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Tumores Renais

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1 TUMORES RENAIS 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Os tumores se classificam em: 
• BENIGNOS x MALIGNOS 
• CÍSTICOS x SÓLIDOS: 
▪ Cisto Renal Simples → é o tumor mais comum 
✓ É límpido, homogêneo, simples e sem maiores 
alterações 
✓ Faz parte do processo de envelhecimento normal 
e normalmente é encontrado ao acaso (por meio 
de uma cirurgia ou exame de imagem, por 
exemplo) 
✓ Normalmente, esses cistos não costumam 
crescer e não comprometem a função renal, mas 
isso pode ocorrer 
✓ Geralmente, não causam dor 
✓ Nesses casos, deve-se fazer apenas o 
acompanhamento do paciente 
✓ Raramente há necessidade de operar, sendo 
indicada a operação apenas quando o cisto 
comprime o órgão 
➢ TUMORES MALIGNOS: 
• São os cânceres 
• Patologia → derivam do epitélio tubular renal, mais 
frequentemente do túbulo contorcido proximal. Dessa 
forma, advém de estruturas do córtex renal, pois os 
glomérulos e os túbulos contorcidos estão nessa cortical (já 
na medula renal, tem-se a alça de henle e os ductos 
coletores) 
• Epidemiologia: 
▪ 85% dos tumores malignos são Adenocarcinomas 
➢ TUMORES BENIGNOS: 
• São relativamente frequentes 
• Chamados de “incidentalomas” → pois, hoje em dia, com a 
popularização do Ultrassom e o seu uso em várias áreas 
médicas, pode-se acabar encontrando incidentalmente um 
tumor/massa sólida renal, necessitando-se estudar essa 
massa 
• Pode ocorrer progressão para malignidade: 
▪ Essa progressão é mais evidente nos oncocitomas, 
que, mesmo os oncocitomas se tornando malignos, tem 
baixo potencial metastático 
▪ Angiomiolipomas → tem-se alguns relatos na 
literatura de que eles podem progredir para 
malignidade 
• Principais tipos de tumores benignos: 
▪ Adenomas 
▪ Lipomas e Leiomiomas 
▪ Hemangiomas → são muito mais frequentes no fígado 
▪ Angiomiolipomas → é o mais frequente 
▪ Oncocitomas → pode malignizar 
▪ Tumores de Células Justaglomerulares → precisa 
de um alto índice de suspeição em situações clínicas 
específicas para justificar e pedir um ultrassom do 
aparelho urinário 
TUMORES BENIGNOS 
ANGIOMIOLIPOMAS 
CARACTERÍTICAS 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Idade mais comum de início → entre 50 
a 60 anos 
• Os angiomiolipomas representam 3% 
dos tumores renais 
• Quando os angiomiolipomas são 
bilaterais, estão associados a 
Esclerose Tuberosa, que é uma 
doença genética rara caracterizada 
pelo crescimento anormal de tumores 
benignos em diversos órgãos 
➢ COMPONENTES DO TUMOR: 
• Adipócitos maduros 
• Músculo liso 
• Vasos sanguíneos 
QUADRO CLÍNICO 
➢ Geralmente, esses tumores benignos são descobertos de forma 
incidental, mas em alguns casos, quando o tumor se encontra 
mais desenvolvido e com tamanho aumentado, por exemplo, o 
paciente já pode apresentar um quadro clínico 
➢ SINAIS E SINTOMAS: 
• Hematúria 
• Dor lombar e Massa em flanco 
• Hipertensão Arterial 
• Sangramento retroperitoneal: 
IMPORTANTE 
- A seguinte tríade acompanha o diagnóstico do tumor renal maligno ou 
benigno quando ele se encontra com tamanho muito aumentado e mais 
desenvolvido: 
Hematúria + Dor lombar + Massa em flanco 
 
ATENÇÃO 
- Sempre que se está diante de uma massa sólida renal ou de cisto 
renal complexo é obrigatório que se peça uma Tomografia 
Computadorizada (TC) com contraste do abdômen superior ou do 
aparelho urinário. Assim, deve-se tentar ao máximo esclarecer o 
diagnóstico com os exames complementares, mas, se isso não for 
possível, acaba-se realizando uma Abordagem Cirúrgica com 
congelação transoperatória para decisão terapêutica 
- Não se pode puncionar massas renais! 
 
