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Anti-Inflamatórios Esteroidais Introdução Adrenais: glândulas anexas aos rins presentes em todos os vertebrados. Produzem hormônios esteroides/ corticoesteroides/ cortisol a partir do colesterol. Corticosteroides/ Corticoides Mineralocorticoides (zona glomerulosa) Glicocorticoides (zona fasciculada) Esteroides sexuais/ andrógenos (zona reticulata) Mineralocorticoides Principal: aldosterona Interferem na manutenção do equilíbrio hídrico e eletrolítico Glicocorticoides Hidrocortisona – cortisol: cães, gatos, porcos-da-índia, hamsters, peixes, macacos e seres humanos. Corticoesterona: ratos, camundongos, pássaros e cobras. Metabolismo de CHO e proteínas Atividade anti-inflamatória e imunossopressura Classificação Conforme a duração dos efeitos - Rápido, intermediário ou prolongado Conforme a potência Assestada pela sua atividade anti- inflamatória quando comparada a hidrocortisona, sujo valor é arbitrariamente definido com 1,0. Ação rápida: hidrocortisona e cortisona – apresentam potência menor que os de ação mais prolongada. Glicocorticoides extremamente potentes e de longa duração, como betametasona e hexametasona, possuem essas características graças à sua ligação reduzida com proteínas plasmáticas, menor velocidade de excreção e maior afinidade com receptores. Mineralocorticoides Glicocorticoides Fisiologia dos esteroides adrenais Corticoesteroides Sintetizados e liberados quando necessário – sem estocagem. Principal estímulo – hormônio adrenocorticotrófico/ corticotrofina (ACTG) A secreção de ACTH é regulada pelo hormônio liberador de corticotropina (CRH – produzido no hipotálamo). Alguns fatores psicológicos e ambientais também podem axuilar a secreção. Colesterol: intermediário obrigatório na síntese de corticoesteroides. 60-80% do colesterol deriva de fontes exógenas. Mineralocorticoides Sem influências da secreção do eixo hipotalâmico-hipofisário (CRH-ACTH). Dependente do SRAA Felinos e caninos Produção total de cortisol em 24h: 1mg/kg Ritmicidade: dois ou mais picos de secreção – vários episódios de sono que ocorrem durante o dia. Em cães, ainda não foi definido se realmente ocorre de acordo com o ciclo circadiano igual ao homem. Glicocorticoides endógenos Transportados no plasma por proteínas carreadoras (CBG), globulinas de baixa concentração sanguínea. Alta afinidade: albumina e hidrocortisona. Baixa afinidade: esteroides endógenos e sintéticos Mecanismo compensatório: alta concentração plasmática de albumina. Essa molécula tem baixas baixa afinidade pelos esteroides endógenos e sintéticos, e compensa pela alta concentração. Mecanismo de ação Interagem com a família dos receptores nucleares. Por sua lipossolubilidade, conseguem atravessar a membrana celular e se ligar a proteínas receptoras localizadas no interior do núcleo, modificando a expressão gênica. Atuação gênomica ou não genômica Genômica Interação com receptor citoplasmático de glicocorticoides (GR) Duas variantes do receptor: GR-alfa e GR-beta GR-alfa: maioria das ações dos corticoesteroides. GR-beta: sem ligação direta aos hormônios. Efeito inibitório sobre GR- alfa. Podendo estar associada inclusive a resistência e doenças autoimunes e inflamatórias. Receptores encontrados em todos os tecidos 3000 a 10000 por célula Gatos x Cães Gatos presentam metade da quantidade de receptores de glicocorticoides, possuem peculiaridade na resposta à terapia e efeitos colaterais. Repouso: localização citoplasmática Ligação complexo GC/GR: ocorre no interior do núcleo e gera alterações conformacionais e torna-se ativado, expondo um domínio de ligação com o DNA. GRE: local de ligação com o DNA. GRE positivo: leva a expressão de efeitos colaterais GRE negativo: leva a inibição de genes inflamatórios (IL-1, IL-2). Mecanismos