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Gabarito8ano_Português_Módulo7

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1 Leia as máximas reproduzidas a seguir. Sublinhe o obje-
to direto preposicionado de cada uma e justifique seu 
emprego.
a) Nunca diga dessa água não beberei.
Objeto direto preposicionado: dessa água. Partitivo.
b) Ame ao próximo.
Objeto direto preposicionado: ao próximo. Usado para obter 
expressividade.
c) Quem ama à rosa, aos espinhos suporta.
Objetos diretos preposicionados: à rosa e aos espinhos. 
Usados para reforçar a expressividade. 
d) Cada um come do que pode.
Objeto direto preposicionado: do que pode. Partitivo.
2 Na oração “Os leitores brasileiros gostam de crônicas”, 
é correto dizer que o termo “de crônicas” é um objeto 
direto preposicionado? Explique.
Não. O verbo gostar é transitivo indireto, portanto seu complemento 
é um objeto indireto.
3 Observe esta construção ambígua.
Devorou o leão o caçador.
 Reescreva essa oração, sem inserir o sujeito antes do 
verbo e adotando o recurso do objeto direto preposi-
cionado, para dar a ideia de que:
PRATICANDO O APRENDIZADO
a) o devorador é o leão;
Devorou ao caçador o leão./Devorou o leão ao caçador.
b) o devorador é o caçador.
Devorou o caçador ao leão./Devorou ao leão o caçador.
4 Leia este trecho de um conto de Mário de Andrade.
Tempo da camisolinha
Toda a gente apreciava os meus cabelos cacheados, tão 
lentos! e eu me envaidecia deles, mais que isso, os adorava por 
causa dos elogios. Foi por uma tarde, me lembro bem, que meu 
pai suavemente murmurou uma daquelas suas decisões irrevo-
gáveis: “É preciso cortar os cabelos desse menino”. Olhei de um 
lado, de outro, procurando um apoio, um jeito de fugir daquela 
ordem, muito aflito. Preferi o instinto e 
fixei os olhos já lacrimosos em mamãe. 
Ela quis me olhar compassiva, mas me 
lembro como si fosse hoje, não aguentou 
meus últimos olhos de inocência per-
feita, baixou os dela, oscilando entre a 
piedade por mim e a razão possível que 
estivesse no mando do chefe. Hoje, ima-
gino um egoísmo grande da parte dela, 
não reagindo. As camisolinhas, ela as 
conservaria ainda por mais de ano, até 
que se acabassem feitas trapos. Mas nin-
verbo transitivo direto – complemento: objeto direto 
Há ambiguidade?
Quer-se expressividade?
O objeto é um pronome oblíquo tônico ou o pronome quem?
O objeto representa partitivo?
O objeto é substantivo próprio ou designa pessoa?
S
IM
Inserir preposiçãoobjeto direto preposicionado
Quer-se enfatizar o objeto?
SIM
verbo + objeto + objeto pleonástico
verbo + objeto 
Descrever o objeto duas vezes
Irrevogável: que 
não voltará atrás.
Si: se; Mário 
de Andrade 
empregava uma 
grafia particular 
de certas palavras. 
Segundo ele, essa 
grafia era mais 
próxima da língua 
falada no Brasil. 
Mando: ordem.
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guém percebeu a delicadeza da minha 
vaidade infantil. Deixassem que eu sen-
tisse por mim, me incutissem aos pou-
cos a necessidade de cortar os cabelos, 
nada: uma decisão à antiga, brutal, impiedosa, castigo sem 
culpa, primeiro convite às revoltas íntimas: “é preciso cortar 
os cabelos desse menino”.
ANDRADE, Mário de. Contos novos. São Paulo: Martins Editora/
Belo Horizonte: Itatiaia, 1980.
Leia esta crônica, de Rubem Braga, e faça as atividades 
1 a 3.
Recado ao senhor 903
Vizinho
— Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, 
consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em 
que o senhor reclama contra o barulho em meu apartamento. 
