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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ CAMPUS LIMOEIRO DO NORTE CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA PROF.: THIAGO GADELHA DE ALMEIDA JÉSSICA DE OLIVEIRA LIMA ESPORTES ADAPTADOS LIMOEIRO DO NORTE - CE 2021 HALTEROFILISMO PARALÍMPICO HISTÓRIA Embora algumas práticas esportivas adaptadas tenham surgido antes da Segunda Guerra Mundial (para surdos, por exemplo), foi a partir desta que desportos direcionados a deficientes físicos começaram a ser implantados, objetivando-se a melhora psicológica e o lazer de ex-combatentes. O halterofilismo adaptado (powerlifting) apareceu neste contexto e se originou da modalidade olímpica já existente (weightlifting). Porém, a origem desta não é bem definida. Conta a tradição inventada que desde os primórdios os homens erguiam e arremessavam objetos e animais. Mas não é possível determinar quando se tornou um jogo. Supõe-se que tenha aparecido inicialmente na China ou na Grécia antiga, mas reforça-se a ideia de uma tradição questionável com a finalidade de respaldar uma prática competitiva de origem contemporânea. Assim, como competição, existem registros (fontes históricas) que se iniciou no século XVIII, em países europeus, como Alemanha, França, Suíça, Áustria e Países Escandinavos. Em 1860 surgiram os primeiros clubes para a prática do levantamento de peso e em 1891, em Londres, ocorreu o primeiro campeonato mundial, seguido, em 1896, da inclusão na primeira Olimpíada em Atenas. O halterofilismo adaptado se baseia nas regras dessa modalidade convencional, regida pela International Weightlifting Federation (IWF) desde 1920, porém apenas a prova do supino é existente. Sua primeira participação nas paralimpíadas ocorreu em 1964, em Tóquio. Apenas homens com lesão de medula espinhal puderam participar e o paradesporto era conhecido como weightlifting. Em 1989 criou-se o International Paralympic Committee Powerlifting e este se tornou o responsável pelas regras da modalidade. O nome do paradesporto foi alterado para powerlifting e outros deficientes físicos puderam participar, dentre eles os paralisados cerebrais e os amputados. Em 1992, em Barcelona, estas alterações já se fizeram presentes. A diferença entre a modalidade vigente até 1988 e a presente a partir de 1992, basicamente, é a técnica de execução do supino: no weightlifting o início do movimento se dá com a barra saindo da altura do peito do atleta e os cotovelos flexionados; no powerlifting a barra sai de um suporte e os cotovelos estão quase completamente estendidos. Em síntese, o weightlifting exigia apenas a contração muscular concêntrica, já o powerlifting exige, além da concêntrica, a excêntrica. Em 1996, na Paralimpíadas de Atlanta, já se sabia que era praticado em todos os continentes. Em 2000, em Sidney, houve outro marco, a participação feminina foi iniciada. Esta, como na maioria dos esportes e dos para-esportes, foi tardia devido ao preconceito em relação à prática esportiva das mulheres que não deveriam adquirir características consideradas masculinas e masculinizantes, como força e agressividade. O crescimento deste paradesporto foi rápido: nas Paralimpíadas de Barcelona (1992) havia 25 participantes; em Atlanta, 1996, eram 58; e em Sidney, 2000, já eram mais de 100; em Atenas, 2004, foram 249 atletas; número que ficou estagnado nas demais paralimpíadas devido a fins organizativos. Atualmente, são cerca de 5.500 atletas ranqueados no mundo e destes mais de 1250 são mulheres. Tal aumento se deve, provavelmente, por causa da capacidade de superação que o halterofilismo adaptado promove em seus praticantes e estes, por sua vez, tornam-se inspiração para outras pessoas que decidem também iniciar a prática. HALTEROFILISMO ADAPTADO NO BRASIL Os primeiros registros da prática da modalidade no Brasil são do início da década de 1990. Os responsáveis por este feito foram a Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF/RJ), Associação Brasileira de Desportos de Cadeira de Rodas (ABRADECAR) e a Associação Brasileira de Desportos para Amputados (ABDA), pois, em 1993, promoveram o primeiro Campeonato de Powerlifting – também conhecido como halterofilismo adaptado– no país. Tais entidades também foram fundamentais para a promoção e fomento de outras modalidades paralímpicas. Já neste primeiro campeonato nacional foi revelado o atleta