 
2 TUMORES RENAIS 
Gizelle Felinto 
▪ O paciente pode abrir o quadro com esse sangramento 
devido ao componente vascular do tumor 
▪ O tumor tem vasos e quando ele cresce mais de 4cm 
ele apresenta um maior risco de se romper 
espontaneamente ou por um pequeno traumatismo 
▪ Felizmente, o retroperitônio não é igual à cavidade 
peritoneal e o sangramento acaba ficando contido, 
permitindo que o paciente consiga chegar ao hospital 
apresentando choque, por exemplo, e, assim, é 
realizado todo o protocolo do ATLS e exames 
complementares, evidenciando o sangramento 
retroperitoneal por rotura renal, que pode ser 
indicativo de um angiomiolipomas 
DIAGNÓSTICO 
➢ A maioria dos diagnósticos é incidental, devido à maior 
popularização e realização da Ultrassonografia (USG) → Ex: 
paciente faz um USG por algum outro motivo e acaba-se 
identificando tumor benigno 
➢ ULTRASSONOGRAFIA (USG): 
• Características do tumor: 
▪ Massa sólida, hiperecogênica e bem delimitada 
➢ TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC) COM CONTRASTE: 
• Sempre deve ser realizada quando se encontrar alguma 
massa renal ao ultrassom 
• Características do Angiomiolipoma: 
▪ Áreas hipodensas (indicando gordura) com densidade 
negativa (-20 a -80 UH) 
 
TRATAMENTO 
➢ DE ACORDO COM O TAMANHO DO TUMOR: 
• < 4cm → Acompanhamento Anual com USG + TC 
• > 4cm → Indicar a Nefrectomia Parcial (pode ser através 
da Enucleação) ou Nefrectomia Total 
▪ Como é um tumor maligno, não há necessidade de se 
realizar uma nefrectomia radical, que é feita apenas 
quando os tumores são malignos 
▪ A decisão entre nefrectomia parcial ou total depende 
de 5 parâmetros básicos: 
✓ Tamanho: 
o Tumores menores → nefrectomia parcial 
o Tumores maiores → nefrectomia total 
✓ Localização: 
o Tumores nas extremidades dos rins → 
nefrectomia parcial 
o Tumores mais na parte central → 
nefrectomia total 
✓ Lateralidade: 
o Tumores Bilaterais → nefrectomia parcial 
❖ Deve-se deixar a maior quantidade de 
rim possível 
❖ Não se pode simplesmente retirar os 
dois rins do paciente, pois deve-se 
deixar uma população de néfron 
equivalente a cerca de 25% (metade de 
um rim) da população de néfrons de um 
indivíduo normal. Assim, se for possível 
deixar pelo menos metade de um rim, 
caso o paciente não tem outras 
comorbidades (que podem prejudicar a 
função renal, como diabetes e 
hipertensão), ele pode ficar sem a 
necessidade de realizar hemodiálise 
✓ Presença de apenas 1 rim (por agenesia, 
malformação ou trauma): 
o Pacientes que apresentam um tumor renal 
no único rim que eles têm → nefrectomia 
parcial 
❖ Para que se preserve o maior número 
de néfrons possível, pois se for retirado 
todo o rim do paciente, ele terá um 
maior risco pós-operatório e terá que 
realizar hemodiálise pelo resto da vida 
✓ Tipo de crescimento tumoral: 
o Tumores Exofíticos (crescem para fora do 
rim) → nefrectomia parcial 
o Tumores Endofíticos (crescem para dentro 
do rim) → nefrectomia total 
▪ Nefrectomia Parcial → Ex: tumor pequeno no polo 
renal de apenas um rim e com crescimento exofítico 
▪ Nefrectomia Total → Ex: grande tumor mesorrenal 
em apenas um rim e com crescimento endofítico 
➢ DEVE-SE TOMAR CUIDADO COM: 
• Sangramento Retroperitoneal → pode causar choque 
hipovolêmico que, a depender da gravidade, pode levar o 
paciente ao óbito 
ONCOCITOMAS 
CARACTERÍSTICAS 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Os oncocitomas correspondem a 
cerca de 3 – 7% dos tumores renais 
• Geralmente são unilaterais 
➢ PATOLOGIA: 
• Esses oncocitomas apresentam perda 
nos cromossomos 1 e Y, o que pode 
fazer com que se pense, por essas modificações genéticas, 
na capacidade de ser um oncocitoma maligno 
• Quando o oncocitoma é maligno, raramente ele sofre 
metástase 
 
