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RESUMO ESPORTES ADAPTADOS - JESSICA OLIVEIRA

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO 
CEARÁ 
CAMPUS LIMOEIRO DO NORTE 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA 
PROF.: THIAGO GADELHA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
JÉSSICA DE OLIVEIRA LIMA 
 
 
 
 
 
 
ESPORTES ADAPTADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIMOEIRO DO NORTE - CE 
2021 
HALTEROFILISMO PARALÍMPICO 
 
 HISTÓRIA 
Embora algumas práticas esportivas adaptadas tenham surgido antes da Segunda 
Guerra Mundial (para surdos, por exemplo), foi a partir desta que desportos 
direcionados a deficientes físicos começaram a ser implantados, objetivando-se a 
melhora psicológica e o lazer de ex-combatentes. 
O halterofilismo adaptado (powerlifting) apareceu neste contexto e se originou 
da modalidade olímpica já existente (weightlifting). Porém, a origem desta não é bem 
definida. Conta a tradição inventada que desde os primórdios os homens erguiam e 
arremessavam objetos e animais. Mas não é possível determinar quando se tornou um 
jogo. Supõe-se que tenha aparecido inicialmente na China ou na Grécia antiga, mas 
reforça-se a ideia de uma tradição questionável com a finalidade de respaldar uma 
prática competitiva de origem contemporânea. Assim, como competição, existem 
registros (fontes históricas) que se iniciou no século XVIII, em países europeus, como 
Alemanha, França, Suíça, Áustria e Países Escandinavos. Em 1860 surgiram os 
primeiros clubes para a prática do levantamento de peso e em 1891, em Londres, 
ocorreu o primeiro campeonato mundial, seguido, em 1896, da inclusão na primeira 
Olimpíada em Atenas. 
O halterofilismo adaptado se baseia nas regras dessa modalidade convencional, 
regida pela International Weightlifting Federation (IWF) desde 1920, porém apenas a 
prova do supino é existente. Sua primeira participação nas paralimpíadas ocorreu em 
1964, em Tóquio. Apenas homens com lesão de medula espinhal puderam participar e o 
paradesporto era conhecido como weightlifting. Em 1989 criou-se o International 
Paralympic Committee Powerlifting e este se tornou o responsável pelas regras da 
modalidade. O nome do paradesporto foi alterado para powerlifting e outros deficientes 
físicos puderam participar, dentre eles os paralisados cerebrais e os amputados. Em 
1992, em Barcelona, estas alterações já se fizeram presentes. 
A diferença entre a modalidade vigente até 1988 e a presente a partir de 1992, 
basicamente, é a técnica de execução do supino: no weightlifting o início do movimento 
se dá com a barra saindo da altura do peito do atleta e os cotovelos flexionados; no 
powerlifting a barra sai de um suporte e os cotovelos estão quase completamente 
estendidos. Em síntese, o weightlifting exigia apenas a contração muscular concêntrica, 
já o powerlifting exige, além da concêntrica, a excêntrica. 
Em 1996, na Paralimpíadas de Atlanta, já se sabia que era praticado em todos os 
continentes. Em 2000, em Sidney, houve outro marco, a participação feminina foi 
iniciada. Esta, como na maioria dos esportes e dos para-esportes, foi tardia devido ao 
preconceito em relação à prática esportiva das mulheres que não deveriam adquirir 
características consideradas masculinas e masculinizantes, como força e agressividade. 
O crescimento deste paradesporto foi rápido: nas Paralimpíadas de Barcelona 
(1992) havia 25 participantes; em Atlanta, 1996, eram 58; e em Sidney, 2000, já eram 
mais de 100; em Atenas, 2004, foram 249 atletas; número que ficou estagnado nas 
demais paralimpíadas devido a fins organizativos. Atualmente, são cerca de 5.500 
atletas ranqueados no mundo e destes mais de 1250 são mulheres. Tal aumento se deve, 
provavelmente, por causa da capacidade de superação que o halterofilismo adaptado 
promove em seus praticantes e estes, por sua vez, tornam-se inspiração para outras 
pessoas que decidem também iniciar a prática. 
 HALTEROFILISMO ADAPTADO NO BRASIL 
Os primeiros registros da prática da modalidade no Brasil são do início da 
década de 1990. Os responsáveis por este feito foram a Associação Niteroiense dos 
Deficientes Físicos (ANDEF/RJ), Associação Brasileira de Desportos de Cadeira de 
Rodas (ABRADECAR) e a Associação Brasileira de Desportos para Amputados 
(ABDA), pois, em 1993, promoveram o primeiro Campeonato de Powerlifting – 
também conhecido como halterofilismo adaptado– no país. Tais entidades também 
foram fundamentais para a promoção e fomento de outras modalidades paralímpicas. Já 
neste primeiro campeonato nacional foi revelado o atleta que iria colocar o 
halterofilismo brasileiro no cenário internacional: em Atlanta (1996) Marcelo Garcia da 
Motta (categoria 56 kg) seria o responsável pela estreia do Brasil na modalidade, 
alcançando a honrosa 11ª colocação. 
Foram 36 anos após a estreia da modalidade nas paralimpíadas que as mulheres 
participaram pela primeira vez do evento. Na ocasião, Sidney (2000), a brasileira 
Terezinha Mulato representou o país, conquistando o 8º lugar. Desde então o Brasil vem 
participando de diversas disputas nacionais e internacionais como parapan-americanos e 
campeonatos mundiais. A melhor colocação do Brasil na disputa masculina foi a 4ª 
colocação em Atenas (2004). O atleta responsável pela conquista foi Alexsander 
Whitaker. Já na disputa feminina, a melhor colocação foi em Pequim (2008), quando 
Josilene Ferreira e Maria Luzineide obtiveram o 5º lugar. 
O halterofilismo é praticado em mais de 50 países e segue crescendo em todo o 
mundo. O Brasil faz parte deste crescimento e vem evoluindo junto com o esporte. 
Uberlândia tem grande importância nacional por ser o primeiro centro de treinamento da 
modalidade e por revelar paratletas promissores. Com o apoio do Programa Bolsa Atleta 
e atualmente integrante do programa Circuito Brasil CAIXA Loterias, clubes e atletas 
têm encontrado mais amparo para continuar desenvolvendo o referido esporte, porém 
diversos atletas brasileiros afirmam que a falta de recursos financeiros ainda é o grande 
empecilho para um maior avanço da modalidade. 
Para as Paralimpíadas do Rio de Janeiro (2016), alguns nomes já estão pré-
convocados. Dentre as mulheres, a própria Maria Luzineide e Márcia Menezes, (6º 
lugar em Londres – 2012); na categoria masculina os primeiros nomes a compor a lista 
de convocados são Bruno Carra e Evânio Rodrigues, ambos obtiveram conquistas 
relevantes em território nacional. Os atletas estão mais motivados pelo fato do evento 
ser no Brasil, aumentando a expectativa de medalhas. 
 
