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Megaesôfago e Acalasia Autor: Pedro V.F. Medrado INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA - O megaesôfago e a acalasia (AC) são distúrbios da motilidade do esôfago (DME) que podem ser divido em distúrbios da musculatura estriada e da musculatura lisa. · Distúrbios da musculatura estriada – alterações da faringe e/ou esfíncter esofágico superior · Distúrbios da musculatura lisa – corpo esofágico e esfíncter esofágico inferior (EEI). Além disso podem ser subdivididos em primários e secundários · Primários – alteração motora esofágica é propriamente dita como manifestação da doença. · Acalasia idiopática – Ausência de relaxamento, assim como há ausência de peristaltismo no corpo esofágico, de causa idiopática ou chagásica (secundária). · Espasmo esofágico difuso · Esôfago hipercontrátil – Esôfago “em quebra nozes”, EEI hipertenso; · Esôfago hipocontrátil – Motilidade esofágica ineficaz, EEI hipotenso. · Secundários – se a doença de base é sistêmica e o comprometimento esofágico é apenas uma de suas manifestações. · Doença de Chagas – Megaesôfago – AC de origem chagásica · Colagenoses – Esclerose sistêmica progressiva; Lúpus; Síndrome de Sjögren; Dermatomiosite. · Diabetes melito · Hiper e hipotireoidismo - Carlos Chagas (1909) – descoberta da tripanossomíase americana - Carlos Chagas (1916) – “mal do engasgo” teria ralação com a infecção por T. cruzi · Futuras teorias que se seguiram que fortaleceram a tese de Chagas · Lesões no plexo mioentérico não só no esôfago, mas em todo tubo digestivo no megaesôfago de origem chagásica. · Reação de fixação do complemento positiva em mais de 90% dos pacientes c/ megaesôfago. · Transmissão pelo inseto hematófago – Triatoma infestans – “barbeiro”, “chupão”, “procotó” e outros. · Transmissão vertical – da mãe para o filho · Transmissão nos transplantes de órgãos e tecidos - AC idiopática é incomum – 8 a 14% das causas de disfagia nos países que não existe a doença de Chagas. · Distribuição quanto ao sexo é praticamente igual (fora do Brasil – a forma chagásica é mais encontrada em homens), podendo ser encontrada em qualquer idade, porém é diagnosticada dos 30 aos 60 anos principalmente. - No Brasil (HU-UFRJ): maior concentração na 5ª década de vida (43 anos), predomínio no sexo feminino. - Áreas endêmicas para Chagas – 16 a 18 milhões pela OMS, mas no Brasil está em descenso. - Esofagopatia (prevalência no Brasil): em média de 8,8%, com 3% da forma ectásica. · Predomínio do sexo masculino, encontrado em todas faixas etárias com maior predominância entre os 20 a 40 anos. - No Brasil há um predomínio da AC chagásica (DME da musculatura lisa secundária) com as áreas mais acometidas – Góias, São Paulo, Bahia e Minas Gerais. FISIOPATOLGIA E ETIOPATOGENIA Acalasia idiopática (AC) · Não tem uma etiologia conhecida, nem causas genéticas podem sustentar a hipótese. · Fator infeccioso como agente desencadeante da AC idiopática – semelhante fisiopatologia com a AC chagásica Desnervação esofágica, degeneração de fibras aferentes vagais e do núcleo dorsal motor do vago. · Outras possíveis causas: doença de Parkinson e ataxia cerebelar, exposição a toxinas (iperite – gás de guerra). · Teoria imunológica – ou doença autoimune – talvez seja a mais explicativa · Infiltrado de linfócitos T entre as células mioentéricas. · Presença de antígenos de histocompatibilidade da classe II, com prevalência de anticorpos antiplexo mientérico – causa autoimune. Acalasia chagásica (AC chagásica) · Forma Amastigota do T. cruzi na musculatura do esôfago – desnervação em vários níveis e de maneira irregular ao longo do tubo digestivo. · A redução do número de células nervosos e na fisiologia motora é maior no esôfago (megaesôfago) e no cólon (megacólon). · Destruição neurotóxica · Resulta da liberação de substâncias neurolíticas da forma Amastigota, ocorrendo a destruição na fase aguda da doença · Repercussões em meses ou anos · Destruição autoimune · Liberação de antígenos pela forma amastigota, sensibilizando células neuronais, com consequente resposta imunológica com liberação de autoanticorpos