Ultrassonografia - 
Angiomiolipoma 
 
Tomografia 
Computadorizada - 
Angiomiolipoma 
 
3 TUMORES RENAIS 
Gizelle Felinto 
QUADRO CLÍNICO 
➢ Quando o tumor é grande, ele pode causar a seguinte tríade: 
• Hematúria 
• Dor lombar 
• Massa em flanco 
DIAGNÓSTICO 
➢ Pode ser descoberto ao acaso pelos exames de imagem ou 
quando o paciente já apresenta um tumor grande que está 
causando sintomas 
➢ ULTRASSONOGRAFIA (USG): 
• Características do tumor: 
▪ Nódulo sólido hipoecóico 
➢ TOMOGRAFIACOMPUTADORIZADA (TC): 
• Sempre deve ser solicitada 
quando se encontra nódulos 
renais ao ultrassom 
• Características do tumor: 
▪ Sinal da atenuação 
central (“Sinal da 
cicatriz”) 
➢ RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA (RNM): 
• Solicita-se quando se tem quadros difíceis de se 
diagnosticar por meio dos outros exames de imagem, como 
quando se tem dúvidas entre os seguintes diagnósticos: 
▪ Oncocitoma x Adenocarcinoma x Angiomiolipoma pobre 
em gordura 
➢ Abordagem Cirúrgica com congelação transoperatória → é 
realizada quando não se consegue diagnosticar o tumor por meio 
dos exames de imagem 
TRATAMENTO 
➢ DE ACORDO COM O TAMANHO DO TUMOR: 
• < 4cm → Nefrectomia Parcial 
• > 4cm → Nefrectomia Total 
• A escolha entre total e parcial também depende dos 5 
fatores básicos: 
▪ Tamanho 
▪ Localização 
▪ Bilateralidade tumoral 
▪ Bilateralidade da existência renal (se o paciente tem ou 
não os dois rins) 
▪ Tipo de crescimento (endofítico ou exofítico) 
TUMOR DE CÉLULAS JUSTAGLOMERULARES 
CARACTERÍSTICAS 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• É um tumor benigno menos frequente 
➢ PATOLOGIA: 
• Cursa com Hipertensão Arterial e Hiperaldosteronismo 
Secundário 
• Se desenvolve nos pericitos da arteríola aferente do 
aparelho justaglomerular (área cortical) 
• Grânulos secretórios de renina → esse tumor nas 
células justaglomerulares tem a característica de secretar 
renina sem o controle metabólico do organismo. Assim, 
tem-se uma secreção descontrolada de renina, que, na 
corrente sanguínea, irá agir sobre o angiotensinogênio 
hepático, transformando-o em angiotensina 1 (não tem 
repercussões) que, quando passa pelo pulmão e sofre a ação 
da enzima conversora de angiotensina (ECA), vira a 
angiotensina 2, que é um potente vasoconstrictor que 
causa hipertensão arterial. Além disso, essa angiotensina 
2 faz com que a adrenal produza mais aldosterona, e essa 
elevação dos níveis de aldosterona faz com que se absorva 
mais água e sódio, aumentando-se ainda mais a pressão 
arterial 
➢ Exemplo de como o paciente pode se apresentar → paciente 
que tem hipertensão e que já faz uso de anti-hipertensivos de 
forma otimizada, depois de várias vezes se aumentar as doses e 
se mudar as medicações, mas mesmo assim a pressão continua 
alta. Assim, nesses casos, deve-se fazer um ultrassom dos rins 
para que se saiba se a causa desse não controle da pressão possa 
ser um tumor de células justaglomerulares, configurando uma 
hipertensão de causa renovascular 
DIAGNÓSTICO 
➢ Dosagem da Renina da Veia Renal por Coleta Seletiva: 
• Como é feito → coloca-se um cateter nas duas veias 
renais, retira-se uma amostra de sangue e analisa-se qual 
das duas apresenta elevação da renina, sendo isso indicativo 
sobre o diagnóstico e o lado do tumor 
• Desvantagem → é um exame difícil de ser realizado 
➢ ULTRASSONOGRAFIA (USG) → faz-se um ultrassom do aparelho 
urinário e/ou abdômen se houver o alto índice de suspeição da 
doença 
TRATAMENTO 
➢ Nefrectomia Total ou Parcial → para a escolha deve-se 
analisar os 5 parâmetros básicos: 
• Tamanho 
• Localização 
• Bilateralidade tumoral 
• Bilateralidade da existência renal (se o paciente tem ou não 
os dois rins) 
• Tipo de crescimento (endofítico ou exofítico) 
TUMORES MALIGNOS 
ADENOCARCINOMAS 
CARACTERÍSTICAS 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• Os adenocarcinomas correspondem a 2 a 3% das neoplasias 
malignas em adultos 
• No Brasil → tem-se cerca de 7 a 10 casos por cada 100.000 
habitantes por ano 
 
