Assessoria de Imprensa em Relações Públicas, caso Marília Mendonça

Prévia do material em texto

2
UNIVERSIDADE DE SOROCABA
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA E ASSUNTOS ESTUDANTIS
CURSO DE JORNALISMO
Assessoria de Imprensa em Relações Públicas, caso Marília Mendonça
Sorocaba / SP
2021
UNIVERSIDADE DE SOROCABA
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA E ASSUNTOS ESTUDANTIS
CURSO DE JORNALISMO
Assessoria de Imprensa em Relações Públicas, caso Marília Mendonça
Trabalho apresentado ao curso de graduação em jornalismo como requisito parcial para obtenção do gral de bacharel em jornalismo
Orientadora: Profa. Dra. Mara Rovida
São Caetano do Sul / SP
2021
	Sumário	
Tema	4
Problema	5
Hipótese	6
Objetivo geral e específico	8
Metodologia	9
Justificativa	10
Referencial teórico	11
Resultados e discussão	12
Conclusão	14
Referências	15
Tema
O presente trabalho visa compreender como a acessória de impressa pode atuar nas relações públicas, nesse sentido Duarte (2002) conceitua assessoria de imprensa como: 
A atividade de assessoria de imprensa pode ser conceituada como a gestão do relacionamento e dos fluxos de informação entre fontes de informação e imprensa. Busca, essencialmente, atender às demandas por informação relacionadas a uma organização ou fonte em particular. O exercício desta atividade no Brasil é especializado e realizado, na maior parte das vezes, por profissionais com experiência ou curso superior em jornalismo. (DUARTE, 2002)
Para esse estudo será realizada uma analisa acerca do caso da morte da cantora Marilia Mendonça, ocorrido no dia 5 de novembro de 2021, vítima de um acidente aéreo, na qual vamos investigar no presente trabalho se houve ou não erro da assessoria de imprensa da cantora que noticiou que a mesma estava viva, tendo que vir a público minutos depois desmentir a notícia. 
Problema
A assessoria de imprensa desempenha um papel de extrema importância dentro do contexto da comunicação ela se faz necessário quando há um problema de comunicação entre um órgão, empresa, ou no caso estudado, uma celebridade com a grande massa e com os veículos de informação, a respeito da importância da comunicação, Lopes (2010) nos traz: 
A comunicação faz parte da vida do ser humano em todos os níveis. Desde que nascem, as pessoas comunicam-se das mais diferentes formas: sonoras, visuais, auditivas, gestuais, verbais, entre outras. (LOPES, 2010)
No caso analisado pode-se observar que houve uma falha na comunicação entre a assessoria de imprensa da cantora no momento do ocorrido, ocasionando uma confusão nos veículos de comunicação que necessitavam da informação. Nesse sentido, os profissionais envolvidos não desempenharam plenamente seu trabalho, comprometendo a comunicação no momento do ocorrido.
Logo, o problema aqui apresentado diz respeito a como o profissional assessor de imprensa deve se por perante a tal acontecimento, quais a posturas que deveria ter sido tomada, quais as implicações e proporções que tal atividade exerce em momentos de crise.