contra as células sensibilizadas e destruição. · Presença de anticorpos antineurônios e antimiocárdio no soro de pacientes portadores de doença de Chagas. · Desnervação esofágica, degeneração de fibras aferentes vagais e do núcleo dorsal motor do vago. Tanto a causa idiopática quanto a chagásica, por resultarem na desnervação esofágica, o relaxamento do EEI ou é ausente ou é incompleto, isso resulta de: · Perda de neurônios inibitórios do plexo que contém neurotransmissores óxido nítrico (ON) e peptídeo intestinal vasoativo (VIP). · Perda da peristalse, ou aperitalse – perda do gradiente de latência ao longo do corpo esofágico – processo mediado pelo óxido nítrico que com o passar do tempo vai se dilatando e surgindo o megaesôfago. · Perda da coordenação entre o sistema nervoso, musculatura lisa, células intersticiais de Cajal e neuromediadores. Se a via excitatória colinérgica está preservada, e os mecanismos inibitórios estão ausentes, teremos um aumento da pressão basal do EEI. · Hipersensibilidade da musculatura esofágica – ação de substâncias como a metacolina e betanecol (colinérgicos diretos – estimulo de receptores da via excitatória) em ambas formas de AC. Existem diferenças quanto ao padrão de desnervação entre as formas de AC. · AC idiopática · Desnervação pré-ganglionar · Hipersensibilidade do EEI à gastrina · Aumento da pressão basal do EEI · AC chagásica · Hiposensibilidade à gastrina em relação a AC idiopática · Pressão do EEI é menor que na AC idiopática · Anormalidades nas vias inibitórias, mas também nas vias excitatórias (que aumentam a pressão basal). DIAGNÓSTICO É suspeitado com história clínica + esofagografia, e confirmado com esofagomanometria (padrão-ouro). A EDA é usada para excluir lesão orgânica. Quadro clínico · É uma doença crônica de longa duração, com queixas de até 50 anos · O tempo médio de sintomas antes do diagnóstico é em torno de 3 a 5 anos · A queixa mais comum é a disfagia inicialmente intermitente e depois lentamente progressiva. · Pode-se apresentar como uma disfagia paradoxal, ou seja, apenas para líquidos. · A disfagia é percebida no terço distal da região retroesternal, alguns pacientes referem a nível de fúrcula. · No ato de ingerir grande quantidade de líquidos, estes podem retornar ‘até pelo nariz’, gerando engasgo e desconforto. · As regurgitações ocorrem com frequência de 80% (clara de ovo por estase salivar). · No avançar da doença, o doente regurgita alimentos, até horas após a ingestão, principalmente à noite – tosse*, engasgo, sensação de sufocação, despertando o paciente. · Alguns podem acordar com o travesseiro manchado de líquidos ou secreção com restos alimentares, e inclusive podem evoluir para pneumonia de repetição. · A perda de peso é referida por 70 a 80%, mas a maior parte consegue conservar o estado geral, com adaptação da dieta à disfagia. · Doentes com idades avançadas com rápido emagrecimento, é preciso pensar em diagnóstico diferencial de câncer e de fundo gástrico. · 2 a 4% dos casos de AC de longa duração evoluem com carcinoma epidermiode de esôfago. · Dor torácica é presente em 10 a 60% dos casos nas fases inicias – diagnóstico diferencial de dor anginosa · Retroesternal que irradia para mandíbula, surge espontaneamente e melhora com ingestão de líquidos (gelados) e com eructação. · Pode preceder a disfagia por meses ou anos. · Pirose é presente em 27 a 48% dos casos, muitas vezes relatada no início da doença precedendo a disfagia. · É atribuída à estase e fermentação alimentar no interior do esôfago, tornando o resíduo ácido (rico em ácido lático) em contato com a mucosa esofágica. · Tosse noturna* presente em cerca de 20% dos casos, não raramente é acompanhada de infecção respiratória. · Sialorreia em grande quantidade é um sintoma menos comum, surgindo durante a alimentação, acompanhando a disfagia ou a dor torácica. · Na causa chagásica, advém da hipertrofia das glândulas salivares, em especial a parótida · Desnervação resulta emuma hipertrofia e hiperatividade funcional, isso porque a estase alimentar e a irritação constante da mucosa esofágica exacerbam o reflexo esôfago-salivar