Recebi depois a sua própria visita pessoal — devia ser meia-
-noite — e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que 
estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regu-
lamento do prédio é explícito e, se não fosse, o senhor ainda 
a) Observe a construção: “[...] apreciava os meus cabe-
los cacheados [...] e eu me envaidecia deles [...] os
adorava por causa dos elogios”. É possível dizer que, 
nesse trecho, o pronome os tem a mesma função do 
pronome as em “As camisolinhas, ela as conservaria 
ainda por mais de ano”? Explique.
Não. Em “as conservaria”, o pronome as é um objeto direto 
pleonástico, já que repete o termo camisolinhas, usado na 
mesma oração. Por sua vez, o pronome os em “os adorava”, embora 
retome o termo “cabelos cacheados”, faz isso em outra oração, e
é o único complemento de seu verbo, sendo apenas objeto direto.
b) Reescreva a primeira oração do texto substituindo 
a forma verbal usada pelo escritor por gostava e 
fazendo as adaptações necessárias.
Toda a gente gostava dos meus cabelos cacheados, tão lentos!
c) Quanto à sintaxe, o que acontece quando essa mu-
dança é feita? Como se classifica o complemento 
verbal?
Em “Toda a gente apreciava os meus cabelos cacheados”, temos 
um verbo transitivo direto, cujo complemento é objeto direto. 
Com a mudança, o verbo empregado é transitivo indireto e exige
 objeto indireto.
teria ao seu lado a lei e a polícia. Quem trabalha o dia inteiro 
tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 
quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor: é im-
possível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não 
sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos 
a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas 
de outros. Eu, 1003, me limito a leste pelo 1005, a oeste pelo 
1001, ao sul pelo oceano Atlântico, ao nor-
te pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo 
pelo 903 — que é o senhor. Todos esses 
números são comportados e silenciosos; 
apenas eu e o oceano Atlântico fazemos 
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APLICANDO O CONHECIMENTO
Incutir: infundir, 
levar a aceitar.
Mário de Andrade (1893-1945) nasceu em São Paulo. Foi 
poeta, contista, romancista, músico, crítico literário, pes-
quisador da cultura popular brasileira; ajudou a questionar 
preconceitos culturais no país em seu tempo. Trata-se de 
um dos grandes nomes de nossa literatura no século XX. 
Consternado:
triste, pesaroso.
Veemente: com 
•nfase, com rigor.
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algum ruído e funcionamos fora dos ho-
rários civis; nós dois apenas nos agitamos 
e bramimos ao sabor da maré, dos ventos 
e da lua. Prometo sinceramente adotar, 
depois das 22 horas, de hoje em diante, 
um comportamento de manso lago sul. Prometo. Quem vier 
à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se 
retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 ho-
ras às 7, pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o 
levará até o 527 de outra rua, onde trabalha na sala 305. Nossa 
vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode 
ser tolerável quando o número não incomoda outro número, 
mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. 
Peço-lhes desculpas — e prometo silêncio.
[...] Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e 
outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e 
dissesse: “Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em 
tua casa. Aqui estou”. E o outro respondesse: “Entra, vizinho, 
e come do meu pão e bebe do meu vinho. Aqui estamos todos 
a bailar e cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua 
é bela”.
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre 
os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agra-
decer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas 
árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o 
amor e a paz.
BRAGA, Rubem et al. Para gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 2011.
1 A crônica é um gênero textual que costuma usar, como 
ponto de partida, um fato cotidiano. No caso da crônica 
lida, qual é esse fato?
Um vizinho reclama do barulho feito por outro vizinho e este resolve 
responder à reclamação com uma carta.
2 A crônica é narrada em forma de carta escrita justamente 
pelomorador do 1003, acusado de causar o problema.
a) Em sua carta, ele concorda com o vizinho que fez a 
queixa. Explique como isso acontece no texto.
