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🦠 IN���ÇÕES ���ÂNE�� Im�e��g� O impetigo crostoso é causado pelo S. pyogenes beta-hemolítico A e afeta as regiões expostas em crianças, causando vesículas que se transformam em pústulas e se rompem, liberando pus e formando uma crosta espessa e amarelada. ● P. G benzatina 1.200.000UI em dose única. ● P. V oral 250 mg 6/6h por dez dias. O impetigo bolhoso é causado pelo S. aureus e também afeta crianças pequenas, causando vesículas que se transformam em pústulas e se rompem, liberando pus e formando uma crosta fina e verniz. ● Cefalexina/Cefadroxil/Eritromicina VO 7 dias ● Mupirocina tópico por 7 dias. Ec�i�� O ectima é uma piodermite estreptocócica (S. pyogenes) que se apresenta como uma pústula que se aprofunda para a derme e evolui com uma úlcera cutânea de 0,5 a 3 cm, com bordas elevadas. O tratamento é o mesmo para o impetigo crostoso. A bacteremia por P. aeruginosa também pode causar lesões semelhantes. ● P. G benzatina 1.200.000UI em dose única. ● P. V oral 250 mg 6/6h por dez dias. Fol����it� A foliculite é uma piodermite estafilocócica (S. aureus) que se apresenta como uma infecção supurativa de um ou mais folículos pilossebáceos, com base eritematosa e centro pustuloso. O tratamento é feito com cuidados locais, limpeza e antibióticos tópicos (mupirocina). Os antibióticos sistêmicos são usados em casos refratários. ● Cefalexina/Cefadroxil/Eritromicina/Clavulin. 🦠 IN���ÇÕES ���C��ÂNE�� Eri����la A erisipela é uma infecção estreptocócica (S. pyogenes) que afeta a derme superficial e profunda, os vasos linfáticos e a epiderme. A porta de entrada da bactéria pode ser uma úlcera de estase ou lesões micóticas intertriginosas. O quadro apresenta um eritema quente e doloroso com bordas bem definidas em face ou pernas (70-80%), que pode evoluir com bolhas que se rompem. O paciente também pode apresentar toxemia, com febre alta e calafrios, e linfedema. Casos leves ou moderados ● Penicilina G procaína 600.000 UI 12/12h. ● Penicilina V oral 250 mg 6/6h. Casos graves (toxemia) ● Penicilina G cristalina 1-2 milhões UI 4/4h. Alergia à penicilina ● Eritromicina 500 mg VO 6/6h. Profilaxia (erisipela de repetição) ● Penicilina G benzatina 1.200.000 UI 4/4 semanas. Cel����e A celulite é uma infecção estreptocócica e estafilocócica que afeta a derme profunda e a gordura subcutânea. A porta de entrada da bactéria pode ser uma abrasão, uma ferida cutânea, uma úlcera ou uma furunculose. O quadro apresenta sinais flogísticos na região acometida com bordas não definidas e eritema mais brando. O paciente também pode apresentar toxemia, com febre alta e calafrios. O tratamento deve ser feito por 10 a 14 dias. Casos leves ou moderados ● Cefalexina, Cefadroxil, Eritromicina IV. Casos graves (toxemia) ● Oxacilina 2 g IV 4/4h. Alergia à penicilina ● Cefazolina, Cefalotina, Vancomicina IV. Furún�u�� � Car�ún�u�� O furúnculo é uma foliculite que atinge a derme profunda. O carbúnculo é um furúnculo que atinge a gordura subcutânea. Os furúnculos associados a febre ou a celulite e os carbúnculos são tratados como celulite. 