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O diabetes tipo 1 é dividido em: Tipo 1A: deficiência de insulina por destruição autoimune das células beta comprovada por exames laboratoriais; Tipo 1B: deficiência de insulina de natureza idiopática. Liberação de insulina Para que ocorra a liberação de insulina pelas células beta-pancreáticas, tem-se a captação da glicose através do GLUT2 e o metabolismo da glicose leva a um aumento dos níveis intracelulares de ATP, o que causa o fechamento dos canais de potássio sensíveis a ATP. Com isso, tem-se uma despolarização a membrana e abertura dos canais de cálcio dependentes de voltagem. O aumento do cálcio intracelular desencadeia a exocitose da insulina. O gráfico abaixo mostra a concentração de insulina em relação ao tempo. É possível observar que, quando há uma refeição, a secreção de insulina aumenta, de forma a controlar o aumento da glicemia. Já nesse outro gráfico é possível observar que em um paciente saudável a secreção de insulina tem uma primeira fase mais rápida e uma segunda fase mais duradoura. No diabetes tipo 1, como não existe secreção de insulina, tem-se em vermelho a ausência da liberação de insulina. Enquanto no diabetes tipo 2 é vista mais a segunda fase da liberação de insulina. Preparações de insulina Insulinas humanas Em uso há muitos anos, já foram testadas em todas as idades e gestantes. Regular (ação rápida): administração 30-45 minutos antes das refeições; NPH (neutral protamine hagerdorn ®) (ação intermediária): a adição de protamina à insulina regular retarda a sua absorção. Usada como insulina de ação basal. Pod ser misturada à insulina regular ou à análogos de ação rápida. Propriedades farmacocinéticas das insulinas Insulina Início de ação Pico de ação Duração do efeito terapêutico Insulina de ação intermediária NPH 2-4h 4-10h 10-18h Insulina de ação rápida Regular 0,5-1h 2-3h 5-8h Análogos de insulina Os análogos de insulina foram desenvolvidos a partir da estrutura da insulina regular humana e apresentam modificações estruturais, como a troca de aminoácido, inserção de aminoácidos e adição de cadeias de ácidos graxos. Essas alterações tem como objetivo aumentar ou reduzir a formação de hexâmetros de insulina que tem impacto na taxa de absorção de duração de ação desses análogos. Ação rápida (Asparte, Lispro, Glulisina): administração entre 5-15 minutos antes as refeições. Menor risco de hipoglicemia tardia. Podem ser usados em sistemas de infusão continua de insulina subcutânea. Ação ultrarrápida (Faster-aspart): absorção mais rápida devido à adição de nicotinamida e arginina. Administração entre 0-2 minutos antes até imediatamente após a refeição. Ação longa (Glargina U100, Detemir): imitam a secreção basal de insulina. Menor frequência de hipoglicemia do que a NPH. Não podem ser misturados com análogos rápidos e ultrarrápidos. → Glargina U100: 1x/dia, manhã ou noite; → Detemir: 1 ou 2x/dia. Ação ultralonga (Glargina U300, Degludeca): insulinização basal com maior estabilidade farmacocinética. Administração única diária somente por via subcutânea. → Glargina U300 só acima de 18 anos. Propriedades farmacocinéticas dos análogos de insulina Insulina Início de ação Pico de ação Duração do efeito terapêutico Análogos de ação rápida Asparte (Novorapid®) 5-15min 0,5-2h 3-5h Lispro (Humalog®) 5-15min 0,5-2h 3-5h Glulisina (Apidra®) 5-15min 0,5-2h 3-5h Análogos de ação ultrarrápida Faster-aspart (Fiasp®) 0-10min 0,35-2h 3-5h Análogos de ação longa Glardina (Lantus®, Basaglar®) 2-4h Mínimo 20-24h Detemir (Lemevir®) 1-3h 6-8h 12-20h Análogos de ação ultralonga Glardina U300 (Toujeo®) 6h Ausente 36h Deludeca (Tresiba®) 2h Ausente 42h Insulinas bifásicas ou pré-misturas Preparações com mistura de insulinas de ação prandial com insulinas de ação intermediária. Propriedades farmacocinéticas das insulinas em pré-misturas Insulina Início de ação Pico de ação Duração do efeito terapêutico Insulinas em pré-misturas 70% NPH/30% regular 0,5-1h 3-12h (duplo) 10-16h 75% NPL/25% lispro 5-15min 1-4h (duplo) 10-16h 50% NPL/50% lispro 5-15min 1-4h (duplo) 10-16h 70% NPA/30% asparte 5-15min 1-4h (duplo) 10-16h NPH: protamina neutra Hagedorn; NPL: protamina neutra lispro; NPA: protamina neutra asparte. Insulina tecnosfera inalável Ação ultrarrápida. Consiste na insulina humana recombinante em pó seco adsorvida em um excipiente inerte de partículas de fumaril-dicetopiperazina (FDKP). Administração no momento da refeição ou até 20 minutos depois. Contraindicada para pacientes com doenças respiratórias, fumantes e menores de 18 anos. Propriedades farmacocinéticas da insulina tecnosfera inalável Insulina Início de ação Pico de ação Duração do efeito terapêutico Inalável tecnosfera (Afrezza®) 12min 35-55min 1,5-4,5h O gráfico acima compara o perfil de ação das insulinas disponíveis no Brasil. Tratamento DM1 Esquema basal-bolus Insulina para controle da glicemia nos períodos sem alimentação e doses suplementares para controle da glicemia pós-prandial e/ou correção de picos de hiperglicemia. Exemplo: 2 doses NPH (antes do café e antes do jantar) + 3 doses de insulina regular (antes do café, antes do almoço e antes do jantar). A insulina regular pode ser substituída pelos análogos de ação rápida. O esquema deve ser individualizado de acordo com a idade, estágio puberal, estilo de vida, atividade física, hábitos alimentares e meta glicêmica. Metas glicêmicas ótimas propostas pela ISPAD Glicemia pré- prandial Glicemia pós- prandial Glicemia ao deitar Glicemia na madrugada HbA1c Todas as idades 70 a 130 mg/dL 90 a 180 mg/dL 120 a 180 mg/dL 80 a 140 mg/dL < 7,0% Vias de administração da insulina Via subcutânea (seringa, caneta injetora e bomba de infusão); Via inalatória; Vias intramuscular e intravenosa (insulina regular). Locais mais apropriados para injeção de insulina (A). Detalhamento de rodízio sequencial em diferentes quadrantes da superfície cutânea (B). O risco da insulina ser depositada no músculo, e não no tecido subcutâneo, aumenta progressivamente conforme o comprimento da agulha utilizada. O risco de 45% (13mm) pode ser reduzido a <1% com a utilização de agulhas mais curtas (4mm). Efeitos adversos da insulina Hipoglicemia; → Sintomas: taquicardia, sudorese, parestesias, tremor. Reações cutâneas; Lipoatrofia no local de administração (autoimunidade ou inflamação local); Lipo-hipertrofia (relacionada ao uso de altas concentrações de insulina); Ganho de peso; Resistência à insulina (produção de anticorpos).
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