 REGRAS 
O halterofilismo paralímpico é uma modalidade esportiva que tem como 
objetivo testar a força de membros superiores de seus atletas. Difere da prática olímpica 
por trabalhar com a força máxima, ao invés de força explosiva, parece não haver tanta 
diferença, mas o treinamento é completamente diferente em um e outro caso. O 
exercício utilizado é o supino, no qual é possível que o praticante empurre uma carga de 
até três vezes o seu peso corporal. O paratleta deve deitar-se com as pernas estendidas 
no banco oficial – 2.1 m de comprimento, 0.30 m na região em que se coloca a cabeça, 
0.61 m no restante do banco e a altura entre 0.48 m e 0.50 m – e manter contato tanto do 
corpo quanto da cabeça com este durante toda a execução do movimento. Ao sinal do 
árbitro, informando o início da prova, o competidor tira a barra do suporte (com ou sem 
ajuda do auxiliar central), em seguida desce a mesma até a altura do peito e a mantém 
sem movimentá-la por alguns instantes. Finalmente, a empurra até estender os cotovelos 
e voltála à posição inicial. A prova é finalizada com um sinal do árbitro. A análise é 
feita por três observadores que verificam o início do movimento, se a execução foi 
contínua e se houve a parada da barra ao nível do peito. São possíveis três tentativas, 
aumentando a carga em múltiplos de 2.5 kg entre cada uma, e a maior marca será a 
contabilizada. Caso a marca do atleta esteja a menos de 10 kg dorecorde mundial na 
competição este pode solicitar uma quarta tentativa, porém não será incluída como 
opção para alterar o resultado do evento em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO 
Para participar das competições é necessário que o atleta consiga estender os 
cotovelos quase que totalmente (apenas 20 graus de perda de extensão é aceito). Além 
disso, deverá ter 16 anos para participar de eventos paralímpicos. Diversas deficiências 
são possíveis: diferença no comprimento dos membros inferiores, nanismo, hipertonia, 
ataxia, atetose, entre outros. E as causas podem ser: poliomielite, paralisia cerebral, 
amputação ou lesão de medula espinhal. As categorias existentes, assim como no 
halterofilismo olímpico, diferem-se pelo peso corporal, embora os atletas sejam 
classificados em três classes distintas (paralisados cerebrais, lesionados de medula 
espinhal e amputados e les autres), mas a classificação só afeta pontos bem específicos 
do regulamento, ou seja, a definição dos resultados não a leva em conta. Abaixo as 
categorias masculinas e femininas do halterofilismo paraolímpico: 
CATEGORIAS MASCULINO FEMININO 
 Até 49kg Até 41kg 
 Até 54kg Até 45kg 
 Até 59kg Até 50kg 
 Até 65kg Até 55kg 
 Até 72kg Até 61kg 
 Até 80kg Até 67kg 
 Até 88kg Até 73kg 
 Até 97kg Até 79kg 
 Até 107kg Até 86kg 
 Mais de 107kg Mais de 86kg 
Tabela com as categorias masculinas e femininas do halterofilismo paralímpico. 
VÔLEI SENTADO 
O vôlei sentado é uma modalidade do esporte que foi adaptada para pessoas que 
possuem algum tipo de deficiência física relacionada à locomoção. No entanto, ele 
também pode ser praticado por todas as pessoas, inclusive nas aulas de educação física 
nas escolas. Isso porque o vôlei sentado melhora a saúde física, os reflexos, a agilidade 
e a coordenação motora. Além disso, é esporte muito divertido que ajuda a diminuir a 
ansiedade e as dores musculares. 
 