Hipótese
Para debater as hipóteses necessárias para o problema acima proposta a respeito do caso estudado, precisamos conceituar hipótese, que pode ser definida segundo Silva, 2005 como: 
Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planejamento dos procedimentos metodológicos necessários à execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa estará voltado para a procura de evidências que comprovem, sustentem ou refutem a afirmativa feita na hipótese. A hipótese define até aonde você quer chegar e, por isso, será a diretriz de todo o processo de investigação. A hipótese é sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto. (SILVA, 2005)
A primeira hipótese levantada diz respeito ao anseio de se publicar algo o mais breve possível em uma situação de crise, na era digital as informações chegam a todo momento numa velocidade cada dia maior e quaisquer informações incorretas podem ter a mesma proporção ou até mesmo maior que a noticia original ou verídica, nesse sentido, Segundo Paula et al 2010 podemos classificar os meios de comunicação que propagam informações rapidamente em: 
Blogs: diários eletrônicos personalizados em que o(s) usuário(s) pode personalizar seu espaço e, em alguns casos, quem pode ter o acesso às informações contidas no blog. Podem também se apresentar na forma de micro blogs, que se diferenciam pela sua plataforma mais simples e pela limitação de tamanho; Motores de Busca: programas feitos com objetivo de recuperar a informação armazenada na web; Fóruns de discussão: ambientes elaborados para promover discussão dentro de uma comunidade que na maioria dos casos possui um interesse ou atividade em comum; Redes Sociais: uma forma de comunicação virtual e de se relacionar com outros usuários da rede. É a fonte de informação que mais cresce na internet e com frequência tende a se integrar ou ter seus aspectos incorporados a outras fontes; Websites: conjunto de páginas e hipertextos acessíveis reunidos com um objetivo específico que em grupo compõe a World Wide Web; Portais de conteúdo e agregadores de links: pontos de acesso para agrupamento e distribuição de outros websites para assuntos diversos e novidades da rede; Plataformas de compartilhamento de vídeo: modalidade oferecida por certos websites que permite a seus usuário divulgar e compartilhar vídeos. Alguns proporcionam o serviço de streaming (PAULA et al 2018) 
Podemos observar que as fontes acima supracitadas tem como característica comum a velocidade na qual a informação pode se espalhar, essa velocidade não pode ser controlada apenas pela assessoria de imprensa, ao exposto, uma das hipóteses levantadas é que a informação errada circulou de maneira muito velozmente através da internet de modo que ficou difícil para a assessoria de impressa voltar atras e da a notícia correta uma vez que a notícia por sua relevância tomou proporções de larga escala alcançando diversas pessoas no país interior em questão de minutos.
Objetivo geral e específico
Objetivo geral pode ser definido conforme Fagundes (2008) como: “O Objetivo Geral é exatamente aquilo de mais importante que o pesquisador pretende atingir, uma vez terminada a sua pesquisa. É sua a finalidade primordial. É o resultado indispensável que ele quer obter.” (Fagundes, 2008). 
A partir da definição supracitada, podemos definir que o objetivo geral do presente projeto de pesquisa é realizar uma analise para constatar se houve erro na comunicação entre a assessoria de imprensa da cantora Marilia Mendonça no momento de noticiar se a cantora estava viva ou morta no momento do acidente aéreo envolvendo a mesma no dia 5 de novembro de 2021. Essa a pergunta central desse projeto de pesquisa. 
Segundo Cervo e Bervian (2002) pode-se definir objetivo específico como: 
definir objetivos específicos significa aprofundar as intenções expressas nos objetivos gerais, as quais podem ser: mostrar novas relações para o mesmo problema e identificar novos aspectos ou utilizar os conhecimentos adquiridos para intervir em determinada realidade. “Na definição dos objetivos deve-se utilizar uma linguagem clara e direta como: meu objetivo com esta pesquisa é...” (CERVO E BEVIAN, 2002)
Seguindo a linha de raciocínio dos autores supracitados os objetivos específicos do presente trabalho podem ser definidos como: 
Entender como o profissional que atua as relações públicas pode atuar junto as redes socia;
Como a velocidade das redes socias interferiram na noticia da morte de Marilia Mendonça. 
Metodologia
Para a realização do presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica em banco de artigos científicos como o google acadêmico, scielo e portal de periódicos da CAPES, qual fora foi filtrado os artigos, teses, dissertações sobre as seguintes temáticas: “Metodologia cientifica”; “Relações públicas”; Assessoriade impressa”; “Velocidade na divulgação de notícias falsas” para realizar o filtro foi selecionados os textos que se encaixaram na proposta aqui debatidas, como outro critério de seleção foi selecionados os textos mais recentes que abordam os temas supracitados. 
 Podemos conceituar pesquisa bibliográfica de acordo com Boccato 2006: 
a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação. (PIZZANI apud BOCCATO 2006)
Para a elaboração do presente trabalho, foi consultados artigos que veicularam na impressa através de sites, blogs e redes socais, além da mídia tradicional que veiculou a noticia acerca da morte de Marília Mendonça. 
Nesse sentido, foram elencados nessa pesquisa, aproximadamente cerca de 15 artigos científicos acerca dos temas mencionados entre notícias de sites / grande mídia além das pesquisas em bancos de dados de artigos científicos. 