4 TUMORES RENAIS 
Gizelle Felinto 
• É 2 a 3 vezes mais frequente em homens 
• Maior prevalência → entre 50 – 70 anos de idade 
• Hoje em dia, cerca de 80% ou mais dos adenocarcinomas 
renais são detectados incidentalmente 
➢ FATORES DE RISCO: 
• Síndrome de Von-Hippel-Lindau 
• Esclerose Tuberosa 
• Deficiência de Vitamina A 
• Dieta rica em Colesterol 
• Carcinoma Renal Hereditário 
• Agentes Químicos 
• Fumo → o fumo pode ser fator de risco para vários outros 
tipos de cânceres, como o câncer de pulmão, bexiga, pênis, 
rim... 
• Insuficiência Renal Crônica (IRC) em Diálise → por ser 
comum de se encontrar pacientes com IRC dialíticos, deve-
se sempre monitorar de perto esses pacientes, pois eles 
têm uma maior chance de desenvolver tumores renais e 
outras doenças, como Hipertensão Renovascular e 
Pielonefrite Crônica 
▪ Deve-se realizar uma Ultrassonografia periodicamente 
nesses pacientes para avaliação dos rins 
TIPOS CELULARES/HISTOLÓGICOS DOS ADENOCARCINOMAS 
➢ Adenocarcinoma de Células Claras: 
• Incidência → 70 a 80%, sendo o mais comum 
• Características → arquitetura sólida e cística 
➢ Adenocarcinoma Papilar/Cromófilo: 
• Incidência → 10 a 15% 
• Características → Multifocais/Bilaterais 
➢ Adenocarcinoma Cromófobo: 
• Incidência → 5% 
• Característica → pouco agressivo 
➢ Tumores raros e agressivos: 
• Às vezes, quando se diagnostica esses tipos de tumores o 
paciente já abre o quadro com metástases disseminadas, 
não se tendo muita coisa a se fazer para o quadro do 
paciente 
• São os seguintes tipos histológicos: 
▪ Adenocarcinoma Medular (ductos coletores): 
✓ Incidência → 0,4 a 2,6% 
✓ Características → muito agressivo, potencial 
metastático e podem surgir na 2ª e 3ª décadas de 
vida 
▪ Adenocarcinomas Não-classificados: 
✓ Incidência → < 2% 
✓ Características → são agressivos 
➢ Importante: 
• Os adenocarcinomas renais são radiorresistentes e 
quimiorresistentes 
• Terapias Adjuvantes à cirurgia → por esses 
adenocarcinomas terem muitas alterações genéticas e 
mutações, são opções de terapias adjuvantes: 
▪ Imunoterapia → já foi muito utilizada 
▪ Hoje em dia, se utiliza uma das seguintes: 
✓ Terapia Antiangiogênica 
✓ Terapia-Alvo 
QUADRO CLÍNICO 
➢ Sintomas decorrentes da expansão tumoral (podem vir em 
conjunto, caracterizando a tríade, ou separadamente): 
• Hematúria (60% dos casos) 
• Dor lombar e/ou nos flancos (40%) 
• Massa palpável (30%) 
➢ Sintomas associados (não existem em tumores benignos, 
estando presente apenas nos tumores malignos): 
• Emagrecimento 
• Varicocele 
• Febre 
• Sudorese noturna 
• Sintomas secundários à metástase → exemplos: 
▪ Hemoptise →metástase pulmonar 
▪ Icterícia → metástase hepática 
▪ Fraturas patológicas → metástase óssea 
➢ Síndrome Paraneoplásica (o tumor produz alguma substancia) 
→ está presente apenas em tumores malignos e acomete de 5 a 
10% dos pacientes 
▪ Hipertensão Arterial 
▪ Policitemia 
▪ Síndrome de Staufer (Disfunção Hepática) 
▪ Hipercalcemia 
▪ Ginecomastia 
▪ Síndrome de Cushing 
DIAGNÓSTICO 
➢ Pode-se identificar o tumor das seguintes formas: 
• SUSPEITA CLÍNICA: 
▪ Paciente que já apresenta os sintomas decorrentes da 
doença, como a tríade (isoladamente ou os três juntos), 
os sintomas associados e a síndrome paraneoplásica 
▪ ULTRASSONOGRAFIA (USG): 
✓ Geralmente, é o primeiro exame a se solicitar 
quando se tem uma suspeita clínica, pois é um 
exame barato, que não tem radiação e que pode 
ser repetido 
• “INCIDENTALOMA” → quando se solicita um exame de 
imagem, como o ultrassom, por alguma outra causa e, 
incidentalmente, suspeita-se de que o paciente tem um 
tumor 
➢ Segue-se o seguinte passo a passo na suspeição clínica: 
 
