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SISTEMA NERVOSO COMPROMETIMENTO

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Sistema nervoso: comprometimento por 
aneurisma, traumatismo cranioencefálico 
e trauma traquimedular
APRESENTAÇÃO
O sistema nervoso é responsável por receber, interpretar e enviar estímulos e respostas 
relacionadas a todas as necessidades fisiológicas humanas, porém anomalias nesse sistema 
podem causar mau funcionamento neurológico e comprometimento de funções locais e/ou 
sistêmicas.
Eventos como aneurisma cerebral, traumatismo craniencefálico e traumas podem causar 
sequelas recuperáveis, ou não, além de comprometerem a fisiologia normal do organismo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você poderá identificar e definir os aspectos e as 
características do aneurisma, do traumatismo craniencefálico e do trauma raquimedular, além de 
relacionar os prováveis comprometimentos que esses eventos podem trazer ao corpo humano.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os aspectos etiológicos do aneurisma e suas principais implicações clínicas.•
Identificar as principais características clínicas do traumatismo craniencefálico e do trauma 
raquimedular.
•
Explicar os prováveis comprometimentos anatomofuncionais por aneurisma, traumatismo 
craniencefálico e trauma raquimedular.
•
DESAFIO
Define-se por trauma raquimedular (TRM) toda agressão causada à medula espinal que cause 
prejuízos neurológicos, gerando transtornos da função motora, sensitiva e autônoma. Pessoas do 
sexo masculino com idade entre 15 e 40 anos são as que mais sofrem esse tipo de trauma. 
Acidentes de trânsito, quedas de alturas, acidentes de mergulho em água rasa e ferimentos por 
arma de fogo (FAF) são as principais causas do TRM. 
Cite e explique os possíveis comprometimentos anatomofuncionais causados pelo trauma 
raquimedular.
INFOGRÁFICO
O aneurisma cerebral, o traumatismo craniencefálico e o trauma raquimedular são situações que 
comprometem o correto funcionamento do sistema nervoso, causando danos variáveis, 
temporários, sequelas permanentes e até mesmo a morte.
Confira neste Infográfico as principais características de cada um deles.
CONTEÚDO DO LIVRO
Contusão é o resultado de um trauma caracterizado por edema geralmente associado a 
uma hemorragia subpial, localizada, principalmente, nas áreas que fazem contato com a 
superfície óssea craniana. Os danos neurológicos decorrentes das contusões dependem da área 
atingida e da gravidade do trauma, podendo causar efeitos mais graves em decorrência de edema 
cerebral ou da ocorrência de hemorragias. As contusões são mais graves se estiverem associadas 
a fraturas cranianas e podem agravar a lesão secundária no tecido adjacente por libertação de 
neurotransmissores e alterações bioquímicas locais.
No capítulo, Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico e 
trauma traquimedular, da obra Anatomia aplicada à enfermagem, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, no qual você vai aprender sobre danos ao sistema nervoso central e periférico.
Boa leitura.
ANATOMIA 
APLICADA A 
ENFERMAGEM
Márcio Haubert
Sistema nervoso: 
comprometimento por 
aneurisma, traumatismo 
cranioencefálico e 
trauma raquimedular
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir os aspectos etiológicos do aneurisma e suas principais impli-
cações clínicas.
 � Identificar as principais características clínicas do traumatismo cra-
niencefálico (TCE) e do trauma raquimedular (TRM).
 � Explicar os prováveis comprometimentos anatomofuncionais por 
aneurisma, TCE e TRM.
Introdução
O sistema nervoso está propício a sofrer diversas patologias, tanto pro-
vocadas pelo envelhecimento fisiológico quanto por fatores externos, 
vinculados ao estilo de vida e a acidentes que envolvem as atividades 
do dia a dia. Essas patologias podem se originar no sistema nervoso 
central (SNC) e também no sistema nervoso periférico (SNP), trazendo 
sintomatologia variada, acometendo da memória ao movimento corporal, 
além de trazer fatores que colocam a vida do paciente em risco. 
Neste capítulo, você vai ter a oportunidade de conhecer os aspectos 
etiológicos e as implicações clínicas do aneurisma, do TRM e do TCE.
Aneurisma cerebral
O aneurisma cerebral (Figura 1) é uma doença vascular caracterizada pelo 
alargamento e pela dilatação de uma parte de um vaso sanguíneo intracraniano. 
Esse processo se dá pelo enfraquecimento da camada muscular interna do 
vaso acometido. 
O processo de enfraquecimento que causa o aneurisma por via de regra 
não nasce com a pessoa. Na grande maioria dos casos ele se desenvolve ao 
transcorrer da vida, podendo estar relacionado a fatores genéticos. Dos pa-
cientes acometidos por aneurismas cerebrais, 20 a 30% apresentam múltiplos 
aneurismas. 
A maioria dos aneurismas múltiplos são pequenos e não causam sinto-
mas, enquanto aneurismas de colo largo geralmente apresentam sintomas 
como cefaleia, dor facial e alterações de visão. Se ocorrer o rompimento 
do aneurisma, isso causará alterações cerebrais importantes que incluem a 
hemorragia subaracnóidea (HSA), hemorragia intracerebral e hemorragia 
intraventricular. Rompimentos de aneurismas cerebrais são conhecidos como 
acidente vascular encefálico (AVE) hemorrágico, sendo que a hemorragia 
causada pela ruptura de um aneurisma causa problemas encefálicos por meio 
da compressão das estruturas cranianas causadas pelo aumento excessivo da 
pressão intracraniana (PIC).
A prevalência dessa doença está entre os adultos de 40 e 60 anos de idade, 
sendo mais comum em mulheres.
Figura 1. Aneurisma cerebral e ruptura de aneurisma cerebral.
Fonte: Adaptada de Aneurisma ([2016]).
Aneurisma cerebral
Ruptura de aneurisma
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...2
Etiologia
Dentre os fatores de risco mais associados à ocorrência dessa patologia, 
apresenta-se a idade mais avançada, a hereditariedade, o tabagismo, a hi-
pertensão arterial (principalmente se não controlada), a história ou presença 
de doença renal policística, o abuso de álcool, a dependência de cocaína e a 
doença aterosclerótica. Pessoas com histórico familiar de aneurisma cerebral, 
principalmente familiares de primeiro grau, apresentam maior predisposição. 
