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PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO- PULPAR O COMPLEXO DENTINA-POLPA: ➢ Esmalte: camada protetora da dentina; ➢ Dentina-polpa; ➢ Polpa → funções: o Formativa: produz a dentina pelos odontoblastos; o Protetora: contém os nervos que conferem sensibilidade; o Nutritiva: nutre a polpa e dentina; o Reparadora: dentina 3ª produzida a partir de uma agressão. POLPA → FUNÇÕES FORMATIVA E REPARADORA: ➢ Dentina 1ª: forma o dente; ➢ Dentina 2ª: toda a dentina que compõe o dente; ➢ Dentina 3ª ou reparadora: evita que a agressão chegue à polpa, assim os túbulos dentinários são obstruídos e em menor número, tecido mais mineralizado. ➢ Dente jovem: câmara pulpar mais ampla; ➢ Dente adulto: câmara pulpar menor, devido a maior produção de dentina 2ª. ➢ Dente idoso: dentina envelhecida, atrofiada, menor resposta aos meios externos, diminui a capacidade protetora, menor sensibilidade, menor capacidade nutritiva e reparadora, túbulos dentinários de menor diâmetro e com menor número. Mas, a parte formativa é contínua, ou seja, a polpa sempre produz dentina. ➢ OBS.: Clareamento → pacientes jovens apresentam maior sensibilidade e responde melhor ao procedimento em relação aos pacientes idosos. DENTINA ➢ Parte integrante do completo dentino-pulpar; ➢ Tecido vital com reações de defesa específicas às agressões externas; ➢ Os prolongamentos dos odontoblastos que saem da polpa em direção a dentina no interior dos túbulos dentinários (TD) é chamado de complexo dentino-pulpar; ➢ Estrutura dentinária: o Dentina superficial: mais afastada da polpa, túbulos dentinários de menor diâmetro e em menor número, maior quantidade de dentina intertubular; o Dentina média: maior quantidade de túbulos dentinários e em maior diâmetro em relação a dentina superficial, menor quantidade de dentina intertubular; o Dentina profunda: menor quantidade de dentina intertubular, maior quantidade de túbulos dentinários e com maior diâmetro (presença de odontoblastos e seus prolongamentos saindo da polpa em direção a dentina). ➢ Tais diferenças na estrutura dentinária trás mudanças no grau de sensibilidade de dor do paciente. Além disso, interfere também na adesão: o A adesão é melhor na dentina superficial, porque apresenta menos água, já na dentina profunda é mais difícil controlar a quantidade de água, devido à proximidade com a polpa e os TD de maior diâmetro (maior quantidade de água); o Também interfere no grau de polimerização do sistema adesivo e na quantidade de monômeros residuais (não reagiram) presentes, não sendo biocompatíveis com a polpa, sendo como um agressor para a polpa, podendo levar a sensibilidade pós- operatória, por isso a necessidade da proteção do complexo dentino-pulpar (CDP). ESMALTE X DENTINA: ➢ A dentina é parte integrante do CDP, sendo um tecido vital com reações de defesa específica às agressões externas, através da esclerose tubular; ➢ Esclerose tubular: o Deposição de minerais ao longo e no interior dos TD, resultando em sua oclusão gradual, a fim de impedir que a agressão chegue até a polpa. HISTOPATOLOGIA DA DOENÇA CÁRIE: CÁRIE DE DENTINA: ➢ Camada desorganizada: dentina necrosada, será removida; ➢ Camada infectada: deve ser removida; ➢ Camada afetada: desmineralizada, mas passível de remineralização, ou seja, não deve ser removida; ➢ Camada esclerosada: não se remove, pois é dentina reparadora como tentativa de defesa do organismo. EVOLUÇÃO DA CÁRIE: ➢ A reação dentinária reflete a direção dos prismas de esmalte envolvido que tem a forma de um cone até chegar à polpa. ➢ pH crítico de desmineralização do esmalte (5,5) e dentina (6,2 – 6,7); ➢ A dentina possui maior dissolução do que o esmalte, por ser menos mineralizada, ou seja, sua dissolução é mais fácil pela ação do ácido. TRATAMENTO: FORMAÇÃO DA CAVIDADE ➢ Entretanto quando o biofilme está protegido em uma cavidade, impossibilitando a sua remoção, o processo de cárie tende a continuar; ➢ Se a remoção ou desorganização do biofilme na cavidade (sequela