Adenocarcinoma de Células Claras 
 
5 TUMORES RENAIS 
Gizelle Felinto 
1. Ultrassonografia (USG) de Abdômen → primeiro a ser 
solicitado na suspeição clínica 
2. Tomografia Computadorizada (TC) com Contraste (do 
abdômen superior ou do aparelho urinário) → sempre deve 
ser solicitada quando se encontra uma massa renal ao 
ultrassom 
3. Ressonância Nuclear Magnética (RNM) → quando se tem 
dúvida sobre o diagnóstico mesmo após a realização da TC 
4. Abordagem Cirúrgica com congelação transoperatória 
→ quando não se consegue diagnosticar precisamente com 
os métodos de imagem. Assim, é na abordagem cirúrgica em 
que se diagnostica e se decide qual o tratamento➢ Outros Exames: 
• Radiografia e/ou Tomografia do Tórax → realiza-se para 
pesquisa de metástase, pois os tumores malignos renais 
podem dar metástase para ossos, fígado e pulmão 
• Urografia Excretora → era um exame utilizado 
antigamente e que não é mais usado hoje em dia, sendo 
totalmente substituído pela Tomografia 
• Angiografia → foi substituída pela Angiorressonância e 
pela Angiotomografia 
▪ São reservadas para casos de tumores complexos em 
que se necessita de cirurgias mais delicadas, que são 
feitas para tumores bilaterais e tumores renais em 
pacientes com um único rim, nos quais necessita-se 
deixar o máximo possível de tecido nefrótico (estuda-
se as artérias que irrigam o tumor para que se 
intervenha apenas nela, fazendo-se o máximo possível 
para poupar cerca quantidade do tecido renal) 
• Punção Biópsia → é proscrito, pois não se punciona 
tumores renais. Mas existem exceções muito específicas em 
que se realiza essa punção biópsia 
➢ TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC): 
• Vantagens: 
▪ Disponibilidade crescente 
▪ Baixo custo 
▪ Pacientes debilitados e Claustrofóbicos podem realizar, 
pois a máquina do exame não é fechada 
▪ Pesquisa de metástases (ganglionares, hepáticas, 
ósseas, pulmonares...) 
• Desvantagens: 
▪ Radiação ionizante 
▪ Alergia ao iodo 
▪ Gestantes não podem fazer, devido à radiação 
▪ Tem-se dificuldade de visualizar tumores pequenos 
(<1cm) 
▪ Insuficiência renal → se o contraste não for não 
iônico, ele pode causar insuficiência renal 
➢ RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: 
• Tem vantagens em relação à 
tomografia, pois: 
▪ Avalia melhor os cistos 
renais complexos e o 
comprometimento 
vascular do tumor 
• Contraste utilizado → Gadolíneo 
• Vantagens: 
▪ Ausência de radiação 
▪ Não utiliza iodo 
▪ Pode ser realizada em gestantes 
▪ Tem melhor avaliação de cistos e tumores < 1cm 
▪ Permite a melhor detecção de trombo tumoral e sua 
diferenciação com trombo sanguíneo 
• Desvantagens: 
▪ Maior custo e maior tempo de realização do exame 
▪ Em claustrofóbicos às vezes se faz sedação → pois o 
aparelho em que se faz o exame é um tubo fechado 
▪ Devido ao magnetismo do aparelho, não se pode 
realizar se o paciente tiver marcapasso, implante 
coclear, stents ferromagnéticos... 
▪ Pesquisa de metástases → a tomografia é melhor 
para essa pesquisa 
▪ Fibrose sistêmica nefrogênica → algumas pessoas 
podem ter devido ao Gadolíneo 
 
