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Pneumonia: Causas, Classificação e Epidemiologia

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Pneumonia
Ocorre quando uma infecção do parênquima
pulmonar causa sintomas respiratórios inferiores e
quando se detecta um infiltrado pulmonar na
radiografia de tórax.
• Pode ser definida do ponto de vista
histológico, como, preenchimento do espaço
alveolar por infiltrado necroinflamatório,
assim como, do ponto de vista clínico como
infecção aguda do pulmão decorrente da
infecção por algum microrganismo.
Classificação:
Pneumonia adquirida na comunidade (PAC):
pneumonia adquirida fora do ambiente hospitalar ou
de unidades especiais de atenção à saúde ou que se
manifesta em até 48h da admissão na unidade
assistencial.
Pneumonias associadas aos cuidados de saúde
(PACS): pneumonia que ocorre em pacientes que se
encontram institucionalizados, que estiveram
hospitalizados durante + de 2 dias nos 90 dias
precedentes, que têm contato frequente com
instituições de saúde (p. ex.: hemodiálise, tratamento
de feridas, antibióticos intravenosos ou quimioterapia)
ou que estão imunossuprimidos.
Pneumonia nosocomial: pneumonia que surge ≥ 48
horas após admissão hospitalar ou desenvolve-se
pouco tempo após a alta hospitalar.
• Inclusos nessa categoria:
o Pneumonia adquirida no hospital
(PAH): pneumonia adquirida ≥ 48
horas após a internação hospitalar;
o Pneumonia associada a ventilação
mecânica (PAVM): pneumonia
adquirida ≥ 48 horas após a intubação
endotraqueal.
Epidemiologia:
• PAC constitui uma das principais causas de
morte no mundo.
Incidência alta de pneumonia ente lactentes e
crianças.
Incidência alta entre idosos (incidência e gravidade
aumentam com a idade).
Adultos acometidos frequentemente apresentam
condições predisponentes
Maioria dos adultos de qualquer idade que
desenvolve uma pneumonia bacteriana apresenta
frequentemente uma ou + condições predisponentes.
• A + comum: infecção respiratória viral prévia,
que aumenta a adesão das bactérias às células
epiteliais respiratórias e altera os mecanismos
do clearance devido à interferência com a
ação ciliar.
• Outros fatores predisponentes incluem:
o Desnutrição: fragiliza o sistema
imunológico;
o Consumo excessivo de álcool: diminui
o reflexo da tosse e afeta a migração
dos leucócitos;
o Tabagismo: aumenta as secreções
pulmonares e altera a função ciliar;
o Doença hepática ou renal: diminui a
formação de anticorpos e a função
dos leucócitos;
o Diabetes melito: diminui a função e a
mobilização dos leucócitos;
o Deficiência de imunoglobulinas de
qualquer causa.
Etiologia:
Pneumonia adquirida em comunidade (PAC)
Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e vírus
respiratórios são os patógenos + frequentemente
detectados em pacientes com PAC.
Obs.: grande proporção de casos (até 62%), nenhum
patógeno é detectado, por conta da dificuldade de se
obter amostras fidedignas e respostas em tempo
hábil, o que torna a coleta de exames específicos uma
prática não habitual.
Causas de PAC + comumente identificadas podem ser
agrupadas em 3 categorias:
Bactérias típicas:
• S. pneumoniae (causa bacteriana + comum)
• Haemophilus influenzae
• Moraxella catarrhalis
• Staphylococcus aureus
• Estreptococos do grupo A
• Bactérias gram-negativas aeróbicas (ex.:
Enterobacteriaceae como Klebsiella spp ou
Escherichia coli)
• Bactérias microaerofílicas e anaeróbios
(associadas à aspiração)
Bactérias atípicas (“atípica” refere-se à resistência
intrínseca desses organismos aos betalactâmicos e sua
incapacidade de serem visualizadas na coloração de
Gram ou cultivadas usando técnicas tradicionais):
• Legionella spp
• Mycoplasma pneumoniae
• Chlamydia pneumoniae
• Chlamydia psittaci
• Coxiella burnetii
Vírus respiratórios
• Vírus influenza A e B
• Rinovírus
• Vírus parainfluenza
• Adenovírus
• Vírus sincicial respiratório
• Metapneumovírus humano
• Coronavírus (ex: Síndrome respiratória no
Oriente Médio)
• Bocavírus humanos
Prevalência relativa desses patógenos varia, com:
● Geografia;
● Taxas de vacinação contra pneumococos;
● Fatores de risco do hospedeiro (ex.:
tabagismo);
● Estação do ano; e
● Gravidade da pneumonia.