da doença cárie) não for possível, o tratamento restaurador está indicado, a fim de paralisar a lesão de cárie; ➢ Tratar os fatores causais da doença cárie: biofilme e dieta cariogênica. DETERMINAÇÃO DE RISCO X ATIVIDADE DE CÁRIE: ➢ Risco: propensão a doença → alto ou baixo; ➢ Atividade: característica da lesão → ativa ou paralisada. ➢ Importante para definir a forma de ação, controle da doença e a necessidade de restaurações. EXAMES COMPLEMENTARES: ➢ RX interproximal e periapical DECISÃO DE TRATAMENTO BASEADA NO TIPO DE LESÃO DE CÁRIE ➢ Tratamento não-invasivo → sem cavidade → controle de biofilme, uso de fluoretos, selamento ou infiltração resinosa. ➢ Cavitadas → tratamento restaurador atraumático (ART); tratamento expectante e capeamento pulpar indireto ou remoção seletiva de dentina cariada ou remoção parcial da cárie. REMOÇÃO DE TECIDO CARIADO: ➢ Remoção completa em única sessão → cavidades profundas, médias e rasas; ➢ Remoção completa em 2 sessões (tratamento expectante); ➢ Remoção seletiva da dentina cariada → cavidades muito profundas com risco de exposição pulpar. PROTEÇÃO DO CDP: ➢ Proteção pulpar indireta → sem exposição pulpar: o Cavidades rasas; o Cavidades médias; o Cavidades profundas; o Tratamento expectante/remoção seletiva da dentina cariada (cavidades muito profundas, com risco de exposição pulpar) ➢ Proteção pulpar direta → com exposição pulpar: o Capeamento pulpar; o Curetagem pulpar; o Pulpotomia. O QUE OBSERVAR? ➢ Profundidade da lesão em relação a polpa; ➢ Risco ou não de exposição pulpar; ➢ Metade externa ou interna da dentina; ➢ Idade; ➢ Dor? Tipo de dor? → condição pulpar → teste de sensibilidade ao frio/percussão vertical e/ou horizontal → espessamento do ligamento periodontal (RX periapical); ➢ Material protetor?? ALTERAÇÕES PULPARES: ➢ Pulpite aguda reversível → pode tratar e o dente responde bem; ➢ Irreversível → Tratamento endodôntico (TE); ➢ Necrose pulpar. ➢ Tipos de respostas: o Dor de curta duração (segundos) → normal; o Dor prolongada → pulpite reversível (mais tempo após remoção do estímulo); o Dor espontânea → pulpite irreversível → TE; o Ausência de dor ao teste → necrose pulpar → TE; FATORES QUE PODEM AFETAR A POLPA: ➢ Cárie ativa; ➢ Alimentos ácidos; ➢ Hábitos parafuncionais; ➢ Pastas abrasivas; ➢ Preparo cavitário; ➢ Material restaurador/clareador. OBS.: Isso tudo gera sensibilidade e dor pós- operatória; PREPARO CAVITÁRIO: ➢ Irrigação com pressão e volume constantes quando do uso de alta rotação; ➢ Cuidados quanto à pressão das pontas diamantadas e brocas sobre a dentina, tanto em alta quanto baixa rotação; ➢ Quanto maior o calibre da ponta ou da broca, menor pressão sobre a polpa; ➢ O uso de broca “carbide” (lâmina de corte) é menos lesivo ao órgão pulpar → diamantada mais lesiva, mais pressão e calor; ➢ Pontas e brocas novas: maior capacidade de corte e menor atrito. MATERIAL RESTAURADOR: ➢ Infiltração pode afetar a condição pulpar, condutibilidade térmica, galvanismo (correntes elétricas pela ação da própria saliva) e pressão de condensação que pode afetar a polpa (amálgama); ➢ Presença de radicais livres dos sistemas adesivos em cavidades profundas: o Sempre colocar material forrador e sempre avaliar a composição química desses materiais forradores, pois deve ser biocompatível; SENSIBILIDADE E DOR PÓS- OPERATÓRIA: ➢ Profundidade da cavidade em relação a polpa; ➢ Idade → vai responder bem ou não ao tratamento; ➢ Dor? Tipo de dor? → condição pulpar; ➢ Material protetor?? → preservar a polpa. ESCOLHA DO MATERIAL PROTETOR: ➢ Isolante térmico e elétrico; ➢ Suportar forças de compressão; ➢ Biocompatível; ➢ Impermeável;➢ Evitar microinfiltração; ➢ Estimular a formação de dentina formadora; ➢ Cariostático; ➢ Antibacteriano; ➢ Ter adesão a dentina. MATERIAIS PROTETORES INDIRETOS: CIMENTO DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO: ➢ Estimula a formação de ponte dentinária: dentina reacional e reparadora; ➢ Bacteriostático e bactericida; ➢ Não irritante; ➢ Resistência adequada; ➢ Muito solúvel → com a umidade