Está bem estabelecida atualmente a relação entre o tabagismo e a ruptura de 
aneurismas cerebrais, causando geralmente uma associação fatal. Dos fatores 
de risco ditos que podem ser mudados, sem dúvida o tabagismo é um dos 
mais fortes deles.
Os aneurismas recebem classificação conforme seu tamanho (Figura 2), sua 
forma e sua etiologia, sendo chamados de aneurismas saculares ou em baga 
quando formam bolsas de paredes finas que fazem protrusão na bifurcação 
das artérias do círculo arterial ou de seus ramos principais. A ocorrência de 
aneurismas se dá graças à fraqueza local e à degeneração da camada média 
do vaso sanguíneo, fazendo com que a camada íntima sofra um abaulamento 
na parede vascular. 
Os aneurismas saculares geralmente estão localizados nas principais ar-
térias cerebrais, sendo que 85 a 95% se encontram no sistema carotídeo, com 
localização mais comum correspondendo à artéria comunicante anterior, à 
artéria comunicante posterior e à artéria cerebral média. 
Ainda existe o aneurisma tipo fusiforme, que possui dilatações alongadas 
das grandes artérias, tendo mais ocorrência no sistema vertebrobasilar, mas 
também estando envolvidos nas artérias carótida interna, cerebral média e 
cerebral anterior, mais presentes em portadores de arteriosclerose e hipertensão 
arterial.
O AVE hemorrágico menos comum é o do aneurisma de rompimento 
traumático, que ocorre após acidentes que envolvam pancadas na cabeça 
da vítima. O mecanismo mais comum desse tipo de lesão tem origem nos 
traumatismos cranianos fechados, em que a lesão é causada por tração nas 
paredes dos vasos ou aprisionamentos dentro de fraturas. 
3Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismocranioencefálico...
Além desses tipos de aneurismas citados, ainda existe, em bem menor 
ocorrência, em torno de 4%, os aneurismas micóticos. Estes estão relacionados 
a processos infecciosos por fungos ou endocardites bacterianas subagudas. 
Geralmente esses aneurismas têm morfologia fusiforme e friável, dificultando 
resolução por tratamento cirúrgico por apresentarem grande risco de vida 
ao paciente. Correspondendo de 3 a 5%, citam-se os aneurismas gigantes 
intracranianos, que têm diâmetro acima de 2,5 cm. Eles podem se apresentar 
nos tipos sacular ou fusiforme. 
Os aneurismas cerebrais podem ser classificados, ainda, como rotos ou 
não rotos, sendo os rotos uma urgência médica, pois o risco de nova ruptura 
é maior. A ruptura de um aneurisma é perigosa, pois resulta em HSA. 
Figuras 2. Tipos de aneurismas cerebrais.
Fonte: Adaptada de Raupp ([2014]).
Aneurisma sacular Aneurisma fusiforme
Ruptura de aneurisma
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...4
Sintomas
Na maioria dos casos, os aneurismas cerebrais não apresentam sintomas, sendo 
que a ocorrência sintomatológica é mais comum em razão de sua ruptura e 
consequente hemorragia cerebral, apresentando:
 � cefaleia súbita e intensa, geralmente referida como a pior cefaleia já 
sentida pelo paciente;
 � rigidez de pescoço;
 � vômitos;
 � desmaios;
 � coma;
 � morte.
Em menor incidência pode ocorrer paralisia focal, de um lado do corpo, 
convulsões, alteração da visão e ptose palpebral. Boa parte dos pacientes 
pode ter um mal-estar súbito com coma imediatamente após o rompimento 
do aneurisma e, com isso, é importante o reconhecimento rápido nos casos 
mais leves, para a internação, a identificação e o correto tratamento. 
Tratamento
Sempre que identificado um aneurisma cerebral deve ser avaliado o tratamento 
cirúrgico para sua resolução, pois o risco de ruptura é uma das mais graves 
consequências dessa doença vascular. Como as consequências do aneurisma 
roto são drásticas, tanto em mortalidade quanto em sequelas neurológicas, 
muitos neurologistas e neurocirurgiões aconselham cirurgia preventiva para 
os aneurismas não rotos, principalmente naqueles aneurismas com diâmetro 
maior do que 7 mm. O que vai de fato definir o tratamento ideal dos aneu-
rismas cerebrais são as condições do paciente, a anatomia do aneurisma e a 
habilidade do profissional. 
Os tratamentos mais realizados para o tratamento dessa patologia vascular 
consistem basicamente na abordagem cirúrgica e no processo de embolização 
endovascular.
Cirurgia convencional do aneurisma cerebral — Processo cirúrgico 
que consiste em realização de craniotomia para acesso, clipagem e ligadura 
de um aneurisma cerebral (Figura 3).
5Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...
Figura 3. Clipagem de aneurisma cerebral.
Fonte: Adaptada de Kearns ([2017]).
Aneurisma cerebral Aneurisma cerebral clipado Encolhimento do aneurisma
por isquemia
Embolização endovascular — Essa técnica é mais recente que a cirurgia 
convencional, sendo criada na década de 90. Vem sendo cada vez mais utili-
zada, pois constitui um método eficiente que previne o sangramento, estando 
aliada ao fato de ser minimamente invasiva, apresentando baixas taxas de 
complicações. Porém, ela deve ser bem avaliada, já que apresenta alta taxa 
de recanalização ao longo do tempo e, em casos de aneurismas de colo largo, 
sua eficácia é ainda bastante debatida (Figura 4). 
Figura 4. Embolização endovascular de um aneurisma cerebral.
Fonte: Adaptada de Kearns ([2017]).
Fios de platina inseridos
com o auxílio de um cateter
Os �os formam espirais que
preenchem o aneurisma
Os �os formam uma espécie
de malha, preenchendo o
local, evitando, assim, o
rompimento do aneurisma
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...6
Prognóstico do aneurisma
Quando um paciente apresenta um aneurisma cerebral, o prognóstico dessa 
doença dependerá do tamanho, do formato e da posição do aneurisma cerebral. 
