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ARBOVÍRUS & ARBOVIROSES Walter Reed Os Arbovírus Arbovírus (de “arthropod borne virus”) são vírus que podem ser transmitidos ao homem por vetores artrópodos. Definição da OMS: “vírus mantidos na natureza através da transmissão biológica entre hospedeiros vertebrados suscetíveis por artrópodos hematófagos, ou por transmissão transovariana e possivelmente venérea em artrópodos.” Arbovírus pertencem a três famílias 1. Togavírus: Encefalites equinas Leste, Oeste e Venezuelana 2. Bunyavírus: Febre da Sandfly (mosquito pólvora), Febre do Vale Rift, Febre hemorrágica da Criméia-Congo 3. Flavivírus: Febre amarela, Dengue, Encefalite Japonesa Ciclos de Transmissão � Homem - artrópodo - homem � e.g. Dengue, Febre amarela urbana. � Reservatório pode ser ou o homem ou o vetor artrópodo. � Pode haver transmissão transovariana. � Animal - artrópodo - homem � e.g. Japanese encefalite, encefalites equinas Leste e Oeste, Febre amarela silvática. � O reservatório é um animal. � O vírus é mantido na natureza em um ciclo de transmissão Emvolvendo o vetor artópodo e um animal. O homem se infecta incidentalmente. � Ambos ciclos podem ser ocorrer com alguns arbovírus como a Febre amarela. Homem-Artrópodo- Homem Animal-artrópodo-Homem Vetores artrópodos Mosquitos Encefalite japonesa, Oeste do Nilo, Dengue, Febre amarela, Encefalites St. Louis, equinas Leste, Oeste, Venezuelana. Carrapatos Febre da Criméia-Congo. Sandflies (mosquito pólvora) Febre da sandlfly siciliana, Febre do Vale Rift. Exemplos de vetores artrópodos Aedes Aegyti Alguns Carrapatos Phlebotomíneo (Sandfly, mosquito pólvora) Culex Mosquito Reservatórios Animais Em muitos casos, o reservatório verdadeiro não é conhecido. o seguintes animais são implicados como reservatórios Aves Encefalites Japonesa, St Louis, Oeste do Nilo, Equinas Leste, Oeste Suínos Encefalite Japonesa Macacos Febre amarela Roedores Encef. Venezuelana, Russian Spring-Summer Doenças associadas � Febre e eritema - usualmente inespecífico, lembrando influenza, rubéola, ou infecções por enterovírus. � Encefalites � Febre hemorrágicas Diagnóstico � Sorologia - comumente usada para o diagnóstico de arboviroses. � Cultivo - em camundongos ou várias linhagens de células podem ser usadas, incluindo células de mosquitos. Raramente usado, pois podem ser perigosos (patógenos de cat. 3 ou 4). � Testes de detecção direta: detecção de antígenos e ácidos nucléicos possíveis. Prevenção � Vigilância - da enfermidade e de vetores � Controle de vetores- pesticidas, eliminação de locais de procriação. � Proteção pessoal - triagem de casas, redes de dormir, repelentes � Vacinação - disponível para algumas como Febre amarela, encefalites Japonesa e Russa (carrapato) Febre amarela (1) � Regiões: oeste da África e América do Sul � Duas formas: urbana e silvática. � Forma silvática: mosquitos Haemagogus spp. � Forma urbana: mosquito Aedes aegypti. � Sinais clínicos: calafrios, febre e dor de cabeça, mialgia generalizada e sinais gastrointestinais. � Alguns: infecções assintomáticas ou doença febril indiferenciada. Febre amarela (2) � Sinais: após 3 a 4 dias de incubação, pacientes mais severamente infectados desenvolvem bradicardia (sinal de Faget), icterícia e manifestações hemorrágicas. � 50% dos pacientes desenvolverão doença fatal: hemorragias, oliguria e hipotensão. � Diagnóstico é usualmente feito por sorologia. � Não há tratamento específico. � Vacinação: vacina produzida em embrião de galinha, com a amostra 17 D. Indicação: pessoas em áreas endêmicas ou viajantes. Distribuição global da febre amarela 1970 e 1977Febre amarela nas américas Dengue (1) � É a arbovirose que mais causa problemas no mundo. Mais de 2 milhões de casos por ano. É encontrado no sudeste da Ásia, África, Caribe e América do Sul. � Causada por um flavivírus que tem 4 sorotipos, transmitidos by mosquitos Aedes que se multiplicam em águas