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Dislipidemias e RCV 1 Dislipidemias e RCV Hipótese lipídica Níveis plasmáticos de LDL colesterol se relacionam com doença coronariana e mortalidade cardiovascular Estudos genéticos estabeleceram relação de causalidade entre LDLc e DCV Relação inversa entre níveis plasmáticos de HDL e DAC HDL é fator protetor cardiovascular, mas não foi vista correlação entre aumento isolado do HDL e redução do risco cardiovascular, não vamos tratar visando aumentar HDL e sim reduzir LDL Redução de níveis de LDL diminui risco de DAC (efeito proporcional) Metabolismo dos lipídios Ácidos Graxos 1. Saturados - animal Dislipidemias e RCV 2 2. Monoinsaturados - azeite de oliva, castanha de caju, amendoim 3. Polinsaturados - peixes e óleos vegetais Triglicerídeos Formados por 3 acidos graxos + 1 glicerol Relacionados a armazenamento energético, ficam depositado no tecido adiposo e muscular Fosfolipídios Principais componentes de MP Colesterol Componentes de MP Compõe esteroides, acidos biliares e vitamina D Fisiopatologia da Aterosclerose A arterosclerose é uma doença caracterizada pelo depósito de colesterol e seus ésteres, além de outros lipídeos na camada íntima de artérias, provocando o endurecimento dos vasos Quando o depósito se dá em arteríola, temos arterioesclerose Quando o endurecimento não é na camada intima da artéria, mas na camada média, o quadro é de Calcificação de Krukenberg. As principais lesões que predispõem a formação da aterosclerose são HAS, DM, Tabagismo e a Dislipidemia, pois a alta taxa de lipídios circulantes, em especial, de LDLc leva a aumento da viscosidade sanguínea e lesão endotelial A lesão causa exposição da matriz extracelular, que possui vários receptores para o LDL. A ligação do LDL aos receptores presentes na MEC promove transmigração de monócitos, leucócitos que serão ativados em macrófagos espumosos pela fagocitose de gorduras Dislipidemias e RCV 3 Os macrófagos ativados liberam citocinas que recrutam células musculares lisas que estão na camada média dos vasos, rompem a membrana basal e vão pro sítio inflamatório e ajudarão na fagocitose. A placa cresce com deposição de lipídios + há alteração da MEC devido a ação de seus fibroblastos que liberam fibras colágenas = formação de capa fibrosa que pode estabilizar ou romper Posteriormente, no interior da placa há um centro necrótico constituído de restos celulares e núcleo lipídico. Dislipidemias e RCV 4 Avaliação do perfil lipídico Pensar em hipercolesterolemia familiar se: CT >= 310 mg/dl (para adultos) CT >= 230 mg/dl (para crianças e adolescentes) Dislipidemias e RCV 5 Apolipoproteinas Apo B - relacionada com as lipoproteínas aterogênicas (VLDL, LDL, IDL, LPa), logo é uma medida indireta do colesterol não HDL, mas não deve ser dosado de rotina (sem benefício) Apo A- relacionada com a lipoproteina HDL apenas, portanto é uma medida indireta da concentração do HDL, mas não deve ser dosado de rotina (sem benefício, é melhor dosar o HDL) Lp a - lipoproteina A é constituída do LDL + Apo A + Apo B. Altamente aterogênica (aumenta risco de IAM, AVC, DAOP). Herança genética fortíssima, devendo ser dosada se: História de DVC precoce HF de DVC precoce HF de hipercolesterolemia Eventos cariovasculares recorrentes Biomarcadores inflamatórios PCR alta sensibilidade (PCR us) parece ser o que mais contribui na detecção de indivíduos sob o risco de desenvolvimento de IAM e AVC e morte cardiovascular NÃO DEVE SER DOSADO DE ROTINA! APENAS NOS PACIENTES COM RISCO CV INTERMEDIÁRIO PCR-us > 2mg /dL indicam risco aumentado com necessidade de intensificar terapia hipolipemiante. Classificação das Dislipidemias Dislipidemias e RCV 6 Estratificação do risco cardiovascular Etapa 1: Tem doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular ou periferica) com ou sem evento prévio/presente ou Tem obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial? Sim: MUITO ALTO RISCO Não: Vá para Etapa 2 Etapa 2:Tem DM 1 ou 2? Sim: PESQUISE OS ESTRATIFICADORES DE RISCO E DASC → SE PRESENTE: ALTO RISCO SE AUSENTE: RISCO INTERMEDIÁRIO Não: Vá para Etapa 3 obs: Estratificadores de Risco nos diabéticos Homem ≥ 48 / Mulher ≥ 54 Tempo de diagnóstico > 10 anos HF de DCV prematura em parente 1 grau (< 55 anos homem e < 65 anos mulher) Tabagismo (min 1 cigarro ultimo mês) HAS Dislipidemias