O importante é o aluno observar que o narrador admite a 
pertinência da queixa.
b) Os vizinhos são designados pelo número do aparta-
mento em todo o texto. Com isso, o próprio narrador 
expressa uma outra queixa. Qual?
Ele se mostra desolado pelo fato de as pessoas serem apenas 
um número em nossa sociedade, não se conhecerem realmente.
3 Nos dois parágrafos finais, o cronista revela de que modo 
ele gostaria que fosse a sociedade de nosso tempo.
a) No penúltimo parágrafo, seu sonho é expresso como 
se fosse quase impossível, pertencente a outra vida. 
Para ajudar a construir essa impressão, o cronista se 
vale de um recurso em estudo neste módulo. Qual? 
Copie o trecho em que é empregado esse recurso.
Objeto direto preposicionado. É usado no trecho “e come do 
meu pão e bebe do meu vinho”.
b) Pelos substantivos empregados no trecho que serve 
de resposta para o item anterior, podemos dizer que 
essa construção remete o leitor a um tempo passado 
qualquer ou mais significativo, bíblico?
Espera-se que os alunos observem que faz referência a uma 
passagem bíblica, da Última Ceia.
Leia a crônica a seguir, de Carlos Drummond de Andra-
de, e faça as atividades 4 e 5.
Anúncio de João Alves
Figura o anúncio em um jornal que o 
amigo me mandou, e está assim redigido: 
À procura de uma besta. – A partir de 
6 de outubro do ano cadente, sumiu-me uma besta vermelho-
-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de 
todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da 
orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência 
de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, 
produzido por jumento.
Bramir: rugir, 
reclamar.
Entoar: cantar.
Besta: mula.
Rubem Braga (1913-1990) nasceu no município de Ca-
choeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Foi cronista, 
poeta e jornalista. Trata-se de um dos maiores cronistas 
brasileiros. 
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Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comér-
cio, é muito mansa e boa de sela, e tudo me induz ao cálculo de 
que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.
Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entre-
gue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavel-
mente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro 
de 1899. (a) João Alves Júnior.
55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta ver-
melho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. 
E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no 
pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um 
modelo no gênero, se não para ser imitado, ao menos como 
objeto de admiração literária.
Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não 
escreveste apressada e toscamente, como seria de se esperar 
de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal de-
sapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à 
Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. 
Formulaste depois um raciocínio: houve roubo. Só então pe-
gaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.
Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados, 
preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. 
Nem esqueceste esse pequeno quisto na orelha e essa divisão 
da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico 
atribuiu com segurança a um jumento.
Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, 
isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não 
teria fugido, mas antes foi roubada. Contudo, não o afirmas 
em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas 
aí a prudência mineira, que não avança (ou não avançava) 
aquilo que não seja a evidência mesma. É cálculo, raciocínio, 
operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não 
denúncia formal.
Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua 
prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos 
“notícia exata ministrar”, será “razoavel-
mente remunerado”. Não prometestes 
recompensa tentadora; não fazes pra-
ças de generosidade ou largueza; acenas 
com o razoável, com a justa medida das 
coisas, que deve prevalecer mesmo no 
caso de bestas perdidas e entregues. 
Já é muito tarde para sairmos à pro-
cura de tua besta, meu caro João Alves do 
Itambé; entretanto essa criação volta a 
existir, porque soubeste descrevê-la com 
decoro e propriedade, num dia remoto, e 
o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros 
são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos 
e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não 
há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa 
moderação nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse 
amor à tarefa bem-feita, que se pode manifestar até mesmo 
num anúncio de besta sumida.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Fala, amendoeira. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2012. p. 105-106.
Domiciliado:
residente.
Cercanias:
vizinhança, 
arredores.
Toscamente:
grosseiramente.
Inferir: deduzir.
Peremptório:
definitivo.
Decoro: decência, 
dignidade moral.