 HISTÓRIA 
O vôlei sentado surgiu da junção do vôlei convencional com um esporte alemão 
praticado por pessoas com pouca mobilidade, mas sem rede, chamado sitzbal. A união 
das duas modalidades fez surgir o vôlei sentado em 1956. Utilizando basicamente as 
regras do vôlei, o esporte tem um ritmo frenético e é disputado oficialmente desde as 
Paraolimpíadas de Arnhem-1980, na Holanda. 
Foi em 1976 em Toronto, no Canadá, que o vôlei sentado foi inserido como uma 
modalidade paraolímpica e até hoje permanece nos jogos olímpicos. Dentre todas as 
modalidades paraolímpicas, ele é considerado um dos jogos de maior agilidade e 
rapidez e atualmente é praticado em mais de 50 países. 
Quando entrou no programa paraolímpico, o vôlei sentado dividia espaço com a 
modalidade disputada em pé. Após 24 anos compartilhando os holofotes, a modalidade 
ganhou destaque de vez a partir dos Jogos de Atenas-2004, quando o vôlei paraolímpico 
passou a ser disputado apenas com os atletas sentados. 
Podem competir no vôlei sentado jogadores amputados, paralisados cerebrais, 
lesionados na coluna vertebral e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora. 
Uma das regras principais do esporte é que os atletas não podem bater na bola sem estar 
em contato com o solo. 
 
 O VÔLEI SENTADO NO BRASIL 
No Brasil, o voleibol sentado começou a ser praticado em 2002. No ano 
seguinte, foi fundada a Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD) e, 
nesse mesmo ano, a seleção masculina participou dos jogos Parapan-Americanos e 
obteve a medalha de prata. 
Atualmente, a seleção masculina possui 3 medalhas de ouro nos jogos Parapan-
Americanos (2007, Rio de Janeiro; 2011, Guadalajara; 2015, Toronto). Já no 
campeonato mundial de 2014, a seleção conquistou a medalha de prata. 
Da mesma maneira, a seleção feminina participou dos jogos Parapan-
Americanos de 2003 e obteve a medalha de prata. Em 2015 também obteve a prata nos 
jogos Parapan-Americanos de Toronto. Já nos jogos paraolímpicos de 2016, no Rio de 
Janeiro, a seleção feminina conquistou a medalha de bronze. 
 