Certas exposições epidemiológicas também
aumentam a probabilidade de infecção por um
patógeno específico, exemplos:
● Exposição à água contaminada é um fator de
risco para a infecção por Legionella;
● Exposição à aves aumenta a possibilidade de
infecção por C. psittaci;
● Viagens ou residência no sudoeste dos
Estados Unidos deve levantar suspeitas de
coccidioidomicose; e
● Falta de higiene dental pode predispor à
pneumonia causada pela flora oral ou
anaeróbios.
● Em pacientes imunocomprometidos, o
espectro de possíveis patógenos também se
amplia, incluindo fungos e parasitas, bem
como patógenos bacterianos e virais menos
comuns.
Agentes etiológicos da pneumonia típica
Microrganismo Quando pensar
S.Pneumoniae Em todos os casos
Haemophilus influenzae Pacientes com idade >65 anos e em casos de DPOC
M. Catarrhalis Casos de DPOC
K.pneumoniae Pacientes alcoólatras e diabéticos
S. Aureus Pacientes usuários de drogas IV, com pneumopatia
estrutura (fibrose cística, bronquiectasia), pós-influenza
e pneumatoceles.
S.Pyogenes Criança ou adulto jovem com faringoamigdalite
supurativa.
Pseudomonas aeruginosas Pneumopatia estrutura e pacientes neutropênicos.
Bactérias anaeróbicas Pneumonia aspirativa (pacientes com redução do nível
de consciência e deglutição prejudicada).
Agentes etiológicos da pneumonia atípica
Microrganismo Quando pensar
Mycoplasma pneumoniae Crianças com idade superior a 5 anos ou adultos jovens
com protótipo do quadro clínico atípico.
Chlamydia pneumoniae Pacientes com idade superior a 65 anos
Legionella pneumophilla Quadros de pneumonia grave. Presença de diarreia,
náuseas e vômitos, hiponatremia <130mEq/L, febre
superior a 40oC e imunodepressão celular
(Ex.pacientes transplantados).
Chlamydia psittaci Pacientes que tiveram contato com pássaros nas
últimas 1-2 semanas e na presença de
hepatoesplenomegalia.
Coxiella burnetti Pacientes que tiveram contato recente com material
placentário de gado.
Vírus respiratórios Crianças com quadro gripal associado a infiltrado
intersticial difuso. SDRA a partir do terceiro dia.
Pneumonia adquirida no hospital (PAH)
Pode ser precoce, quando ocorre até o 4° dia de
internação, ou tardia, quando ocorre após 5 ou mais
dias de internação.
• PAH de início precoce
Frequentemente ocasionada por microrganismos que
são associados também à PAC, tais como S.
pneumoniae, H. influenzae e anaeróbios.
• PAH de início tardio
Causada principalmente por Staphylococcus aureus
resistentes à meticilina (MRSA); bacilos
Gram-negativos entéricos; P.aeruginosa; não
fermentadores, tais como Acinetobacter baumannii e
S. maltophilia; e infecções polimicrobianas.
Fatores que aumentam o risco de PAH, incluem:
• Exposição à antibióticos;
• Idade avançada;
• Comorbidades graves;
• Imunossupressão de base;
• Colonização da orofaringe por microrganismos
virulentos;
• Condições que promovem a aspiração
pulmonar ou inibem a tosse como, por
exemplo, cirurgia toracoabdominal, intubação
traqueal, inserção do tubo nasogástrico e
posição supina; e
• Exposição à equipamentos respiratórios
contaminados.
Um estudo recente sugere que os microrganismos
multirresistentes são mais frequentes na PAH de início
precoce do que inicialmente se imaginava, e que os
fatores de risco para a pneumonia de início precoce
devem ser reavaliados.
Pneumonia associada aos cuidados de saúde
(PACS)
Essas infecções possuem uma epidemiologia única
mais semelhante àquela observada nas infecções
adquiridas no hospital. S. aureus (tanto sensível à
meticilina quanto resistente à meticilina) e P.
aeruginosa são os microrganismos mais
frequentemente associados.