🦠 HA���NÍAS� Fis���a��l��i� A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, o bacilo de Hansen (BH). A M. leprae é transmitida pela inalação de aerossóis ou pela inoculação em soluções de continuidade e a doença possui alta infectividade e baixa patogenicidade. O BH também é chamado de Bacilo Álcool-Ácido Resistente (BAAR), pois, ao corar a lâmina com carbolfucsina (vermelho) e aquecê-la, descorá-la com álcool e ácido e acrescentar azul de metileno (método de Ziehl-Neelsen), os bacilos retêm a cor vermelha, pois o ácido micólico na parede celular protege o bacilo contra o álcool e o ácido. O período de incubação do BH é de dois a cinco anos, pois o M. leprae se reproduz de forma lenta, com divisão binária a cada 14 dias. Se o bacilo não for destruído, o BH se multiplica nas células do sistema reticuloendotelial, preferencialmente nos histiócitos do sistema nervoso periférico (célula de Schwann), nas células da pele e na mucosa nasal. Na forma paucibacilar (lesões tuberculoides), há predomínio de linfócitos Th1, que produzem IL-2 e IFN-gama, enquanto na forma multibacilar (lesões virchowianas), o predomínio é de linfócitos T supressoras e Th2, que produzem IL-4, IL- 5 e IL-10. Qu�d�� �líni�� A hanseníase indeterminada (HI) apresenta lesões hipocrômicas, anestésicas e anidróticas, com bordas imprecisas, sem espessamento do tronco nervoso, evoluindo para a cura, para a forma paucibacilar, caso haja contenção da multiplicação bacilar, ou para a forma multibacilar, caso não haja resistência. A baciloscopia é negativa. A hanseníase tuberculóide (HT) apresenta lesões maculares ou papulares, eritematosas e anestésicas, com bordas bem definidas, além de espessamento do tronco nervoso, com dor e edema, que evoluem com anidrose, alopecia e alterações sensitivas (térmica, dolorosa, tátil) e motoras (paresia). A baciloscopia é negativa. A hanseníase virchowiana (HV) apresenta lesões maculares, papulares, nodulares e tuberculares, devido à infiltração progressiva e difusa da pele (anidrose, aspecto apergaminhado, tonalidade de cobre e madarose), das mucosas, dos olhos, dos nervos, dos testículos e do sistema reticuloendotelial. A baciloscopia é positiva. A hanseníase dimorfa (HD) é caracterizada pela instabilidade imunológica, com manifestações clínicas variáveis de ambos os tipos de hanseníase. A HD pode ser classificada em borderline tuberculóide (BT), semelhante à HT, borderline borderline (BB), com lesões bizarras, borderline virchowiana (BV), semelhante à HV. A hanseníase reacional é caracterizada por surtos reacionais com episódios inflamatórios. A reação reversa (tipo 1) ocorre até 6 meses de tratamento e é mediada pela imunidade celular, apresentando exacerbação das lesões, que se tornam eritematosas, edemaciadas e brilhantes, e da neurite e febre. O eritema nodoso hansênico (tipo 2) ocorre após 6 meses de tratamento e é mediada pela imunidade humoral, apresentando o eritema nodoso, que pode evoluir com neurite, orquiepididimite, irite, iridociclite, artralgia ou artrite, linfadenopatia generalizada, proteinúria, dano hepático e febre. Di�g�ós�i�� O diagnóstico é confirmado pela presença de pelo menos um critério: (1) mancha ou áreas da pele com alteração de sensibilidade característica da hanseníase; (2) acometimento de nervos periféricos, com alteração característica da hanseníase; (3) baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico da linfa de pelo menos quatro locais (lóbulos das orelhas direita e esquerda, cotovelos direito e esquerdo) e de lesão cutânea suspeita. Tra����n�o O tratamento é a poliquimioterapia, que deve ser aplicada de acordo com a forma de apresentação: (1) paucibacilares (PB), com até cinco lesões de pele, tratada com 6 doses em até 9 meses; ou (2) multibacilares (MB), com mais de cinco lesões de pele, tratada com 12 doses em até 18 meses. Esquema PB adulto ● Rifampicina dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada. ● Dapsona dose mensal de 100 mg supervisionada e dose diária de 100 mg