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ELETROTERAPIA FACIAL E CORPORAL AVANÇADA ULTRACAVITAÇÃO Rosângela Façanha OLÁ! Você está na unidade Ultracavitação. Conheça aqui o que significa ultracavitação e quais são as suas indicações e contraindicações. Entenda todo o processo fisiológico promovido pelas ondas sonoras na fisiologia do tecido adiposo e aprenda como é realizada a aplicação do ultrassom cavitacional nas diferentes regiões do corpo, os riscos envolvidos no processo e a seleção do transdutor. Saiba ainda como selecionar o percentual de intensidade e identificar a emissão dos sinais sonoros para a orientação do operador do equipamento. Bons estudos! 1 O que é ultracavitação A ultracavitação consiste em um tratamento estético não invasivo que combate a gordura localizada e a lipodistrofia ginóide (celulite), por meio da aplicação do ultrassom de baixa frequência. O método age de forma seletiva sobre as células adiposas que se rompem sem lesionar os tecidos ao redor. Embora sua aplicação seja comprovada em cabine e estudos a redução do tecido adiposo, a prática de exercícios físicos é fundamental no decorrer do tratamento, assim como o consumo de água. Por meio do ultrassom, a cavitação cria uma geração controlada de bolhas de micro vácuo que quebram as células adiposas sem afetar as estruturas circundantes, respeitando a integridade do sangue e sistema linfático. Assim, ela promove a modelagem corporal por aquecimento do meio extracelular, esculpindo a silhueta sem intervenção invasiva. O ultrassom é de baixa potência, indolor e não invasivo. Tem o mecanismo de ação na lipólise (quebra do triglicerídeo), cujo alvo é o tecido adiposo. A frequência é baixa - de 80 KHz, 60 KHz e 30 KHz – e a faixa de som é audível. A cavitação gera bolhas de gás no meio intersticial dos adipócitos, promovendo compressão por cavitação estável. Quando as bolhas implodem, é gerada a cavitação instável, lesionando a membrana celular do adipócito. 1.1 Mecanismos de ação da cavitação Cavitação estável é a oscilação das bolhas gasosas que aumentam e diminuem. Isso proporciona: a liberação de hormônios beta adrenérgicos (adrenalina e noradrenalina); a ligação dos receptores da membrana da célula a geração das reações químicas; a saída de triglicerídeo; a quebra em glicerol e ácido graxos. Já a cavitação instável é aquela que promove a implosão cavitacional por bolhas de colapso na cavitação transitória, rompendo o adipócito e promovendo a lipólise por meio da implosão cavitacional no interstício. No rompimento da membrana celular, o glicerol se liquefaz, liberando moléculas de água, e o ácido graxo se transforma em energia para o metabolismo celular. A ruptura da membrana celular do adipócito promove a libertação do resíduo celular para o espaço intersticial e os triglicerídeos entram na circulação sanguínea em forma de glicerol, que é convertido no fígado em gliceraldeído. O efeito mecânico do comprimento da onda vibracional gera micro massagem no meio pela movimentação das bolhas gasosas. Consequentemente, isso aumenta os bioefeitos, o metabolismo celular, o fluxo do sangue e o suprimento de oxigênio no local da aplicação. No ultrassom de modo pulsado, as ondas são emitidas com pequenas interrupções, o que não produz efeitos térmicos decorrente do intervalo entre a transmissão das ondas que permite o tecido dissipar calor recebido. Já o efeito térmico da energia ocorre pela ação das forças nas mudanças de movimento das bolhas gasosas de diâmetro de 10 mm e ou 6 mm. Isso gera calor para o meio e aumenta a extensibilidade do colágeno. Afinal, o ultrassom da forma contínua promove efeitos predominantemente térmicos. O efeito químico por ruptura é aquele de largas moléculas em cadeias, ionização e, por consequência, formação de radicais livres. 