Fatores como idade, estado de saúde geral, condições neurológicas prévias e 
atuais, reserva funcional de demais órgãos, tabagismo, aneurisma roto e suas 
complicações irão agir positiva ou negativamente no prognóstico do paciente.
Metade dos pacientes acometidos por aneurisma cerebral roto morrem 
graças à hemorragia causada antes mesmo de chegarem ao hospital, antes 
que possa ser prestado socorro e atendimento especializados. Esse tipo de 
aneurisma é responsável pela causa mais frequente de morte súbita em adul-
tos entre 25 e 55 anos de idade. Daqueles que chegam com vida ao hospital, 
metade terá evolução para o óbito, principalmente os que chegam em estado 
de coma moderado ou profundo. Pacientes que chegam conscientes ao hospital 
não apresentam complicações graves adicionais na internação, tendo maior 
possibilidade de recuperação com quase nenhum déficit neurológico. As 
possíveis sequelas são as mais variadas possíveis, estando ligadas à estrutura 
cerebral que foi atingida. Mais frequentemente, notam-se défices motores, na 
fala e cognitivos.
AVE hemorrágico
O AVE hemorrágico se caracteriza pelo sangramento em uma parte do encéfalo, como 
consequência do rompimento de um vaso sanguíneo. Pode ocorrer para dentro do 
cérebro ou tronco cerebral — acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico intrapa-
renquimatoso — ou para dentro das meninges — HSA.
A hemorragia intraparenquimatosa (HIP) é o subtipo mais comum de hemorragia 
cerebral, acometendo cerca de 15% de todos os casos de AVE.
Causas: ocorre principalmente em decorrência da hipertensão arterial ou de uma 
doença chamada angiopatia amiloide. Nessas doenças, as paredes das artérias cerebrais 
ficam mais frágeis e se rompem, causando o sangramento.
Sintomas: os sinais e sintomas são sempre súbitos e podem ser: fraqueza de um 
lado do corpo, perda da sensibilidade ou do campo visual de um ou ambos os olhos, 
tontura, dificuldade para falar ou para compreender palavras simples e até mesmo a 
perda da consciência ou crises convulsivas.
Diagnóstico: é feito por meio da realização de exames de neuroimagem, como 
tomografia de crânio ou ressonância magnética, logo diante da suspeita clínica, ou 
7Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...
seja, imediatamente na chegada ao hospital, no serviço de emergência. Esses exames 
demonstram a localização e o tamanho da hemorragia.
Tratamento: pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo do volume da lesão, da 
localização e da condição clínica do paciente. Mesmo os pacientes tratados cirurgi-
camente recebem todo o suporte clínico e de reabilitação.
O tratamento cirúrgico visa a retirar o sangue de dentro do cérebro. Em alguns casos, 
coloca-se um cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que aumenta por conta 
do inchaço do cérebro após o sangramento. Em algumas situações, o tratamento 
cirúrgico é decidido por essa medida e não realizado logo na entrada do paciente 
no hospital, principalmente porque alguns têm um novo sangramento poucas horas 
depois do primeiro.
O tratamento clínico tem o objetivo de controlar a pressão arterial e as complicações 
como crises convulsivas e infecções.
A reabilitação deve ser iniciada tão logo a condição do paciente permita e é uma 
parte do tratamento. Como seu início depende das condições do paciente, somente 
deve ser feita quando não há perigo de piorar o estado neurológico ou clínico. Um 
bom programa de reabilitação conta com uma equipe de fonoaudiologia, fisioterapia, 
enfermagem e terapia ocupacional, que deverá traçar um plano terapêutico individua-
lizado, baseado nas sequelas neurológicas, garantindo a qualidade de vida do paciente.
Prevenção: deve ser feita pelo controle rigoroso da pressão arterial, que deve ser 
mantida a níveis inferiores a 120 × 80 mmHg, e evitando o consumo abusivo do álcool, 
que também é um importante fator de risco para essa doença.
Fonte: Acidente ([2016]).
TCE
O TCE é classificadocomo uma disfunção cerebral causada por qualquer 
força externa que causa lesão encefálica traumática decorrente de acidentes 
automobilísticos, quedas, prática de esportes, entre outros. Os TCEs consti-
tuem um problema de saúde pública que causa grande impacto econômico, 
envolvendo desde os custos com o tratamento até a relação de interrupção 
de vida produtiva do acidentado. Esse tipo de acidente é a principal causa de 
mortalidade e morbidade entre adultos jovens.
Fisiopatologia do TCE
As lesões provocadas pelo TCE são divididas em duas fases, baseadas em 
mecanismos fisiopatológicos distintos, sendo lesão primária e lesão secundária 
oriunda do TCE.
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...8
Lesão primária: resulta da força mecânica direta atuante no momento do 
trauma, do impacto inicial e que são transmitidas ao crânio e às suas estruturas 
internas. Das lesões primárias podem resultar lesões difusas decorrentes de 
força de desaceleração e de rotação, além de lesões focais decorrentes de forças 
de contato direto. O tipo da lesão primária resultante de um TCE depende 
da natureza e da magnitude da força física aplicada, além de sua duração e 
local da aplicação.
Lesão secundária: desenvolve-se e surge nas primeiras horas após o impacto 
inicial e é caraterizada por alterações intra e extracelulares que causam edema 
cerebral e pós-traumático e consequente aumento da PIC. 
Classificação clínica do TCE
A classificação clínica do TCE é baseada no exame físico do paciente por 
meio da escala de coma de Glasgow, que visa a uma avaliação numérica na 
categorização das alterações neurológicas. Essa escala se baseia em quatro 
parâmetros: abertura ocular, resposta verbal, resposta motora e análise da 
reatividade pupilar. Seu resultado será dado após a soma da pontuação dos 
três primeiros parâmetros e a subtração do último parâmetro, tendo um score 
que varia entre 1 e 15. Na conclusão da avaliação dessa escala, temos:
 � Resultado menor ou igual a 8: TCE grave.
 � Resultado entre 9 e 13: TCE moderado.
 � Resultado entre 14 e 15: TCE leve.
A escala de coma de Glasgow teve maior relevância antes da existência da 
tomografia computadorizada, mas, hoje em dia, continua tendo um importante 
papel na avaliação do grau de gravidade do traumatismo, principalmente no 
atendimento pré-hospitalar, correlacionando-se tanto com a gravidade do TCE 
quanto com o prognóstico do acidentado.