Justificativa
O papel da assessoria de impressa é de extrema importância para manter o relacionamento entre duas partes interessados em algo, no caso analisado, a importância da boa comunicação para entre as partes podem gerar uma comunicação mais fluida de modo que a informação ou notícia seja vinculada da maneira mais rápida e assertiva o possível, podemos definir a importância da assessoria de impressa segundo Sartor e Baldessera (2011): 
pode-se compreender por que o assessor se torna mais importante para o jornalista na medida em que atua como facilitador ou coprodutor da notícia, reduzindo o tempo e o esforço dedicados à apuração de dados ou à produção de uma matéria/reportagem. Vale notar, ainda, que o assessor tende a atuar desse modo por razões estratégicas, isto é, ao ser tomado como “parceiro” do jornalista, ao angariar sua simpatia, tem mais chances de ampliar a visibilidade de seu assessorado (SARTOR E BALDESSERA, 2011)
Podemos entrar na questão entre o conflito entre jornalistas e a assessoria de impressa, onde muitas vezes temos conflitos acerca da informação entre essas duas partes, onde a assessoria de impressa pode modificar ou alterar a informação em benefício do contrate assim como relata Sartor e Baldessera (2011): 
No imaginário do jornalista, portanto, a Assessoria de Imprensa tende a ser útil quando se adapta aos seus interesses e objetivos, mas parece ser negativamente avaliada quando prioriza a defesa do assessorado em detrimento de certos princípios do jornalismo, como a imparcialidade e o livre acesso ou a livre circulação de informações (SARTOR E BALDESSERA, 2011)
Se fossemos observar a questão a luz dos autores citados podemos observar que há certo conflito de interesses em relação as partes envolvidas no conflito das informações, sendo um excelente objeto de estudo. 
Referencial teórico
Segundo Chinem (2006) a assessoria de imprensa vai trabalhar com a comunicação empresarial, a assessoria da imprensa visa justamente administrar as informações nesse ambiente empresarial. 
A assessoria de impressa desenvolve diversas funções dentro do ambiente corporativo, onde ela vai exercer um papel estratégico segundo Chinem.
Segundo theaker, 2004, a assessoria de imprensa tem o seguinte papel: 
o propósito da assessoria de imprensa não é distribuir press releases ou manipular pedidos de informação dos jornalistas, nem gerar uma pilha de recortes de imprensa. O verdadeiro propósito é aumentar a reputação de uma organização e dos seus produtos, assim como influenciar e informar o público-alvo (Theaker, 2004)
Segundo Howard 2004 a assessoria de imprensa Trata-se de um negócio pessoa-com-pessoa. A assessoria de imprensa executa-se com os jornalistas, editores e fotojornalistas, não com os jornais, as estações de televisão, os microfones de rádio e os websites (Howard, 2004).
Outro ponto que podemos elencar para a construção do presente trabalho é a relação entre a noticia e como ela é vinculada na mídia, a respeito disso temos: 
A criação das notícias é sempre uma interação de repórter, diretor, editor, constrangimentos da organização da redação, necessidade de manter os laços com as fontes, os desejos da audiência, as poderosas convenções culturais e literárias dentro das quaisos jornalistas frequentemente operam sem as pensar (Schudson, 1988).
Logo, para a construção desse trabalha, é necessário ter esses conhecimentos em mente uma vez que o caso estudado tem relação com todos os pontos supracitados. 
Resultados e discussão
A assessoria de imprensa responsável pela cantora Marilia Mendonça, a “Textos + ideias”, afirmou que a cantora juntamente com os passageiros do avião estavam todos vivos e que foram resgatados com vida, porém informação foi desmentida posteriormente pelo corpo de bombeiros local que atendeu a chamada sobre a acidente que vitimou todos os passageiros. 
Para realizar a correção das informações a assessoria de impressa da cantora soltou a seguinte nota: 
Em conhecimento do acidente, a assessoria de imprensa da artista buscou informações de fontes confiáveis. Estas informaram que estaria tudo bem e que todas as pessoas estavam sendo conduzidas ao hospital, somente para realizar procedimento padrão. Passados menos de 20 minutos, as mesmas notificaram a equipe sobre a fatalidade. A notícia foi repassada, primeiramente, aos familiares das vítimas. Vale ressaltar que todas informações foram disponibilizadas sempre baseadas em fontes confiáveis. Em nenhum momento o equívoco foi intencional, sempre prezamos pela ética profissional e moral (TEXTOS + IDEIAS, 2021)
Podemos observar o papel de importância da assessoria de Marilia Mendonça principalmente pela linha do tempo feita pelo portal de notícias G1 que por volta das 16:30 do dia 5 de novembro a assessoria de impressa afirmou que havia ocorrido um acidente com a aeronave da cantora mas que todos os envolvidos estavam resgatados e passavam bem, a impressa do G1 procurou o corpo de bombeiros 20 minutos depois o contato com a assessoria e eles não puderam confirmar a informação, 45 minutos após o primeiro contado, a impressa do g1 voltou a realizar contato com a assessoria que voltou a afirmar que a cantora passava bem. Somente 1:15 minutos após o primeiro contato com a impressa que a assessoria realmente deu a notícia que a cantora havia falecido devido ao acidente envolvendo seu avião. 