Fisiopatologia:
Microrganismos causadores da pneumonia podem
atingir os alvéolos pulmonares de duas formas:
● Através da microaspiração do material
proveniente das vias aéreas superiores e,
menos comumente, através da inalação de
aerossol contaminado do ambiente ou por via
hematogênica.
Os microrganismos infectantes podem atingir os
alvéolos e desenvolver pneumonia devidoà aspiração
de pequenas quantidades de secreções nasofaríngeas
ou de conteúdos da boca, em especial durante o sono.
Algum grau de aspiração ocorre normalmente.
Aspirações mais importantes, contudo, são mais
frequentes em pessoas mais idosas, particularmente
naquelas mais frágeis ou acamadas. A aspiração
maciça ocorre, por exemplo, em pessoas que
apresentam convulsões, que se engasgam enquanto
vomitam ou em indivíduos cujo reflexo da tosse está
marcadamente diminuído pelo álcool, drogas ou
doenças neurológicas. Em tais pacientes, a síndrome
clínica de pneumonia aspirativa inclui os efeitos dos
microrganismos e do material aspirado, assim como
do ácido gástrico.
A pneumonia também pode ser causada por inalação
direta de material em aerossóis para os pulmões.
Esse processo é incomum para a maioria das
pneumonias bacterianas, mas é característico do
Mycobacterium tuberculosis e do Bacillus anthracis.
Esse mecanismo também explica a infecção por alguns
vírus, como o da influenza ou sincicial respiratório.
As bactérias também podem atingir os pulmões
através da corrente sanguínea, ser filtradas pelos
mecanismos normais do clearance do hospedeiro,
mas depois escapar e causar pneumonia. A
pneumonia por S. aureus é comumente causada por
disseminação hematogênica, em especial se uma
infecção endovascular como a endocardite estiver
presente. A Escherichia coli e outros bacilos
Gram-negativos podem, ainda, causar pneumonias
através de disseminação hematogênica.
Um conjunto de mecanismos de defesa do hospedeiro
protege o trato respiratório inferior da entrada de
organismos infecciosos, como a configuração das vias
aéreas, a produção de imunoglobulina A secretora
(IgA), a ação ciliar das células epiteliais, entre outros.
Quando os organismos infecciosos atingem os
alvéolos, as defesas inatas e específicas entram em
ação.
Se esses mecanismos de defesa falharem, as bactérias
podem replicar-se nos alvéolos onde estimulam a
produção local de citocinas e causam extravasamento
capilar e acúmulo de plasma e células inflamatórias.
Essa sequência inicia um círculo vicioso, no qual
células inflamatórias adicionais são atraídas e a
liberação subsequente de mais citocinas é estimulada.
Na pneumonia bacteriana, a resposta inflamatória do
hospedeiro é responsável pela maioria das
manifestações da doença. Esse exsudado inflamatório
progressivo, que é detectado na radiografia como uma
pneumonia, causa um desequilíbrio da
ventilação-perfusão, gerando hipoxemia.
Patogênese da PAC:
• Passo 1: Chegada do patógeno no espaço
alveolar.
• Passo 2: Multiplicação descontrolada do
patógeno.
• Passo 3: Produção local de citocitas
principalmente por macrófagos alveolares.
• Passo 4: Recrutamento de neutrófilos para o
espaço alveolar e introdução de citocinas na
circulação sistêmica.
• Passo 5: Geração do exsudato alveolar.
Ao contrário da pneumonia bacteriana, o vírus
influenza invade diretamente as células do epitélio
cilíndrico, originando assim alterações patológicas que
vão desde a vacuolização de algumas células epiteliais
respiratórias até a descamação de toda a camada
epitelial. Essas alterações dispersas que originam o
padrão intersticial difuso observado na radiografia de
tórax também predispõem a invasão bacteriana
secundária.
Quadro Clínico:
Apresentação clínica da PAC varia amplamente, desde:
• Pneumonia leve: caracterizada por febre,
tosse e falta de ar.
• Pneumonia grave: caracterizada por sepse e
dificuldade respiratória.