alternativos a ligação com GREs Interação inibitória direta: proteína a proteína – ativação de proteínas como TNF alfa, IL, estimuladores de macrófagos Podem interagir com proteína ativadora 1 (AP-1): interagindo com vários genes atuando IL-pró inflamatórias e enzima COX Vários efeitos genômicos: podem resultar em efeitos biológicos com durações variadas (horas/dias) Não genômico Efeitos mais rápidos Mediados por ligação não específica com membranas celulares, receptores de membrana e citoplasma. Levam a alterações de corrente transmembrana, níveis de Ca e eventos de fosforilação intracelulares. Biotransformação Hepática Oxidação, redução, hidroxilação, conjugação: leva a inativação Exceto: cortisona e prednisona – utilizam a via metabólica hepática e por meio de redução são ativadas em hidrocortisona e prednisolona Fígado – 70% do metabolismo dos corticoesteroides Extra-hepáticos: renal Pode sofrer interferência de fatores hormonais, obesidade, idade, doenças intercorrentes e uso de outros medicamentos. Excreção Via renal Compostos hidrossolúveis Maioria: excreção renal Parte: adicionada a bile – via fecal Propriedades Fisiológicas e Farmacológicas Efeitos metabólicos gerais GC – hiperglicemiantes – inibição da captação e utilização da glicose (antagoniza a insulina) Gliconeogênese a partir de aa e ácido graxos livres Síntese de glicogênio hepático Metabolismo proteico: aumento do catabolismo e diminuí síntese de proteínas Tecido adiposo: atuam de forma permissiva e tem efeito lipolítico potencializando efeitos de determinados hormônios (Catecolaminas, GH, etc) Hormônios tem ação mediante aumento de cAMP, por meio da ativação da quinase cAMP dependente. Cortisol e GC sintéticos Efeitos mineralocorticoides: retenção de Na, excreção de K, expansão volume celular Corticoidoterapia Diurese, aumento da taxa de filtração glomerular, inibição efeitos do ADH nos túbulos distais e ductos coletores. Metabolismo de Ca Aumento da excreção renal, reduz absorção renal, levando a hipercalciúria (aumento dos níveis séricos de cálcio na urina). Reduz absorção intestinal do cálcio Efeitos nos Sistemas Orgânicos TGI Aumento secreção do ác. gástrico Aumento pepsina Aumento suco pancreático Redução crescimento e renovação das céls gástricas Redução de muco Fígado Produção de isoenzima esteroide- induzida da FA Crescimento Exposição excessiva a glicocorticoides Redução na secreção de GH Inibição do IGF-1 e efeitos catabolizante em músculos, ossos e tecido conjuntivo. Pele Inibem a síntese de material conjuntivo, com consequente diminuição da espessura dérmica, dificultando cicatrização Renovação epidérmica é afetada Hiperqueratose ortoqueratótica Atrofia glândulas sebáceas e folículo piloso – estacionado na fase telogênica Hiperpigmentação Glicocorticoide Proteolíticos: promovem atrofia e fraqueza muscular Reabsorção óssea: competência osteoclástica Redução da atividade geradora da matriz: osteoblastos – inibem a transcrição da colagenase (fator AP-1) Sistema Cardiovascular Aumento DC e tônus vascular – maior sensibilidade as catecolaminas por meio da ativação do SRAA e por sua atividade mineralocorticoide intrínseca e supressão das respostas vasodilatadoras. Hipercotisolismo (elevado cortisol): leva a hipertensão arterial, hipocortisolismo e hipotensão secundários. Sistema endócrino Efeito supressor – própria secreção Hiperglicocorticismo: endógena ou adm prolongada ou abusiva de glicocorticoides levam a supressão do EHHA (hipotálamo-hipófise-adrenal): atrofia adrenal Doses maiores: maior será a supressão do EHHA TSH, GH, FSH, LH e prolactina: secreção severamente comprometida Eixo HHT (hipotálamo-hipófise-tireoide):aumento nas alterações Inibição da síntese e liberação de TSH Diminuir concentração de proteínas carreadoras e desiodação de tireoxina (T4) T4 sérica em limite inferior – cães submetidos a corticoideterapia ou hipercortisolismo endógeno. Alterações observadas hiperadrenocorticismo: Letargia Fraqueza Alterações tegumentares Ganho de peso Hipercolesterolemia. Efeito anti-inflamatórios e imunossopressores Indicação terapêutica Potente efeito anti-inflamatório e imunossupressor Bloqueio de manifestações precoces do processo inflamatório Dor, calor, rubor. Tardias também: reparação e proliferação tecidual Afetam todo tipo de RI: patógenos, alérgenos, doenças auto-imunes Influência de eventos celulares, vasculares e mediadores pró- inflamatórios Leucócitos: menor migração de neutrófilos para lesão, maior liberação para medula óssea (neutrofilia). Inibe a penetração da lesão – mudanças conformacionais na superfície celular. Organismos invasores: metabolismo oxidativo inibido Macrófagos: também são sensíveis Imunidade celular: é afetada por interferirem na apresentação de antígenos aos receptores. Doses suprafarmacólogicas: estabilização de membrana e impedimento da liberação de mediadores químicos pró-inflamatórios Sistema linfoide Doses farmacológicas: leva a linfopenia Espécies esteroide-sensitivas: roedores - Linfocitólise predominante Espécies esteroide-resistentes: redistribuição dos linfócitos em compartimentos intra para extracelulares - Células linfoides de linhagem neoplásicas – sofrem lise Linfócitos T - Sofrem mais que os B - Representam 70% das células linfoides circulantes Modulação linfócitos B Direta/ indireta Mediada pelos efeitos – monócitos e linfócitos T Célula B Ativação Fatores de crescimento produzidos pelos linfócitos T, como IL-4, se diferenciam em imunoglobulinas Glicocorticoides Inibem acentuadamente a ativação e proliferação Pouca influência sob anticorpos Eventos vasculares Estabilização microvascular Eventos indiretos Mediadores pró-inflamatórios Vasoativos ou trombogênicos Processo inflamatório Metabolismo de mediadores imunoestimulantes e pró-inflamatórios Inibição NF-kB e COX-2 Complexo GC-GR Inibe diretamente o NF-kB via interação proteína-proteína PG-2: leucotrienos e Tromboxanos Inibição fosfolipase A2 e COX Efeitos farmacológicos Anti-inflamatórios Imunossupresor Efeitos fisiológicos Extensões dos efeitos farmacológicos Limites Homeostase Implicações hemostáticas Altos níveis de glicocorticoides: cronicamente – hipercoagulante Altos fatores coagulantes: fator II, V, VII,IX, X, XII, fibrinogênio. Diminuição do anticoagulante natural antitrombina Preparações farmacológicas Preparações habituais: não diferem da estrutura molecular do cortisol endógeno. Obtenção glicocorticoide Extração de fluidos e tecidos animais Oxidação microbiológicas – colesterol/ estigmasterol Síntese parcial: tecido vegetal (apogeninas) Apresentação Pó cristalino – branco/ amarelado Inodoro e estável ao ar Maioria – insolúvel Glicocorticoides: estéres, acetonidos ou sais. Pró-fármacos: hidrólise para liberar fármaco ativo. Efeito prolongado. Insolúveis em água: não se administra IV. Comumente prescritos Hidrocortisona Cortisona Prednisona Prednisolona Metilbrednisolona Traincilona Betametaona Dexametasona Budenosida Reformulada para cães/ gatos Principal vantagem: degrada na sua primeira passagem 10% efeitos colaterais – doses equivalente a prednisolona Supressão eixo HHA. Cães – hepatopatia esteroidal (apenas cães) Uso restrito em doenças inflamatórias intestinais Dosagem ideal não foi bem estabelecida Vias de Administração Boa administração por qualquer via Fatores levado em consideração - Temperamento - Tutores - Localização e extensão da inflamação - Terapia crônica ou aguda - Tópica - Área restrita - Mínimo efeitos colaterais Permeáveis – barreira cutânea. Cronicamente – supressão Eixo HHA, levando a efeitos adversos Prednisona e cortisona – sem efeito