Classificação anatômica do TCE
Contusão — Resultado de um trauma caracterizado por edema geralmente 
associado à hemorragia subpial, localizada principalmente nas áreas que fazem 
contato com a superfície óssea craniana. Os danos neurológicos decorrentes 
das contusões dependem da área atingida e da gravidade do trauma, podendo 
causar efeitos mais graves em decorrência de edema cerebral ou da ocorrência 
de hemorragias. As contusões são mais graves se estiverem associadas a 
9Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...
fraturas cranianas e podem agravar a lesão secundária no tecido adjacente por 
libertação de neurotransmissores e alterações bioquímicas locais. 
Hematoma epidural — Ocorrência de coleção sanguínea no espaço epidural, 
entre a meninge dura-máter e o tecido ósseo craniano. Esse tipo de hematoma 
está relacionado com 5 a 15% das lesões cranianas fatais, sendo mais comum 
em pessoas com menos de 50 anos, sobretudo na idade pediátrica, graças às 
vascularizações dural e intradiploica em abundância. A ocorrência desse tipo 
de hematoma está geralmente associado a fraturas cranianas que provocam 
laceração de vasos durais. Os hematomas epidurais podem ser classificados 
como:
 � Tipo I: agudo ou hiperagudo, com surgimento no primeiro dia do TCE.
 � Tipo II: subagudo, com surgimento entre o segundo e quarto dia após 
o TCE.
 � Tipo III: crônico, com aparecimento entre o sétimo e vigésimo dia 
após o TCE.
A morbidade e mortalidade relacionadas com esses hematomas estão ligadas 
com a demora do diagnóstico e o atraso no início do tratamento, sendo que há 
um excelente prognóstico após a intervenção cirúrgica, se realizada dentro 
do tempo correto e não havendo lesões associadas. 
Hematoma subdural — Resultado do acúmulo de coleção sanguínea entre 
a dura-máter e o tecido encefálico, estando relacionados a ruptura de veias 
durais e veias corticais. Os hematomas subdurais agudos estão relacionados 
com 50 a 60% das lesões cranianas, podendo apresentar uma etiologia não 
traumática quando relacionado a fatores de anticoagulação. Esse tipo de 
hematoma pode causar uma lesão cerebral isquêmica do córtex adjacente em 
decorrência do efeito compressivo que compromete o retorno venoso e eleva 
a pressão intracraniana diminuindo a pressão de perfusão cerebral. Podem 
ser classificados como:
 � Agudos: quando compostos por coágulo e sangue em tempo menor 
que 48 horas após a ocorrência do TCE.
 � Subagudos: quando composto por sangue e fluido intersticial entre 2 
a 14 dias após a ocorrência do TCE.
 � Crônicos: quando composto apenas por fluido intersticial e com tempo 
acima de 14 dias após a ocorrência do TCE. 
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...10
O prognóstico do paciente acometido por esse tipo de hematoma dependerá 
diretamente do tempo de intervenção cirúrgica, quando estiver indicada. 
Existem casos em que a apresentação do hematoma corresponde a uma lesão 
muito extensa envolvendo todo um hemisfério ou apresentando um edema 
cerebral difuso. Nesses casos, a cirurgia dificilmente trará alguma solução, 
pois esse tipo extenso de hematoma costuma ser fatal. 
Hematoma intraparenquimatoso — Tipo de hematoma que ocorre com a 
ruptura de pequenos vasos dos parênquimas cerebrais, localizados sobretudo 
na região temporal e orbitofrontal. Está relacionado com 20% dos hematomas 
intracranianos pós-traumáticos, estando associados a contusões. São cons-
tituídos por dois terços de sangue e têm margens bem delimitadas, podendo 
conter coágulos oriundos de pequenas contusões. O tratamento depende da 
causa, do volume do hematoma e do estado neurológico da pessoa acometida. 
Muitas vezes, é necessária a remoção cirúrgica do hematoma para diminuir 
a pressão intracraniana e prevenir a morte.
HSA — Hemorragia resultante do rompimento de vasos que conduzem san-
gue para as cisternas do espaço subaracnóideo. Ocorre em 33% dos casos de 
TCE grave e está relacionado com o pior prognóstico neurológico possível, 
podendo ocorrer também após a ruptura de um aneurisma cerebral. O sangue 
no espaço subaracnóideo produz uma reação inflamatória equivalente a uma 
meningite química, que causa aumento da pressão intracraniana durante dias 
ou algumas semanas. O vaso espasmo subsequente pode produzir isquemia 
cerebral focal, sendo que cerca de 25% dos pacientes desenvolvem sinais de 
acidente isquêmico transitório (AIT) ou AVC isquêmico. O edema cerebral é 
máximo e o risco de vasospasmo e infarto cerebral subsequente é maior entre 
72 horas e 10 dias. Pode ocorrer também hidrocefalia aguda secundária. Por 
vezes, acontece uma segunda ruptura, um ressangramento, em geral em um 
período de até sete dias. Cerca de 35% dos pacientes morrem após a primeira 
HSA por aneurisma; outros 15% morrem em poucas semanas em razão de 
ruptura subsequente. É comum a presença de danos neurológicos nos sobre-
viventes, mesmo quando o tratamento é o mais eficiente.
Hemorragia intraventricular — Tipo de hemorragia que acomete também 
os ventrículos cerebrais, estando associado à existência concomitante de 
hematomas intraparenquimatosos. Está presente em aproximadamente 25% 
dos casos de TCE grave, podendo apresentar a hidrocefalia aguda causada 
por desequilíbrio no funcionamento dos ventrículos. 
11Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...
Hipertensão intracraniana
O aumento da PIC em casos de TCE é conhecido como um mecanismo de 
lesão secundário. Esse fato ocorre em decorrênciado aumento do cérebro por 
edema cerebral e/ou por acúmulo de líquido. A PIC considerada normal varia 
de 5 a 15 mmHg e valores acima do normal dificultam a correta circulação 
sanguínea cerebral, causando com isso morte celular cerebral por anoxia.