1.2 Estágios de cavitação ultrassônica do tecido adiposo Para a boa prática da ultracavitação, é fundamental conhecer a fisiologia de todo o processo para que não haja ocorram dúvidas a respeito das reações orgânicas de cada cliente, já que cada organismo reage de forma individualizada. No estágio 1, ainda antes do tratamento, as células adiposas subcutâneas podem ser vistas de forma visível e as membranas celulares estão claramente definidas. Figura 1 - Membranas celulares dos adipócitos definidasFonte: SciePro, Shuttertock (2020). #PraCegoVer: A imagem mostra algumas membranas celulares dos adipócitos que representam o estágio 1 da cavitação. Depois disso, já no estágio 2, quando o tratamento começa, o ultrassom causa oscilações dentro da célula, fazendo com que a gordura e a água comecem a emulsificação. Isso leva à ruptura das membranas celulares e destrói permanentemente a célula adiposa. Figura 2 - Oscilações dentro dos adipócitosFonte: Juan Gaertner, Shutterstock (2020). #PraCegoVer: A imagem mostra o estágio 2 da cavitação. No estágio 3 ocorre a destruição intensa das células e também a emulsificação do conteúdo da membrana. Neste momento, a gordura e a água da célula já conseguem ser vistas. Figura 3 - Destruição intensa dos adipócitosFonte: Xrender, Shutterstock (2020). #PraCegoVer: A imagem mostra o estágio 3 da cavitação. Por fim, no estágio 4 ocorre uma destruição significativa das células adiposas e do conteúdo emulsionado da célula. Com isso, as membranas celulares danificadas começarão a ser descartadas pelo organismo Figura 4 - Membranas celulares dos adipócitos rompidasFonte: Arteck555, Shuterstock (2020). #PraCegoVer: A imagem mostra o estágio 4 da cavitação. A cavitação é um fenômeno físico, que se apresenta da forma líquida com o resultado de uma variação de pressão provocada por onda sonora. Esse ciclo de ida e volta causa uma quantidade infinita de microcavidades ou microbolhas que vão aumentando gradualmente. Esse aumento progressivo termina quando as microbolhas começam a colidir e implodir, produzindo ondas de choque que favorecem a emulsificação e a eliminação dos adipócitos. Esse fenômeno é que se chama de cavitação. O líquido é aspirado facilmente do corpo usando o sistema sanguíneo e o gasto energético. Uma vermelhidão leve pode aparecer ocasionalmente, mas é altamente improvável que cause qualquer dor real. O calor do transdutor de mão sentida durante o tratamento é perfeitamente tolerável. Para total segurança deve-se utilizar um termômetro para verificação da temperatura na superfície da pele. Após a ruptura das células adiposas, a gordura na forma de triglicerídeos é liberada no fluido intersticial entre as células, onde são metabolizadas enzimaticamente em glicerol e ácidos graxos livres. O glicerol solúvel em água é absorvido pelo sistema circulatório e usado como fonte de energia, enquanto os ácidos graxos livres insolúveis são transportados para o fígado e processados como ácidos graxos dos alimentos. Há uma pequena possibilidade de efeitos colaterais leves, como vermelhidão transitória, sede excessiva e náusea imediatamente após o tratamento, que sempre se resolve com a ingestão de água. Todos são efeitos de curto prazo que desaparecem em algumas horas e alguns dias. 1.3 Bioefeitos da ultracavitação O tratamento de cavitação produz resultados imediatos e duradouros. A maioria dos clientes experimenta uma redução de 2 cm a 10 cm de circunferência após uma única sessão, com resultados crescentes após cada aplicação. Tais resultados podem variar de acordo com: a estrutura do tecido; a área de tratamento; a idade; o metabolismo; os medicamentos; as alterações hormonais. Os adipócitos são destruídos de forma sequencial, os primeiros a sofrerem os efeitos da cavitação, são as células cuja a parede celular tem mais tensão, sendo uma estrutura que se localiza externamente à membrana plasmática. Esses adipócitos estão inflamados alterando a estrutura celular. Ocorrendo a ruptura de largas moléculas em cadeias, ionização e, por consequência, formação de radicais livres. A drenagem linfáticamanual