4 Observe o rigor formal e cerimonioso com o qual a crô-
nica foi escrita, referindo-se ao anúncio do personagem 
João Alves do Itambé. Com base nessa referência, iden-
tifique, no trecho a seguir, o objeto direto pleonástico 
e o termo a que ele se refere.
Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 
de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade 
de Itabira.
O objeto direto pleonástico é o pronome oblíquo a em “a tiveste” e 
se refere ao termo pressa.
5 O narrador diz ao personagem João Alves do Itambé 
que ele ficaria triste se lesse na imprensa os anúncios 
de objetos e animais perdidos.
a) Com base no texto “Anúncio de João Alves”, explique 
por que o narrador diz isso.
Porque os anúncios agora não são escritos em linguagem 
culta e respeitosa como a de João Alves, que teve o cuidado 
de descrever o animal com detalhes e de não fazer acusações 
levianas e aleatórias.
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1 Leia o trecho de conto a seguir e responda à questão 
proposta.
Como dizia meu pai
Gosto de evocar a figura mansa de Seu Domingos, a quem 
chamávamos paizinho, a subir pausadamente a escada da 
varanda de nossa casa, todos os dias, ao cair da tarde, egresso
do escritório situado no porão. Ou depois do jantar, sentado 
com minha mãe no sofá de palhinha 
da varanda, como namorados, trocan-
do notícias do dia. Os filhos guardavam 
zelosa distância, até que ela ia aos seus 
afazeres e ele se punha à disposição de 
cada um, para ouvir nossos problemas 
e ajudar a resolvê-los.
SABINO, Fernando. Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. v. III.
Fernando Sabino (1923-2004) nasceu em Belo Horizonte. 
Foi romancista, contista, cronista e editor. Participou ativa-
mente da vida cultural de sua cidade e do Rio de Janeiro, 
onde também viveu. Em 1999, recebeu da Academia Bra-
sileira de Letras o prêmio Machado de Assis pelo conjunto 
de sua obra. 
 Qual é o objeto direto preposicionado empregado no 
primeiro período no texto? Por que ele foi empregado? 
Assinale a alternativa correta.
a) de evocar, empregado para dar ênfase a verbo que 
expressa sentimento.
b) a quem, empregado por exigência estrutural da na-
tureza do complemento.
c) da varanda, empregado para expressar ideia partitiva.
d) a quem, empregado por necessidade de desfazer 
ambiguidade.
e) ao cair da tarde, empregado como marca de oralidade.
2 Observe a frase do poeta Paulo Leminski: 
Repara bem no que não digo. 
LEMINSKI, Paulo. Catatau: um romance-ideia.São Paulo: Iluminuras, 2012.
 Sobre a relação sintática entre os termos, é correto 
afirmar que:
a) O verbo reparar tem sentido de “consertar”, e a 
preposição em introduz um objeto direto preposi-
cionado.
b) O verbo reparar tem sentido de “prestar atenção”, 
e a preposição em introduz um objeto indireto.
c) O verbo reparar tem sentido de “consertar”, e a 
preposição em introduz um objeto indireto.
d) O verbo reparar tem sentido de “prestar atenção”, 
e a preposição em introduz um objeto direto.
e) O verbo reparar tem sentido de “consertar”, e a 
preposição em introduz um objeto direto.
DESENVOLVENDO HABILIDADES
Evocar: trazer 
à lembrança.
Egresso: que saiu 
de determinado 
lugar.
Zeloso: cuidadoso.
b) Releia o segundo parágrafo do texto e o reescreva 
em linguagem atual.
Resposta possível: À procura de uma mula – No dia 6 de outubro 
deste ano, a minha mula vermelho-escura sumiu, cujas 
características são: ferraduras nas quatro patas, pequeno caroço
na base da orelha direita e crina dividida em duas partes de 4 a
6 centímetros, por causa de um golpe dado por um jumento.
c) Você sabe como as pessoas anunciam objetos e ani-
mais perdidos hoje em dia? Pesquise alguns anún-
cios atuais, observe a linguagem que eles utilizam 
e compare-os com o anúncio escrito por João Alves 
do Itambé. Você concorda que ele ficaria triste com 
os anúncios atuais? Por quê? 