autoadministrada. Esquema PB criança ● Rifampicina dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 de 300 mg) com ADM supervisionada. ● Dapsona dose mensal de 50 mg supervisionada e dose diária de 50 mg autoadministrada. Esquema MB adulto ● Rifampicina dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada. ● Dapsona dose mensal de 100 mg supervisionada e uma dose diária de 100 mg autoadministrada. ● Clofazimina dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) com administração supervisionada e uma dose diária de 50 mg autoadministrada Esquema MB criança ● Rifampicina dose mensal de 450 mg (1 cápsula de 150 mg e 1 de 300 mg) com ADM supervisionada. ● Dapsona dose mensal de 50 mg supervisionada e uma dose diária de 50 mg autoadministrada. ● Clofazimina dose mensal de 150 mg (3 cápsulas de 50 mg) com ADM supervisionada e uma dose diária de 50 mg autoadministrada em dias alternados. 🍄MI����S �U��R���I��S (CE����FI����S) Pit��ías� ���si����r A pitiríase versicolor é causada pela Malassezia furfur, um fungo do filo basidiomycota encontrado como saprófito na pele humana em regiões ricas em glândulas sebáceas. A forma saprófita se apresenta como levedura, enquanto a forma ceratofítica se apresenta com pseudo-hifas, predominando em climas quentes e úmidos. O fungo causa lesões maculares confluentes, de cor variável (hipocrômicas em pacientes negros, eritematosas ou hipercrômicas em pacientes brancos) e furfuráceas em face, pescoço, tronco superior e porção proximal dos MMSS. O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado pelo exame micológico direto. Casos leves ● Xampu de sulfeto de selênio 2,5% aplicado sobre o couro cabeludo e sobre as lesões, por 4 semanas. ● Xampu de cetoconazol sobre o couro cabeludo associado a imidazólicos tópicos, (tioconazol 1%; isoconazol 1% loção; cetoconazol 2% creme). Casos refratários ● Cetoconazol 200 mg/dia, por 10 dias; ● Itraconazol 200 mg/dia, por 5 dias; ● Fluconazol 150 mg/semana, por 3 semanas Tin�� �e�r� A tinea negra é causada pelo Phaeoannello- myces werneckii, um fungo filamentoso e pigmentado que acomete a palma das mãos. O fungo causa lesões maculares acastanhadas principalmente em meninas e crianças. O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado pelo exame micológico direto. O tratamento é feito com ceratolíticos (ácido salicílico creme 0,1%) ou antifúngicos tópicos até duas semanas após a cura. Pi�d�� �eg�� A piedra negra é causada pela Piedraia hortae e acomete os pelos do couro cabeludo e da barba, formando nódulos pretos, principalmente em regiões tropicais. O tratamento é feito com o corte do cabelo associado a imidazólico tópico. Pi�d�� �ra��� A piedra branca é causada pela Trichosporum beigelli e acomete os pelos genitais, axilares e da barba, formando nódulos brancos ou castanhos-claro. O tratamento é feito com o corte do cabelo associado a imidazólico tópico. 🍄 MI����S �U�ÂNE�� (DE���T��I��S��) As dermatofitoses são causadas por fungos dos gêneros Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton, que podem ser geofílicos, zoofílicos ou antropofílicos. Esses fungos invadem a camada córnea da pele, os pelos e as unhas, utilizando a queratina como substrato e causando uma reação inflamatória epidérmica. O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado pelo exame micológico direto. A palavra tinea (verme) caracteriza lesões cutâneas fúngicas, com contorno geográfico, irregular e circinado. A tinea capitis afeta o couro cabeludo, quebrando a haste do cabelo e causando alopecia focal, podendo ser