REGRAS OFICIAIS DO VÔLEI SENTADO 
 A área de jogo é o espaço da quadra, que mede 10 x 6 metros, e a zona livre, que deve 
ter no mínimo 3 metros de largura em todos os lados; 
 A altura da rede é de 1,15 para a modalidade masculina e 1,05 para a feminina; 
 Há duas equipes com 12 jogadores cada, sendo que 6 ficam na reserva e 6 em quadra; 
 Os jogadores podem ter as funções: ataque, defesa ou líbero (que fica no fundo da 
quadra, sendo um especialista em defesa); 
 O jogo engloba 5 sets de 25 pontos corridos cada e vence o time que ganhar 3 sets; 
 Se houver empate dos sets (2x2), o último set, chamado de tie-break, será 
determinante. Diferente dos outros sets, os pontos vão até 15. 
 Os jogadores não podem bater na bola sem estar em contato com o solo; 
 Cada equipe pode somente tocar três vezes na bola antes de passar ao time adversário; 
 Os pontos são feitos quando a bola toca o chão da quadra do time adversário; 
 Diferente do vôlei tradicional, no vôlei sentado o saque pode ser bloqueado pelos 
jogadores da linha de frente. 
 
LINHAS E ZONAS DA QUADRA DE VÔLEI SENTADO 
Muito similar ao voleibol tradicional, nessa modalidade há linhas e zonas. Todas as 
linhas da quadra devem ser de cor clara e com 5 cm de largura. 
 Linhas de delimitação: 4 linhas que delimitam a quadra de jogo (duas linhas laterais e 
duas linhas de fundo). 
 Linha central: divide a quadra em dois espaços de 5 e 6 metros. 
 Linha de ataque: estão a 2 metros do centro do campo e marca a zona da frente. 
 Zona de frente: próxima da rede, ela é limitada pela linha central e a linha de ataque. 
 Zona de saque: local onde é realizado o saque. Possui 6 metros de largura e se estende 
até o fim da zona livre. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO VÔLEI SENTADO 
Dependendo da gravidade da deficiência e das limitações, os jogadores do voleibol 
sentado são classificados em dois grupos: 
 Deficiência severa (VS1): apresentam deficiências relacionadas à locomoção mais 
acentuadas, por exemplo, pernas ou braços amputados. 
 Deficiência leve (VS2): apresentam deficiências quase imperceptíveis, por exemplo, 
pequenas amputações dos membros. 
Além dessas duas classificações mais gerais, existe a classificação funcional dividida 
em: amputados e les autres (os outros, em francês). Os les autres são aqueles que 
possuem algum tipo de deficiência motora. 
Já para os amputados, há uma classificação que especifica melhor a deficiência: 
 AK (above knee): amputação realizada acima ou através da articulação do joelho. 
 BK (below knee): amputação realizada abaixo do joelho, através ou acima da 
articulação tálus-calcanear, no tornozelo. 
 AE (above elbow): amputação realizada acima ou através da articulação do cotovelo. 
 BE (below elbow): amputação realizada abaixo do cotovelo, sendo através ou acima da 
articulação do pulso. 
Logo, por meio dessa classificação, eles são divididos em 9 tipos: 
 Classe A1: duplo AK 
 Classe A2: AK simples 
 Classe A3: duplo BK 
 Classe A4: BK simples 
 Classe A5: duplo AE 
 Classe A6: AE simples 
 Classe A7: duplo BE 
 Classe A8: BE simples 
 Classe A9: amputações combinadas dos membros inferiores e superiores 
 
 
BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS 
O basquete em cadeira de rodas é um entre os esportes coletivos praticado por 
atletas com limitações físico-motoras, mais precisamente nos membros inferiores. A 
modalidade surgiu em meados do século XX, como uma atividade de descontração 
entre os soldados feridos da Segunda Guerra Mundial. Desde 1960, o basquete esteve 
presente em quase todas as edições de Jogos Paralímpicos já realizados no mundo, além 
de ser uma excelente maneira de estimular a inclusão social. Para compreender melhor 
as regras, as características e a maneira como o basquete em cadeira de rodas se 
destacou no Brasil, é importante saber como surgiu o basquete tradicional. 
 