limpas, paradas. � Infecções humanas surgem do ciclo humano-mosquito-humano. � Sinais: febre alta, linfadenopatia, mialgia, dores nas articulações e ossos, dor de cabeça e um eritema maculopapular. � Casos severos podesm se apresentar com febre hemorrágica e choque, com uma mortalidade de 5-10%. (Febre do Dengue hemorrágico ou síndrome de choque do Dengue). O vírus da Dengue � Família Flaviviridae, gênero Flavivirus � Vírus RNA fita simples circular envelopado � Arbovírus: Aedes aegypti, A. albopictus e A. polynesiensis � 4 sorotipos, um não fornece imunidade ao outro, forma hemorrágica Dengue Transmissão: - picada da fêmea de mosquitos A. aegypti - mosquito urbano, domiciliar, de hábitos diurnos - após 8-12 dias de incubação no mosquito, este está apto a transmitir a infecção - não há transmissão por contato direto Dengue - Distribuição Dengue (2) � A febre hemorrágica do Dengue e a síndrome de choque aparecem mais frequentemente em pessoas previamente infectadas com um sorotipo distinto. � Diagnóstico é feito por sorologia. � Não há terapia antiviral específica. � Prevenção depende da erradicação do vetor. � Uma vacina viva atenuada vem sendo experimentada na Tailândia com resultados promissores. Dengue Quadro clínico: - p.i. 3- 15 dias, média 5-6 dias - período de transmissibilidade: 1 dia antes da febre até 6 dias de curso da doença - Sinais: variáveis de inaparente até morte p/choque Dengue clássica: Início abrupto duração 5-7 dias Febre alta 39o-40oC, cefaléia, náuseas, vômitos, exantema. Pode haver hepatomegalia dolorosa Adultos: podem haver manifestações hemorrágicas: petéquias, epistaxe, gengivorragia, hematúria, sangramento gastrointestinal, metrorragia. Dengue Sinais - Febre hemorrágica do Dengue: Início igual à dengue clássica Evolução rápida para quadro hemorrágico. Choque nos casos graves entre o 3o e o 7o dia da doença, usualmente precedido de dores abdominais. Dengue - Diagnóstico diferencial: Dengue clássico: influenza, rubéola, sarampo, outras viroses Dengue hemorrágico: choque endotóxico, meningococcemia, Considerar leptospirose, febre amarela, malária, hepatites virais Diagnóstico laboratorial: Exames específicos: isolamento viral sorologia Inespecíficos: Hemograma: leucopenia ( geralmente)ou leucocitose, linfocitose com linfóc atíp.; trombocitopenia. Pode haver hemoconcentração com aumento do hematócrito, principalmente na forma hemorrágica. Coagulograma: na FHD, aumento do tempo de protrombina, TTPA e trombina. Diminuição de fibrinogênio, protrombina, fatores VIII e XII, Anti-trombina e plasmina Dengue - Tratamento: - Dengue clássico: não há tratamento específico medicação analgésica; evitar salicilatos Hemorrágico: Choque: Período crítico situa-se entre as fases febril e não febril da doença: Sinais de alerta: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hepatomegalia dolorosa, derrames cavitários, sangramentos mais intensos, hipotensão arterial, pinçamento da PA (PAs-PAd < ou = 20 mm Hg) oligúria, pulso fraco e rápido, extremidades frias, cianose, taquicardia, lipotímia e aumento repentino do hematócrito. Combate aos mosquitos Plano de erradicação do Aedes aegypti (PEA): - manejo ambiental (saneamento domiciliar) - educação em saúde - eliminação física de criadouros - tratamento de criadouros, quando indicado Combate aos mosquitos Larvicidas p/ Aedes aegypti: Temephos a 1% (Abate, Larvin, Larvel, outros) Bacillus turighiensis israelensis (BTI) inseticida biológico para uso de maneira rotativa com o Temephos Metoprene (análogo de hormônio juvenil dos mosquitos) atua nas formas imaturasimpedindo seu desenvolvimento Todos inócuos p/ humanos Todos aprovados pela OMS Combate aos mosquitos Eliminação mecânica: - Evitar acúmulos de água em pneus, garrafas, etc, Tratamento focal: - Aplicação de produto larvicida em depósitos positivos para formas imaturas, que não possam ser eliminados mecanicamente. Fim
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