classificada em: (1) tonsurante, com alopecia focal descamativa, podendo formar o quérion, uma lesão papular bem delimitada, dolorosa e eritematosa, que evolui com pústulas e abscessos que drenam pus; ou (2) favosa, com alopecia definitiva, lesões crostosas crateriformes, descamação e supuração. O tratamento é feito com griseofulvina 10-15 mg/kg/dia por 8-12 semanas e terbinafina por 4-8 semanas. A tinea barbae afeta a barba e pode ser classificada em: (1) inflamatória, como o quérion do couro cabeludo; (2) herpes circinado, com lesões papulares, circinadas, eritematosas e escamosas, com vesículas nas bordas; ou (3) sicose da barba, como a foliculite bacteriana estafilocócica. A tinea corporis afeta a pele glabra e pode ser classificada em: vesiculosa, anular ou papular. O tratamento é feito com antifúngicos tópicos, por 2-4 semanas, como imidazólicos (tioconazol, miconazol, isoconazol, econazol, bifonazol), tiocarbamatos sulfurados (tolciclato, tolnaftato), ciclopirox olamina, terbinafina e amorolfina. O tratamento dos casos refratários é feito com antifúngicos sistêmicos (cetoconazol 200 mg/dia, terbinafina 250 mg/dia, itraconazol 100 mg/dia, fluconazol 150 mg/semana), por 4 semanas. A tinea cruris afeta a região perineal e causa lesões eritematosas e escamosas e coceira. A tinea pedis afeta o pé e pode ser classificada em: (1) intertriginosa; (2) vesicobolhosa; e (3) escamosa. A tinea manuum afeta as mãos. A tinea unguium afeta as unhas e faz com que se tornem grossas, opacas, amarelo- esverdeadas e frágeis, com sulcos e irregularidades. O tratamento é feito com antifúngicos tópicos 1 vez por semana até a resolução do quadro, como amorolfina 5% esmalte, tioconazol 28% solução para unhas ou ciclopirox olamina 8% em esmalte, e antifúngicos sistêmicos por 6 semanas para as unhas das mão ou 3 a 4 meses para as unhas dos pés, como terbinafina 250 mg/dia, itraconazol 200 mg/dia. 🍄 MI����S �U�C��ÂNE�� Es�o��t���os� A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix schenkii, encontrado como saprófito na natureza e transmitido via inoculação traumática. A forma cutânea se apresenta nas formas: (1) cutâneo localizada, com um nódulo que ulcera e elimina exsudato purulento; (2) cutâneo linfática, com um cordão ascendente de nódulos pela disseminação linfática; e (3) cutâneo disseminada, com vários nódulos cutâneos pela disseminação hematogênica. A forma extracutânea apresenta o acometimento de vários órgãos pela disseminação hematogênica, como osteoarticular e pulmonar. O diagnóstico é confirmado pela cultura em Sabouraud e o tratamento com antifúngicos dura até 1 mês após a cura clínica. Formas cutâneas ● Iodeto de potássio VO 5 gotas 8/8h, aumentando 1 gota por tomada (até 60 gotas/dia); ● Itraconazol 100-200 mg/dia. Formas extra cutâneas ● Itraconazol 200-400 mg/dia; ● Anfotericina B lipossomal IV 3-5 mg/kg/dia em 2 horas (até 800-2.950 mg). Mic����a O micetoma é causado por eumicetas, fungos do gênero Eumycota, e por actinomicetas, bactérias do gênero actinobacteria, encontrados como saprófitos na natureza e transmitidos via inoculação traumática. O quadro apresenta uma massa endurecida por fibrose associada a edema e eritema, que fistuliza e elimina um exsudato com grãos branco- amarelados, vermelhos ou pretos, dependendo da etiologia da lesão. Actinomyces israelii ● Penicilina cristalina 18-24 milhões U por 2-6 semanas + amoxicilina por 6-12 meses. Actinomicetos ● SMX-TMP 800/160 mg 8/8h por 2 anos. Eumicetos ● Itraconazol 200-400 mg/dia por 6 meses Lob����os� A lobomicose é causada pelo