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Câncer de Rim Lesões Císticas – Cistos Renais · Podem ser classificados como simples ou complexos, de acordo com sua parede, septos, calcificações A partir de critérios radiológicos · Parede · Espessura · Contornos · Impregnações · Fluxo · Septos · Número · Espessura · Contornos · Impregnação · Fluxo · Calcificação · Teor · Localização · Tipo · Classificação de Bosniak: radiológica · I: cisto simples, 100% benigno · Na grande maioria das vezes não precisa fazer nada · II: cistos com mínima captação, 75-100% benigno; septação, fina calcificação, hiper densidade, parede espessa · Maior risco do cisto se tornar maligno · IIF: intermediário entre o II e o III; o “F” é de “follow”, porque esse cisto deve ser seguido, não deve sofrer nenhum tipo de intervenção. · Impregnação mínima · Moderada calcificação, hiper densidade · III: impregnação moderada, septos espessos calcificados, pequena nodulação de parede, 50-90% maligno · Maior chance de evoluir para carcinoma renal (> 50%) · IV: nodulação grosseira e hipercaptante, 90% maligno · Calcificação grosseira, parede espessada · Praticamente considerado como carcinoma Lesões Sólidas – Tumores Benignos do Rim · Adenoma (mais comum) · Oncocitoma · Angiomiolipoma · A grande maioria das lesões sólidas identificadas nos exames de imagem são carcinoma renal Carcinoma de Células Renais ou Adenocarcinoma · 70-80% das massas sólidas são carcinomas de células renais · É a 3ª causa de tumores do trato genitourinário · Representa 3% dos tumores em adultos e 85% dos tumores renais · 2x mais comum em homens · Tipicamente acomete idade de 50-70 anos (média: 66 anos) · Raro em jovens · Fatores de risco · Tabagismo · Obesidade (principais) · Exposição por agentes industriais ou ambientais · Comorbidades: HAS, DM, hiperTGL · Hemodiálise, diálise peritoneal · Condições genéticas e hereditárias · Doença Von Hippel-Lindau (VHL) · Carcinoma de células renais papilar hereditária · Síndrome de Birt-Hogg-Dube · Dieta hiperproteica, hipercalórica · Exposição à radiação · Doença renal policística Patologia · Carcinoma de células claras: 70% · Prognóstico pior, mais agressivo · Carcinoma de célula renal papilífero: 10% · Geralmente multifocal (bilateral, pequenos) · Melhor prognóstico que o de células claras · Carcinoma de célula renal cromófobo · Incidência de 5%, bom prognóstico · Carcinoma do ducto coletor · Raro (1%), mas bem agressivo · Grau Histológico de Furhman · Mais usado, descreve tamanho e irregularidade · Disseminação · Linfática, hematogênica, contiguidade · 1/3 dos pacientes já se apresentam com doença avançada (metástase) · A metástase mais comum é a de pulmão (40-60%), seguida de linfonodos (20-30%), fígado e ossos · Os tumores renais podem crescer para a veia renal ou para a veia cava – trombo tumoral · Esses trombos tumorais podem crescer em direção à veia, inclusive para o coração · Algumas vezes também invadem a parede da veia cava, o que torna o tumor mais agressivo Quadro clínico · Assintomático (maioria) · Maioria (50-60%) são diagnosticados acidentalmente (ex: USG identifica lesão sólida renal) · Tríade clássica: 10-15% · Hematúria, massa palpável, dor lombar · Quando já tem a tríade completa, geralmente a doença é mais avançada · Síndromes paraneoplásicas (20%): secreção de peptídeos e hormônios · Algumas vezes, o tumor secreta esses peptídeos/hormônios e gera os sinais/sintomas abaixo (não necessariamente significa que é avançado por causa disso): · Anemia, febre, eritrocitose, HAS, alterações hepáticas, aumento de cálcio · Sintomas de doença avançada: perda de peso, dor óssea, dispneia (se tiver metástase pulmonar) Diagnóstico · Feito através de USG · USG · Sensibilidade muito boa para avaliar lesões sólidas · Quanto maior a lesão, mais fácil · 80% para lesões < 3 cm · 96% para > 3 cm · Pode usar o Doppler para verificar extensão para veias renal e cava · Diante de achado no USG, é obrigatório fazer um exame de imagem melhor para definir o estadiamento e a conduta · TC com contraste iodado · Realce heterogêneo · Acurácia de 95% · Pra ver tumores, extensão pra veia renal (94%), pra veia cava inferior (97%), linfonodo (87%), extensão (96%) · RM · Equivalente a TC (pode fazer uma ou outra; mas a TC é mais acessível) · Indicada sobretudo em (RM apresenta algumas vantagens sobre a TC nesses casos): · Doença localmente avançada · Envolvimento de parede vascular · Insuficiência renal · Alérgico ao iodo · Lesão infiltrativa no fígado · Cintilografia óssea + RX · Todo paciente que tem diagnóstico de câncer precisa ser estadiado · Como pode ter metástases ósseas, em alguns pacientes pode ser necessário fazer cintilografia óssea + RX · Estadiamento · Fez USG, detectou lesão sólida do rim, faz estadiamento e determina tratamento e prognóstico · Avalia disseminação local e à distância · É feito com várias informações: · História e exame físico · Perda