 HISTÓRIA DO BASQUETE 
O basquete ou basquetebolé um dos esportes mais populares do mundo que tem 
como principal objetivo lançar a bola em um cesto fixo localizado nas extremidades da 
quadra onde ele é praticado. A modalidade é disputada entre duas equipes contendo 
cinco jogadores cada. O esporte foi desenvolvido pelo professor de educação 
física James Naismith (1861-1940) na cidade de Massachusetts, Estados Unidos, em 
1891. A ideia surgiu como uma alternativa ao inverno rigoroso da região, já que a 
maioria das outras atividades como o futebol e o basebol, por exemplo, eram praticados 
ao ar livre. 
Inicialmente, a bola usada nas competições era parecida com a de futebol e o 
cesto era improvisado com um saco de armazenar pêssegos. Somente depois de algum 
tempo, os participantes tiveram a ideia de fazer um furo no fundo do cesto. Em 1892, a 
bola foi desenvolvida no modelo que é apresentada hoje e as primeiras cestas foram 
fabricadas em cilindros de madeira com bordas de metal. 
O basquete foi disputado oficialmente pela primeira vez em 1892, na própria 
cidade de Massachusetts, no entanto, a data da partida não foi documentada. O que se 
sabe é que a plateia atingiu um número aproximado de 200 espectadores, já em jogos 
Olímpicos, o esporte foi disputado pela primeira vez em Berlim no ano de 1936. 
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/esportes-coletivos
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/basquete
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/esportes-mais-populares-do-mundo
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/futebol
 ESPORTE NO BRASIL 
Embora o Brasil tenha uma forte influência do basquete em cadeira de rodas nos 
jogos paraolímpicos, ainda não conquistou medalhas em Jogos Paraolímpicos. O 
primeiro jogo de basquete nessa modalidade foi praticado no Brasil em 1958 por 
inciativa do jogador cadeirante Robson Sampaio e seu técnico Aldo Miccolis. 
Após ficar 16 anos fora das Paralimpíadas, a seleção voltou à disputa ao 
conquistar a vaga para Atenas-2004 durante os Jogos Parapan-Americanos de Mar Del 
Plata. A seleção masculina estreou, em 1972, nos jogos de Heidelberg. A seleção 
feminina estreou em Atlanta no ano de 1996. Até então, as melhores colocações do país 
nessa modalidade foram o quinto lugar, no masculino, e o sétimo, no feminino, ambas 
obtidas no Rio 2016. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DOS ATLETAS 
As regras do basquete em cadeira de rodas são muito parecidas com o basquete 
tradicional. As quadras têm medições olímpicas de 28m x 15m e a altura das tabelas são 
de 3,05 metros de distância do chão. Os jogadores do basquete em cadeira de rodas são 
avaliados de acordo com os padrões de Classificação Funcional da Federação 
Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). Eles são responsáveis por 
analisar as capacidades e limitações de cada jogador, atribuindo a eles um número de 
classificação conforme as necessidades de cada um. 
O número varia de 1 (atletas que não conseguem controlar os troncos) a 4,5 
(atletas que não sentem dificuldade em mover as cadeiras sozinhos). Assim, quanto 
maior a dificuldade do atleta menor é a classe dele. Em uma partida a soma desses 
números não pode ultrapassar 14. Ao contrário do basquete tradicional, no basquete em 
cadeira de rodas só é permitido ao jogador dar dois toques na cadeira sem deixar a bola 
tocar ao chão, ou então, repassar a bola para o outro colega de time. São disputados 
quatro quartos de 10 minutos cada. 
Para assegurar a competitividade, os atletas precisam usar cadeiras de rodas 
padronizadas. É obrigatório obedecer até mesmo o diâmetro máximo dos pneus e a 
altura máxima do assento e do apoio para os pés em relação ao chão. Se o jogador optar 
por usar uma almofada no assento, ela não poderá ter mais de 10 cm de espessura, 
exceto nas classes 3.5, 4.0 e 4.5 (menor comprometimento). Nesses casos, a espessura 
máxima é de 5 cm. É permitido usar faixas para prender as pernas juntas ou fixar o 
atleta na cadeira. Todas as normas são conferidas pelos árbitros no início da partida. 
 