fungo Loboa loboi, encontrado como saprófito na natureza e transmitido via inoculação traumática. O quadro apresenta as formas: (1) queloideana; (2) infiltrativa; (3) verruciforme; (4) gomosa; (5) ulcerada. O diagnóstico é confirmado pelo exame micológico direto e o tratamento é a ressecção cirúrgica da lesão. Cro����co�� A cromomicose é causada por fungos demáceos, que formam hifas septadas e dão origem a corpos fumagóides, encontrados como saprófitos na natureza e transmitido via inoculação traumática. O quadro apresenta uma pápula verrucosa que evolui com uma placa com pontos enegrecidos. As principais complicações são linfedema crônico, elefantíase e CEC. O diagnóstico é confirmado pelo exame direto ou pela cultura em Sabouraud. Formas localizadas ● Ressecção cirúrgica + itraconazol 200-400 mg/dia. Formas graves ● Itraconazol 200 mg/dia + fluorocitosina 150 mg/kg/dia ou anfotericina B por 18 meses Fe��fo����se A feoifomicose é causada por fungos demáceos, que formam hifas septadas, mas não dão origem a corpos fumagóides, encontrados como saprófitos na natureza e transmitidos via inoculação traumática. A forma subcutânea apresenta nódulos, cistos ou abscessos. A forma sistêmica apresenta múltiplos abscessos cerebrais com efeito de massa. O diagnóstico é confirmado pelo exame micológico direto ou pela cultura. Feoifomicose ● Ressecção ou drenagem cirúrgica + anfotericina B ou fluconazol 150 mg/semana. Zig����os� A zigomicose é causada por fungos do filo zygomycota da ordem Mucorales (imunodeficientes) e da ordem Entomophthorales (imunocompetentes), encontrados como saprófitos na natureza e transmitidos via inoculação traumática. A mucormicose afeta pacientes imunodeficientes e causa invasão do nariz e dos seios paranasais, com lesões necróticas e gangrenosas, que liberam secreção enegrecida e fétida einvadem o SNC. A entomoftoromicose forma um granuloma eosinofílico que invade a gordura do tecido celular subcutâneo, mas não acomete os órgãos internos. O diagnóstico é confirmado pelo exame micológico direto ou pela cultura. Mucormicose ● Controle da doença + desbridamento cirúrgico + Anfotericina B 1,5-2 mg/kg/dia (até 40 mg/kg). Entomoftoromicose ● Cetoconazol 400 mg/dia; ● Itraconazol 200 mg/dia por 3-4 meses. 🍄 MI����S ��OF����S Par����ci���i��m��o�� A paracoccidioidomicose pode ser assintomática ou sintomática, com as formas pulmonar, aguda ou crônica. O diagnóstico é confirmado pelo exame micológico direto, pela cultura ou pelos testes imunológicos. A forma crônica apresenta erosão com pontilhado hemorrágico em gengivas e faringe, que evolui com vegetações e deformidade em lábios e laringe e pápulas e vegetações com pontilhado hemorrágico em pele (disseminação hematogênica) PCM ● SMX-TMP ataque 800/160 mg 8/8h por 4 semanas, seguido de 800/160 mg 12/12h, por 6-12 meses. ● SMX-TMP ataque 2.400/480 mg/dia por 2 meses, seguido de 1.600/320 mg/dia, por 22 meses. ● Itraconazol ataque de 200 mg/dia por 1-2 meses, seguido de 100 mg/dia por 6-12 meses. ● Anfotericina B 0,5-2 mg/kg/dia (até 50 mg), até a dose acumulada de 1,5-2 g, quando é feito o tratamento de manutenção com outras drogas. His���l���os� A histoplasmose pode ser pulmonar ou generalizada, com as formas subaguda, aguda ou crônica. O diagnóstico é confirmado pelo exame micológico direto, pela cultura, pelos testes imunológicos ou pela pesquisa de antígenos. A forma generalizada crônica apresenta lesões cutâneas na forma de pápulas, nódulos, úlceras, fístulas e vegetações, associados a eritema nodoso e eritema polimorfo pela reação de