e RCV 7 SM Albuminúria > 30mg/g creatinina e ou retinopatia TFG < 60 obs: DASC (doença aterosclerótica subclinica) USG de carótida com placa > 1,5mm Angio TC com placa aterosclerótica de coronária ITB < 0,9 Score de CAC > 10 na Angio TC ( CAC deve ser maior do que 100 em pacientes sem diabetes para ser considerado como alto risco cardiovascular) Etapa 3: Apenas para quem não é diabético: DASC documentada? Sim: ALTO RISCO Não: Etapa 4 Etapa 4: Calcular o Escore de Risco Global Metas terapêuticas Dislipidemias e RCV 8 Não há recomendação de metas para HDL-c!!!!!! Tratamento Não medicamentoso Dieta do mediterrâneo Pouco consumo de gordura Eliminar AG trans Evitar gordura saturada Reduzir açucar Preferir carnes magras, grãos e hortaliças Cessação do tabagismo Terapias comportamentais Terapias medicamentosas gomas de nicotina patch de nicotina bupropiona Vereniclina (ouro) Atividade física aeróbico 3 a 5x por semana (150min moderada intensidade ou 75 min de intensa) Medicamentoso Dislipidemias e RCV 9 (estratificar o risco pra saber onde se encaixa e se vai ou não iniciar medicamento) Esquema terapêutico HipercolESTErolemia → Risco baixo ou moderado MEV 3 a 6 meses e reavaliar → não entrou na meta inicia medicamento (estatina de baixa potência) → Risco muito alto ou alto MEV + medicamento (estatina de alta potencia: atorvastatina ou rosuvastatina porque são capazes de reduzir em mais de 50% o LDL) 1. Estatina Primeira escolha (padrão ouro) Prevenção primária e secundária de doença cardiovascular Mecanismo: inibe sintese de colesterol por meio da HMG CoA redutase redução 15 a 55% de LDL redução de TG 7 a 28% eleva o HDL em 2 a 10% Reduz mortalidade cardiovascular Efeitos colaterais : Sintomas musculares Relacionados ao uso de Estatinas (SMRE) dor simétrica em coxa e quadril nas outras situações que não as abaixo, não suspender, pode reduzir dose, intercalar, associar medicamentos NÃO MONITORAR CPK DE ROTINA (solicita quando mudar estatina ou aumentar a dose) 2. Ezetimiba Dislipidemias e RCV 10 Nos pacientes que não toleraram estatina ou associado a estatina para reduzir a dose da ultima e não perder efeito de reduzir colesterol Mecanismo: inibe absorção e transporte do colesterol no ID Reduz 10 a 25% do LDL Dose única: 10mg/ dia Raros efeitos colaterais 3. Resinas Mecanismo: inibe a absorção de sais biliares e portanto de colesterol Reduz 20% do LDL Liberado em cç único permitido em: menacme, gestação e amamentação Ex: colestiramina Efeitos colaterais diminui absorção de vitaminas lipossoluveis e de acido folico constipação, plenitude gastrica, náuseas e meteorismo elevam os triglicerídeos (evitar se TG> 400) 4. Inibidores de PCSK9 Mecanismo: PCSK9 é uma enzima que degrada receptores de LDL no figado (aumenta concentração serica de LDL) Inibir PCSK 9 aumenta a entrada de LDL no figado pra ser metabolizado Redução intensa do LDL (60 a 75%) Administração SC a cada 2 a 4 semanas Indcação: associado a estatina + ezetimiba Esquema terapêutico Hipertrigliceridemia Dislipidemias e RCV 11 Se for mista e o TG < 500, tem que pensar em agir no que é mais perigoso dessa hipertrig mista: o LDL, por isso usa estatina. Principal objetivo do tratamento da Hipertrigliceridemia: reduzir risco de pancreatite a redução do risco cardiovascular se dá mais com redução de LDL (hipercolesterolemia) 1. Fibratos Mecanismo: aumento produção e ação da lipase lipoproteica Indicação: TG >500 Objetiva reduzir risco de pancreatite!!!!!!!!!!!!! Reduz TG 30 a 60% Efeito colaterais raros disturbios GI mialgia, astenia prurido, esrupção cutânea NÃO USAR: GENFIBROZILA + ESTATINA (AUMENTO DO RISCO DE RABDOMIÓLISE) 2. Ácido Nicotínico (Niacina) Mecanismo: diminui a ação da lipase tecidual nos adipócitos (diminui liberação de AG livres e a formação de TG) Indicação: associado aos fibratos Efeitos colaterais: rubor e prurido Reduz TG 20 a 50% Dislipidemias e RCV 12 reduz LDL e aumenta HDL Dislipidemias genéticas Hipercolesterolemia familiar Herança autossomica dominante Homozigótica - mais rara e mais agressiva Heterozigótica - mais frequente Rastreamento em cascata perfil lipidico para todos os parentes de primeiro grau Rastreamento genético em cascata em todos os parentes de primeiro grau Tratamento Associar: estatina, ezetimibe, Inibidores de PCSK9
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