ajuda no trânsito do líquido intersticial e ajuda na eliminação dos resíduos celulares. Dieta adequada e aumento da atividade física certamente irão melhorar e ajudar a manter os resultados. Os bioefeitos que promovem a rotura, no entanto, ainda não são totalmente explicados. Na implosão do adipócito ocorrem a formação de radicais livres altamente reativos. Esses radicais livres podem combinar com outras moléculas e rapidamente ser eliminados, caso a produção seja pequena. Os antioxidantes são substâncias capazes de desarmar os radicais livres, vitaminas A, C, E, são nutrientes essenciais para o organismo humano. 1.4 Indicações e contraindicações da ultracavitação A aplicação da ultracavitação tem indicações voltadas para indivíduos maiores de 18 anos, com adiposidade volumosa localizada e pregas cutâneas maiores de 3. As pregas cutâneas na aplicação são necessárias para a permeação da onda no pânico adiposo denso, para facilitar a permeação da onda ultrassônica. Por isso, o procedimento é indicado para áreas como abdômen, braços, coxas, flancos e glúteos. O programa ideal envolve 10 sessões com descanso de 90 dias e frequência da aplicação de acordo com o equipamento escolhido. Além disso, também pode ser aplicada duas vezes no mês, de forma quinzenal, quando associada à drenagem linfática manual e eletroestimulação muscular. Para tanto, é preciso utilizar a substância veículo condutor gel de contato ou glicerina. Por outro lado, as contraindicações envolvem gravidez e amamentação, marca-passos, pacientes com triglicerídeos elevados, patologias vasculares (tromboflebites e varizes de grande dimensão), insuficiência renal, implantes metálicos no local, neoplasias. 1.5 Aplicação da ultracavitação Cada sessão dura 40 minutos, período no qual recomenda-se trabalhar uma única parte do corpo. Depois disso, é preciso esperar 72 horas entre cada sessão para que o corpo possa eliminar os triglicerídeos e os resíduos celulares. Protocolo em cabine Consiste em higienizar a área escolhida para aplicação, com sabonete neutro ou emulsão corporal de limpeza, delimitar com caneta dermográfica as áreas a serem tratadas. Aplicar o gel condutor com espátula sobre a pele espalhando em toda a região, camada generosa de gel. Dados do equipamento Tem forma plana e focada do transdutor, frequência de 80 KHz, 60 KHz, 40 kHz e 20 KHz de acordo com o fabricante do equipamento. Aplicação por prega cutânea de 3 cm, o risco da aplicação é alta e requer treinamento. A intensidade pode variar de 20 a 100 %. A ultra cavitação é alta tecnologia no combate a lipodistrofia ginóide e a gordura localizada.m Dosimetria A dosagem é realizada pela divisão do tempo por área de aplicação em cm2. Podemos dar o exemplo de 200 cm2 dividido por 40 KHz, o resultado do tempo será de 5 minutos. Outro exemplo, 300 cm2 dividido por 28,4KHz o resultado do tempo de aplicação por área será de 10,56 minutos. Podendo aumentar para 11 minutos ou diminuir para 10 minutos. A intensidade também pode variar e vai depender do conforto para o cliente, não podendo ocasionar incomodo. O uso do termômetro é fundamental para acompanhar a temperatura superficial da pele. Os tamanhos dos quadrantes variam de 20 a 15 cm2 dependendo do tamanho do cabeçote do transdutor.ento Figura 5 - Aplicação da ultracavitação técnica da prega cutânea 3 cmFonte: WhiteYura, Shutterstock (2020). #PraCegoVer: A imagem mostra o abdômen de uma mulher recebendo o transdutor na prega cutânea pelas mãos de um profissional. Aplicação em cabine: Passo 1 Faça uma avaliação corporal ampla. Passo 2 Exemplifique o procedimento estético para o cliente. Passo 3 Organize sua sala de estética. Passo 4 Prepare o equipamento. Passo 5 Selecione os cosméticos para a higienização da área da aplicação. Passo 6 Coloque o gel condutor em uma cubeta com a quantidade adequada. Passo 7 Acomode o cliente na maca com conforto. Passo 8 Faça a marcação com quadrantes para a aplicação. Passo 9 