hipersensibilidade ao parasita. Forma moderada ● Itraconazol 200 mg/dia (2-3 meses para a forma aguda ou 12-24 meses para a forma crônica). Forma grave ou disseminada ● Anfotericina B 0,7-1,0 mg/kg/dia por 1-2 semanas, seguido de itraconazol 200 mg/dia. Cri���c��o�� A criptococose pode ser subclínica ou sintomática, com febre, tosse, emagrecimento e escarro sanguinopurulento. O diagnóstico é confirmado pelo exame micológico direto, pela cultura ou pelos testes imunológicos. O acometimento da pele causa um eritema nodoso em pacientes durante a primoinfecção ou pápulas, pústulas, abscessos e úlceras nos pacientes com disseminação hematogênica, geralmente pacientes com AIDS Forma moderada ● Itraconazol 200 mg/dia (2-3 meses para a forma aguda ou 12-24 meses para a forma crônica). Formas graves ou meningoencefalite ● Indução com anfotericina B 0,5-1,0 mg/kg/dia + flucitosina VO 100 mg/kg/dia por 6-10 semanas; ● Indução com anfotericina B + manutenção com itraconazol 400 mg/dia. 🍄 CA���DÍAS� ���ÂNE�-MU���� A candidíase é causada por fungos do gênero Candida, do filo deuteromycota, encontrados como saprófitos na pele e nas mucosas humanas sob as formas de leveduras, pseudo-hifas e hifas. A doença afeta principalmente crianças, idosos, imunodeprimidos, diabéticos, obesos e antibioticoterapia prolongada. O fungo causa a candidíase oral (placas esbranquiçadas removíveis), genital (vulvovaginite, balanopostite), folicular, ungueal, intertriginosa (lesões eritematosas, úmidas, e exsudativas, que formam erosões ou fissuras envoltas por colarete córneo) ou mucocutânea (lesões ceratóticas que formam cornos cutâneos ou granulomas). A candidíase oral é tratada com nistatina bochechar e engolir 2x/dia, por 2 semanas. A vulvovaginite e a balanopostite são tratados com nistatina creme vaginal. A candidíase intertriginosa e a queilite angular, são tratados com imidazólicos. Os casos refratários são tratados com fluconazol 150 mg/semana por 4 semanas. 🦠 LE���M��I��� TE����N�A� A LTA é causada pelo protozoário Leishmania braziliensis. Os principais reservatórios silvestres são os mamíferos roedores, marsupiais, a preguiça e o tamanduá, os principais reservatórios urbanos são o cavalo, a mula e o cão e o homem e o principal vetor é o hematófago do gênero Lutzomyia, que possui hábitos vespertinos e crepusculares. Ao picar um hospedeiro infectado, o mosquito transmissor ingere monócitos contendo a forma amastigota (aflagelada, arredondada, parasita intracelular obrigatório), que são liberados em seu intestino e se transformam na forma promastigota (flagelada, alongada e móvel). O parasita se reproduz em seu intestino durante 5 dias e, a partir de então, ocorre a transmissão. Após a inoculação, os parasitas são fagocitados por macrófagos, se transformam na forma amastigota e se reproduzem até causar o rompimento da célula. Quando são liberados, os parasitas infectam novos macrófagos ou monócitos e são disseminados via hematogênica, quando alcançam a pele e as mucosas, onde mantêm um ciclo proliferativo celular. A lesão cutânea apresenta 3 fases evolutivas: (1) lesão inicial, uma pápula eritematosa que evolui com uma lesão papulocrostosa, papulovesiculosa ou papulopustulosa; (2) lesão ulcerada, uma úlcera com bordos elevados e bem definidos e centro granuloso, vermelho-vivo e com secreção serosa; (3) lesão vegetante, com placas vegetantes e verrucosas que crescem lentamente. As lesões mucosas acometem principalmente o nariz, com eritema, edema e infiltração discreta do septo nasal, das asas do nariz e da mucosa, evoluindo