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Cap. 2 - Particularidades do exame neurológico da criança 1 Cap. 2 - Particularidades do exame neurológico da criança Anamnese Deve-se avaliar o desenvolvimento neurológico e a presença/ausência de distúrbios até o momento da consulta, além da história familiar. Exame neurológico Deve-se avaliar peso, estatura, PA, perímetro cefálico (bem como forma, consistência e estado das suturas e fontanelas), aspectos gerais, em particular a configuração facial e presença de características dismórficas (odor corporal não usual pode indicar doença metabólica; lesões cutâneas, como manchas café com leite, hemangiomas e despigmentação podem indicar facomatose). Atraso no fechamento, após 18 meses, = raquitismo, hipotireoidismo, sífilis congênita, síndromes genéticas, hidrocefalia e osteopatias. Abaulamento acentuado da fontanela = observado em crises epilépticas, meningites, coleções subdurais, encefalites, trombose de seios venosos, hemorragia intracraniana, hidrocefalia, neoplasias intracranianas e hipervitaminose A. Sinal de Macewen/do pote rachado → percussão digital do crânio, no nível dos temporais e parietais, resultado de hipertensão intracraniana com disjunção de suturas, em um som timpânico levemente metálico Ausculta do crânio → criança em posição ereta, utiliza-se a campânula do estetoscópio, aplicada em 6 pontos: globos oculares, fossas temporais, regiões mastoideas ou retroauriculares; utilizado em casos de malformação vascular intracraniana, sopros intracranianos MOTRICIDADE ESTÁTICA → avalia-se posições anômalas, desvios da coluna e deformidades; >4 anos - prova de Romberg MARCHA FORÇA → observação dos movimentos, manobras de contraposição e provas deficitárias, quando possível TÔNUS Cap. 2 - Particularidades do exame neurológico da criança 2 COORDENAÇÃO → manipulação de pequenos brinquedos POSTURAS E MOV. INVOLUNTÁRIOS SENSIBILIDADE → difícil nos primeiros anos; testa-se a superficial e profunda; sensibilidade à dor só é testada em casos de queixa REFLEXOS → bicipital, triciptal, patelar e aquileu; clônus do pé é fundamental; senta-se próximo à criança, com a mão esquerda, segura-se o joelho em semiflexão e, com a direita, realiza-se dorsiflexão e flexão plantar (”pedalar”) até se perceber um clônus; obs.: recém-nascidos e lactentes podem apresentar clônus no pé, mas simétrico e que rapidamente cessa, e reflexo cutâneo plantar positivo (sinal de Babinski) REAÇÕES TRANSITÓRIAS Reação de Moro → colocar a mão esquerda sob a cabeça da criança e deixá-la, de súbito, cair discretamente em relação ao tronco sem, entretanto, tirar a mão debaixo dela ou permitir que haja choque com o leito. A resposta normal consiste na abdução e extensão de todos os segmentos dos membros superiores, seguindo-se de um movimento semelhante a um abraço. Essa reação aparece entre 28 e 32 semanas de gestação, estando presente em todos os recém-nascidos de termo. Deve desaparecer até o 6o mês de vida. Resposta assimétrica ou unilateral indica, geralmente, lesão periférica ou ortopédica (paralisia do plexo braquial, luxação da epífise proximal do úmero, fratura umeral ou clavicular) no lado que se move pouco ou não se move de jeito nenhum. Reação ausente ou levemente esboçada indica, em geral, lesão intracraniana. Sua extinção em lactente com hiperbilirrubinemia é sinal provável de kernicterus. Persistência da reação de Moro além dos 6 meses de idade acusa atraso do desenvolvimento neurológico. Reação de sucção → quando se toca nos lábios do recém-nascido, produzem-se vigorosos movimentos de sucção. Essa reação desaparece por volta do 6o mês de vida. Sua ausência no recém-nascido indica lesão cerebral, salvo no pré-termo de baixo peso e muito deprimido. Reação tonicocervical assimétrica/de Magnus-De Kleijn/reação do esgrimista/do espadachim → obtida pela rotação da cabeça da criança para um dos lados, enquanto a região dorsal do tronco se mantém completamente apoiada no leito. A resposta normal consiste na extensão dos membros superior e inferior no mesmo lado para o qual a face foi rotada, com a flexão dos membros contralaterais. A persistência dessa reação de maneira consistente além dos 3 meses de idade acusa atraso do desenvolvimento neurológico. Reação de preensão palmar e plantar → deflagradas pela pressão das palmas e plantas. A reação de preensão palmar surge por volta de 28 semanas de gestação e desaparece a partir do 6o mês de vida. A ausência da reação antes dos 3 meses de vida, assimetria ou persistência desta além dos 6 meses de idade são dados anormais. A reação de preensão plantar desaparece por volta dos 12 meses de idade. NERVOS CRANIANOS → difícil realização TROFISMO E FUNÇÕES NEUROVEGETATIVAS SINAIS MENINGORRADICULARES ESTADO MENTAL E FUNÇÕES CORTICAIS SUPERIORES → avalia-se consciência, comportamento, humor PRAXIAS E GNOSIAS → testa-se praxia de fala >2 anos, gnosia auditiva, verbal, visual >5 anos, tátil >4 anos Exame neurológico evolutivo Cap. 2 - Particularidades do exame neurológico da criança 3 Cap. 2 - Particularidades do exame neurológico da criança 4 Cap. 2 - Particularidades do exame neurológico da criança 5
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