, elas são constantemente 
reconstruídas quando adquirimos novas 
informações semelhantes, elas são 
requisitadas e rememorizadas 
novamente, por isso se alteram um 
pouco e também ficam por mais tempo 
na memória. Assim, esse processo 
corrobora a lei de Ribot: “as 
lembranças, de mesma ordem e mesmo 
gênero, apagam-se na ordem inversa da 
sua aquisição” (IPSEN, 1988; como 
citado em CORRÊA), em outras palavras, 
as memórias mais recentes tendem a 
ser as primeiras a serem apagadas em 
distúrbios de memória porque não 
passaram por esse processo de 
reconstrução. 
• Rememoração: é o processo de 
recordação e subdivide-se em dois 
outros processos: 
1. reconhecimento: por meio de pistas, o 
cérebro reconhece que já armazenou 
aquela informação e a relembra, por 
exemplo: prova objetiva – na qual as 
opções de múltipla escolha funcionam 
como pistas; e 
2. evocação: sem pistas, o cérebro precisa 
buscar a informação para recordá-la. 
Quanto mais a informação foi repetida, 
codificada, organizada e elaborada, 
mais fácil será lembrar dela, por 
exemplo: questões abertas - na 
ausência de pistas, o cérebro trabalhará 
mais para encontrar a informação 
necessária para responder a prova 
(ISPEN, 1988; como citado em CORRÊA). 
Resumindo os estágios da memória 
evocação: 
Informação sensorial – codificação – 
armazenamento - recordação 
• Aprendizagem dependente do estado: 
a memorização será interferida pelo 
contexto externo (local, presença de 
pessoas, atividades) e contexto interno 
(emoções, humor, motivação). Assim, 
temos mais chances de nos lembrarmos 
de algo quando estamos no mesmo 
contexto em que aprendemos 
(CORRÊA). 
Outros modelos estruturais da memória 
O Modelo de Tulving (1995; como citado 
em CORRÊA): 
1. Memória declarativa, consciente ou 
explícita: é a capacidade do indivíduo 
em recordar eventos que aconteceram, 
bem como coisas que ele sabe (KOLB; 
WHISHAW, 1996; como citado em 
CORRÊA). Subdivide-se em: 
• memória semântica, genérica ou 
atemporal: se refere ao conhecimento, 
seja ele didático ou não (como saber um 
conto local), ao significado das palavras. 
• memória episódica: se refere à 
capacidade de se lembrar de fatos 
pessoais, autobiografia. 
Assim, é uma memória para fatos e 
eventos. Ela acontece no lobo temporal 
medial e no diencéfalo. 
2. Memória não-declarativa, 
inconsciente, de procedimento ou 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
implícita: é a capacidade do indivíduo 
de realizar um ato depoisde tê-lo 
aprendido, por exemplo: andar de 
bicicleta, dirigir e nadar. É ela quem 
possibilita fazermos essas coisas de 
modo automático (sem pensar muito), 
quando isso acontece, a memória se 
tornou implícita. Fazem parte dessa 
memória a memória de procedimento, 
o efeito priming e o condicionamento 
2.1. O efeito priming ou pré-ativação 
consistem em eventos que já 
vivemos “contaminar” nossa 
memória que facilita 
temporariamente a percepção de 
um objeto. 
2.2. O condicionamento consiste em um 
estímulo neutro, ou seja, não 
produzia efeito, passa a ser um 
estímulo condicionado que elicia 
respostas no organismo. A depender 
da intensidade das respostas 
eliciadas no organismo, um único 
emparelhamento de estímulos é 
suficiente para realizar o 
condicionamento, entretanto, a 
repetição é fundamental para a 
aprendizagem na maioria dos casos. 
Na perspectiva das Teorias 
Cognitivas Comportamentais (TCC), 
o condicionamento é uma memória, 
todos os traumas são uma memória. 
O modelo de memória operacional de 
Baddeley e Hitch (1974; como citado por 
CORRÊA): 
• Memória de trabalho ou Operacional: 
não é a memória de curto prazo. É 
responsável por gerenciar informações 
na memória enquanto outros processos 
cognitivos acontecem. É ela que atua 
também quando as informações 
ultrapassam o limite do span mnésico, 
como quando as pessoas estão lendo ou 
fazendo um cálculo. Assim, a memória 
de trabalho permite que tenhamos na 
consciência informações temporárias, 
sendo essencial para conseguir fazer 
algumas atividades, como ler, fazer 
cálculos, estudar (CORRÊA). 
Nesse modelo, o executivo central é o que 
controla as informações que saem de dois 
sistemas subordinados: a alça fonológica e 
o registro ou suporte visuoespacial. Veja a 
representação do sistema, a seguir: 
 
Figura 3 – Sistemas Responsáveis pela Memória 
Operacional 
O executivo central é um sistema com 
capacidade limitada, porém responsável 
pela conexão entre os sistemas 
subordinados e a memória de longo prazo, 
além de ser responsável pela estratégia de 
seleção e planificação. Essa função é 
exercida, em sua maioria, pelo lobo frontal 
que coordena as informações que irão para 
a memória de longo prazo. Já a alça 
fonológica é responsável pela estocagem 
temporária das informações verbais, 
enquanto o sistema visuoespacial é 
responsável pelas informações visuais. 
Quando necessário, o executivo central 
recorre às memórias já armazenadas que 
podem ser úteis no presente (CORRÊA). 
 
