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síndrome de Burnout P3

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INTRODUÇÃO 
O termo burnout é definido, segundo um jargão 
inglês, como aquilo que deixou de funcionar por 
absoluta falta de energia. Metaforicamente, é 
aquilo, ou aquele, que chegou ao seu limite, com 
grande prejuízo em seu desempenho físico ou 
mental. Síndrome de Burnout ou Síndrome do 
Esgotamento Profissional é um distúrbio 
emocional com sintomas de exaustão extrema, 
estresse e esgotamento físico resultante de 
situações de trabalho desgastante, que 
demandam muita competitividade ou 
responsabilidade. 
EPIDEMIOLOGIA 
Como a síndrome não exige notificação 
compulsória, o Ministério da Saúde não 
consegue contabilizar com precisão o número 
de brasileiros que são afetados por ela. Mas, 
uma pesquisa realizada pela International Stress 
Management Association (Isma-BR) em 2018 
calcula-se que 32% dos trabalhadores no país 
padecem dela, seriam mais de 33 milhões de 
cidadãos. Em um ranking de oito países, os 
brasileiros ganham de chineses e americanos, só 
ficando atrás dos japoneses, com 70% da 
população atingida. Policiais, professores, 
jornalistas, médicos e enfermeiros estão entre 
as profissões mais afetadas pela pane física e 
mental. 
FISIOPATOLOGIA E QUADRO CLÍNICO DA 
SÍNDROME DE BURNOUT 
A Síndrome de Burnout é definida por uma 
combinação de três fatores: exaustão 
emocional (depleção da energia emocional 
pela demanda excessiva de trabalho), 
despersonalização (senso de distância 
emocional dos pacientes ou do trabalho) e 
baixa realização pessoal (sensação de baixa 
autoestima e baixa eficácia no trabalho). Em o 
 
 
 
 
Outras palavras, Burnout é a resposta 
prolongada ao estresse crônico no trabalho. 
Fisiopatologia do estresse 
O estresse manifesta-se em três fases: fase de 
defesa ou alarme, na qual o sistema nervoso 
central percebe a situação de tensão e o 
hipotálamo estimula a hipófise, levando-a a 
aumentar a secreção do hormônio 
adrenocorticotrófico; fase de resistência, na 
qual o organismo reage às doenças; e fase de 
exaustão ou esgotamento, quando o organismo 
torna-se mais suscetível a doenças. 
Dessa forma, muito comumente, o 
paciente apresenta-se com um quadro 
genérico de desânimo, desmotivação, 
sonolência e insônia, entretanto esse evolui 
para uma displicência e desinteresse pela 
rotina de trabalho, insatisfação com as relações 
interpessoais do cotidiano, como as próprias 
necessidades cotidianas, distimia e, por fim, 
tende a apresentar uma redução significativa do 
rendimento no profissional. A sintomatologia, 
quando não tratada, invade o âmbito pessoal, 
resultando em conflitos familiares e sociais. 
Frequentemente, são relatados sintomas 
somáticos, como cefaléia, bradicardia, 
hipertensão arterial, sudorese, mialgias, 
queixas digestivas, que evidenciam o 
acometimento do sistema neurovegetativo. 
DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE 
BURNOUT 
A síndrome de burnout é considerada uma 
questão relacionada ao manejo de vida, ou seja, 
é preciso levar em consideração o contexto em 
que a pessoa encontra-se e que pode estar 
levando a existência da síndrome. 
O burnout não é, então, entendido como uma 
doença, não constando, por exemplo, do DSM-
5, entretanto é citada pela Organização 
Síndrome de Burnout 
Mundial da Saúde na Classificação 
Internacional de Doenças – CID 10. Portanto, 
para o diagnóstico é necessária uma ampla 
compreensão do quadro clínico, do contexto 
social e do estado psicológico do paciente, 
cabendo ao psiquiatra e ao psicólogo fecharem 
o diagnóstico. Segundo a World Health 
Organization, os fatores de risco para o 
desenvolvimento da síndrome de burnout se 
divide em quatro grandes grupos. 
1. A ORGANIZAÇÃO: Que engloba questões 
como o excesso de burocracia, a falta de 
autonomia, a rigidez nas normas institucionais, 
comunicação ineficiente e a impossibilidade de 
ascensão na carreira, haja vista que, são 
situações que tendem a promover um clima 
social prejudicado, limitação da autonomia e 
criatividade do funcionário e provoca a 
insegurança do mesmo. 
2. O INDIVÍDUO: O quadro tende a ser mais 
presente em mulheres, pessoas com maior nível 
educacional, perfeccionistas, pessimistas, com 
lócus de controle interno e externos, uma vez 
que tendem a desenvolver maior preocupação 
com os cenários cotidianos. 
3.LABORAIS (DO TRABALHO): Ambiguidade no 
papel por conta das normas, objetivo e métodos 
pouco delimitados, conflitos de papel, sendo o 
quadro muito comum em cuidadores em geral. 
4. SOCIAIS: Falta de suporte social e familiar, 
baixo reconhecimento social frente à profissão e 
salário, tendem a instigar um quadro de 
desmotivação do paciente. 
São muitos os relatos na literatura que buscam 
associar a síndrome de Burnout a transtornos 
ansiosos específicos, sendo comum pacientes 
apresentarem: quadros suicidas, de dissociação, 
abuso/dependência ao álcool e outras 
substâncias ilícitas e transtornos 
psicossomáticos. É importante ressaltar que não 
foram encontrados estudos que validassem e 
avaliassem essa associação. 
 
TRATAMENTO DA SÍNDROME DE 
BURNOUT 
Assim como grande parte dos transtornos que 
envolvem o campo psicológico, o tratamento 
sofre grande variação entre os pacientes, 
entretanto, existem evidências de que a Terapia 
Cognitivo Comportamental apresenta bons 
resultados no tratamento dos aspectos 
individuais do burnout. Novas técnicas de 
terapias, como as baseadas em mindfulness e 
a Terapia de Aceitação e Compromisso, 
também têm tido resultados promissores 
frente a contextos de estresse prolongado. 
Em determinados casos, é indicado o 
tratamento medicamentoso, por meio da 
utilização de antidepressivos e/ou ansiolíticos, 
cujas dosagens sofrem grande variação. 
Ademais, o estilo de vida do paciente deve ser 
investigado e deve-se preconizar um estilo de 
vida marcado por boa alimentação, prática de 
exercícios físicos e boa rotina de sono a fim de 
promover bom equilíbrio hormonal e 
mecanismos de “escape” do estresse. 
 
 
 
https://nucleointerface.com.br/psicoterapias/terapia-cognitivo-comportamental-tcc
https://nucleointerface.com.br/psicoterapias/terapia-cognitivo-comportamental-tcc
https://nucleointerface.com.br/psicoterapias/terapia-de-aceitacao-e-compromisso-act

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