REGRAS 
Para garantir a segurança e competitividade dos atletas, a cadeira de rodas do jogador 
precisa atender alguns requisitos. Entre eles: 
 A cadeira de rodas pode ter 3 ou 4 rodas, sendo duas rodas grandes na parte 
traseira e uma ou duas na parte frontal; 
 Os pneus traseiros devem ter o diâmetro máximo de 66 cm e deve haver um 
suporte para as mãos em cada roda traseira; 
 Quando as rodas dianteiras estiverem direcionadas para frente, a altura máxima 
do assento não pode ultrapassar 53 cm do chão e o apoio para os pés não pode 
ter mais que 11 cm a partir do chão. Porém, os apoios devem ser apropriados 
para evitar danos à superfície da quadra; 
 O jogador que se sentir mais confortável pode usar uma almofada de material 
flexível no assento da cadeira. Porém, ela deve ter as mesmas dimensões do 
assento, não podendo ultrapassar mais de 10 cm de espessura. Já os jogadores de 
classe 3.5, 4.0 e 4.5 a espessura da almofada deve ser de no máximo 5 cm; 
 Os jogadores têm liberdade para usar faixas e suportes que ajudem a fixá-los na 
cadeira ou permita prender as pernas juntas. Além disso, eles podem usar 
aparelhos ortopédicos e protéticos; 
 No cartão de classificação dos jogadores deve conter as informações sobre o uso 
de próteses, além de indicar todas as adaptações feitas na cadeira do jogador; 
 Por fim, antes de iniciar a partida, os árbitros devem checar as cadeiras dos 
atletas, pois é proibido o uso de pneus pretos, aparelhos de direção e freios. 
 
GOALBALL 
 HISTÓRICO DO GOALBALL 
O goalball foi criado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp 
Reindle, que tinham como objetivo reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que 
perderam a visão. Nos Jogos de Toronto (1976) sete equipes masculinas apresentaram a 
modalidade aos presentes. Dois anos depois teve o primeiro Campeonato Mundial de 
Goalball, na Áustria. Em 1980 na Paralimpíada de Arnhem, o esporte passou a integrar 
o programa paralímpico. Em 1982, a Federação Internacional de Esportes para Cegos 
(IBSA) começou a gerenciar a modalidade. As mulheres entraram para o goalball nas 
Paralimpíadas de Nova Iorque, em 1984. 
Ao contrário de outras modalidades paralímpicas, o goalball foi desenvolvido 
exclusivamente para pessoas com deficiência – neste caso a visual. A quadra tem as 
mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). As partidas 
duram 20 minutos, com dois tempos de 10. Cada equipe conta com três jogadores 
titulares e três reservas. De cada lado da quadra tem um gol com nove metros de largura 
e 1,2 de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O 
arremesso deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária. 
A bola possui um guizo em seu interior que emite sons – existem furos que 
permitem a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O Goalball é 
um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho no 
ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo. A bola 
tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,250 kg. Sua cor é alaranjada e é mais ou menos do 
tamanho da de basquete. Hoje o goalball é praticado em 112 países nos cinco 
continentes. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de 
Deportos para Cegos (CBDC). 
 