Selecione os parâmetros no equipamento de ultracavitação. Passo 10 Aplique o gel condutor e passe o transdutor na área determinada. Passo 11 Regule a intensidade de acordo com a sensibilidade do cliente. Passo 12 Verifique a temperatura na superfície da pele. Passo 13 Não levante o transdutor da pele, para que não aja entrada de ar. Passo 14 Verifique a pele e possíveis intercorrências no término da sessão, antes de liberar o cliente. Passo 15 Oriente o cliente como proceder pós sessão da ultracavitação. Não ingerir bebida alcoólica, ingerir no mínimo dois litros de água por dia, evitar comidas gordurosas e fazer exercício físico. A impedância acústica do ar é extremamente baixa. O feixe do ultrassom atinge esse espaço do equipamento e a pele. O aumento da espessura do panículo adiposo leva a uma atenuação do feixe do ultrassom. A frequência de 1 mega-hertz penetra o equivalente a 5 centímetros, e 3 mega-hertz, 3 centímetros, acima de 5 mega-hertz, a onda fica superficial. Os estudos mostram que, quanto maior a quantidade de proteína, maior é absorção do ultrassom, e que, quanto mais próximas estão as moléculas do meio, mais o ultrassom se propaga. (WAHSWORTH; CHANMUNGAN, 1990). 1.6 Casos diversos Os resultados deste método podem ser diferentes devido à capacidade fisiológica de cada cliente. A ultracavitação tem como intuito estimular a redução do panículo adiposo, por ruptura do adipócito e a eliminação de triglicerídeos em forma de glicerol e resíduos celulares no sistema sanguíneo e no fígado. O glicerol não pode ser reaproveitado pelos adipócitos, por esses não terem a glicerol quinase, e são, por isso, liberados na circulação. Os ácidos graxos, que são liberados dos adipócitos, são transportados pelo sangue no fígado ligados à albumina e são utilizados por tecidos como fonte energética. O aumento de gordura corporal excessivo, o tecido cutâneo também tem uma extensão rápida e a elasticidade da pele acaba por não ser suficiente. Para evitar o aparecimento destas disfunções dérmicas, deve-se prevenir o aumento do volume corporal, e a oscilação de peso. A avaliação deve ser sempre personalizada, pois cada indivíduo reage de uma forma diferente. A peça de mão do ultrassom (S-Cavity) possui frequência de 36,5 Khz e potência máxima de 100W. Indivíduos tratados perderam em média 1,62kg, apresentaram em média 2,85 cm de redução na medida da circunferência abdominal e conferiram em média grau 6,83 na escala de avaliação de satisfação com o tratamento. Nenhum individuo apresentou sinais ou sintomas sistêmicos em consequência do tratamento Filippo e Salomão (2012). 2 Criolipólise A criolipólise é um procedimento estético usado para destruir as células adiposas a partir de uma temperatura fria controlada de até 5 ºC. Todos os dispositivos são calibrados para não cair abaixo entre 10 a 8 ºC, pois uma temperatura muito baixa pode danificar outras células, nervos ou músculos. A técnica permite uma redução dos depósitos de gordura localizados, a fim de redesenhar a silhueta. A exposição ao frio causa cristalização, o que leva à morte (apoptose) de células adiposas subcutâneas, sem danificar as outras células. O procedimento não é cirúrgico, é uma alternativa à lipoaspiração. A criolipólise é uma combinação de criogenia e lipólise. Estudos iniciais para estabelecer métodos de criolipólise foram realizados em porcos. Parece que o tecido adiposo resfriado abaixo da temperatura corporal sofre morte celular localizada. É seguida por uma resposta inflamatória local chamada paniculite, que, após vários meses, resulta em uma redução na camada de tecido adiposo. Quando exposto ao frio, a resposta usual do corpo é restringir a circulação para manter a parte central do corpo na temperatura correta. A criolipólise é uma técnica não invasiva para redução localizada da gordura. Com o aumento do risco de complicações de métodos mais invasivos,como a lipoaspiração, se apresenta como um método promissor para