Após a ocorrência de uma lesão primária, inicia-se uma cascata neuro-
tóxica que apresenta alterações intracelulares e extracelulares. As alterações 
intracelulares abrangem o desequilíbrio de cálcio, a disfunção mitocondrial, a 
produção de radicais livres de oxigênio e a consequente apoptose das células 
envolvidas nesse processo, enquanto que as alterações extracelulares estão 
relacionadas com alterações de membrana vascular e acidose extracelular. 
Ambos os processos se tornam responsáveis pelo descontrole da autorregu-
lação cerebral e pelo desenvolvimento do edema cerebral pós-traumático que 
causa a hipertensão craniana (HIC). A HIC está relacionada com os eventos 
moleculares já citados, podendo surgir dias após o acontecimento do TCE, 
dependendo da evolução da lesão ocasionada pelo trauma. 
As estatísticas apontam que os TCEs graves correspondem a apenas 4% do 
total, porém, são eles que estão associados às maiores taxas de morbimorta-
lidade, isso porque 60% dos pacientes internados por TCE grave têm a morte 
como desfecho da doença. Ainda se sabe que 50% dos acidentados com TCE 
grave desenvolverão HIC. Por isso tudo, a monitorização de PIC nas unidades 
de saúde que tratam esses pacientes deve ser adotada como praxe para que seja 
destinada uma assistência qualificada e focada em manter os níveis tensórios 
cerebrais adequados, garantindo uma adequada perfusão cerebral.
Comprometimentos neurológicos pós-TCE
O TCE é uma condição que varia em termos de etiologia, gravidade e prognós-
tico. Pacientes que sobrevivem a um TCE podem apresentar sequelas perma-
nentes ou transitórias abrangendo défices motores, sensoriais, cognitivos, de 
linguagem, de memória, de comportamentos e emocionais. Aproximadamente 
50 a 75% dos acometidos por TCE ficam com sequelas cognitivas e compor-
tamentais. A ocorrência dessas sequelas gera um impacto substancial na vida 
do paciente, da sua família e também da sociedade, pois poucos indivíduos 
após um TCE grave conseguem reassumir suas atividades habituais com inde-
pendência, trazendo insatisfações no bem-estar sobre a qualidade de vida dos 
acometidos. Por fim, fica importante entender que tanto o comprometimento 
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...12
neuropsicológico como a gravidade do défice variam de acordo com a idade 
cronológica no momento do trauma. Com isso, existe maior vulnerabilidade 
dos efeitos decorrentes aos danos pós-traumáticos e alterações cognitivas em 
crianças menores, quando comparadas a pacientes com mais idade.
A escala de coma de Glasgow é um método para definir o estado neurológico de 
pacientes com uma lesão cerebral aguda analisando seu nível de consciência. Esse 
importante recurso foi atualizado em abril de 2018 e é muito utilizado por profissionais 
de saúde logo após o trauma, auxiliando no prognóstico da vítima e na prevenção 
de eventuais sequelas.
Apesar de ser muito utilizada atualmente pela Medicina e pela Enfermagem, essa 
classificação de assistência é recente. Foi em 1974 que Graham Teasdale e Bryan J. 
Jennett (do Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow) publicaram oficialmente 
a escala na revista Lancet. O objetivo era fornecer uma metodologia de atendimento 
que apontasse tanto a profundidade do dano neurológico quanto a duração clínica 
de inconsciência e coma. Atualmente, essa escala avalia a abertura ocular, a resposta 
verbal, a resposta motora e a reação pupilar.
TRM
Define-se por TRM toda agressão causada à medula espinal que cause pre-
juízos neurológicos, gerando transtornos das funções motora, sensitiva e 
autônoma. Pessoas do sexo masculino com idade entre 15 e 40 anos são os 
que mais sofrem esse tipo de trauma. Acidentes de trânsito, quedas de alturas, 
acidentes de mergulho em água rasa e ferimentos por arma de fogo (FAF) são 
as principais causas do TRM.
Os traumas causados à medula espinal podem ser pequenos, causando uma 
concussão transitória que pode ser recuperada até uma transecção completa 
da medula espinal, causando danos irreversíveis que causam paralisia dos 
movimentos abaixo do local traumatizado. Os maiores riscos em lesões graves 
causadas na medula espinal são o choque medular, o choque neurogênico, a 
trombose venosa profunda (TVP), a disreflexia autônoma, a bexiga neuro-
gênica, o intestino neurogênico, a espasticidade, as úlceras por pressão, as 
pneumonias, as alterações psicossociais e as infecções. 
13Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...
É imprescindível que uma assistência de enfermagem voltada para a pre-
venção de complicações possa contribuir para diminuir as sequelas, reduzir 
o tempo de internação hospitalar e melhorar a autoconfiança, a credibilidade 
e a adesão ao tratamento, sendo que pessoas vítimas de TRM passam por um 
processo de reabilitação longo que é difícil para todos os envolvidos e requer 
ajustes e adaptações no dia a dia dos pacientes para que se tornem produtivos. 
Tetraplegia
Tipo de paralisia que diz respeito a uma lesão raquimedular que ocorre acima 
da primeira vértebra torácica, ou entre as secções cervicais C1 a C8. Como 
resultado desse trauma surge algum nível de paralisia nos quatro membros: 
pernas e braços. 
O grau de paralisia varia de acordo com a natureza da lesão, em que medida 
foi submetido a terapia de reabilitação e, muitas vezes, a fatores que ainda não 
estão bem compreendidos. A terminologia mais utilizada para designar essa 
lesão na atualidade é a tetraplegia, mas muitos pacientes conhecem e usam 
a palavra quadriplegia.
A tetraplegia, dependendo da sua gravidade, pode interferir na capacidade 
respiratória fisiológica, colocando pacientes na dependência de ventiladores 
artificiais para realizarem o mecanismo respiratório. De um modo geral, 
quanto mais acima ocorrer a lesão, mais extenso será o dano.
Paraplegia
Tipo de paralisia causada por lesão raquimedular abaixo dos níveis espinais 
torácicos entre as vértebras T1 e L5. Pacientes paraplégicos são capazes de 
usar as mãos livremente, mas o grau de deficiência nas pernas depende da 
lesão. Algumas pessoas paraplégicas ficam totalmente paralisadas da cintura 
para baixo. Outras pessoas podem apenas sentir pequenas dificuldades de 
mobilidade, ou perda de sensibilidade na parte inferior do corpo; o grau de 
comprometimento dependerá do grau da lesão.