que iria colocar o halterofilismo brasileiro no cenário internacional: em Atlanta (1996) Marcelo Garcia da Motta (categoria 56 kg) seria o responsável pela estreia do Brasil na modalidade, alcançando a honrosa 11ª colocação. Foram 36 anos após a estreia da modalidade nas paralimpíadas que as mulheres participaram pela primeira vez do evento. Na ocasião, Sidney (2000), a brasileira Terezinha Mulato representou o país, conquistando o 8º lugar. Desde então o Brasil vem participando de diversas disputas nacionais e internacionais como parapan-americanos e campeonatos mundiais. A melhor colocação do Brasil na disputa masculina foi a 4ª colocação em Atenas (2004). O atleta responsável pela conquista foi Alexsander Whitaker. Já na disputa feminina, a melhor colocação foi em Pequim (2008), quando Josilene Ferreira e Maria Luzineide obtiveram o 5º lugar. O halterofilismo é praticado em mais de 50 países e segue crescendo em todo o mundo. O Brasil faz parte deste crescimento e vem evoluindo junto com o esporte. Uberlândia tem grande importância nacional por ser o primeiro centro de treinamento da modalidade e por revelar paratletas promissores. Com o apoio do Programa Bolsa Atleta e atualmente integrante do programa Circuito Brasil CAIXA Loterias, clubes e atletas têm encontrado mais amparo para continuar desenvolvendo o referido esporte, porém diversos atletas brasileiros afirmam que a falta de recursos financeiros ainda é o grande empecilho para um maior avanço da modalidade. Para as Paralimpíadas do Rio de Janeiro (2016), alguns nomes já estão pré- convocados. Dentre as mulheres, a própria Maria Luzineide e Márcia Menezes, (6º lugar em Londres – 2012); na categoria masculina os primeiros nomes a compor a lista de convocados são Bruno Carra e Evânio Rodrigues, ambos obtiveram conquistas relevantes em território nacional. Os atletas estão mais motivados pelo fato do evento ser no Brasil, aumentando a expectativa de medalhas. REGRAS O halterofilismo paralímpico é uma modalidade esportiva que tem como objetivo testar a força de membros superiores de seus atletas. Difere da prática olímpica por trabalhar com a força máxima, ao invés de força explosiva, parece não haver tanta diferença, mas o treinamento é completamente diferente em um e outro caso. O exercício utilizado é o supino, no qual é possível que o praticante empurre uma carga de até três vezes o seu peso corporal. O paratleta deve deitar-se com as pernas estendidas no banco oficial – 2.1 m de comprimento, 0.30 m na região em que se coloca a cabeça, 0.61 m no restante do banco e a altura entre 0.48 m e 0.50 m – e manter contato tanto do corpo quanto da cabeça com este durante toda a execução do movimento. Ao sinal do árbitro, informando o início da prova, o competidor tira a barra do suporte (com ou sem ajuda do auxiliar central), em seguida desce a mesma até a altura do peito e a mantém sem movimentá-la por alguns instantes. Finalmente, a empurra até estender os cotovelos e voltála à posição inicial. A prova é finalizada com um sinal do árbitro. A análise é feita por três observadores que verificam o início do movimento, se a execução foi contínua e se houve a parada da barra ao nível do peito. São possíveis três tentativas, aumentando a carga em múltiplos de 2.5 kg entre cada uma, e a maior marca será a contabilizada. Caso a marca do atleta esteja a menos de 10 kg dorecorde mundial na competição este pode solicitar uma quarta tentativa, porém não será incluída como opção para alterar o resultado do evento em questão. CLASSIFICAÇÃO Para participar das competições é necessário que o atleta consiga estender os cotovelos quase que totalmente (apenas 20 graus de perda de extensão é aceito). Além disso, deverá ter 16 anos para participar de eventos paralímpicos. Diversas deficiências são possíveis: diferença no comprimento dos membros inferiores, nanismo, hipertonia, ataxia, atetose, entre outros. E as causas podem ser: poliomielite, paralisia cerebral, amputação ou lesão de medula espinhal. As categorias existentes, assim como no halterofilismo olímpico, diferem-se pelo peso corporal, embora os atletas sejam classificados em três classes distintas (paralisados cerebrais, lesionados de medula espinhal e amputados e les autres), mas a classificação só afeta pontos bem específicos do regulamento, ou seja, a definição dos resultados não a leva em conta. Abaixo as categorias