Gravidade dos sintomas diretamente relacionada à
intensidade da resposta imune local e sistêmica em
cada paciente.
Quadro clínico típico clássico da PAC: representado
pela pneumonia pneumocócica.
• A doença se apresenta de forma hiperaguda,
entre 2 e 3 dias, tendo como história principal
calafrios, tremores, febre alta (39-40°C), dor
torácica pleurítica e tosse produtiva com
expectoração purulenta esverdeada.
Exame físico normalmente evidencia: prostração,
taquipneia, taquicardia e hipertermia.
Os achados do exame do Ap.R podem variar de
simples estertores até a síndrome de consolidação
pulmonar e/ou a síndrome de derrame pleural.
Síndrome de consolidação pulmonar: é caracterizada
pela presença de som bronquial, aumento do frêmito
toracovocal, submacicez e broncofonia.
Síndrome do derrame pleural: identificada pela
abolição do murmúrio vesicular e do frêmito
toracovocal, submacicez e egofonia.
De forma geral, os sinais e sintomas presentes na
pneumonia, são:
Sinais e sintomas pulmonares:
• Tosse (com ou sem produção de escarro);
• Dispneia;
• Dor no peito tipo pleurítica;
• Achados do exame físico, incluem:
o Taquipneia;
o Aumento do esforço respiratório e
sons respiratórios adventícios,
incluindo estertores e roncos.
o Frêmito toracovocal, egofonia e
macicez à percussão também
sugerem pneumonia.
o Esses sinais e sintomas resultam do
acúmulo de leucócitos, fluidos e
proteínas no espaço alveolar. A
hipoxemia (baixo nível de O2 no
sangue) pode resultar do
comprometimento subsequente das
trocas gasosas alveolares.
o Na radiografia de tórax, o acúmulo de
leucócitos e líquido dentro dos
alvéolos aparece como opacidades
pulmonares.
Sinais e sintomas sistêmicos:
• Grande maioria dos pacientes com PAC
apresenta febre.
• Outros sintomas sistêmicos, como calafrios,
fadiga, mal-estar e anorexia também são
comuns.
• Taquicardia, leucocitose neutrofílica com
desvio para a esquerda ou leucopenia
também são achados ocasionados pela
resposta inflamatória sistêmica, sendo a
leucopenia um sinal de mau prognóstico.
• Marcadores inflamatórios, como VHS, PCR e
procalcitonina podem se elevar, embora este
último seja altamente específico para
infecções bacterianas.
• Bioquímica na maioria das vezes é normal,
mas pode evidenciar hiponatremia (alteração
metabólica caract. pela baixa concentração de
sódio no sangue em relação ao volume de
água no organismo) em alguns casos.
• Pneumonia por Legionella pneumophila, por
exemplo, costuma cursar com hiponatremia
grave e elevação de enzimas hepáticas.
• Gasometria arterial, achados + frequentes: a
hipoxemia e a alcalose respiratória.
• PAC também é a principal causa de sepse;
assim, a apresentação inicial pode ser
caracterizada por hipotensão, estado mental
alterado e outros sinais de disfunção orgânica,
como disfunção renal, disfunção hepática
e/ou trombocitopenia.
Embora certos sinais e sintomas como febre, tosse,
taquicardia e estertores sejam comuns entre
pacientes com PAC, esses achados são inespecíficos e
são compartilhados entre muitos distúrbios
respiratórios. Nenhum sintoma individual ou
constelação de sintomas é adequado para o
diagnóstico sem imagens do tórax.
Sinais e sintomas de pneumonia também podem ser
sutis em pacientes com idade avançada e/ou sistema
imunológico comprometido, e um maior grau de
suspeita pode ser necessário para o diagnóstico.
Exemplos:
• Pacientes + velhos podem apresentar
alterações no estado mental, sem apresentar
febre ou leucocitose.
• Pacientes imunocomprometidos, os infiltrados
pulmonares podem não ser detectáveis nas
RX de tórax, mas podem ser visualizados com
TC de tórax.
Diagnóstico:
Radiografia de tórax, em associação com a anamnese
e o exame físico, faz parte da tríade propedêutica
clássica para PAC, sendo recomendada sua realização
de rotina, quando disponível, nas incidências
posteroanterior (PA) e perfil.
