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Pneumonia Aspirativa em adultos Homero R. dos Passos IAMSPE As imagens dessa apresentação foram retiradas desse artigo! DEFINIÇÃO • Pneumonite resultante de aspiração de conteúdo orofaríngeo ou gástrico; - Pneumonite química - Infecção bacteriana - Obstrução de vias áereas Pneumonia aspirativa em paciente idoso com déficit neurológico - AnatPat Unicamp • Responsável por 5-15% das PACs. • Microaspirações de vias aéreas são relativamente comuns, sendo muitas vezes até responsáveis por PACs • A Pneumonia aspirativa ocorre por MACROASPIRAÇÕES em pacientes SUSCETÍVEIS Patogênese • Estudos sobre a microbiota pulmonar tem cada vez mais ganhado espaço; • A estabilidade do microbioma depende de um equílibrio entre migração e eliminação bacteriana nas vias aéreas • Sinal inflamatório -> desequilibrio bacteriano, desenvolvimento de crescimento patológica em vias aéreas • A pneumonia aspirativa provavelmente se dá por disbiose da microbiota pulmonar, diminuindo a eliminação bacteriana, promovendo o crescimento de patógenos nas vias aéreas; • Cada vez mais bactérias gram-negativas tem sido responsáveis por pneumonias aspirativas da comunidade, sobrepondo aos anaeróbios, inclusive em idosos e pacientes institucionalizados! FATORES DE RISCO • Relacionam-se com mecanismo de tosse ou deglutição comprometidos! - Doença esofágica - DPOC - Doenças neurológicas - Extubação de VM; - AVC, PCR, alcool, anestesia geral - SNE, Refluxo - Demência - A associação de pneumonia aspirativa com AVCi tem maior mortalidade e maior gravidade; - Lembrar de medicações como antipsicóticos, benzodiazepínicos e uso de drogas! - Evitar uso de dieta enteral em pacientes com demência(preferir SNG) - Pacentes com 2 fatores de risco ou mais tem maior recorrência de pneumonia aspirativa e maior mortalidade em 30 dias • Alguns estudos demonstraram até 65% dos pacientes pós-PCR com pneumonia aspirativa em até 3 dias após evento; • Atualmente, admite-se que existe um maior risco de pneumonia aspirativa em pacientes em uso de IBPs (diminuição do pH gástrico aumenta flora bacteriana aspirada) CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS • Varias desde pacientes assintomáticos a pacientes com insuficiência respiratória aguda; Para facilitar o entendimento, dividiremos em pneumonite química, bacteriana e obstrução mecânica! Síndrome de Mendelson (pneumonite química) - Associado a intubação ou extubação ou periop; uso de IBPs protege - Pode evoluir com curso fulminante, de SDRA - Fisiopatologicamente, tem evolução rápida: atelectasia, hemorragia peribronquica, edema pulmonar e degeneração epitelial; • -> Início abrupto de sintomas em pacientes com fatores de risco; • -> Febre baixa • -> Estertores difusos ou sibilos na ausculta • -> Opacidades pulmonares envolvendo principalmente lobos inferiores (na posição vertical) e superior dos LI ou posterior dos lobos superiores (posição reclinada) • Diagnóstico presuntivo, anormalidades radiológicos se apresentam em até 2 horas • Se aspiração observada, realizar aspiração orofaríngea imediata com cabeça voltada para o lado; • Cuidados de suporte, com oxigênio e VM • Evitar uso de glicocorticoides • Introdução de antibióticos se deficiência respiratória persistente ou progressiva com sinais sistêmicos de inflamação Pneumonia Bacteriana • Bactérias que residem nas vias áereas superiores ou no estômago; • Inóculos maiores de bactérias mais patogênicas, alterando microbioma da via aérea inferior; • Envolvimento de anaérobios tem curso subagudo, enquanto que estreptococos, gram negativos tem curso mais agudo; • Associada com doença periodontal; • Diagnóstico clínico, baseado nos fatores de risco; exames como procalcitonina não demonstraram ser eficientes na pneumonia aspirativa • TC auxilia no diagnóstico de empiema e abscessos, mais comuns em bactérias anaérobias • Sintomatologia semelhante a PAC (tosse, febre, dispneia) • Antibioticoterapia! - Se adquirida na comunidade, tratamento ambulatorial: Amoxacilina + Clavulanato (875/125) duas vezes ao dia. Geralmente não se adiciona macrolídeo para forte suspeita de pneumonia aspirativa - Se necessidade de hospitalização sem necessidade de UTI, pode se utilizar ampicilina + sulbactam (1,5-3,0 g 6/6 horas) devido a ação contra anaerobios - Se necessidade de UTI, meropenem, imipenem, Tazocin; cobrir MRSA ou Pseudomonas se fator de risco • Se adquirida em ambiente hospitalar, antibiotico de largo espectro com menor necessidade de cobertura para anaeróbios (a menos que fatores de risco, como podridão de dentes, halito fétido) -> Tazocin, carbapenemicos, etc. Se alergia a penicilina, Clindamicina 600 mg IV 8/8 horas (atente-se para Clostridium difficile por uso da clinda) • Se Pneumonia necrotizante, abscesso pulmonar ou outros fatores sugerindo presença de anaeróbios, adicionar a Clindamicina (melhor eficiência que as penicilinas) • Com uso de antibioticoterapia correta, a taxa de cura para pneumonia aspirativa varia entre 76-88%! Obstrução mecânica • Fluidos geralmente aspirados incluem solução salina, bário, conteúdo gástrico com pH >2,5, água, às vezes até óleo mineral (pneumonia lipoidica em crianças) • A gravidade da obstrução depende do tamanho do objeto! Quanto maior, pior • O traamento é simples: broncoscopia rígida ou flexível para remoção de corpo estranho, eventualmente tratar super infecção bacteriana associada • À Parte: Pneumonia lipoidica • Geralmente por aspiração de óleo mineral; geralmente nos extremos de idade. Idosos geralmente são assintomáticos ou apresentam tosse crônica com alteração radiográfica • Diagnóstico baseado em história típica, TC de tórax e lavagem broncoalveolar • TC de tórax apresenta achados extensos, com broncogramas aéreos, pavimentação em mosaico e, caracteristicamente, focos de atenuação de gordura (< 30 unidades Hounsfeld) - apontada na figura Imagem de TC de torax janela mediastinal demonstrando Pneumonia Lipoidica https://e-radiologia.org/2004/05/18/pneumonia-lipidica-aspectos-na- tomografia-computadorizada-relato-de-caso/ • A Lavagem Broncoalveolar ajuda a distinguir infecção e malignidade. Na lipoidica, há macrófagos vacuolizados com gordura • O tratamento é fim a exposição da fonte de óleo, para pacientes mais graves, pode ser feito glicorcorticoide (baixa evidência), e se proteinose alveolar pulmonar, em centros experientes, pode se realizar lavagem broncoalveolar total PREVENÇÃO • Ainda sem dados suficientes que suportam todas as medidas preventivas para pneumonia aspirativa; • Jejum pré-operatório; para pacientes com disfagia, avaliação completa deve ser realizada, avaliação multidisciplinar com fonoaudiologia para reabilitação do paciente diminui a incidência de pneumonia aspirativa; • Uso da sonda nasogástrica • Liquidos espessados com posição de queixo para baixo • Estratégia multicomponente (escovação manual de dente + posicionamento ereto durante alimentação) OBRIGADO!
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