masculinas e femininas do halterofilismo paraolímpico: CATEGORIAS MASCULINO FEMININO Até 49kg Até 41kg Até 54kg Até 45kg Até 59kg Até 50kg Até 65kg Até 55kg Até 72kg Até 61kg Até 80kg Até 67kg Até 88kg Até 73kg Até 97kg Até 79kg Até 107kg Até 86kg Mais de 107kg Mais de 86kg Tabela com as categorias masculinas e femininas do halterofilismo paralímpico. VÔLEI SENTADO O vôlei sentado é uma modalidade do esporte que foi adaptada para pessoas que possuem algum tipo de deficiência física relacionada à locomoção. No entanto, ele também pode ser praticado por todas as pessoas, inclusive nas aulas de educação física nas escolas. Isso porque o vôlei sentado melhora a saúde física, os reflexos, a agilidade e a coordenação motora. Além disso, é esporte muito divertido que ajuda a diminuir a ansiedade e as dores musculares. HISTÓRIA O vôlei sentado surgiu da junção do vôlei convencional com um esporte alemão praticado por pessoas com pouca mobilidade, mas sem rede, chamado sitzbal. A união das duas modalidades fez surgir o vôlei sentado em 1956. Utilizando basicamente as regras do vôlei, o esporte tem um ritmo frenético e é disputado oficialmente desde as Paraolimpíadas de Arnhem-1980, na Holanda. Foi em 1976 em Toronto, no Canadá, que o vôlei sentado foi inserido como uma modalidade paraolímpica e até hoje permanece nos jogos olímpicos. Dentre todas as modalidades paraolímpicas, ele é considerado um dos jogos de maior agilidade e rapidez e atualmente é praticado em mais de 50 países. Quando entrou no programa paraolímpico, o vôlei sentado dividia espaço com a modalidade disputada em pé. Após 24 anos compartilhando os holofotes, a modalidade ganhou destaque de vez a partir dos Jogos de Atenas-2004, quando o vôlei paraolímpico passou a ser disputado apenas com os atletas sentados. Podem competir no vôlei sentado jogadores amputados, paralisados cerebrais, lesionados na coluna vertebral e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora. Uma das regras principais do esporte é que os atletas não podem bater na bola sem estar em contato com o solo. O VÔLEI SENTADO NO BRASIL No Brasil, o voleibol sentado começou a ser praticado em 2002. No ano seguinte, foi fundada a Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD) e, nesse mesmo ano, a seleção masculina participou dos jogos Parapan-Americanos e obteve a medalha de prata. Atualmente, a seleção masculina possui 3 medalhas de ouro nos jogos Parapan- Americanos (2007, Rio de Janeiro; 2011, Guadalajara; 2015, Toronto). Já no campeonato mundial de 2014, a seleção conquistou a medalha de prata. Da mesma maneira, a seleção feminina participou dos jogos Parapan- Americanos de 2003 e obteve a medalha de prata. Em 2015 também obteve a prata nos jogos Parapan-Americanos de Toronto. Já nos jogos paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, a seleção feminina conquistou a medalha de bronze. REGRAS OFICIAIS DO VÔLEI SENTADO A área de jogo é o espaço da quadra, que mede 10 x 6 metros, e a zona livre, que deve ter no mínimo 3 metros de largura em todos os lados; A altura da rede é de 1,15 para a modalidade masculina e 1,05 para a feminina; Há duas equipes com 12 jogadores cada, sendo que 6 ficam na reserva e 6 em quadra; Os jogadores podem ter as funções: ataque, defesa ou líbero (que fica no fundo da quadra, sendo um especialista em defesa); O jogo engloba 5 sets de 25 pontos corridos cada e vence o time que ganhar 3 sets; Se houver empate dos sets (2x2), o último set, chamado de tie-break, será determinante. Diferente dos outros sets, os pontos vão até 15. Os jogadores não podem bater na bola sem estar em contato com o solo; Cada equipe pode somente tocar três vezes na bola antes de passar ao time adversário; Os pontos são feitos quando a bola toca o chão da quadra do time adversário; Diferente do vôlei tradicional, no vôlei sentado o saque pode ser bloqueado pelos jogadores da linha de frente. LINHAS E ZONAS DA QUADRA DE VÔLEI SENTADO Muito similar ao voleibol tradicional, nessa modalidade há linhas e zonas. Todas as linhas da quadra devem ser de cor clara e com 5 cm de largura. Linhas de delimitação: 4 linhas que delimitam a quadra de jogo (duas linhas laterais e duas linhas de fundo). Linha central: divide a quadra em dois espaços de 5 e 6 metros. Linha de ataque: estão a 2 metros do centro do campo e marca a zona da frente. Zona de frente: próxima da rede, ela é limitada