➢ PUNÇÃO BIÓPSIA: 
• Geralmente, não se punciona tumores 
renais, pois pode haver implante do 
tumor até a cicatriz cirúrgica 
• Exceções → pode-se realizar a 
punção dos seguintes: 
▪ Massas renais metastáticas → 
significa que o tumor renal é 
advindo de outro local 
▪ Massas renais irressecáveis → não há como fazer 
a cirurgia 
• A punção ajuda a: 
▪ Definir subtipo histológico → para saber o que se 
pode fazer como adjuvante 
▪ Diferenciar doenças linfoproliferativas e 
inflamatórias 
• Perfil do paciente para que seja realizada a punção: 
 
Tumor Renal Exofítico 
 
- Tumor renal volumoso, com área de 
calcificação, comprometimento 
ganglionar. Não é mais tratável, mas 
faz-se a cirurgia citorredutora 
 
Ressonância Magnética de Tumor Renal 
 
6 TUMORES RENAIS 
Gizelle Felinto 
▪ Expectativa de vida < 10 anos 
▪ Contraindicação para cirurgia 
▪ Reserva renal inadequada 
▪ Consentimento do paciente → o indivíduo deve estar 
ciente dos riscos do procedimento 
• Risco da punção → disseminação da doença 
CISTOS RENAIS 
CLASSIFICAÇÃO TOMOGRÁFICA DE BOSNIAK 
➢ BOSNIAK I: 
• Características tomográficas do 
cisto: 
▪ Cistos simples 
▪ Conteúdo hipoatenuante 
homogêneo (0 a 20 UH) 
▪ Contornos regulares 
▪ Sem calcificações 
▪ Sem espessamentos parietais 
▪ Sem septações ou realce pelo contraste (não capta 
contraste) 
• Tem 0% de chance de ser câncer 
• Conduta → Não se deve prosseguir com uma investigação! 
• Exemplo → Cisto Renal Simples: 
▪ Geralmente, não se pede tomografia para cisto renal 
simples, mas ele se classifica como Bosniak I 
▪ Dificilmente esses cistos crescem 
▪ Conduta → acompanhamento periódico 
➢ BOSNIAK II → Cisto Minimamente Complicado 
• Características tomográficas do 
cisto: 
▪ Cistos com finas septações 
(<1mm) 
▪ Pequenas calcificações lineares 
parietais 
▪ Cistos hiperdensos (> 20 UH) 
▪ Menores que 3cm (<3cm) 
▪ Sem realce pelo contraste (não capta contraste) 
• Há aproximadamente 0% de chance de ser câncer 
• Conduta → Não se deve prosseguir com a investigação! 
➢ BOSNIAK II F (de Follow-up) → Cisto Minimamente Complicado 
• Características tomográficas do 
cisto: 
▪ Similares ao Bosniak II 
▪ Com maior número de septações 
finas 
▪ Septos ou paredes minimamente 
espessados 
▪ Calcificações lineares 
▪ Cistos hiperdensos (> 20 UH) 
▪ Maiores que 3cm (> 3cm) 
▪ Sem realce pelo contraste (não capta contraste) 
• Tem cerca de 5% de chance de ser câncer 
• Conduta → reavaliação em 6 meses e seguimento 
constante 
➢ BOSNIAK III → Cisto Complicado 
• Características 
tomográficas do cisto: 
▪ Cistos com septações 
complexas 
▪ Paredes espessadas e irregulares 
▪ Calcificações grosseiras 
▪ Realce pelo contraste > 15 UH (capta contraste) 
• Tem 45 a 60% de chance de ser câncer 
• Fica-se na dúvida se o cisto é benigno ou maligno 
• Conduta → Exploração Cirúrgica 
➢ BOSNIAK IV → Neoplasia Cística 
• Características tomográficas do cisto: 
▪ Lesões com calcificações 
grosseiras 
▪ Margens irregulares e 
áreas hemorrágicas ou de 
necrose tumoral 
▪ Espessamento parietal ou septal grosseiro e nodular ou 
tecido sólido junto às paredes ou septos 
• Tem 90 a 100% de chance de ser câncer 
• Conduta → Exploração Cirúrgica: Nefrectomia Parcial ou 
Total (a escolha depende dos 5 parâmetros básicos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ULTRASSOM 
Massa 
Cística Complexa Sólida 
BOSNIAK I 
Acompanhamento 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC) 
Cisto Sólida 
BOSNIAK II BOSNIAK III/IV 
Acompanha Exploração 
Cirúrgica 
Com 
gordura 
Sem 
gordura 
Angiomiolipoma 
Adenocarcinoma 
Indefinido 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) 
Indefinido 
Exploração 
Cirúrgica 
 