Obs.: Além da contribuição ao diagnóstico, a
radiografia de tórax permite ainda avaliar a extensão
das lesões, detectar complicações e auxiliar no
diagnóstico diferencial
Achados radiográficos consistentes com o
diagnóstico da PAC, incluem:
● Consolidações lobares, infiltrados intersticiais
e/ou cavitações.
Embora certas características radiográficas sugiram
certas causas de pneumonia (por exemplo,
consolidações lobares quase sempre são causadas por
pneumococo, embora possam eventualmente surgir
da evolução de uma pneumonia estafilocócica), a
aparência radiográfica sozinha não pode diferenciar
de maneira confiável as etiologias.
Obs.: Infiltrado alveolar do tipo broncopneumônicoé
o achado radiológico mais frequente na pneumonia
bacteriana, independente do agente etiológico.
Ultrassonografia de tórax (UST)
● Apresenta maior sensibilidade e maior
acurácia do que a radiografia de tórax na
identificação de alterações parenquimatosas.
Principais achados ultrassonográficos na PAC, são:
● Consolidações, padrão intersticial focal, lesões
subpleurais e anormalidades na linha pleural.
Adicionalmente, a UST apresenta alto rendimento na
detecção de complicações como o derrame pleural,
além de permitir a visualização de loculações na
cavidade.
Tomografia de tórax
● Método mais sensível na identificação de
acometimento infeccioso do parênquima
pulmonar, porém trata-se de um método de
alto custo e alta exposição à radiação.
Trata-se de um exame útil principalmente nos casos
em que a acurácia da radiografia de tórax e da UST é
baixa, como em pacientes obesos, imunossuprimidos
e indivíduos com alterações radiológicas prévias.
Além disso, a TC de tórax está indicada na suspeita de
infecções fúngicas e para auxiliar na exclusão de
outros diagnósticos em casos selecionados.
Em função da alta exposição radiológica pela TC,
alguns autores têm sugerido o uso da UST como teste
auxiliar intermediário antes do uso da TC no
diagnóstico em casos difíceis.
Ressalta-se ainda a importância da TC de tórax para a
avaliação de complicações da PAC, como abscesso de
pulmão e derrame pleural loculado, além da
investigação da falta de resposta clínica ao
tratamento.
Estratificação de Risco - Avaliação de Gravidade:
Os pacientes com diagnóstico de PAC devem ser
sempre avaliados quanto à gravidade da doença, pois
isso tem impacto direto na redução da mortalidade.
Os escores de prognóstico disponíveis dimensionam a
gravidade e ajudam a predizer o prognóstico da PAC,
guiando a decisão quanto ao local de tratamento –
ambulatorial, hospitalar ou UTI – quanto à
necessidade de investigação etiológica, quanto à
escolha do antibiótico e sua via de administração.
♥ Os instrumentos validados incluem:
Pneumonia Severity Index (PSI):
PSI é composto por 20 itens que incluem
características demográficas, comorbidades,
alterações laboratoriais, alterações radiológicas e
achados do exame físico.
Classifica os pacientes em cinco categorias, estimando
a mortalidade em 30 dias e sugerindo o local de
tratamento.
Pontos negativos:
● Pode subestimar a gravidade da doença em
pacientes jovens e sem doenças associadas
por ponderar muito a idade e a presença de
comorbidades na sua pontuação.
● O uso de muitas variáveis, acaba tornando o
cálculo complexo.
o Esse trabalho pode ser abreviado por
meio do uso de calculadoras
disponíveis on-line, citando-se, como
exemplos, PSI/ Pneumonia Patient
Outcomes Research Team (PORT)
Score: PSI for CAP e PSI Calculator.
CURB-65 e CRB-65
● CURB-65:
Baseia-se em variáveis das quais deriva seu nome (em
inglês):
− Confusão mental (escore ≤ 8, segundo o
abbreviated mental test score);
− Ureia > 50 mg/dl;
− Frequência Respiratória > 30 ciclos/min;
− Blood pressure): pressão arterial sistólica < 90
mmHg ou pressão arterial diastólica < 60
mmHg; e
− Idade ≥ 65 anos.
● CRB-65:
É uma forma simplificada, sem a dosagem de ureia.
Útil em ambientes nos quais exames laboratoriais não
estão disponíveis, como na atenção primária.