o contorno corporal. Existem estudos que apresentam uma revisão sistemática dos dados clínicos disponíveis, ênfase na eficácia, métodos, segurança e complicações. O conceito de que os tecidos ricos em lipídios são mais suscetíveis a lesões por frio do que o tecido rico em água ao redor é verdadeiro. Manstein et al (2008) introduziu um novo método não invasivo para redução de gordura por congelamento, denominado criólise. Essa técnica é realizada com um aplicador na área-alvo definida em uma temperatura de resfriamento específica por um período predefinido. Isso tem como alvo adipócitos, poupando a pele, nervos, vasos e músculos. 2.1 Materiais e método da pesquisa Porcos sob anestesia geral foram expostos nos locais de teste a temperaturas pré-definidas de, -1, -3, -5 e -7 ºC por 10 minutos. As avaliações macroscópicas e histológicas foram realizadas imediatamente, 1, 2, 7, 14 e 28 dias após a exposição ao frio para quatro porcos e até 3, 5 meses para um porco. Além disso, seis porcos foram expostos entre -5 ° C e -8 ° C por 10 minutos, em locais que cobrem aproximadamente 15% da superfície corporal, seguidos por determinações do nível lipídico sérico em vários momentos até três meses período de estudo de 3,5 meses. Os resultados foram ruptura de adipócitos, diminuição das células, aparecimento de células inflamatórias mononucleares carregadas de lipídios e espessamento local de septos fibrosos. Não foi identificada evidência clínica e histológica de lesão da pele e nenhuma cicatriz. Os lipídios substâncias degradadas dos triglicerídeos (glicerol) não aumentaram no sangue (MANSTEIN et al, 2008). 2.2 Avaliação estética Dados morfológicos, características da pele, condição da área a ser tratada, volume de gordura e textura da pele devem garantir que não haja contraindicações, para essa intervenção; gravidez, excesso de peso significativo e patologias relacionadas a frio. Também especificará os objetivos alcançáveis para a área a ser tratada e o número de sessões planejadas. Essas indicações levarão em consideração a idade, estilo de vida e peso. As áreas comuns de tratamento incluem o abdômen, lombares, os quadris / flancos, as coxas, os joelhos na medial, as áreas peritrocantéricas e os braços. O tempo de seguimento geralmente variou de 2 a 6 meses. As medidas de resultados objetivos incluíram medições de paquímetro. As avaliações subjetivas incluíram as taxas de satisfação do cliente e as avaliações do investigador. Em todos os casos, foram observadas altas taxas de satisfação, conforme demonstrado por pesquisas de satisfação de clientes pós procedimento. O tratamento estético particularmente, indicado para áreas gordurosas localizadas que resistem a uma dieta e exercício físico. Abdômen, lombares (2 zonas), quadris (2 zonas), nádegas dobras glúteas (2 zonas), braços face interna (2 zonas), joelhos na área medial (2) dorso entre as lombares e flancos. Figura 6 - Medição de gordura corporalFonte: Marcin Sylwia Ciesielski, Shutterstock (2020). #PraCegoVer: A figura mostra um adipômetro pinçando a dobra cutânea do flanco lateral. 2.3 Dobra cutânea Dobra cutânea é uma medida da gordura sob a pele, também chamada de tecido adiposo subcutâneo. Os resultados da espessura das dobras cutâneas dependem de fórmulas que convertem esses números em uma estimativa da porcentagem de gordura corporal de uma pessoa, de acordo com a idade e o sexo de uma pessoa. A espessura das dobras cutâneas descreve a quantidade de gordura subcutânea quando a dobra é levantada e sua espessura medida por compassos de calibre especializados. A soma das dobras cutâneas, geralmente de oito locais no protocolo ISAK (The International Society for Advancement of Kinanthropometry) padrão fornece dados para comparação com normas populacionais ou para monitorar mudanças ao longo do tempo no mesmo indivíduo. As dobras cutâneas fornecem uma estimativa da gordura corporal, e algumas proporções de dobras cutâneas foram propostas