pela linha central e a linha de ataque. Zona de saque: local onde é realizado o saque. Possui 6 metros de largura e se estende até o fim da zona livre. CLASSIFICAÇÃO DO VÔLEI SENTADO Dependendo da gravidade da deficiência e das limitações, os jogadores do voleibol sentado são classificados em dois grupos: Deficiência severa (VS1): apresentam deficiências relacionadas à locomoção mais acentuadas, por exemplo, pernas ou braços amputados. Deficiência leve (VS2): apresentam deficiências quase imperceptíveis, por exemplo, pequenas amputações dos membros. Além dessas duas classificações mais gerais, existe a classificação funcional dividida em: amputados e les autres (os outros, em francês). Os les autres são aqueles que possuem algum tipo de deficiência motora. Já para os amputados, há uma classificação que especifica melhor a deficiência: AK (above knee): amputação realizada acima ou através da articulação do joelho. BK (below knee): amputação realizada abaixo do joelho, através ou acima da articulação tálus-calcanear, no tornozelo. AE (above elbow): amputação realizada acima ou através da articulação do cotovelo. BE (below elbow): amputação realizada abaixo do cotovelo, sendo através ou acima da articulação do pulso. Logo, por meio dessa classificação, eles são divididos em 9 tipos: Classe A1: duplo AK Classe A2: AK simples Classe A3: duplo BK Classe A4: BK simples Classe A5: duplo AE Classe A6: AE simples Classe A7: duplo BE Classe A8: BE simples Classe A9: amputações combinadas dos membros inferiores e superiores BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS O basquete em cadeira de rodas é um entre os esportes coletivos praticado por atletas com limitações físico-motoras, mais precisamente nos membros inferiores. A modalidade surgiu em meados do século XX, como uma atividade de descontração entre os soldados feridos da Segunda Guerra Mundial. Desde 1960, o basquete esteve presente em quase todas as edições de Jogos Paralímpicos já realizados no mundo, além de ser uma excelente maneira de estimular a inclusão social. Para compreender melhor as regras, as características e a maneira como o basquete em cadeira de rodas se destacou no Brasil, é importante saber como surgiu o basquete tradicional. HISTÓRIA DO BASQUETE O basquete ou basquetebolé um dos esportes mais populares do mundo que tem como principal objetivo lançar a bola em um cesto fixo localizado nas extremidades da quadra onde ele é praticado. A modalidade é disputada entre duas equipes contendo cinco jogadores cada. O esporte foi desenvolvido pelo professor de educação física James Naismith (1861-1940) na cidade de Massachusetts, Estados Unidos, em 1891. A ideia surgiu como uma alternativa ao inverno rigoroso da região, já que a maioria das outras atividades como o futebol e o basebol, por exemplo, eram praticados ao ar livre. Inicialmente, a bola usada nas competições era parecida com a de futebol e o cesto era improvisado com um saco de armazenar pêssegos. Somente depois de algum tempo, os participantes tiveram a ideia de fazer um furo no fundo do cesto. Em 1892, a bola foi desenvolvida no modelo que é apresentada hoje e as primeiras cestas foram fabricadas em cilindros de madeira com bordas de metal. O basquete foi disputado oficialmente pela primeira vez em 1892, na própria cidade de Massachusetts, no entanto, a data da partida não foi documentada. O que se sabe é que a plateia atingiu um número aproximado de 200 espectadores, já em jogos Olímpicos, o esporte foi disputado pela primeira vez em Berlim no ano de 1936. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/esportes-coletivos https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/basquete https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/esportes-mais-populares-do-mundo https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/futebol ESPORTE NO BRASIL Embora o Brasil tenha uma forte influência do basquete em cadeira de rodas nos jogos paraolímpicos, ainda não conquistou medalhas em Jogos Paraolímpicos. O primeiro jogo de basquete nessa modalidade foi praticado no Brasil em 1958 por inciativa do jogador cadeirante Robson Sampaio e seu técnico Aldo Miccolis. Após ficar 16 anos fora das Paralimpíadas, a seleção voltou à disputa ao conquistar a vaga para Atenas-2004 durante os Jogos Parapan-Americanos de Mar Del Plata. A seleção masculina estreou, em 1972, nos jogos de