Obs.:
● Maior limitação desses escores é a falta de
inclusão de comorbidades que podem
acrescentar maior risco de complicações na
PAC, como alcoolismo, insuficiência cardíaca
ou hepática e neoplasias, fazendo com que
seu valor preditivo negativo de mortalidade
seja um pouco inferior ao do PSI. Entretanto,
eles se qualificam pela simplicidade,
aplicabilidade imediata e facilidade de uso,
em ambientes hospitalares ou não.
Diagnóstico Diferencial:
Várias doenças podem manifestar febre e opacidades
radiográficas no tórax e mimetizar a PAC; tais doenças
devem ser suspeitadas quando a resolução radiológica
é raramente rápida ou quando há falta de resposta
aos tratamentos iniciais ou subsequentes com
antibióticos. Em pacientes com PAH e particularmente
naqueles com PAV, os sinais e sintomas clássicos de
pneumonia, incluindo novas alterações radiográficas,
febre, leucocitose ou leucopenia e secreções
purulentas, não são suficientemente sensíveis nem
específicos para confirmar a presença de uma infecção
pulmonar. Atelectasia, hemorragia pulmonar, SDRA e
embolia pulmonar, entre outras, são condições que
podem mimetizar a pneumonia. Em pacientes com
suspeita de PAH ou PAV, a confirmação microbiológica
de pneumonia é importante no intuito de evitar
tratamentos desnecessários e resistência aumentada
aos antibióticos.
Tratamento:
Obs.:
● Antibióticos Betalactâmicos
Todos os antibióticos desse grupo possuem uma ação
bactericida. Atuam por inibição da síntese da parede
celular bacteriana, que é uma estrutura essencial da
célula por manter a sua integridade, prevenindo a lise
osmótica.
Existem 6 sub-classes de beta-lactâmicos usados no
tratamento de infecções:
● As penicilinas, que podem ser:
o Naturais (penicilina V, penicilina G Procaína,
penicilina G Benzatina e penicilina G
cristalina);
o Semissintéticas
(oxacilina, amoxicilina, ampicilina, ticarcilina e
 piperacilina);
● As cefalosporinas são os betalactâmicos os que
apresentam maior número de moléculas
semi-sintéticas para tratamento, inclusive de
infecções hospitalares e também comunitárias.
Elas são divididas em gerações:
o 1ª geração
(cefalotina, cefazolina, cefalexina e cefadroxil
a);
o 2ª geração (cefuroxima, cefaclor e ceproxila);
o 3ª geração
(cefotaxima, ceftriaxone e ceftazidima);
o 4ª geração (cefepime);
o 5ª geração (ceftarolina).
● As cefamicinas: o protótipo é a cefoxetina;
● Os carbapenêmicos: Imipenem, Meropenem, Erta
penem e o Panipenem;
● Os monobactâmicos: o protótipo é o azetreonam;
● O clavulanato, com mínimo espectro de
atividade, mas usado como inativador de
betalactamase, enzima produzida
por bactérias para resistirem a ação dos
antibióticos betalactâmicos.
● Antibióticos Macrolídeos
São agentes bacteriostáticos, que inibem a síntese de
proteínas através de sua ligação às subunidades
ribossômicas 50S de microrganismos sensíveis, no
local de ligação do cloranfenicol e da clindamicina ou
muito próximo dele.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Penicilina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Benzilpenicilina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oxacilina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amoxicilina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ampicilina
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ticarcilina&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Piperacilina/tazobactama
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefalosporina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefalotina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefazolina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefalexina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefadroxil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefadroxil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefuroxima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefaclor
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ceproxila&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefotaxima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ceftriaxona
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ceftazidima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefepima
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ceftarolina&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefamicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cefoxitina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carbapen%C3%AAmico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imipenem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Meropenem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ertapenem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ertapenem
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Panipenem&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monobactama
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aztreonam
https://pt.wikipedia.org/wiki/Clavulanato
https://pt.wikipedia.org/wiki/Enzima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria
Os macrolídeos se ligam irreversivelmente a um local
na subunidade 50S do ribossomo bacteriano, inibindo,
assim, etapas de translocação na síntese de proteínas.
Eles também podem interferirem outras etapas,
como a transpeptização.