para uso na avaliação da distribuição de gordura. O uso da espessura das dobras cutâneas para predizer a gordura corporal é uma das técnicas antropométricas de campo mais comuns na avaliação da composição corporal. A espessura das dobras cutâneas é usada como um meio para estimar a densidade e a gordura corporal. Administradas corretamente, as dobras da pele podem fornecer resultados precisos. Essas técnicas são amplamente utilizadas em estudos de campo. As pinças de dobras cutâneas e fita métrica. O principal objetivo das medições das dobras cutâneas é estimar a gordura geral e a distribuição do tecido adiposo subcutâneo (HEYWARD, 2000). Técnica para a obtenção das medidas nas dobras cutâneas. Segue um conjunto de itens, para a execução da avaliação da gordura corporal com a utilização do instrumental adipômetro. Para obter as medidas da dobra cutânea: Utilizar o lado direito para realizar a medição; Pinçar com o dedo indicador e o polegar a dobra cutânea; Pressionar a dobra cutânea para a verificação da leitura; Manter a pinça do adipômetro com um centímetro próximo à ponta dos dedos; Fazer a aplicação da gordura e não do músculo; Aguardar dois segundos para observar a leitura; Fazer três vezes o procedimento, para confirmar o resultado da medida. As medidas devem ser realizadas com o indivíduo despido. Fazer as marcações com pontos nas regiões a serem pinçadas. O corpo deve estar relaxado e equilibrado nos pés. 2.4 Procedimento de criolipólise Para começar, o profissional coloca uma manta impregnada em gel para proteger a pele. O aplicador, então, deve ser distribuído na área em questão para dar início à sucção. O cordão (cabo do aplicador) fica preso no interior e a temperatura cai para cerca de 8 °C. O frio, associado à pressão da sucção desencadeia uma cristalização da gordura. A temperatura adequada é 10 °C por até 60 minutos, porém 45 minutos é o tempo ideal na resposta inflamatória resultante de apoptose celular. Promovendo a redução do panículo adiposo. A ação fagocitária se intensifica no 14 a 30 dias. Em 120 dias o processo é normalizado. Ocorrendo a diminuição das células de gordura (adipócitos) em números e tamanho A pele é anestesiada pelo frio, não tem dor ao longo da sessão. Depois de uma hora, retira o aplicador e libera o cordão (cabo) que assumi a forma de uma espécie de cubo de gelo. Massageia a área para "quebrar" a gordura e aquecer a pele. A pele retornará à sua aparência normal após 3, 4 minutos. Ao término da sessão retomar a rotina. Os intervalos entre as sessões podem variar de 60 a 120 dias após a primeira aplicação. Figura 7 - Tratamento de congelamento de gordura por criolipóliseFonte: HDesert, Shutterstock (2020). #PraCegoVer: A imagem mostra o abdômen de uma mulher com a manopla em forma de copo da criolipólise, com acompanhamento de um profissional. 2.5 Mecanismo de apoptose A apoptose (morte celular programada) é um mecanismo natural de autodestruição de células danificadas. Todos os dias, o corpo elimina células alteradas para preservar o corpo de qualquer inconveniente. Algumas são renovadas, enquanto outras, como a célula nervosa (neurônio) e a célula gordurosa (adipócito), não se renovam. Assim, quando as células adiposas são expostas ao frio intenso e sofrem forte pressão por um longo período, esse fenômeno é desencadeado, levando gradualmente à redução de seu volume e à sua destruição. 