Heidelberg. A seleção feminina estreou em Atlanta no ano de 1996. Até então, as melhores colocações do país nessa modalidade foram o quinto lugar, no masculino, e o sétimo, no feminino, ambas obtidas no Rio 2016. CLASSIFICAÇÃO DOS ATLETAS As regras do basquete em cadeira de rodas são muito parecidas com o basquete tradicional. As quadras têm medições olímpicas de 28m x 15m e a altura das tabelas são de 3,05 metros de distância do chão. Os jogadores do basquete em cadeira de rodas são avaliados de acordo com os padrões de Classificação Funcional da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). Eles são responsáveis por analisar as capacidades e limitações de cada jogador, atribuindo a eles um número de classificação conforme as necessidades de cada um. O número varia de 1 (atletas que não conseguem controlar os troncos) a 4,5 (atletas que não sentem dificuldade em mover as cadeiras sozinhos). Assim, quanto maior a dificuldade do atleta menor é a classe dele. Em uma partida a soma desses números não pode ultrapassar 14. Ao contrário do basquete tradicional, no basquete em cadeira de rodas só é permitido ao jogador dar dois toques na cadeira sem deixar a bola tocar ao chão, ou então, repassar a bola para o outro colega de time. São disputados quatro quartos de 10 minutos cada. Para assegurar a competitividade, os atletas precisam usar cadeiras de rodas padronizadas. É obrigatório obedecer até mesmo o diâmetro máximo dos pneus e a altura máxima do assento e do apoio para os pés em relação ao chão. Se o jogador optar por usar uma almofada no assento, ela não poderá ter mais de 10 cm de espessura, exceto nas classes 3.5, 4.0 e 4.5 (menor comprometimento). Nesses casos, a espessura máxima é de 5 cm. É permitido usar faixas para prender as pernas juntas ou fixar o atleta na cadeira. Todas as normas são conferidas pelos árbitros no início da partida. REGRAS Para garantir a segurança e competitividade dos atletas, a cadeira de rodas do jogador precisa atender alguns requisitos. Entre eles: A cadeira de rodas pode ter 3 ou 4 rodas, sendo duas rodas grandes na parte traseira e uma ou duas na parte frontal; Os pneus traseiros devem ter o diâmetro máximo de 66 cm e deve haver um suporte para as mãos em cada roda traseira; Quando as rodas dianteiras estiverem direcionadas para frente, a altura máxima do assento não pode ultrapassar 53 cm do chão e o apoio para os pés não pode ter mais que 11 cm a partir do chão. Porém, os apoios devem ser apropriados para evitar danos à superfície da quadra; O jogador que se sentir mais confortável pode usar uma almofada de material flexível no assento da cadeira. Porém, ela deve ter as mesmas dimensões do assento, não podendo ultrapassar mais de 10 cm de espessura. Já os jogadores de classe 3.5, 4.0 e 4.5 a espessura da almofada deve ser de no máximo 5 cm; Os jogadores têm liberdade para usar faixas e suportes que ajudem a fixá-los na cadeira ou permita prender as pernas juntas. Além disso, eles podem usar aparelhos ortopédicos e protéticos; No cartão de classificação dos jogadores deve conter as informações sobre o uso de próteses, além de indicar todas as adaptações feitas na cadeira do jogador; Por fim, antes de iniciar a partida, os árbitros devem checar as cadeiras dos atletas, pois é proibido o uso de pneus pretos, aparelhos de direção e freios. GOALBALL HISTÓRICO DO GOALBALL O goalball foi criado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, que tinham como objetivo reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que perderam a visão. Nos Jogos de Toronto (1976) sete equipes masculinas apresentaram a modalidade aos presentes. Dois anos depois teve o primeiro Campeonato Mundial de Goalball, na Áustria. Em 1980 na Paralimpíada de Arnhem, o esporte passou a integrar o programa paralímpico. Em 1982, a Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA) começou a gerenciar a modalidade. As mulheres entraram para o goalball nas Paralimpíadas de Nova Iorque, em 1984. Ao contrário de outras modalidades paralímpicas, o goalball foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência – neste caso a visual. A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). As partidas duram 20 minutos, com dois tempos de 10. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. De cada lado da quadra tem um gol com nove metros de largura e 1,2 de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária. A bola possui um guizo em seu interior que emite sons – existem furos que permitem a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O Goalball é um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,250 kg. Sua cor é alaranjada e é mais ou menos do tamanho da de basquete. Hoje o goalball é praticado em 112 países nos cinco continentes. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Deportos para Cegos (CBDC). HISTÓRIA DO GOALBALL NO BRASIL Os pioneiros do Goalball no Brasil são as equipes do Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI) e da Associação de Deficientes Visuais do Paraná (ADEVIPAR), que disputaram, em 1985, as primeiras partidas da modalidade, 29 anos após o esporte ter sido criado. O primeiro campeonato brasileiro de Goalball foi realizado em 1987. O primeiro campeonato da modalidade aconteceu em 1987, em Uberlândia, Minas Gerais, com Mário Sérgio, presidente da antiga ABDC, sendo o supervisor da competição. A seleção brasileira de Goalballconquistou sua primeira medalha em Parapan-Americano em solo argentino. Em 1995 os homens conquistaram a medalha de prata em Buenos Aires. Seis anos depois foi a vez das mulheres conquistarem a primeira medalha de bronze na competição. Em 2003, a equipe feminina do Brasil conquistou a medalha de prata no mundial do Canadá. Com este resultado, elas asseguraram uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Atenas. Foi a primeira vez que o Brasil foi representado nesta modalidade nas Paralimpíadas. Em 2008, a equipe masculina também fazia sua estreia, mas ambos os times não passaram da primeira fase. O grande número de atletas permitiu que o Brasil experimentasse uma enorme evolução neste esporte, ganhando, pela primeira vez, a medalha de prata nas Paralimpíadas de Londres em 2012. Nosso atleta Filippe Silvestre faz parte dessa história de conquistas. CLASSIFICAÇÃO Nesta modalidade os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3, competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Aqui também vale a regra de que quanto menor o código de classificação, maior o grau da deficiência. Todas as classificações são realizadas através da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os atletas, inclusive das classes B2 e B3 (com visão parcial), utilizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade. B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção. B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus. B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus. REGRAS BÁSICAS Quanto às regras, o mais corriqueiro, em se tratando de esportes adaptados, são as pequenas adaptações em modalidades historicamente tradicionais como o futebol, o voleibol, o basquetebol, o atletismo, a natação, entre outras, para atender às especificidades de cada deficiência. O caso do goalball é diferenciado em relação a estas modalidades. Como visto anteriormente, ele foi criado para atender às características específicas das pessoas com deficiência visual, fato que dificulta o seu entendimento e visualização por pessoas que o desconhecem. Desta feita, essa parte do texto não se prenderá às minúcias da regra, mas tentará clarificar o entendimento e a compreensão do jogo. Bola A circunferência da bola oficial de goalball assemelha-se muito à bola de basquetebol, mas o peso é maior. Pesa 1,250 kg e não possui enchimento (câmara de ar), fato que a mantém em maior contato com o solo. Ela é feita de uma borracha espessa, é oca e tem pequenos orifícios em sua superfície para potencializar o som produzido pelos guizos internos quando entra em contato com o solo ou quando é rolada. Quadra As dimensões oficiais da quadra são 18m de comprimento x 9m de largura em formato retangular. Toda a marcação da quadra no solo é feita em alto relevo (barbantes sob fita adesiva) para permitir a orientação tátil dos jogadores. As metas, balizas ou gols ficam sobre as linhas de fundo da quadra e medem 9m de largura x 1,30m de altura. Cada metade da quadra é dividida em três áreas de dimensões idênticas: área neutra, área de ataque (ou de lançamento) e área de defesa. A área neutra é o espaço que separa as áreas destinadas às atuações das equipes. A área de ataque (ou de lançamento) limita a ação ofensiva das equipes. O primeiro contato da bola com o solo, após o lançamento dos jogadores, deve acontecer obrigatoriamente até a linha que