de Roger. · Soluços ou singultos podem ser observados na fase inicial da esofagopatia, durante a alimentação, acompanhando a disfagia. · Raramente são de longa duração, com crises de dias ou semanas, e costumam desaparecer ou atenuar com o TTO da disfagia. · Constipação intestinal está associada a alimentação inadequada, pobre em fibras devido a disfagia e ajuste das consistências alimentares e sua intensidade. · Na causa chagásica a constipação ocorre devido ao megacólon · Não há uma diferença no quadro clínico de paciente com AC chagásica e idiopática, embora a constipação é mais intensa nos chagásicos. · O exame físico é pobre, evidencia o emagrecimento e sinais de desnutrição em alguns. · Inspeção – aumento do diâmetro da face por hipertrofia das parótidas, algo incomum em pacientes com AC chagásica. · Palpação – fecaloma palpável no quadrante inferior esquerdo do abdome associado a megacólon (chagásica) · Alterações cardiovasculares – causa chagásica Métodos complementares Os dados epidemiológicos são de grande importância, e precedem a avaliação laboratorial. · Por exemplo, se o paciente tiver história epidemiológica positiva, o tal deve ser submetido mais de um teste caso o primeiro dê negativo. · Basicamente, três exames devem ser solicitados, em caso de eventualidade. Reações sorológicas (se usa mais o Machado Guerreiro e a imunofluorescência ind) · Reação de fixação de complemento ou reação de Machado Guerreiro · 1º método usado para detecção da infecção pelo T. cruzi, a ainda hoje é bem utilizado. · Sensibilidade de 90% · Desvantagem – reação cruzada (falso-positivos) com leishmaniose, hanseníase, sífilis, malária e doenças do colágeno · Reação de imunofluorescência indireta · Mais sensível das provas sorológicas para doença de Chagas – sensibilidade de até 100% · É de fácil execução · Reagentes padronizados – uniformidade e positividade precoce · Reação de hemaglutinação indireta · Tem grande sensibilidade e especificidade, é de fácil execução. · Falsos-positivos podem ser contornados por diluição · Ensaio imunoenzimático (ELISA) · Fácil execução, pouco dispendioso e é automatizado para um grande número de amostras. · Xenodiagnóstico · Pesquisa do parasita no conteúdo intestinal e nas fezes dos vetores, após alimentá-los com o sangue dos pce contaminados. Avaliação esofágica · Esofagografia – estudo radiológico · Tem alta especificidade quanto associado com EM · É incomum um paciente com AC apresente um estudo radiológico inteiramente normal · Achados sugestivos de AC: · Retardo do meio de contraste · Ausência de peristalse do órgão com ou sem contrações terciárias · Junção esôfago-gástrica (JEG) afilado em aspecto de “rabo de rato” ou “bico de pássaro”. · Diferentes graus de dilatação esofágica · Classificações de megaesôfago – a maioria dos pacientes se apresentam nas formas não avançadas (graus I e II), os graus III e IV são as formas avançadas · Classificação radiológica de Ferreira-Santos (1961) · Grau I – dilatação moderada, < 4cm + incoordenação motora e retenção do meio de contraste; · Grau II – dilatação entre 4 e 7 cm; · Grau III – dilatação > 7cm, sem tortuosidade; · Grau IV – dilatação >7cm + tortuosidade e grande retenção do meio de contraste. · Classificação de Rezende (1982) · Grau I – diâmetro do esôfago normal, com trânsito lento e coluna retida de meio de contraste de nível plano; · Grau II – pequena/moderada dilatação, retenção evidente da coluna baritada e contrações terciárias; · Grau III – grande dilatação do órgão, grande retenção do meio de contraste, hipotonia ou atonia; · Grau IV – grande dilatação com tortuosidade (dolicomegaesôfago). · Endoscopia digestiva alta (EDA) · Serve para exclusão de alteração orgânica como causa da disfagia, e eventualmente serve para diagnóstico de complicações da AC. · A avaliação da disfagia começa por uma EDA, depois em caso de normalidade se segue para uma EM ou um estudo de radiologia. · A mucosa na AC geralmente é normal, exceto nas situações e estase alimentar e esofagite da mucosa. · A JEG pode se encontrar fechada – dificuldade na progressão do aparelho · Uma dificuldade excessiva