7 TUMORES RENAIS 
Gizelle Felinto 
ESTADIAMENTO CLÍNICO 
➢ Estadio I → Tumor confinado à cápsula renal 
• Tx → tumor primário não avaliado 
• T0 → sem evidência de tumor primário 
• T1 → tumor < 7cm confinado à capsula renal 
• T1a → tumor ≤ 4cm 
• T1b → tumor entre 4 a 7cm 
• T2 → tumor ≥ 7cm confinado à capsula renal 
➢ Estadio II: 
• T3a → extensão do tumor aos tecidos perirrenais ou à 
adrenal ipsilateral, porém limitado à fáscia de Gerota 
➢ Estadio IIIa: 
• T3b → invasão da veia renal ou veia cava inferior 
(infradiafragmática) 
• T3c → invasão da cava inferior (supradiafragmática) 
➢ Estadio IIIb: 
• N → envolvimento linfonodal 
• N x → linfonodos não podem ser avaliados 
• N0 → sem metástase em linfonodo 
• N1 → um único linfonodo acometido 
• N2 → mais de um linfonodo acometido 
➢ Estadio IIIc → envolvimento de venoso e linfonodal 
➢ Estadio IVa: 
• T4 → extensão além da fáscia de 
Gerota (exceto adrenal ipsilateral) 
➢ Estadio IVb: 
• Mx → metástase à distância não 
pode ser avaliada 
• M0 → sem metástase à distância 
• M1 → metástase à distância 
TRATAMENTO 
➢ TRATAMENTO CIRÚRGICO → é o principal tratamento 
• Por incisão subcostal ou lombar ou por videolaparoscopia 
• Nefrectomia Radical Aberta ou Laparoscópica: 
▪ Deve obedecer aos seguintes princípios oncológicos: 
✓ Retirada do rim e sua adrenal ipsilateral 
o A adrenal é retirada apenas quando se tem 
tumores extensos ou de polo superior 
o Não é feita a retirada da adrenal quando o 
tumor é de polo inferior 
✓ Envolvidos pela fascia de Gerota 
✓ Ligadura precoce da veia renal: 
o Para que durante a manipulação cirúrgica 
não se embolize a veia 
✓ Linfadenectomia hilar 
▪ Características: 
✓Se for bem indicada, a nefrectomia radical tem 
uma boa sobrevida 
✓ A cirurgia é tão importante que ela é feita mesmo 
de forma higiênica, paliativa e citorredutora, 
até mesmo para permitir que o tratamento 
adjuvante tenha melhores resultados 
✓ Ressecção das Metástases → com a cirurgia, 
quando presente a doença metastática, também é 
necessário oferecer ao paciente o procedimento 
de ressecção das metástases 
o Antes → era realizada apenas quando se 
tinha uma única metástase em pulmão ou 
fígado 
o Hoje em dia → ampliou-se a realização, 
podendo ser feita em pulmão, glândulas, 
sistema nervoso central, ossos e partes 
moles (ou seja, se a ressecção for possível 
de ser feita, ela deve ser ofertada ao 
paciente) 
✓ O principal fator prognóstico é o estadio dos 
tumores → quando mais localizado o tumor, 
melhores serão os resultados 
o Tem-se resultados melhores para o estadio I 
e II 
o Estadio III e IV (devido ao envolvimento de 
outras estruturas) → não tem resultados 
cirúrgicos tão bons quanto o I e o II 
• Nefrectomia Parcial Aberta ou Laparoscópica 
▪ É realizada nos seguintes casos: 
✓ Paciente com rim único que apresenta um tumor 
✓ Tumores bilaterais 
✓ Cistos complexos (III e IV) 
✓ Baixa função renal 
✓ Tumores pequenos, exofíticos ou de extremidades 
➢ TRATAMENTO SISTÊMICO → é feito pelo oncologista 
• Imunoterapia → antigamente era a única que existia, e 
tinha-se resultados pobres 
 Interferon-alfa recombinante 
 Interleucina-2 (IL2) 
• Terapia Antiangiogênica: 
 Maleato de Sunitimibe 
 Tosilato de Sorafenibe 
• Terapia alfa: 
 Tensirolimus 
 Everolimus 
• Outras medicações também podem ser utilizadas 
➢ OUTROS TRATAMENTOS: 
• Radiofrequência e Crioterapia: 
▪ Disponíveis nos grandes centros de referência 
▪ Indicações: 
✓ Pequenos tumores múltiplos ou em rim único e 
pacientes idosos contraindicados para ressecção 
clássica 
IMPORTANTE 
- Tumores renais são resistentes a Radioterapia e a Quimioterapia 
Convencional 
 