Figura 4 – Lobos Cerebrais 
Sistema 
Visuoespacial
Executivo
Central
Alça 
Fonológica
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
Avaliação da memória 
Tanto a memória verbal, como a não-
verbal devem ser avaliadas. Utilizando 
instrumentos e técnicas tanto para 
lembrança quanto para reconhecimento 
(CORRÊA). 
Um dos instrumentos que podem ser 
utilizados é a bateria da escala de 
inteligência Wechsler, para a maioria dos 
adultos (LEZAK, 1995; como citado em 
CORRÊA). Outros aspectos que devem ser 
avaliados segundo Corrêa, são: 
• span (extensão) de retenção verbal 
imediata que é o span de dígitos em 
ordem direta que avalia memória 
operacional; 
• dígitos inversos para avaliar memória 
operacional também; 
• sequência de números e letras (WAIS) 
que também avalia memória 
operacional; 
• extensão da memória remota 
(informação) estocada de forma 
verbal; 
• questões mais longas aritméticas (teste 
de aritmética de WISC/WAIS) e de 
compreensão porque oferecem 
informações sobre a duração e a 
estabilidade do span verbal imediato 
para material com sentido; 
• exame do estado mental; 
• tarefa de retenção verbal que requer do 
sujeito que se lembre de três ou quatro 
palavras, após 5 minutos de entrevista 
intercalada; 
• orientação pessoal para verificar o nível 
mínimo necessário para independência 
que o paciente retém de suas 
memórias recentes; 
• teste de lembrança visual e retenção; 
• retenção de material verbal com 
sentido; 
• teste de habilidade de aprendizado que 
permite a formação da curva de 
aprendizagem e inclui uma tentativa de 
reconhecimento, por exemplo: teste de 
aprendizagem auditivo-verbal de Rey; 
• cubos de corsi: avalia memória 
operacional; 
• teste vocabulário e informação do 
WAIS/WISC: avalia a memória de longo 
prazo; 
• lista de palavras RAVLT OU HVLT: avalia 
memória episódica verbal; 
• lista complexa de Rey: avalia memória 
episódica visuoespacial; 
• Figura Complexa de Rey (FCR): avalia 
memória. 
Quando déficits de memória forem 
detectados, todas as outras funções 
cognitivas devem ser avaliadas e a 
possibilidade do quadro depressivo 
também deve ser investigada (CORRÊA). 
Amnésia 
Os problemas da memória são chamados 
de amnésia. 
• Amnésia 
retrógrada: a pessoa 
não se lembra do 
que aconteceu 
antes. Por exemplo: 
filme como se fosse 
a primeira vez. 
• Amnésia 
anterógrada: a pessoa não forma novas 
memórias. 
A amnésia pode ser total ou parcial e 
acontece, na maioria dos casos, na 
memória episódica. 
A amnésia pode acontecer por 
consequência de doenças 
neurodegenerativas como Doença de 
Alzheimer (DA), infecções ou 
enfermidades que atingem o tecido 
Sabrina Feitosa de Sousa 
Avaliação Psicológica IV|UDF 
 
cerebral como encefalite e Acidente 
Vascular Cerebral (AVC), traumas físicos 
como o Trauma Craniano Encefálico, 
alcoolismo como a síndrome de Korsakoff, 
traumas psicológicos. 
Referências 
CORRÊA, Antonio Carlos de Oliveira. 
Neuropsicologia da memória e sua 
avaliação. In: Neuropsicologia. FUENTES et 
al., __. p.168-185. 
 
Figura 2 – Sistema límbico: 
https://terapiadecasalrj.site/terapia-de-
casal-rj-estresse/. Acesso em 29 set. 2021. 
 
Figura 3 – Sistemas Responsáveis pela 
Memória Operacional: adaptado de 
Corrêa. 
 
Figura 4 – Lobos Cerebrais: 
https://static.tuasaude.com/img/posts/20
14/07/614707ff97335c61b5b91bb11f811b
a1-640_427.jpeg. Acesso em 05 out. 2021. 
Veja também: 
História da Neurociência Cognitiva 
 
https://terapiadecasalrj.site/terapia-de-casal-rj-estresse/
https://terapiadecasalrj.site/terapia-de-casal-rj-estresse/
https://static.tuasaude.com/img/posts/2014/07/614707ff97335c61b5b91bb11f811ba1-640_427.jpeg
https://static.tuasaude.com/img/posts/2014/07/614707ff97335c61b5b91bb11f811ba1-640_427.jpeg
https://static.tuasaude.com/img/posts/2014/07/614707ff97335c61b5b91bb11f811ba1-640_427.jpeg

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