da própria polpa, consequentemente não possui adesão; ➢ Indicado em cavidade profundas e muito profundas; ➢ Ação direta e específica sobre as enzimas → ativação enzimática tecidual → favorece a mineralização; ➢ Inativação de enzimas bacterianas → altera o transporte químico → desestrutura componentes orgânicos e o suprimento de nutrientes → efeitos tóxicos e lesivos a célula bacteriana. CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO: ➢ Liberação de fluoreto; ➢ Ação antibacteriana; ➢ Ação cariostática; ➢ Possui adesão química → coeficiente de expansão térmica semelhante a dentina; ➢ Biocompatível; ➢ Resiliente; ➢ Sensível a técnica; ➢ Indicado em cavidade médias e profundas; ➢ OBS.: dentina esclerótica não tem adesão com resina composta, porque os TD estão obliterados e não há formação da camada híbrida. CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO MODIFICADO POR RESINA: ➢ Maior resistência; ➢ Menor sensibilidade a técnica; ➢ Menor liberação de fluoreto; ➢ Controle do tempo de trabalho → fotopolimerizável; ➢ Indicado para cavidades médias e profundas. SISTEMAS ADESIVOS: ➢ Condicionamento ácido → remoção da smear layer; ➢ Primers + adesivos → camada híbrida; ➢ Boa adesão micromecânica; ➢ Não são biocompatíveis; ➢ Indicado em cavidade rasas e médias. MTA OBSERVAR TIPO DE MATERIAL → SISTEMAS ADESIVOS E CIV: ➢ Proximidade com a polpa; ➢ Controle de umidade da dentina profunda; ➢ Presença de monômeros residuais dos sistemas adesivos ou do ácido da reação do CIV → toxicidade com a polpa; ➢ Adesivos hidrófilos (simplificados) com monômeros residuais → camada semipermeável → nanoinfiltração → adesão a resina composta prejudicada (totalmente hidrófoba); ➢ Sensibilidade pós-operatória; ➢ Reação inflamatória crônica: risco de necrose pulpar. RISCO DE EXPOSIÇÃO PULPAR: ➢ Cavidades profundas ou muito profundas ainda com tecido cariado → tratamento expectante ou remoção seletiva de dentina cariada → estímulo da formação de dentina reparadora/3ª. TRATAMENTO EXPECTANTE: ➢ Remoção total de cárie, mas em 2 sessões: ➢ Desvantagens: o Risco de degradação ou perda do material provisório e consequente progressão da lesão; o Risco de exposição pulpar durante a remoção do material provisório ou escavação final; o Maior tempo e custo, risco de não retorno do paciente; o Desconforto adicional ao paciente; ➢ Indicação: restauração de lesões profundas de cárie com risco de exposição pulpar (lesões localizadas na metade interna da dentina observadas no RX interproximal). ➢ Técnica: o Remoção de dentina infectada até afetada em 2 sessões, de acordo com critério clínico de dureza; o 1ª etapa: remove-se apenas parte da dentina infectada, sela-se a cavidade com curativo (45-60 dias até 6 meses); o 2ª etapa: escavação final até a dentina afetada, obtenção de tecido com consistência de dentina hígida. ➢ Passo a passo: 1- Remoção do tecido cariado com curetas (sem anestesia); 2- Deixar uma fina camada de dentina cariada sem expor a polpa; 3- Colocação de cimento de hidróxido de cálcio; 4- Restauração provisória + RX; 5- Acompanhamento por 45 a 60 dias; 6- Avaliação RX, reabertura, remoção do restante da cárie, proteção pulpar restauração final. REMOÇÃO SELETIVA DE DENTINA CARIADA (1 SESSÃO): ➢ Indicação: restauração de lesões profundas de cárie com risco de exposição pulpar (lesões localizadas na metade interna da dentina observadas no RX interproximal); ➢ Técnica: o Preconiza-se a remoção completa da dentina cariada das paredes circundantes (seguindo o critério de dureza clínica; enquanto que na parede pulpar apenas a dentina infectada é removida parcialmente com uso de instrumentos manuais (curetas); o Uma camada mais espessa de dentina cariada é mantida sobre a polpa, reduzindo o risco de exposição pulpar acidental. ➢ Passo a passo: 1- Remoção total do tecido cariado das paredes circundantes com broca em baixa rotação; 2- Remoção seletiva do tecido cariado da parede de fundo pulpar com colher de dentina, deixar uma camada de dentina cariada; 3- Colocação de cimento de