A resposta dependerá dos anúncios encontrados e da opinião 
do aluno. O importante é que ele perceba que os anúncios 
mudaram porque hoje usamos vocabulário e construções 
de frase diferentes dos usados naquela época e porque o 
próprio formato dos anúncios se alterou, sendo hoje bem 
mais curtos e diretos. 
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 Leia o conto a seguir para responder às questões 3 a 5.
Para sentir seu leve peso
Guardava o rouxinol numa caixinha. Tudo o que queria era 
andar com o rouxinol empoleirado no dedo. Mas se abrisse a 
caixinha, ah! Certamente fugiria.
Então amorosamente cortou o dedo. E, através de uma 
mínima fresta, o enfiou na caixinha. 
COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgado. 
Rio de Janeiro: Rocco, 1986. 
c) O dono do rouxinol é quem narra a história.
d) O enredo gira em torno do desejo do dono do rou-
xinol de andar com a ave em seu dedo.
e) O clímax do conto situa-se no segundo parágrafo, 
no momento em que o dono do rouxinol corta o 
próprio dedo.
4 Observe a transitividade dos verbos: guardar, abrir, 
fugir, cortar e enfiar. Assinale a alternativa incorreta
a esse respeito.
a) O verbo fugir, usado como intransitivo, representa 
a liberdade da ave, que é mantida sob controle pelo 
dono. Somente no caso desse verbo o sujeito (desi-
nencial) remete ao rouxinol.
b) O verbo fugir, empregado como transitivo, represen-
ta o desejo do dono do rouxinol. Somente no caso 
desse verbo o sujeito é “o rouxinol”.
c) O verbo guardar, empregado como transitivo direto, 
tem como objeto direto o termo “o rouxinol”. Ele 
expressa a situação constante da ave até o momento 
do clímax do conto.
d) Os verbos cortar e enfiar, usados como transitivos 
diretos, expressam, no segundo parágrafo, as ações 
do personagem do dono da ave.
e) No segundo parágrafo, os verbos cortar e enfiar, 
usados como transitivos diretos, têm como objeto 
direto, respectivamente, o termo “o dedo” e o pro-
nome o, que remete ao termo “o dedo”.
5 Releia o título do conto: “Para sentir seu leve peso”. As-
sinale a alternativa incorreta a respeito de seu sentido.
a) O termo “seu leve peso” funciona como objeto di-
reto para o verbo sentir.
b) O título procura justificar a ação do personagem do 
conto.
c) A ideia de “leve peso” expressa no título se choca 
com a ação violenta do personagem, que se mutila.
d) A ideia de leveza sugerida no título não se refere a 
nenhum dos personagens do conto, o rouxinol e seu 
dono.
e) A leitura do conto, que termina com uma mutilação 
do personagem, enriquece as possibilidades que o 
título do conto sugere ao leitor.
Marina Colasanti nasceu em 1937 na Eritreia, África, que 
na época estava sob o domínio da Itália. É poeta, contista, 
tradutora e jornalista. Mudou-se para o Brasil com sua 
família em 1948, instalando-se no Rio de Janeiro. Costuma 
trabalhar fatos cotidianos e expressar seu ponto de vista 
sob a condição das mulheres. Já foi homenageada com 
diversos prêmios literários.
3 Contos são narrativas curtas que apresentam perso-
nagens, espaço, tempo, enredo, etc. Sobre o conto de 
Marina Colasanti, é incorreto afirmar:
a) Há dois personagens no conto: o rouxinol e seu 
dono.
b) O tempo e o espaço não são indicados, apenas a cai-
xinha representa um elemento espacial na narrativa.
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