 HISTÓRIA DO GOALBALL NO BRASIL 
Os pioneiros do Goalball no Brasil são as equipes do Clube de Apoio ao 
Deficiente Visual (CADEVI) e da Associação de Deficientes Visuais do Paraná 
(ADEVIPAR), que disputaram, em 1985, as primeiras partidas da modalidade, 29 anos 
após o esporte ter sido criado. O primeiro campeonato brasileiro de Goalball foi 
realizado em 1987. 
O primeiro campeonato da modalidade aconteceu em 1987, em Uberlândia, 
Minas Gerais, com Mário Sérgio, presidente da antiga ABDC, sendo o supervisor da 
competição. A seleção brasileira de Goalballconquistou sua primeira medalha em 
Parapan-Americano em solo argentino. Em 1995 os homens conquistaram a medalha de 
prata em Buenos Aires. Seis anos depois foi a vez das mulheres conquistarem a primeira 
medalha de bronze na competição. 
Em 2003, a equipe feminina do Brasil conquistou a medalha de prata no mundial 
do Canadá. Com este resultado, elas asseguraram uma vaga nos Jogos Paralímpicos de 
Atenas. Foi a primeira vez que o Brasil foi representado nesta modalidade nas 
Paralimpíadas. Em 2008, a equipe masculina também fazia sua estreia, mas ambos os 
times não passaram da primeira fase. O grande número de atletas permitiu que o Brasil 
experimentasse uma enorme evolução neste esporte, ganhando, pela primeira vez, a 
medalha de prata nas Paralimpíadas de Londres em 2012. Nosso atleta Filippe Silvestre 
faz parte dessa história de conquistas. 
 
 CLASSIFICAÇÃO 
Nesta modalidade os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3, 
competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade 
visual parcial. Aqui também vale a regra de que quanto menor o código de classificação, 
maior o grau da deficiência. Todas as classificações são realizadas através da 
mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos 
os atletas, inclusive das classes B2 e B3 (com visão parcial), utilizam uma venda 
durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade. 
 B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a 
percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a 
qualquer distância ou direção. 
 B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer 
a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 
graus. 
 B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 
ou campo visual entre 5 e 20 graus. 
 
REGRAS BÁSICAS 
Quanto às regras, o mais corriqueiro, em se tratando de esportes adaptados, são 
as pequenas adaptações em modalidades historicamente tradicionais como o futebol, o 
voleibol, o basquetebol, o atletismo, a natação, entre outras, para atender às 
especificidades de cada deficiência. O caso do goalball é diferenciado em relação a estas 
modalidades. Como visto anteriormente, ele foi criado para atender às características 
específicas das pessoas com deficiência visual, fato que dificulta o seu entendimento e 
visualização por pessoas que o desconhecem. Desta feita, essa parte do texto não se 
prenderá às minúcias da regra, mas tentará clarificar o entendimento e a compreensão 
do jogo. 
Bola A circunferência da bola oficial de goalball assemelha-se muito à bola de 
basquetebol, mas o peso é maior. Pesa 1,250 kg e não possui enchimento (câmara de 
ar), fato que a mantém em maior contato com o solo. Ela é feita de uma borracha 
espessa, é oca e tem pequenos orifícios em sua superfície para potencializar o som 
produzido pelos guizos internos quando entra em contato com o solo ou quando é 
rolada. 
Quadra As dimensões oficiais da quadra são 18m de comprimento x 9m de 
largura em formato retangular. Toda a marcação da quadra no solo é feita em alto relevo 
(barbantes sob fita adesiva) para permitir a orientação tátil dos jogadores. As metas, 
balizas ou gols ficam sobre as linhas de fundo da quadra e medem 9m de largura x 
1,30m de altura. Cada metade da quadra é dividida em três áreas de dimensões 
idênticas: área neutra, área de ataque (ou de lançamento) e área de defesa. 
A área neutra é o espaço que separa as áreas destinadas às atuações das equipes. 
A área de ataque (ou de lançamento) limita a ação ofensiva das equipes. O primeiro 
contato da bola com o solo, após o lançamento dos jogadores, deve acontecer 
obrigatoriamente até a linha que separa a área de ataque da respectiva área neutra da 
meia-quadra de cada equipe, para que os defensores tenham tempo de ouvir e perceber a 
trajetória da bola lançada. 
A área de defesa cerceia as ações defensivas. Somente é permitido aos jogadores 
efetuarem a defesa das bolas lançadas pelos adversários com parte do corpo em contato 
com esta área. Sendo esta área o principal ponto de referência para a orientação espacial 
dos jogadores, existem diferentes marcações (linhas táteis) em seu interior 
diferenciando-a das demais áreas. São as linhas do ala esquerdo, do pivô e do ala 
direito. 
Jogadores Cada equipe é composta de três jogadores em quadra e até três 
reservas. São permitidas três substuições, não se contabilizando como parte dessas três 
possíveis as substituições realizadas no intervalo. Ao entrarem em quadra, os atletas 
devem estar devidamente bandados e vendados para que não haja desigualdade de 
condições entre os que não enxergam e os que possuem algum resíduo visual. 
Tempo A duração da partida é de dois tempos de dez minutos com três minutos 
de intervalo entre eles. É permitido o pedido de até três tempos técnicos por equipe, 
com duração de quarenta e cinco segundos cada um. 
Infrações As infrações invertem a posse de bola durante a partida. Elas são 
marcadas quando os jogadores: 
1) Não esperam a autorização do árbitro para lançar após qualquer interrupção da 
partida (premature throw – lançamento prematuro); 
2) Tentam passar a bola para o companheiro e jogam-na para fora da quadra (pass out – 
passe fora); 
3) defendem a bola lançada pelo oponente, mas ela retorna à meia-quadra adversária 
ultrapassando a linha de centro (ball over – bola perdida); 
4) Outras situações. 
Penalidades As penalidades podem ser individuais ou coletivas. Em ambos os 
casos, somente um jogador da equipe penalizada permanece em quadra para defender o 
tiro livre. Na ocorrência de penalidades individuais, o jogador que a cometeu deve 
permanecer em quadra para defendê-la. Em caso de penalidades coletivas, o jogador que 
realizou o último lançamento de sua equipe antes do pênalti deve defendê-la. 
São exemplos de penalidades individuais: 
1) O lançamento em que a bola tem seu primeiro contato com o solo após a área de 
ataque (high ball – bola alta); 
2) O terceiro arremesso consecutivo de um jogador da mesma equipe (third time throw 
– terceiro arremesso consecutivo); 
3) Defender a bola fora da área de defesa da meia-quadra de sua equipe (illegal defense 
– defesa ilegal); 
4) Outras. 
 