Nem todas as lesões na medula espinal resultam em plegias. Esse tipo de 
lesão pode provocar diferentes problemas. Por exemplo, uma lesão na região 
lombar da coluna pode provocar uma condição conhecida como síndrome da 
cauda equina, que interfere com o funcionamento da bexiga e das pernas e 
com a função sexual (Figura 5).
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...14
Figura 5. Anatomia da coluna espinal e possíveis níveis de lesões.
Fonte: Adaptada de Sakurra/Shutterstock.com. 
Cervical
C4 - C6 - Tetraplegia (quadriplegia)
Paralisa todo o corpo do pescoço
para baixo
Torácica
T1 e abaixo - Paraplegia
Ocorre quando a medula espinal
é lesionada, tanto na região
torácica quanto na lombar
Sacro
Lombar
A medula espinal termina na L2,
mas as lesões são possíveis abaixo
e no �nal da medula (cauda equina)
Considerações anatômicas
A medula espinal está protegida pela coluna vertebral e esta tem entre 33 
e 34 vértebras, divididas em 7 cervicais; 12 torácicas; 5 lombares e 4 ou 5 
coccígeas. A medula espinhal de um adulto tem cerca de 45 cm e estende-se 
desde a altura do atlas, primeira vértebra cervical, até a primeira ou segunda 
vértebra lombar. A medula espinal se afina para formar o cone medular, do 
qual se estende um filamento delicado, denominado de filum terminale, que 
se insere próximo ao primeiro segmento coccígeo. Naparte baixa do canal 
vertebral descendem as raízes dos nervos espinais caudais, que, juntamente 
com o filum terminale, formam a cauda equina, que tem o seu início no nível 
da vértebra T11 e termina caudalmente no nível do terceiro segmento sacral. 
15Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...
Fisiopatologia 
A medula espinal é responsável por conduzir impulsos nervosos sensitivos e 
motores entre o cérebro e as demais regiões do corpo. Lesões causadas por 
transferência de energia cinética na medula espinal podem causar rompimento 
dos axônios, além de causar lesões das células nervosas e a ruptura de vasos 
sanguíneos adjacentes. Esse processo desencadeia um estágio agudo de TRM, 
abrangendo um tempo de até oito horas após o acidente. Concomitantemente 
pode ocorrer hemorragia e necrose de substância cinzenta seguida de edema 
raquimedular. O fluxo sanguíneo local fica danificado pela formação de pe-
téquias hemorrágicas na substância cinzenta já no primeiro minuto da lesão 
medular espinal (LME). A aglutinação dessas petéquias dentro da primeira hora 
resulta em necrose central hemorrágica, que pode se estender até a substância 
branca nas horas seguintes, causando uma redução geral do fluxo sanguíneo 
no local da lesão, causando morte celular nesse local.
Comprometimento neurológico
Será o grau de comprometimento que determinará as possíveis complicações 
que o acidentado poderá apresentar. Para determinar com exatidão qual o grau 
de comprometimento que o trauma causou, é essencial aguardar que passe 
a fase de choque medular, que dura em torno de três dias a seis semanas, 
considerando que quadros infecciosos podem aumentar esse período.
As complicações associadas ao TRM se instalam pelo completo estado de 
arreflexia da medula espinal, ocorrido após o traumatismo grave nessa estru-
tura. Durante o choque medular, que pode ocorrer logo após o traumatismo da 
medula, o paciente apresenta ausência total da sensibilidade, dos movimentos e 
do reflexo bulbocavernoso, mesmo que a lesão não seja completa e permanente, 
estando presente em condições normais. A presença do retorno do reflexo do 
bulbocavernoso indica o fim do choque medular e, assim, permite-se concluir 
qual o grau da lesão neurológica causada.
Traumas raquimedulares também podem causar o choque neurogênico, 
caracterizado pela queda da pressão arterial acompanhada de bradicardia. 
Nesse caso ocorre lesão das vias eferentes do sistema nervoso simpático 
medular e vasodilatação dos vasos viscerais e das extremidades juntamente 
com a perda de tônus simpático cardíaco, sendo esta a responsável pela queda 
também dos batimentos cardíacos.
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...16
A presença de TVP também é uma anormalidade que pode surgir no 
acidentado, acometendo cerca de 80% de pacientes com lesões completas. 
A incidência de TVP é maior entre 7 a 10 dias após a lesão, sendo uma 
complicação comum causada pela imobilidade dos membros inferiores. A 
profilaxia para a TVP é realizada com terapia anticoagulante, uso botas de 
retorno venoso e de meias elásticas, execução de fisioterapia que promovam 
amplitude de movimentos. 
Em acidentados que tiveram traumas da medula cervical acima do fluxo 
simpático, e em menos ocorrência em lesões torácicas acima de T6, pode ocorrer 
a disreflexia autonômica. A disreflexia autonômica é uma alteração vasomo-
tora, também conhecida como crise autonômica hipertensiva, decorrente de 
uma liberação do sistema nervoso autônomo (SNA), que é desencadeada por 
um estímulo nociceptivo. Tem como sinais e sintomas: hipertensão arterial, 
sudorese profusa, rubor facial, congestão nasal e cefaleia latejante. Essa com-
plicação traz problemas associados ao funcionamento da bexiga urinária e dos 
intestinos, causando principalmente hiperdistensão desses órgãos. 
Após uma lesão grave da medula espinal, também podem ocorrer compli-
cações como a bexiga neurogênica e o intestino neurogênico. Esses distúrbios 
causam a perda do controle fisiológico do padrão miccional e intestinal. Os 
problemas decorrentes disso estão relacionados a incontinências urinária e 
fecal, infecções, urolitíase, danos renais e intestinais secundários, formação 
de fecalomas, entre outros. 
