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Gabarito_8ano_Redação_Módulo15

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APLICANDO O CONHECIMENTO
Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das questões 
sinalizadas com asterisco.
O texto abaixo é a letra de uma canção de Arnaldo An-
tunes, poeta e compositor brasileiro , em parceria com o 
músico Carlinhos Brown. Leia-o com atenção e responda 
 às questões a seguir.
O silêncio
antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio
o silêncio
foi a primeira coisa que existiu
um silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendo
o barulho do cabelo em crescimento
e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sob o chão
diamante nascendo do carvão
homem pedra planta bicho flor
luz elétrica tevê computador
batedeira, liquidificador
vamos ouvir esse silêncio, meu amor
amplificado no amplificador
do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito, esse tambor
ANTUNES, Ar naldo; BROWN, Carlinhos. “O silêncio”. Intérprete: Arnaldo Antunes. 
In: ANTUNES, Arnaldo. O silêncio. [S.l.]: BMG, Brasil, 1997. 1 CD. Faixa 1.
1 Os sete versos iniciais da canção “O silêncio”, aparen-
temente objetivos, se analisados com cautela, revelam 
a subjetividade do eu lírico. Justifique essa afirmativa.
A afirmativa justifica-se pelo fato de o texto ser poético, em que existe 
um eu lírico que expressa sua visão da realidade. No texto, os sete 
versos iniciais seguem uma estrutura repetitiva muito particular, com o 
intuito de revelar uma sucessão regressiva da existência das coisas.
2 A canção parte de uma premissa básica, caracterizada pela 
visão subjetiva do eu lírico diante do mundo. Identifique-a.
Trata-se do posicionamento que evidencia o silêncio como a primeira 
coisa que existiu.
3 Após o verso “um silêncio que ninguém ouviu”, o eu 
lírico desenvolve essa ideia por meio de um recurso. 
Explique-o e justifique sua importância para o texto 
como um todo.
O eu lírico tenta definir o silêncio de modo poético e subjetivo. Isso 
é importante para ilustrar a ideia que o eu lírico defende no texto: o 
silêncio, imperceptível pelos indivíduos, como a primeira coisa que 
existiu.
4 No último verso “no lado esquerdo do peito, esse tam-
bor”, o adjetivo esquerdo é considerado um adjetivo 
objetivo. Isso, entretanto, não condiz com o teor semân-
tico do verso como um todo. Explique essa afirmativa, 
levando em consideração o significado contextual da 
palavra tambor.
O teor semântico do verso é subjetivo, já que o eu lírico cria 
associações que levam em consideração seus sentimentos. Isso 
pode ser justificado pela utilização da palavra tambor, que, no texto, 
é usada como sinônimo de cora•‹o.
5 A composição enumera diversas criações humanas 
(computador, tevê, luz elétrica...) que são consideradas 
insignificantes quando comparadas a um único elemen-
to — revelado ao final do texto como o mais importante. 
Identifique-o e, em seguida, revele se esse elemento se 
volta para uma perspectiva interna ou externa do emissor.
Trata-se do coração. Esse elemento é relacionado a uma perspectiva 
interna do emissor e é ressaltado como responsável pelos 
sentimentos.
6 “Ouvir o silêncio” é uma ação ilógica. Explique como o 
verso “vamos ouvir esse silêncio, meu amor” faz sentido 
subjetivamente.
O eu lírico sugere que haja uma reconexão humana (ouvir o tambor 
no lado esquerdo do peito) por meio da diminuição do uso de 
aparelhos eletrônicos que não permitem às pessoas o pensamento, a 
observação.
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7 Na sua opinião, qual foi a ideia defendida pelos autores 
ao escrever essa canção?
Os autores procuraram expor que, mesmo com muitas invenções 
tecnológicas, o ser humano jamais pode se esquecer de sua essência 
como indivíduo, que vem de seus sentimentos, de seu coração.
8 Proponha um novo título para a canção que contenha 
um adjetivo subjetivo ou uma expressão subjetiva.
Resposta pessoal. Sugestão de resposta: O silêncio que importa.
DESENVOLVENDO HABILIDADES
 Leia o poema e faça as atividades propostas.
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
QUINTANA, Mario. Melhores poemas. Seleção de Fausto Cunha. São Paulo: Global, 2000.
1 Ao comparar poemas com pássaros, o eu lírico contribui 
para o teor subjetivo do texto. Isso se justifica:
a) pela incoerência semântica.
b) pela animalização do poema.
c) pela potencialização de sentidos.
d) pelo conflito emocional do eu lírico.
e) pela objetividade na construção textual.
2 Analise os versos:
Eles não têm pouso
nem porto;
 Partindo da ideia conotativa construída ao longo do 
texto, identifique a característica literária que é mais 
perceptível nesses dois versos.
a) Metáforas indevidas.
b) Profundo desejo de mudanças.
c) Individualismo na construção poética.
d) Múltiplas possibilidades de interpretação.
e) Falta de capacidade para expressar sentimentos.
3 O verso que revela subjetividade diretamente relacio-
nada ao interlocutor é:
a) “no livro que lês”
b) “Eles não têm pouso”
c) “alimentam-se um instante em cada”
d) “par de mãos e partem”
e) “no maravilhado espanto de saberes”
4 O poema de Mario Quintana revela uma relação bem 
específica entre leitor e poema. Essa relação é carac-
terizada principalmente pelo verso:
a) “não se sabe de onde e pousam”
b) “Quando fechas o livro, eles alçam voo ”
c) “Eles não têm pouso”
d) “alimentam-se um instante em cada”
e) “que o alimento deles já estava em ti...”
ANTUNES, Arnaldo. As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1992.
Gostou da canção de Arnaldo Antunes na página anterior? Leia o 
livro em prosa poética escrito por ele e ilustrado por sua filha Rosa.
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