Penalidades coletivas: 
1) Demorar mais de dez segundos para arremessar a bola após o primeiro contato 
defensivo (ten seconds – dez segundos); 
2) Atrasar o início ou o recomeço da partida (team delay of game – atraso de jogo da 
equipe); 
3) Outras. 
Arbitragem No goalball, os árbitros têm uma função extra além de apitarem os 
jogos. Eles também são responsáveis por comandar o jogo, numa espécie de narração 
para que os jogadores compreendam o que está ocorrendo na partida e para facilitar o 
entendimento da torcida, que, na maioria das vezes, é formada por pessoas com 
deficiência visual. Mesmo que os jogadores mais experientes saibam o que está se 
passando em quadra, os árbitros são imprescindíveis para a reposição rápida da bola e 
para o saneamento de qualquer dúvida possível, organizando a dinâmica em quadra. 
Na versão oficial, são onze árbitros no total: 
1)Dois árbitros principais (um de cada lado da quadra); 
2) Quatro juízes de linha (um em cada quina da quadra), responsáveis pela reposição de 
bola; 
3) Cinco mesários com funções de cronometragem, marcação dos arremessos, 
substituições, tempos técnicos, controle de penalidades etc. 
São os dois árbitros principais que orientam a dinâmica do jogo, estabelecendo 
certa ordem por intermédio de comandos padronizados na língua inglesa. Mesmo nos 
campeonatos realizados no Brasil, são utilizados os comandos em inglês, visando a 
facilitar o entendimento dos atletas do país em eventos internacionais. São exemplos da 
utilização de comandos básicos: 
1) Iniciar ou reiniciar a partida após qualquerinterrupção (play – inicia/joga); 
2) Indicar que o lançamento foi para fora da quadra sem tocar em nenhum jogador 
oponente (out – fora); 
3) Indicar que a bola lançada saiu de quadra após ser bloqueada pelo defensor. A posse 
de bola ainda é da equipe que a defendeu (block out – bloqueio fora).

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