levanta possibilidade de infiltração tumoral (pseudoacalasia). · Caso não fique esclarecido pela EDA, parte-se para uma USG endoscópica precoce. · Líquidos ou resíduos alimentares no interior do esôfago – sugere o diagnóstico (em jejum) · Estágios avançados – dilatação e/ou tortuosidade esofágica. · Diagnósticos diferenciais · Disfagia rapidamente progressiva + perda de peso – suspeita de carcinoma epidermoide de esôfago como complicação da esofagite de estase secundária à AC. · Monilíase esofágica – baixa imunidade (pela desnutrição) e estase c/ esofagite – infecção fúngica. · Esofagomanometria (EM) · É o método padrão-ouro para o diagnóstico de AC · Confirma o diagnóstico sugerido pela EDA e/ou esofagografia · Objetivos: avaliar o relaxamento e a pressão do esfíncter esofágico inferior (PEEI) pré e pós-tratamento, além de orientar o posicionamento do cateter de pHmetria prolongada. · Achados importantes da AC · Falta de relaxamento; OU · Ocorre quando não existe queda da PEEI após a deglutição. · Relaxamento incompleto do EEI; · Quando a PEEI cai em relação à PEEI basal, mas não atinge valor menor que 8 mmHg. · Aperistalse do corpo esofágico. · pHmetria esofágica prolongada (pHm) · Não é um exame habitualmente solicitado, e pode ser usado para diagnóstico diferencial de algumas manifestações clínicas encontradas. · Sensação de refluxo retroesternal e queixa de pirose – refluxo gastroesofágico (RGE) complicação frequente no TTO cirúrgico e no TTO por dilatação pneumática. · A pHmetria na maioria dos pacientes com AC não tratada demonstra refluxo fisiológico mínimo ou ausência completa de episódios de refluxo – pHmetria negativa. · É sugerida a realização de pHmetria prolongada pelo menos no período pós-procedimento, com objetivo de diagnóstico do RGE verdadeiro: · Antes de manifestações clínicas mais exuberantes ou surgimento de esofagite; · Enfatiza-se tal recomendação, principalmente naqueles com PEEI abaixo de 10 mmHg na manometria pós-procedimento. · Manometria de alta resolução (MAR) · Inúmeros sensores de pressão fazendo o registro das pressões intraluminares em um contínuo espacial ao longo de todo o esôfago. · Categorização da AC · Tipo I – AC com mínima pressurização, ou acalasia clássica – é o que melhor responde a qualquer tratamento (Botox, DPC ou cirurgia) · Tipo II – AC com compressão esofágica – resultados intermediários ao TTO · Tipo III – AC com espasmo – é o que responde pior ao tratamento · Ultrassonografia intraluminal de alta frequência (USIAF) · Método que permite a avaliação da espessura da parede esofágica, acoplada a um registro manométrico simultâneo. · O espessamento costuma ser maior na AC idiopática do que na AC chagásica, e ambas são maiores do que na esofagopatia chagásica. TRATAMENTO Objetivos: · Aliviar os sintomas; · Melhorar ou aliviar o esvaziamento esofágico; · Prevenir o desenvolvimento de megaesôfago e suas complicações. Todas as opções terapêuticas, com exceção da esofagectomia, objetivam diminuir a pressão o EEI (PEII), a fim de desobstruir o alimento, e facilitar o esvaziamento do esôfago. Medicamentos · Nitratos e antagonistas dos canais de cálcio · São medicamentos empregados no TTO clínico, e são administrados em todos pacientes que tolerem o uso – servem para diminuir a PEEI · Nitratos (dinitrato de isossorbida 5 a 10 mg/dia) · Via sublingual, aumentam a concentração de óxido nítrico nas células musculares lisas. · Reduzem a PEEI dentro de 15 minutos e seus efeitos persistem por até 90 minutos. · Antagonistas dos canais de cálcio – nifedipinio (BBC di-hidropiridínico) 10 a 30 mg/dia · Inibem a musculatura lisa, e agem por 30 minutos após administração sublingual. · 49 a 90% dos pacientes melhoram os sintomas com uso dessas medicações. · Efeitoscolaterais dos medicamentos – cefaleia, tontura e edema em MMII, o que limita seu uso. · Taquifilaxia, ou tolerância, ao uso prolongado Toxina botulínica (BoTox) · Potente inibidor da acetilcolina, de ação excitatória no tônus do EEI. · É usado por via endoscópica com injeções para redução dos sintomas do paciente, da pressão o EEI e do diâmetro esofágico. · Técnica: 20 a 25 