Com a velocidade com qual as informações são disseminadas na era digital, a notícia quando chega ao público ela se dissemina muito rapidamente gerando uma grande confusão onde a grande mídia noticiava a morte da cantora enquanto nas redes socias, influenciadas pela a assessoria de impressa publicavam que a cantora estava bem gerando um conflito entre a grande mídia e as redes socias, como podemos observar na imagem 01. 
Imagem 01: Informação errada
Fonte: Twitter
A disseminação de notícias falsas sempre existiu, porém com o advento das redes socias e dos sites de notícias, as informações viram cliques e que geram lucros para a empresa, podemos observar esse fenômeno segundo Barbosa (2019): 
Outra característica marcante do jornalismo online é a instantaneidade das informações que são divulgadas na web. A rapidez em divulgar a notícia acirra a concorrência entre os sites de notícias. O “tempo real”, ganhou espaço para a informação em primeira mão. Com advento da web 2.0 as pessoas passaram a produzir conteúdo que são postados nas redes sociais ou enviados para os sites de notícias. (BARBOSA, 2019)
A repercussão da notícia se deu de modo muito velozmente e em poucos minutostodas as pessoas estavam confusas sobre o verdadeiro estado de saúde da cantora ocasionada por essa falha na comunicação e na disseminação veloz das notícias. 
Conclusão
Podemos concluir com base nos documentos acessados e nas matérias lidas acerca da morte da cantora Marilia Mendonça que houve grave falha na comunicação entre a assessoria de impressa e a grande mídia na qual o conflito de interesses e o furo jornalístico juntamente com a rapidez na disseminação da informação que a assessoria de impressa cometeu grave erro ao soltar uma nota informando que todos os passageiros da aeronave estavam seguros sendo que a notícia não tinha procedência verídica. 
O caso analisado nos trás a luz a importância que o assessor de impressa desempenha em momentos como esse, onde a quaisquer informações tem grande potencial para ser disseminada rapidamente, cabe a esse profissional apurar por fontes confiáveis todos os fatos ocorridos antes de publicar algo a respeito do assunto. 
.
Referências 
BARBOSA, Maria Luciene Sampaio; SANTI, Vilso Junior. A intencionalidade nas notícias falsas: a nota de repúdio como estratégia de defesa do jornalismo na era das fakes news. Aturá-Revista Pan-Amazônica De Comunicação, v. 3, n. 3, p. 93-109, 2019.
DA SILVA, Edna Lucia; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. UFSC, Florianópolis, 4a. edição, v. 123, 2005.
DE PAULA, Lorena Tavares; DA SILVA, Thiago dos Reis Soares; BLANCO, Yuri Augusto. Pós-verdade e fontes de informação: um estudo sobre notícias falsas. Revista Conhecimento em Ação , v. 3, n. 1, pág. 93-110, 2018.
DUARTE, Jorge. Assessoria de imprensa no Brasil. Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: teoria e técnica, v. 3, p. 51-75, 2002.
FAGUNDES, Antônio Jayro da Fonseca Motta. Cuidados para a formulação dos objetivos de pesquisa. Revista Educação-UNG-Ser, v. 3, n. 1, p. 73-81, 2008.
LOPES, Poliana. A Importância da Assessoria de Imprensa nos Órgãos Públicos: O Caso da Prefeitura de Feliz. 2010.
PIZZANI, Luciana et al. A arte da pesquisa bibliográfica na busca do conhecimento. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 10, n. 2, p. 53-66, 2012.
SARTOR, Basilio Alberto; BALDISSERA, Rudimar. Assessoria de imprensa imaginada. Comunicação & Sociedade, v. 32, n. 55, p. 59-81, 2011.
SCHUDSON, Michael. Porque é que as notícias são como são. Comunicação e Linguagens, v. 8, p. 17-27, 1988.
Theaker, Alison. O manual de relações públicas. Routledge, 2013.