com infiltração grave e lesão ulcerovegetante, que se estende para as regiões laterais e lábios superiores e inferiores. A cartilagem nasal pode ser destruída, causando o desabamento do nariz (nariz de anta). O diagnóstico é confirmado pelo exame direto, pela cultura em meio NNN, pela imunologia com IFI ou ELISA ou pelo teste intradérmico de Montenegro (a inoculação de 0,1-0,3 ml de uma solução de promastigotas mortas no antebraço do paciente causa o surgimento de uma pápula > 5 mm de diâmetro). Tratamento ● N-metil-glucamina (Glucantime) 15 mg/kg/dia para as formas cutâneas puras, por 10-30 dias; ● N-metil-glucamina (Glucantime) 20 mg/kg/dia para as formas cutaneomucosas, por 10-30 dias; ● Anfotericina B 25-50 mg/dia até completar a dose cumulativa de 1.200- 2.000 mg do antibiótico; ● Pentamidina 4 mg/kg a cada dois dias (esta droga é mais eficaz para a Leishmania guyanensis). 🦠 HE���S-SI��L�� A herpes é uma doença causada pelo Herpes-Simplex-Vírus (HSV), um vírus de DNA da família Herpesviridae, sendo o HSV-1 mais associado à herpes labial e o HSV-2, à herpes genital. A transmissão ocorre por contato direto ou por meio de fômites e o vírus se aloja no tecido neural do dermátomo correspondente. A gengivoestomatite (infecção primária) ocorre após um período de incubação de 3-10 dias e se apresenta com lesões vesiculares e dolorosas, com base eritematosa, que se rompem e evoluem com lesões ulceradas em lábios, região perioral e cavidade bucal, além de febre alta, dor de garganta, mialgia e adenopatia cervical, por 10-14 dias. A herpes orolabial (reativação herpética) é desencadeada por exposição ao sol, trauma, estresse emocional ou infecção respiratória febril e apresenta um pródromo de dor em queimação ou ardência na região labial, que evolui com lesões vesiculares agrupadas em 24 horas, sem outros sintomas, que melhoram após 5 dias. O panarício herpético ocorre quando as lesões típicas afetam qualquer parte da pele, após inoculação direta do vírus. A erupção variceliforme de Kaposi (eczema herpético) é um quadro de herpes-simples que se dissemina em lesões cutâneas preexistentes, geralmente em indivíduos com dermatite atópica. O eritema polimorfo é uma reação de hipersensibilidade com erupção cutâneo-mucosa e lesões papuloeritematosas em palma das mãos e membros, que pode evoluir com a síndrome de Stevens-Johnson, quando as lesões se disseminam para o tronco e para as mucosas. Os imunodeprimidos apresentam úlceras crônicas. O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado pelo método de Tzanck. O tratamento é feito com sintomáticos e com antivirais, que encurtam as manifestações da doença, mas não curam o paciente. Primoinfecção ● Aciclovir 2 CP 200 mg3×/dia, por 7 a 10 dias. ● Aciclovir 1 CP 200 mg 5×/dia (7h, 11h, 15h, 19h e 23h), por 7 a 10 dias. Recidivas ● Aciclovir 2 CP 200 mg 3×/dia, por 5 dias. ● Aciclovir 4 CP 200 mg 2×/dia, por 5 dias. Terapia supressiva (6 ou mais episódios por ano) ● Aciclovir 2 CP 200 mg 2×/dia, por até 6 meses, podendo ser prolongado por até 2 anos. Herpes genital em imunodeprimidos ● Aciclovir IV 5-10 mg/kg 8/8h, por 5 a 7 dias ou até a resolução do quadro clínico. 