U injetados em cada um dos quatro quadrantes da região do esfíncter inferior. · Efeito limitado – tempo de ação curto, e índice de recorrência maior que 50% em alguns meses. · A ação da medicação dura em média cerca de 6 meses · Melhores candidatos à toxina BoTox: · Idosos com comorbidades e pacientes de alto risco cirúrgico · Falha no TTO cirúrgico · Falência na resposta a múltiplas dilatações em pacientes com risco cirúrgico alto · Dilatação pneumática com perfuração · Associação com divertículo epifrênico. · Geral da indicação: idoso com alto risco cirúrgico e que não pode ser submetido à DPC ou cirurgia. Dilatação pneumática da cárdia (DPC) · É o TTO conservador definitivo mais frequentemente empregado no TTO da AC · Objetivo: romper as fibras musculares do EEI, reduzindo a pressão e a obstrução funcional do esôfago. · Atualmente, os dilatadores mais usados são do tipo Rigiflex feitos de polietileno com marcador radiopaco, disponíveis nos calibres de 30,35 e 40 mm. · Vantagem – baixa complacência, o diâmetro máximo com insuflação é previsível, pois a tentativa de exceder o diâmetro resulta em ruptura. · São introduzidos no esófago e posicionados na JEG, e inflados com ar até que ocorra a dilatação do EEI. · Fluoroscopia – usada para guiar o posicionamento do bolão, mas não é indispensável, pois a EDA permite avaliar a localização adequada. · Índice de sucesso da DPC é de 70 a 95%. · Fatores que predizem melhor resposta às dilatações: · Idade avançada; · Doença de longa duração; · Sexo feminino; · Queda da PEEI para metade do valor pré-procedimento ou para <10mmHg. · Fatores preditores de resposta insatisfatória da DPC: · Presença de PEEI pré-procedimento >30 a 50 mmHg; · Calibre esofágico maior que 3 cm no esofagograma; · Sexo masculino; · Presença de sintomas pulmonares. · A DPC é um método seguro com morbidade e mortalidade baixas; · É um método que pode ser utilizado antes ou depois de outros procedimentos, sem prejudicar a resposta deles. · Complicações: · Perfuração do esôfago e sangramento na região da dilatação – 1,3% dos casos · Hematoma intramural, divertículos da cárdia, dor torácica prolongada pós-proc e febre – raros. · RGE pós procedimento – como todo em torno de 4 a 8% dos pacientes Cirúrgico · Técnicas conservadoras – esofagomiotomia – como a de Heller · Consiste na secção das camadas musculares (longitudinais e circulares) do esôfago distal (6-8 cm) e da cardia (2-3 cm), geralmente associado a um procedimento anti-refluxo (fludoaplicadura – Fp). · A via de escolha é a laparoscópica e um dos procedimentos mais empregados é a miotomia de Heller com Fp de Dor. · Complicações são raras na Heller c/ Fp, mas pode ocorrer: · Perfuração esofágica · Mediastinite · Gas/bloat síndrome – dificuldade de eructação, geralmente associada a Fp apertada e frequentemente autolimitada. · RGE – pode acometer 6 a 13% dos casos, e 36% sem a Fp · A fundoaplicadura é um importante fator para diminuição desta complicação no pós-op. · A Fp total está associada a disfagia no pós-op, por isso se faz mais a parcial. · Técnicas invasivas – esofagoplastias e esofagectomias · Se houve falha no tratamento cirúrgico inicial, que pode ser resolvido com nova miotomia, estão indicadas: · As ressecções esofágicas (esofagectomias); OU · Esofagoplastias (Thal-Hatafuku e Serra Doria). · Raramente são usadas como primeiro tratamento do megaesôfago muito avançado - Grau IV de Rezende – dolicomegaesôfago. · Os resultados da cirurgia são melhores, em geral, mais duradouros do que os obtidos com a dilatação. · A cirurgia, combinada com o procedimento antirrefluxo, foi o tratamento mais eficaz. Entre DPC x Cirurgia Ambos procedimentos apresentam vantagens e desvantagens, e o melhor método é aquele com o qual o Serviço tem mais experiência, e acredita-se que a conduta deve ser individualizada, baseada nas características e vontade do paciente. Miotomia é o tratamento de escolha em pacientes jovens com bom risco cirúrgico. DPC é indicada em pacientes idosos com alto risco cirúrgico ou que não querem se submeter a procedimentos invasivos.
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