2.6 Conjuntos operacionais Como qualquer intervenção estética, a criolipólise pode causar efeitos colaterais variáveis, dependendo da individuo, mas não causa complicações infecciosas ou cicatrizes. Os efeitos colaterais mais comuns são: Anestesia transitória da pele; Sensibilidade diminuída; Cãibras; Dores; Edema leve; Pequenas contusões ou roseiras na pele. As complicações mais comuns observadas após a aplicação criolipólise podem incluir eritema, inchaço, sensibilidadee dor. Estes efeitos secundários são geralmente resolvidos algumas semanas após o tratamento. Não são comuns ocorrer ulcerações persistentes, cicatrizes, parestesias, hematomas, formação de bolhas, sangramento, hiperpigmentação, hipopigmentação ou infecções. A sucção a vácuo com extração de calor regulada impede o fluxo sanguíneo e induz a cristalização do tecido adiposo alvo quando a criolipólise é realizada. As temperaturas induzidas na criolipólise não têm efeito permanente na derme e na epiderme subjacentes. No entanto, essa lesão isquêmica fria pode promover lesão celular no tecido adiposo via edema celular, atividade reduzida, redução de trifosfato de adenosina, níveis elevados de ácido lático e liberação mitocondrial de radicais livres. O mecanismo propõe que o insulto inicial de cristalização e lesão isquêmica a frio, induzida pela criolipólise, é ainda agravado da lesão por isquemia de reperfusão, causando geração de espécies reativas de oxigênio, elevação dos níveis de cálcio citosólico e ativação de vias apoptóticas. Por fim, a cristalização e a lesão isquêmica a frio dos adipócitos alvos induzem a apoptose dessas células e uma resposta inflamatória acentuada, ocasionando eventual remoção dos resíduos celulares do local em tratamento de 7 a 25 dias. Estudos histológicos mostraram que, em três meses, os macrófagos são os principais responsáveis pela eliminação das células e detritos danificados (INGARGIOLA et al, 2015). 2.7 Benefícios da criolipólise As células adiposas se destroem gradualmente após a sessão. O resultado final aparece em alguns meses e depende da área em questão. Por exemplo, cerca de 2 meses para o abdômen e 4 meses para as coxas ou os flancos. É necessário evitar o consumo de álcool ou café, o sistema linfático é responsável pela drenagem natural. Por fim, recomenda-se combinar o tratamento da criolipólise com procedimentos como drenagem linfática manual (10 sessões), massagem vigorante (10 sessões), e cosmético hiperemiante. Por isso, ela é indicada para modelagem da silhueta, pré-operatório estético de lipoaspiração e gordura localizada. Por outro lado, podem ser um problema o excesso de peso, a gestação, hérnias, patologias do frio (crioglobulina, urticária fria, doença de Raynaud), problemas de circulação venosa na área tratada, distúrbios da pele ou cirurgia recente ou cicatriz na área a ser tratada e feridas abertas ou infectadas na área a ser tratada. 2.8 Fáscia estética pós criolipólise A fáscia estética é uma técnica manual que atua no tecido conjuntivo (pele e aponeurose). A técnica consiste na escuta do movimento interno do corpo. As ações da fáscia são múltiplas: atenuar o estresse do frio e seu impacto sobre o organismo, ativando a micro circulação e seus intercâmbios celulares. A pele estimulada a partir do seu interior, vai reagir com um movimento interno. Por não existir força nas manobras, a pele tende a reagir de forma interna. As mãos vão captando o movimento interior, seguindo a onda de forma global e extensão da pele a ser tratada. Quando o processo da aplicação da criolipólise termina, a pele está tensa, estressada e os líquidos corporais se estagnam. Realçar esse movimento intrínseco permite dinamizar a vitalidade cutânea. Os principais níveis de ação são dinamizar a microcirculação, estimular os intercâmbios celulares, otimizar a regeneração celular da epiderme e derme e acelerar o metabolismo, o que contribui para combater a liberação dos resíduos das células afetadas no processo do estresse por arrefecimento. Além disso, também reforça a função proprioceptiva da pele, que é a função enquanto órgão sensitivo (BOIS, 2011). 