🦠 HE���S-ZÓS�E� O herpes-zóster é uma doença causada pelo Varicella-Zoster-Vírus (VZV), um vírus de DNA da família Herpesviridae. A infecção primária causa a varicela, então o vírus se aloja no tecido neural do dermátomo correspondente e a sua reativação causa o herpes-zóster. O herpes-zoster ocorre anos após um episódio de varicela e apresenta um pródromo de dor em queimação na área do dermátomo, seguido de lesões vesiculares e dolorosas, com base eritematosa. As principais complicações são neuralgia pós-herpética, herpes-zóster oftálmico e síndrome de Guillian-Barre. O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado pelo método de Tzanck. O tratamento é feito com antivirais e deve ser iniciado até 72 horas do aparecimento dos sintomas para encurtar as manifestações da doença. Recidivas ● Aciclovir VO 800 mg 5x/dia por 7-10 dias. Neuralgia pós-herpética ● Carbamazepina 200 mg 2x/dia + aplicação tópica de creme de capsaicina 0,025-0,075%. 🦠 LE����LA��� �IL��� A leucoplasia pilosa é causada pelo Epstein-Barr-Virus (EBV), um vírus de DNA da família Herpesviridae. O quadro apresenta lesões filiformes esbranquiçadas na cavidade oral, quase sempre associadas à AIDS. 🦠 PI���ÍAS� �ÓSE� �� �IL���T A pitiríase rósea de Gilbert é causada pelos Herpesvírus 6 e 7. O quadro apresenta uma lesão eritemato escamosa arredondada, com crescimento centrífugo, em membros ou tronco, que evolui com lesões menores ao redor, por 8-12 semanas. 🦠 MO���C� �O�T���O�� O molusco contagioso é causado pelo MCV, um Poxvírus. A transmissão ocorre pelo contato direto e causa pápulas com umbilicação central agrupadas, sem base eritematosa. O diagnóstico é clínico e o tratamento é a curetagem. 🦠 PA����MA �ÍRU� ��M��O Os papilomas vírus humanos são um grupo vírus de DNA da família Papovaviridae, que podem causar verrugas, epidermodisplasia verruciforme, doença de Bowen da pele, condiloma acuminado, papulose bowenóide, doença de Bowen da mucosa, neoplasia intraepitelial e carcinoma de colo uterino, da vulva, do pênis e do ânus. A verruga é uma papilomatose da pele (verrugas vulgar e plantar: HPV tipos 1, 2 e 4; verruga plana: HPV 3 e 10) que apresenta uma pápula hiperceratótica. O diagnóstico é clínico e o tratamento é a destruição local da verruga. Verrugas vulgares ● Ácido salicílico 16,5% + ácido lático 14,5%, aplicado na lesão 1x/dia por 7 dias; ● Crioterapia com nitrogênio líquido; ● Exérese (eletrocoagulação + curetagem); ● Ácido Tricloroacético (TCA) 50-70%; ● Laser ablativo (CO2); ● Fita crepe por 6 dias. Verrugas plantares ● Ácido nítrico fumegante 66%, após curetagem. Verrugas planas ● Tretinoína 0,05-0,1% gel ou creme diariamente à noite por 4-6 semanas + crioterapia; ● 5-Fluoracil (5-FU) 5% creme, diariamente por 7 dias Verrugas filiformes ● Exérese (eletrocoagulação + curetagem); A epidermodisplasia verruciforme (HPV tipos 5 e 8) é uma herança AR, que apresenta xerodermia e erupção papuloverrucosa dissemi- nada, semelhante à verruga plana, evoluindo para carcinoma espinocelular, com lesões ulceradas. O condiloma acuminado (HPV tipos 6 e 11) apresenta excrescências verrucosas em couve-flor de tamanho variado, acometendo a região balanoprepucial no homem e a vulva, períneo, vagina e colo uterino na mulher. Tratamento ambulatorial ● Podofilina 25% 1x/semana, por 6 semanas ● Ácido Tricloroacético (TCA) 80-90%; ● Crioterapia com nitrogênio líquido; ● Exérese (eletrocoagulação + curetagem); ● Laser ablativo (CO2); ● Interferon intralesional. Tratamento domiciliar ● Podofilox 0,05% solução, usando-se o cotonete e aplicando-se 2x/dia por 3 dias, descansando quatro dias e repetindo-se o ciclo por 4-6 semanas; ● Imiquimod 5% creme 3x/semana por 16 semanas. A papulose Bowenóide é uma dermatose pré-maligna (HPV tipos 16,18, 31, 33 e 35) que apresenta pápulas acastanhadas em pênis, vulva, região perianal ou períneo de adultos jovens sexualmente ativos.
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