Tipos:
● Eritromicina: membro mais velho do grupo com
mais de 50 anos.
● Azitromicina: mais eficaz contra Haemophilus.
● Claritromicina: mais útil na Doença de Lyme.
● Roxitromicina
● Tacrolimo: não tem actividade antibiótica mas é
usado como imunossupressor.
● Espiramicina: usada na toxoplasmose (infeção por
toxoplasma gondii).
● Ansamicina
● Oleandomicina
● Carbomicina
● Tilocina
♥ Tratamento de pacientes ambulatoriais
Tratamento antibiótico inicial é definido de forma
empírica devido à impossibilidade de se obterem
resultados microbiológicos logo após o diagnóstico da
PAC, o que permitiria escolher antibióticos dirigidos a
agentes específicos.
Escolha do antibiótico deve levar em consideração:
1) Patógeno mais provável no local de aquisição
da doença;
2) Fatores de risco individuais;
3) Presença de doenças associadas; e
4) Fatores epidemiológicos, como viagens
recentes, alergias e relação custo-eficácia.
Recomendação: Uso de monoterapia com β-lactâmico
ou macrolídeos para pacientes ambulatoriais, sem
comorbidades, nenhum uso recente de antibióticos,
sem fatores de risco para resistência e sem
contraindicação ou história de alergia a essas drogas.
Quanto aos macrolídeos, a azitromicina é mais efetiva
in vitro contra a maioria das cepas de Haemophilus
influenzae do que a claritromicina e, por isso, deveria
ser preferida nos pacientes com DPOC.
Os riscos de infecção por agentes patogênicos
resistentes e de falência terapêutica são maiores
quando há história de uso de um antibiótico nos três
meses anteriores; quando os pacientes vêm de
regiões onde a taxa local de resistência aos
macrolídeos é superior a 25%, o que ocorre, por
exemplo, nos EUA e em alguns outros países; e na
presença de doenças associadas (DPOC, doença
hepática ou renal, câncer, diabetes, insuficiência
cardíaca congestiva, alcoolismo ou imunossupressão).
Para esses casos específicos, recomenda-se para o
tratamento ambulatorial da PAC associar macrolídeos
a um ẞ-lactâmico ou realizar monoterapia com uma
fluoroquinolona respiratória por pelo menos 5 dias.
♥ Tratamento de pacientes internados em
enfermarias
Recomendação atual: é o emprego do β-lactâmico
associado a um macrolídeo ou fluoroquinolona
respiratória isolada.
Um ẞ-lactâmico isolado pode ser usado se houver
exclusão confirmada de Legionella sp.
Fluoroquinolona respiratória (levofloxacino,
moxifloxacino ou gemifloxacino).
● Têm sido recomendadas para tratamento de
pacientes com PAC internados em enfermarias
devido a boa cobertura e bons resultados nas
infecções causadas por S. pneumoniae, M.
pneumoniae, C. pneumoniae, H. influenzae ou
Legionella sp.
♥ Tratamento de pacientes internados em UTI
Macrolídeo e um β-lactâmico, ambos por via
endovenosa
A terapia combinada deve ser recomendada por
reduzir a mortalidade. A administração dos
antibióticos deve ser a mais precoce possível e deve
incluir preferencialmente um macrolídeo e um
ẞ-lactâmico, ambos por via endovenosa.
Excetuando-se cenários clínicos que indiquem alta
probabilidade de germes específicos como agentes
causadores, as sugestões para a antibioticoterapia
inicial na PAC grave são descritas nas tabelas a seguir.
♥ Duração da antibioticoterapia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eritromicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Azitromicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Haemophilus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Claritromicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_Lyme
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roxitromicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tacrolimo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunossupressor
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Espiramicina&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Toxoplasmose
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ansamicina&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Oleandomicina&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Carbomicina&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tilocina&action=edit&redlink=1
A duração do tratamento pode ser diferente conforme
a gravidade da PAC. Recomenda-se que para a PAC de
baixa gravidade e com tratamento ambulatorial, esse
seja feito com monoterapia e por 5 dias. A PAC de
moderada a alta gravidade deve ser tratada com os
esquemas antibióticos por períodos de 7 a 10 dias. O
tratamento pode ser estendido até 14 dias a critério
do médico assistente.

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