2.9 Equipamento Existem diferentes equipamentos para aplicação da criolipólise. Os mais comuns são: Criolipólise de contraste Inclui períodos de aquecimento no início e no final do procedimento (calor/frio/calor). A técnica se baseia no uso da temperagem favorecendo a cristalização das células de gordura. Criolipólise de reperfusão Inclui período de aquecimento no final do procedimento. Formação de espécies reativas de oxigênio, pois favorece a reperfusão/recuperação tecidual. Criolipólise de preparo Provoca aquecimento no início do procedimento. Aumentando a maleabilidade de tecidos mais compactados e favorecer a sucção do tecido pelo aplicador. Todos os equipamentos para a estética o registro obrigatório na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Quem adquire equipamento sem o devido registro pode ter o equipamento confiscado pelo órgão de fiscalização de saúde pública. Também o fabricante deve seguir as regras do cadastro na agência, apresentando o certificado de boas práticas da produção, controle e registros da empresa. Jean Charles Athanase Peltier foi autor de inúmeros trabalhos em diferentes áreas da física, principalmente aos efeitos térmicos nas junções de um circuito voltaico, o efeito Peltier. O efeito Peltier é a presença de aquecimento ou resfriamento em uma junção eletrificada de dois condutores diferentes (1834). Sua grande descoberta experimental foi o aquecimento ou resfriamento das junções em um circuito heterogêneo de metais, de acordo com a direção na qual uma corrente elétrica é feita para passar ao redor do circuito. Esse efeito reversível é proporcional diretamente à força da corrente, e não ao quadrado, assim como a geração irreversível de calor devido à resistência em todas as partes do circuito. Verifica-se que, se uma corrente passa de uma fonte externa através de um circuito de dois metais, ela resfria uma junção e aquece a outra. No equipamento da criolipólise o peltier é uma pastilha termoelétrica localizada na parte interna do aplicador em contato com as placas metálicas laterais. Por meio de estimulação elétrica, este dispositivo extrai calor (resfria) a superfície metálica que está em contato com a pele, enquanto libera o calor extraído do outro lado, trocando calor com a água que circula pelo aplicador. Sendo assim, quanto maior o reservatório de água, maior é a quantidade de água que circula pelo aplicador, o que otimiza a troca de calor com o peltier e promove a manutenção eficaz da temperatura durante a aplicação (IBRAMED, 2016). É ISSO AÍ! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: conhecer a ultracavitação e as suas indicações e contraindicações; aprender sobre o processo fisiológico e o fenômeno físico do tratamento estético; compreender a forma de marcação dos quadrantes no abdômen, a fim de delimitar a área e tempo de aplicação do procedimento por ondas ultrassônicas; conhecer a criolipólise e sua indicação e contraindicação; aprender sobre a prática da criolipólise e o processo fisiológico da técnica e sua conduta e descrição. REFERÊNCIAS FILIPPO A. A.; SALOMÃO J. A. Tratamento de gordura localizada e lipodistrofia ginóide com terapia combinada: radiofrequência multipolar, LED vermelho, endermologia pneumática e ultrassom cavitacional. Surgical & Cosmetic Dermatology, vol. 4, núm. 3, 2012, pp. 241- 246. Disponível em: <https://www.redalyc.org/pdf/2655/265524650006.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2020. HEYWARD V.H.; Stolarczyk, L. M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo: Manole, 2000. IBRAMED, Instruções de Uso POLARYS, set. 2016. Disponível em: <https://manuais.smartbr.com/000000000088347/polarys-criolipolise-ibramed-2.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2020. KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidência. São Paulo: Manole, 2003. MANSTEIN D.L.; LAUBACH H.; WATANABE, K.; FARINELLI, W.; ZURAKOWSKI D.; ANDERSON R. R. Selective cryolysis: a novel method of non-invasive fat removal. Lasers Surg Med, 2008. PEREIRA, F. Eletroterapia sem mistérios: aplicações em estética facial e corporal. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2007. WADSWORTH H.; CHANMUNGAN A. P. P. Electrophysical agentes in physiotherapy: therapeutic and diagnostic use. Marrickville: Science Press, 1990.
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