separa a área de ataque da respectiva área neutra da meia-quadra de cada equipe, para que os defensores tenham tempo de ouvir e perceber a trajetória da bola lançada. A área de defesa cerceia as ações defensivas. Somente é permitido aos jogadores efetuarem a defesa das bolas lançadas pelos adversários com parte do corpo em contato com esta área. Sendo esta área o principal ponto de referência para a orientação espacial dos jogadores, existem diferentes marcações (linhas táteis) em seu interior diferenciando-a das demais áreas. São as linhas do ala esquerdo, do pivô e do ala direito. Jogadores Cada equipe é composta de três jogadores em quadra e até três reservas. São permitidas três substuições, não se contabilizando como parte dessas três possíveis as substituições realizadas no intervalo. Ao entrarem em quadra, os atletas devem estar devidamente bandados e vendados para que não haja desigualdade de condições entre os que não enxergam e os que possuem algum resíduo visual. Tempo A duração da partida é de dois tempos de dez minutos com três minutos de intervalo entre eles. É permitido o pedido de até três tempos técnicos por equipe, com duração de quarenta e cinco segundos cada um. Infrações As infrações invertem a posse de bola durante a partida. Elas são marcadas quando os jogadores: 1) Não esperam a autorização do árbitro para lançar após qualquer interrupção da partida (premature throw – lançamento prematuro); 2) Tentam passar a bola para o companheiro e jogam-na para fora da quadra (pass out – passe fora); 3) defendem a bola lançada pelo oponente, mas ela retorna à meia-quadra adversária ultrapassando a linha de centro (ball over – bola perdida); 4) Outras situações. Penalidades As penalidades podem ser individuais ou coletivas. Em ambos os casos, somente um jogador da equipe penalizada permanece em quadra para defender o tiro livre. Na ocorrência de penalidades individuais, o jogador que a cometeu deve permanecer em quadra para defendê-la. Em caso de penalidades coletivas, o jogador que realizou o último lançamento de sua equipe antes do pênalti deve defendê-la. São exemplos de penalidades individuais: 1) O lançamento em que a bola tem seu primeiro contato com o solo após a área de ataque (high ball – bola alta); 2) O terceiro arremesso consecutivo de um jogador da mesma equipe (third time throw – terceiro arremesso consecutivo); 3) Defender a bola fora da área de defesa da meia-quadra de sua equipe (illegal defense – defesa ilegal); 4) Outras. Penalidades coletivas: 1) Demorar mais de dez segundos para arremessar a bola após o primeiro contato defensivo (ten seconds – dez segundos); 2) Atrasar o início ou o recomeço da partida (team delay of game – atraso de jogo da equipe); 3) Outras. Arbitragem No goalball, os árbitros têm uma função extra além de apitarem os jogos. Eles também são responsáveis por comandar o jogo, numa espécie de narração para que os jogadores compreendam o que está ocorrendo na partida e para facilitar o entendimento da torcida, que, na maioria das vezes, é formada por pessoas com deficiência visual. Mesmo que os jogadores mais experientes saibam o que está se passando em quadra, os árbitros são imprescindíveis para a reposição rápida da bola e para o saneamento de qualquer dúvida possível, organizando a dinâmica em quadra. Na versão oficial, são onze árbitros no total: 1)Dois árbitros principais (um de cada lado da quadra); 2) Quatro juízes de linha (um em cada quina da quadra), responsáveis pela reposição de bola; 3) Cinco mesários com funções de cronometragem, marcação dos arremessos, substituições, tempos técnicos, controle de penalidades etc. São os dois árbitros principais que orientam a dinâmica do jogo, estabelecendo certa ordem por intermédio de comandos padronizados na língua inglesa. Mesmo nos campeonatos realizados no Brasil, são utilizados os comandos em inglês, visando a facilitar o entendimento dos atletas do país em eventos internacionais. São exemplos da utilização de comandos básicos: 1) Iniciar ou reiniciar a partida após qualquerinterrupção (play – inicia/joga); 2) Indicar que o lançamento foi para fora da quadra sem tocar em nenhum jogador oponente (out – fora); 3) Indicar que a bola lançada saiu de quadra após ser bloqueada pelo defensor. A posse de bola ainda é da equipe que a defendeu (block out – bloqueio fora).
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