A ocorrência da espasticidade tônus muscular também pode acometer 
pessoas com TRM, provocando uma tensão involuntária anormal, diminuída 
ou aumentada. A diminuição do tônus muscular acompanha a paralisia em 
razão de uma lesão do neurônio motor inferior, sendo também vista na fase 
aguda após uma lesão do neurônio motor superior, ou seja, durante choque 
espinal. O aumento do tônus muscular acompanha as fases aguda e crônica 
na sequência da lesão do neurônio motor superior. A espasticidade, por sua 
vez, é um complexo e multifacetado aspecto de um fenômeno conhecido como 
síndrome do neurônio motor superior. 
A imobilidade que um TRM pode causar expõe o paciente ao contato 
prolongado com umidade proveniente da perspiração da urina e das fezes, 
atrito e forças de cisalhamento, diminuição da perfusão tissular, gerando 
fatores contribuintes para o aparecimento de úlceras por pressão, assim como 
equipamentos, como aparelho gessado, tração e contenção. O tipo de utensílios 
associados à paralisia como tipo de eleito, colchões, travesseiros e cadeiras 
também contribuem com a formação dessas lesões. A imobilidade também 
aumenta substancialmente o desenvolvimento de pneumonias associadas à 
17Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...
restrição ao leito. Pacientes com tetraplegia ou paraplegia alta estão expostos ao 
risco aumentado de infecções pulmonares em razão de paresia do diafragma e 
dos músculos intercostais que acabam por prejudicar a capacidade de eliminar 
secreções respiratórias. Se durante a internação o paciente necessitou fazer 
uso de traqueostomia ou de intubação endotraqueal, o risco de pneumonia fica 
ainda mais aumentado, por maior acesso externo que esses meios promovem 
ao sistema respiratório inferior. 
Além de todas as complicações físicas que o acidentado pode desenvolver, 
o enfermeiro deve atentar também ao seu estado psicológico, pois na fase 
aguda da lesão da medula espinal o indivíduo pode experimentar uma gama 
de emoções, tais como desespero, dormência, medo, desesperança e raiva. 
Essa turbulência emocional é muitas vezes caótica e desorganizada. Pode ser 
ainda mais complicada pelo período obrigatório de repouso durante o qual 
um estado de sensorial privação ocorre. A súbita incapacidade de continuar 
dessa forma e a necessidade de levar uma vida mais ordenada podem significar 
um longo período de tempo de ajustamento. A falha em reconhecer que esse 
processo pode continuar por até dois ou três anos pode prejudicar o processo 
de reabilitação do paciente. 
Por fim, a assistência de enfermagem destinada aos pacientes que experi-
mentam lesões do sistema nervoso deve sempre estar amparada para minimizar 
a ocorrência complicações associadas ao trauma, levando em consideração que 
o ser humano é um organismo complexo que necessita de planos de cuidados 
tanto para danos físicos quanto para fragilidades psicológicas. A detecção 
precoce desses problemas e a prestação de terapia física e psicológica permitirá 
que um indivíduo supere essas complicações, auxiliando em sua recuperação 
e sua reabilitação pós-trauma.
Confira no link a seguir uma revisão básica da anatomia da 
medula espinal para entender melhor os níveis medulares, 
a fase de choque e o automatismo medular (LESÃO, 2017). 
https://goo.gl/WP3WPb
Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...18
ACIDENTE Vascular cerebral hemorrágico. Albert Einstein: Sociedade Beneficente Israelita 
Brasileira, São Paulo, [2016]. Disponível em: <https://www.einstein.br/doencas-sintomas/
avc/avc-hemorragico>. Acesso em: 28 set. 2018.
ANEURISMA Cerebral e os cuidados de Enfermagem. Enfermagem novidade,[S. l.], [2016]. 
Diposnível em: <https://www.enfermagemnovidade.com.br/2016/09/aneurisma- 
cerebral-e-os-cuidados-enfermagem.html>. Acesso em: 28 set. 2018.
KEARNS, C. An introduction to brain aneurysms. Artibiotics, [S. l.], 23 jul. [2017]. Disponível 
em: <https://artibiotics.com/blog/intro-to-brain-aneurysms>. Acesso em: 28 set. 2018.
LESÃO medular (Traumatismo raquimedular). Videoaula ministrada por Rogério Souza. 
[S. l.], 2017. 1 vídeo (22min36s). Disponível em: <https://goo.gl/WP3WPb>. Acesso em: 
28 set. 2018.
RAUPP, E. Tratamento endovascular de aneurisma cerebral. Neurorradiologia inter-
vencionista, Porto Alegre, [2014]. Disponível em: <https://dreduardoraupp.com.br/
tratamento_aneurisma.php>. Acesso em: 28 set. 2018.
Leituras recomendadas 
CHAVES, M. L. F.; FINKELSZTEJN, A.; STEFANI, M. A. Rotinas em neurologia e neurocirurgia. 
Porto Alegre: Artmed, 2008.
GAUDÊNCIO, T. G; LEÃO, G. M. A epidemiologia do traumatismo crânio-encefálico: um 
levantamento bibliográfico no Brasil. Revista Neurociências, [S. l.], v. 21, n. 3, p. 427-434, 
out. 2013. Disponível em: <http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2013/
RN2103/revisao/814revisao.pdf>. Acesso em: 29 set. 2018.
GREENBERG, D. A.; AMINOFF, M. J.; SIMON, R. P. Neurologia clínica. 8. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2014. (Série Lange).
HAUSER, S. L.; JOSEPHSON, S. Neurologia clínica de Harrison. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2015.
OLIVEIRA, C. O.; IKUTA, N.; REGNER, A. Biomarcadores prognósticos no traumatismo 
crânio-encefálico grave. Rev. Bras. Ter. Intensiva, São Paulo, v. 20, n. 4, p. 411-421, dez. 
2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbti/v20n4/v20n4a15.pdf>. Acesso 
em: 29 set. 2018.
OLIVEIRA, E. et al. Traumatismo crânio-encefálico: abordagem integrada. Acta Med Port, 
[S. l.], v. 25, n. 3, p. 179-192, maio/jun. 2012. Disponível em: <https://actamedicaportu-
guesa.com/revista/index.php/amp/article/viewFile/43/45>. Acesso em: 28 set. 2018.