hidróxido de cálcio + CIV + SA; 4- Restauração definitiva (RC) + RX; 5- Acompanhamento RX; 6- Em caso de dor ou alteração radiográfica (espessamento do ligamento periodontal, lesão periapical, aumento da lesão de cárie) – Endo. ➢ Evidências: o Dentina cariada selada, inicialmente amolecida e amarelada, torna-se mais dura e escura após isolamento do meio bucal; o Número de microrganismos diminui drasticamente após selamento; o Observa-se aumento na radiopacidade da dentina cariada deixada sob restauração, indicando ganho mineral; ➢ A remoção seletiva de dentina cariada e a restauração definitiva podem ser realizadas em uma única sessão para o tratamento de lesões profundas de cárie em dentes permanentes, tornado a reabertura da cavidade para escavação final desnecessária. TRATAMENTO CONSERVADOR X PULPECTOMIA: ➢ Tratamento conservador do dente; ➢ Mantém a vitalidade pulpar; ➢ Mantém a sensibilidade do dente; ➢ Sistemas de defesa natural são mantidos; ➢ Permite o desenvolvimento radicular em decíduos; ➢ Permite a cicatrização tecidual; ➢ Menor custo; ➢ Reversível. PROTEÇÃO PULPAR DIRETA → TRATAMENTO CONSERVADORES DA POLPA: ➢ Capeamento pulpar direto: ausência de tecido cariado; ➢ Curetagem pulpar: presença de pouco tecido cariado; ➢ Pulpotomia: grande quantidade de tecido cariado para ser removido. ➢ Procedimentos realizados com finalidade de manter o dente e a polpa na melhor higidez possível. O QUE OBSERVAR? ➢ Teste de vitalidade positivo; ➢ Exame radiográfico OK; ➢ Sangramento normal (vermelho vivo); ➢ Consistência pulpar: resistência ao corte; ➢ Coloração dos remanescentes pulpares: rósea ou avermelhada; ➢ Grau de destruição da coroa dental. CAPEAMENTO PULPAR DIRETO – TÉCNICA: 1- Remoção de tecido cariado completa: exposição pulpar acidental; 2- Água de cal para parar a hemorragia; 3- Secagem da cavidade com algodão estéril; 4- Acomodação do hidróxido de cálcio (pó); 5- Aplicação de cimento de hidróxido de cálcio; 6- Colocação de base de cimento de ionômero de vidro; 7- Restauração; 8- Proservação. CURETAGEM PULPAR – TÉCNICA: 1- Remoção de tecido cariado: exposição acidental e pouco tecido contaminado/trauma coronário; 2- Água de cal para sustar a hemorragia; 3- Corte de parte do tecido pulpar com broca esférica diamantada; 4- Água de cal para sustar a hemorragia; 5- Secagem da cavidade com algodão estéril; 6- Acomodação do hidróxido de cálcio (pó); 7- Aplicação de cimento de hidróxido de cálcio; 8- Colocação de base de cimento de ionômero de vidro; 9- Restauração; 10- Proservação. ➢ Passo a passo: 1- Anestesia; 2- Isolamento absoluto; 3- Remoção cuidadosa de toda dentina cariada e amolecida; 4- Preparo cirúrgico final da área pulpar exposta; 5- Limpeza da cavidade com soro fisiológico; 6- Capeamento direto propriamente dito → Pó de hidróxido de cálcio (fina camada); 7- Cimento de hidróxido de cálcio; 8- Aplicar uma base de CIV; 9- Confeccionar restauração provisória ou definitiva; 10- Radiografar → acompanhar. PULPOTOMIA – TÉCNICA: 1- Remoção de tecido cariado: exposição pulpar na presença de tecido cariado/trauma coronário e dente com rizogênese incompleta; 2- Remoção do teto da câmara pulpar; 3- Remoção da polpa coronária com broca esférica diamantadaou cureta; 4- Água de cal para sustar a hemorragia; 5- Secagem da cavidade com algodão estéril; 6- Acomodação do hidróxido de cálcio (pó); 7- Aplicação de cimento de hidróxido de cálcio; 8- Colocação de base de cimento de ionômero de vidro; 9- Restauração; 10- Proservação. MTA: RESSALVAS AOS TRATAMENTOS CONSERVADORES: ➢ Dificuldade para realizar o TE; ➢ Reabsorção interna; ➢ Necrose pulpar; ➢ Pacientes adultos x terapia conservadora? Indicado para pacientes mais jovens; ➢ Baixo índice de sucesso. ➢ O que observar? o Boa anamnese e exame clínico; o Perfil do paciente (risco de cárie); o RX; o Teste de sensibilidade ao frio; o Fatores oclusais (apertamento e bruxismo); o Alimentação → alimentos ácidos; o Condição pulpar → coloração, consistência e sangramento.
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