tópico, pois pressão de ativação metabólica hepática Novas formulações Aceponato de Hidrocortisona Mometasona Efeitos sistêmicos Preferencialmente VO Controle da dose – efeito intermediário Interrupção – quando surgem efeitos colaterais Uso a longo prazo mais seguro Injetáveis SC (mais usada) ou IM IV Condicionamento terapêutico Nebulização Doenças respiratórios Associação com broncodilatadores Menor a solubilidade do éster, maior a duração dos efeitos. IV: maior solubilidade. Indicações terapêuticas e posologia Principal indicação: Reposição – insuficiência adrenal Hipoadrenocorticismo Maioria Anti-inflamatórios Imunossupressores Seis princípios terapêuticos 1. Dose adequada – ajuste periódico 2. Dose única – desprovida de efeitos colaterais 3. Terapia curta – improváveis efeitos colaterais 4. Teria prolongada (sem-meses) – aumentea ncidência de efeitos adversos 5. Trata sintomas – não promove a cura (exc insuficiência renal) 6. Em caso de terapias crônicas deve ser feito o desmame Glicocorticoidoterapia Utilizada quando outras terapias se mostraram ineficazes Pode agravar condições pré-existentes Dose imunossupressora 2x + que dose terapêutica. É 10x mair que a doses ditas como fisiológicas. Insuficiência adrenal: única ação curativa dos corticoides Doença imunomediadas – autoimunes, condições alérgicas Doenças brônquicas e pulmonares – humanos e felinos. Traumas articulares – equinos Traumas e edemas cerebrospinais – altas doses Choques – hemorrágicos, sépticos (reestabelecimento do volume tecidual e da vascularização). Terapia antineoplásica – coadjuvante em quimioterapias Efeitos colaterais Precauções e contraindicações - Doenças infecciosas – imunossupressão Hemorragias e/ou perfurações – vascularização/ secreção/ reepitelização Diabetes melito – hiperglicemiantes/ antagônicos a insulina Pancreatites – aumenta a viscosidade, hiperplasia ductos, lipemia Doenças renais – catabolismo proteico, produtos nitrogenados, azotemia Cardiopatias – retenção hídrica e casos congestivos Outros possíveis colaterais - Insuficiência adrenal latrogênico: por conta de altas doses de glicocorticoides com interrupção abrupta, o animal pode se mostrar incapaz de suprir as necessidades de glicocorticoides, por deficiência de ACTH. - Hiperadrenocorticismo iatrogênico Desmame: retirada gradativa, acorda o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Pode levar a um hipoadrenocorticismo iatrogênico. Não haverá produção adequada, a adrenal não consegue voltar a funcionar de forma abrupta. Hidrocortisona: correspondente ao endógeno é de potência 1. Os demais, tem potência bem maior, servem para tratar outras doenças que não adrenocorticismo. Síndrome de Cushing: não ocorre muito em gatos. Pode dar corticoides mais tranquilamente. Efeitos dependem da dose e do tempo Utilizar primeiro a primeira indicação e depois tentar corticoide. Pós-operatório: ao usar anti-inflamatório, vai inibir eicosanoides que vão inibir a cicatrização. Corticoides é a mesma coisa, só que inibem PLA2, afeta todo o processo cicatricial. Nem mesmo para úlceras é indicado. Não são bons analgésicos. Corticoides com AINEs desnecessários – vai dar só gastrite Imunossupressão, doença auto-imune, alérgicos – potência intermediária – prednisolona Prednisona – prednisolona: gatos utilizar prednisolona que é o fármaco pronto já que não possuem via deglicuronização. Politraumatismo e emergência - edema (ações genômicas e não genômicas): dexametasona e metilprednisolona – fármacos de alta potência. Mometasona – alergias via nasal. Se possível, uso tópico evitando sobrecarga sistêmica. Pulsoterapia: a cada determinado tempo, por exemplo 15 dias, pode levar a colaterais. Dose única alta de corticoide: não faz mal, não induz a doenças.
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