PEREIRA, C. S.; ARAUJO, G. L. Trauma raquimedular e diagnóstico por imagem. Revista 
eletrônica Saber, Londrina, v. 37, 1-16, jan./fev./ mar. 2017. Disponível em: <https://www.
inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol_47_1485870443.pdf>. Acesso em: 29 set. 2018.
19Sistema nervoso: comprometimento por aneurisma, traumatismo cranioencefálico...
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
O trauma raquimedular pode ter como principal consequência a paralisia dos membros 
dependendo da localização em que ocorreu a lesão na medula espinal e da extensão do dano 
causado à medula. A paralisia pode ser uma paraplegia ou uma tetraplegia.
Confira na Dica do Professor a diferença entre esses dois tipos de paralisia.
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EXERCÍCIOS
1) O aneurisma cerebral é uma dilatação na parede de uma artéria cerebral que se 
forma em uma região arterial enfraquecida criando uma saliência que cresce 
gradativamente. Ao se romperem, os aneurismas causam hemorragia entre os tecidos 
cerebrais ou entre as meninges, este último quadro, conhecido como hemorragia 
subaracnóidea, é um subtipo de acidente vascular cerebral, responsável por, 
aproximadamente, 5% de todos os casos de AVE.
Com isso, marque a alternativa CORRETA:
A) Os aneurismas cerebrais podem ser classificados ainda como rotos ou não rotos, sendo que 
os rotos não apresentam uma urgência médica, pois o risco de nova ruptura é baixo.
B) Quando há a ruptura, ocorre a hemorragia subaracnóidea. O sangue se espalha pelas 
meninges (membranas que cobrem o cérebro) e provoca sinais como dor de cabeça intensa 
e repentina, náuseas e vômitos, confusão mental, déficits neurológicos, alterações nos 
batimentos cardíacos e na respiração, chegando à perda da consciência e até morte.
C) Quando há um aumento significativo do aneurisma, pode haver compressão de estruturas 
dentro da calota craniana. Essa compressão, apesar de grave, é sempre assintomática, o 
que pode fazer com que o paciente demore a procurar o serviço de atendimento, agravando 
o quadro e impossibilitando a reversibilidade do caso e a minimização dos danos.
D) Os aneurismas podem ocorrer quando as pessoas apresentam pontos frágeis na parede das 
artérias, que ao longo dos anos se dilatam. Trata-se de um processo crônico, nunca em 
decorrência de um trauma físico.
E) A maioria dos pacientes com aneurismas cerebrais apresenta sintomas. O aneurisma, assim 
que existe, causa sintomas, podendo, inclusive, levar à morte.
2) Um paciente, masculino, de 42 anos procura a emergência de um hospital com 
sintomas de cefaleia intensa, rigidez de pescoço e vômitos, com isso, é internado com 
hipótese diagnóstica de aneurisma cerebral. O exame de imagem evidenciou a 
presença de um aneurisma sacular. Nesse caso, a artéria mais frequentemente 
atingida é a:
A) Artéria cerebral média.
B) Artéria carótida.
C) Artéria cerebral anterior.
D) Artéria cerebral posterior.
E) Artéria comunicante anterior.
3) A escala de coma de Glasgow foi publicada, inicialmente, em 1974, por Graham 
Teasdale e Bryan J. Jennett, como método para avaliação direta do paciente com 
traumatismo cranioencefálico e atualizada no ano de 2018. A pontuação 7 em um 
paciente vítima de traumatismo craneoencefálico, com perda de consciência, 
determina:
A) Nao há traumatismo cranioencefálico.
B) Traumatismo cranioencefálico grave.
C) Traumatismo cranioencefálico intermediário.
D) Traumatismo cranioencefálico leve.
E) Traumatismo cranioencefáliico moderado.
4) Sobre os comprometimentos neurológicos após a ocorrência de um TCE, marque a 
alternativa CORRETA:
A) Pacientes que sobrevivem a um TCE podem apresentar sequelas permanentes ou 
transitórias abrangendo défices motores, sensoriais, cognitivos, de linguagem, de memória, 
de comportamentos e emocionais.
B) Aproximadamente 90% dos acometidos por TCE ficam com sequelas cognitivas e 
comportamentais.
C) A ocorrência de sequelas neurológicas causa pouco impacto na vida do paciente, da sua 
família e também da sociedade, pois a maioria dos indivíduos, após um TCE grave, 
consegue reassumir suas atividades habituais com independência.
D) Tanto o comprometimento neuropsicológico como a gravidade do déficit são invariáveis 
de acordo com a idade cronológica no momento do trauma.
E) Existe maior vulnerabilidade dos efeitos decorrentes aos danos pós-traumáticos e 
alterações cognitivas em idosos.
5) As complicações associadas ao TRM se instalam pelo completo estado de arreflexia 
da medula espinal, ocorrido após o traumatismo grave na medula. Marque a 
alternativa que contempla possíveis alterações em decorrência ao TRM: 
A) Choque cardiogênico, trombose venosa profunda, disreflexia autonômica, bexiga e 
intestino neurogênicos e alterações psicológicas.
B) Choque neurogênico, tromboembolia pulmonar, disreflexia autonômica, bexiga e intestino 
neurogênicos e alterações psicológicas.
C) Choque neurogênico, trombose venosa profunda, disreflexia autonômica, bexiga e 
intestino neurogênicos e alterações psiquiátricas.
D) Choque neurogênico, trombose venosa profunda, disreflexia autonômica, bexiga e 
intestino neurogênicos e alterações psicológicas.
E) Choque neurogênico, trombose venosa profunda, reflexia autonômica, bexiga e intestino 
neurogênicos e alterações psicológicas.
NA PRÁTICA
A embolização endovascular é um procedimento realizado nos casos de aneurisma 
intracraniano. Esse procedimento diminui a circulação de sangue e a pressão dentro do 
aneurisma, através da inserção de fios neurocirúrgicos de platina no espaço do aneurisma, até 
que seja determinado que o fluxo de sangue não está mais adentrando no aneurisma. 
Confira agora Na Prática um caso clínico de embolização de aneurisma cerebral.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Traumatismo cranioencefálico (aula completa) - TCE #1
Assista neste vídeo sobre traumatismo cranioencefálico:definições, etiologia, estágios da lesão, 
mecanismos de lesão, fisiopatologia, quadro clínico e classificação.
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