de peso e massa palpável são indicativos de estadiamento clínico desfavorável · Laboratório · Não há marcador específico · Exames complementares (TC, RM, RX) · Cintilografia · Em pacientes com sintomas de metástases ósseas Tratamento · O melhor tratamento ainda é o cirúrgico · O ideal é que ele esteja num tamanho ou localização em que esteja completamente ressecável · Ou se retira o tumor ou o próprio órgão · Novas técnicas: cirurgias menos radicais e invasivas (laparoscópica e percutânea), não alteram sobrevida · Nefrectomia radical/total (NT): ressecção completa do rim, técnica clássica · Retirada do rim, fáscia de gerota, suprarrenal, linfonodos · Ligadura da art. e veia renais; remoção em bloco · Base: retirar o tumor junto com a gordura · Era feita antigamente para qualquer tipo de tumor, de qualquer tamanho · Nefrectomia parcial (NP) · Indicações Iniciais (antigamente) · Tumores sincrônicos bilaterais (evitar deixar o paciente anéfrico) · Rim único · Rim contralateral comprometido · Atualmente, pacientes que têm rim normal contralateral também podem fazer nefrectomia parcial, expandiu-se as indicações. · Indicações nesses casos · Pacientes jovens · Tumores incidentais · Abaixo de 4 cm · OBS: depende da localização; os tumores localizados nas regiões polares são os que conseguem ser removidos de forma mais eficaz. · Técnica cirúrgica nefrectomia parcial · Controle vascular · Isquemia (resfriamento) · Margem · Fechamento do sistema coletor e do parênquima renal · Hemostasia · Complicações de NP · Boa seleção e técnica · Mais complicações que a NT · Hemorragias, hematomas (embolização) · Urinomas, fístulas (duplo J, punções) · Perda de função renal (sobretudo se tirar muito parênquima, etc) · Técnica laparoscópica: pode fazer tanto a radical quanto a parcial · Replica a técnica aberta Tumores com trombos venosos · Pacientes com lesões mais avançadas · 4-10% dos pacientes já podem se apresentar com tumor envolvendo os vasos (veia renal, veia cava) · Aqueles que têm invasão da parede têm prognóstico pior (não necessariamente relacionado ao tamanho; pode ser menor e invadir) · TC e RM: para fazer o planejamento adequado da cirurgia · São cirurgias muito grandes, às vezes precisa fazer circulação extracorpórea se o trombo estiver dentro do coração · Incisão toraco-lombar; controle cefálico; filtros de Cava · Taxa de mortalidade elevada · Tratamento minimamente invasivo · Radiofrequência · Emissor de energia · Probe (agulha) introduzido via percutânea ou laparoscópica, com controle do USG, introduz na lesão sólida renal · Essas lesões precisam ser < 4 cm e precisam estar longe do sistema coletor (ou seja, devem estar mais na região periférica do rim), porque envolvem energia e geram temperatura muito alta (se não queima o sistema coletor) · É um tratamento eficaz quando bem indicado · Crioablação · Mesmas indicações da radiofrequência, mas o probe encosta no tumor e causa necrose por congelamento · Controle com USG da bola de gelo · À medida que o tumor vai sendo congelado, a ice ball vai sendo controlada pelo USG de forma que quando atinge toda a circunferência do tumor, o procedimentoé encerrado · Consegue-se fazer um acompanhamento dinâmico do tratamento Tumor renal avançado · Para esses pacientes, não consegue mais proporcionar cura (cura só em doença localizada) · A sobrevida é baixa, até 20% · O resultado que se tem atualmente com as terapias sistêmicas ainda são ruins (relacionado a uma série de fatores, como subtipos histológicos, agressividade – tumor heterogêneo, predisposição individual mais desfavorável) · Quimioterapia citotóxica · Inicialmente era realizada · Os resultados são muito ruins, respostas terapêuticas não superiores a 20% · DOCETAXEL · Imunoterapia · Interferon e interleucina são as drogas clássicas, mas seus resultados também são muito desanimadores · Nefrectomia na doença avançada · Tema ainda controverso, porque provavelmente não vai curar o paciente de todo jeito · Em alguns pacientes consegue-se melhorar a qualidade de vida com isso, mas na maioria não · A tendência é que essa cirurgia não seja feita, só deve ser indicada quando é possível a retirada completa do tumor, mesmo que seja grande; ou quando tem poucas metástases (pode ressecar as metástases) · Os sintomas das síndromes paraneoplásicas podem melhorar com nefrectomia · Novas terapias (ainda não acessíveis a todos em função do alto custo) · Drogas antiangiogênicas: inibem a neoformação de vasos · Novas medicações imunoterápicas (que não o interferon e a interleucina) Seguimento · Variável com o estadiamento · TC a cada 6 meses nos primeiros 2 anos; se a doença ficar controlada, a cada ano até 5º ano · Acompanha com exame de imagem, não tem marcador sérico · Sangue (uréia, creatinina) · Dependendo do paciente, pode ter algum comprometimento renal decorrente de cirurgia, terapia sistêmica, etc
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