8 TUMORES RENAIS 
Gizelle Felinto 
➢ EM DETERMINADAS SITUAÇÕES: 
• Quando há comprometimento ósseo → faz-se uso de 
Bifosfanatos 
 ÁCIDO ZOLEDRÔNICO 4mg 
➢ Geralmente, faz-se a terapia combinada → cirurgia + 
tratamento sistêmico como adjuvante 
SEGUIMENTO PÓS-OPERATÓRIO 
➢ PRIMEIRA AVALIAÇÃO: 
• Quando fazer → 4 a 6 semanas após a cirurgia 
• Deve-se realizar e solicitar: 
▪ Exame físico 
▪ Creatinina sérica → para saber mais sobre como ficou 
a filtração renal do paciente 
▪ Hemoglobina → pois os rins produzem a 
eritropoietina, tendo relação com anemia 
▪ Função hepática → TGO, TGP, Fosfatase alcalina 
✓ Pois antes de se aparecer uma metástase a 
função hepática sofre alterações 
▪ Raio-x e Tomografia Computadorizada de Tórax → 
para vigiar se há metástase pulmonar 
➢ AVALIAÇÕES SUBSEQUENTES: 
• Quando fazer → devem ser periódicas, e, à medida em que 
se passa o tempo, vai-se estendendo o prazo de 
acompanhamento do paciente, como: 
▪ 3 em 3 meses → 6 em 6 meses → 12 em 12 meses 
após a cirurgia 
• A sociedade de urologia recomenda o acompanhamento de 
pelo menos 10 anos nos casos de tumores renais 
• Faz-se o acompanhamento por no mínimo 5 anos 
• Deve-se realizar e solicitar: 
▪ Exame físico 
▪ Creatinina sérica 
▪ Hemoglobina 
▪ Função hepática → TGO, TGP, Fosfatase alcalina 
✓ Fosfatase Alcalina Elevada → solicitar 
Cintilografia Óssea 
▪ Raio-x e Tomografia Computadorizada de Tórax e 
Tomografia de Abdômen → para vigiar se há 
metástase pulmonar 
FATORES PROGNÓSTICOS 
➢ Estadiamento: 
• Quanto pior o 
tumor, menor 
será a sobrevida 
ao longo do tempo 
• Quanto mais 
localizado e sem 
acometimento de 
outras regiões, maior será a sobrevida ao longo do tempo 
➢ Opera-se o paciente e analisa-se o tumor, obtendo-se resultados 
que serão úteis como fatores prognósticos: 
• Grau Nuclear e Pliodia Tumoral 
▪ Tumor bem diferenciado: 
✓ GI e GII → 5% de metástases e 90% de sobrevida 
✓ Diplóides → 8% de mortalidade em 10 anos 
▪ Tumor pouco diferenciado: 
✓ GIII e GIV → 40% de metástases e 45% de 
sobrevida 
✓ Aneuplóides → 37% de mortalidade em 10 anos 
• Invasão Microvascular Intratumoral → se presente, a 
doença progride em 50% e reduz-se a sobrevida do paciente 
• Degeneração Sarcomatosa → se estiver presente: 
▪ Estadio I → sobrevida de aproximadamente 49 meses 
▪ Estadio II, III ou IV → sobrevida de 6,8 meses

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