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Depressao, o mal do seculo 21 - Eli Bento Correa (1)

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Prévia do material em texto

Gerente editorial
Roger Conovalov
 
Diagramação
Juliana Blanco
 
Revisão
Elisabeth Guimarães
 
Capa
Lura Editorial
 
Produção do eBook
Schaffer Editorial
Todos os direitos desta edição são reservados à
Séfora Oliveira.
 
Primeira Edição
 
Lura Editorial – 2021
Rua Manoel Coelho, 500. Sala 710
São Caetano do Sul, SP – CEP 09510-111
Tel: (11) 4318-4605
Site: www.luraeditorial.com.br
E-mail: contato@luraeditorial.com.br
 
 
Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil.
 
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada,
reproduzida ou armazenada em qualquer forma ou meio,
seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc.,
sem a permissão por escrito do autor.
 
 
Catalogação na Fonte do Departamento Nacional do Livro
(Fundação Biblioteca Nacional, Brasil)
Corrêa, Eli Bento.
Depressão, o mal do século 21 / Eli Bento Corrêa. Eli Corrêa Publicações – 1ª Edição –
São Paulo, 2019.
 
ISBN: 978-85-90734-27-7
 
1. Depressão 2. Desenvolvimento pessoal 3. Saúde mental I. Título.
 
 
Índice para catálogo sistemático:
.230
 
http://www.luraeditorial.com.br/
mailto:contato@luraeditorial.com.br
 
bento.correa@uol.com.br
Contato do autor: bento.correa@uol.com.br
mailto:bento.correa@uol.com.br
O autor orgulhosamente dedica esse livro a você, com gratidão eamor, e espera que a leitura seja de grande proveito para a sua
vida pessoal.
Que Deus abençoe ricamente sua vida.
São Paulo, _____ de __________________ de 20_____
 
Pr. Eli Bento Corrêa
Sumário
Prefácio
Apresentação
PRIMEIRA PARTE
Capítulo 1 – A história da depressão ao longo da história humana
Capítulo 2 – As principais causas da depressão
Capítulo 3 – Depressão tem cura? Qual é o tratamento e o que diz a
ciência?
Capítulo 4 – Procurando entender o que é:
4.1 - Medo
4.2 - Fobia
4.3 - Ansiedade
4.4 – O que é tristeza
4.5 - Estresse
4.6 – Depressão
4.7 – Melancolia
Capítulo 5 – Estatísticas sobre a depressão
Capítulo 6 – Depressão. Uma doença dispendiosa para o governo
Capítulo 7 – A depressão nas faixas etárias
7.1 - A depressão infantil
7.2 - Depressão nos adolescentes e jovens
7.3 - A depressão nos idosos
Capítulo 8 – Graus e tipos mais comuns de depressão
8.1 – Profunda
8.2 – Distimia
8.3 - Atípica
8.4 - Reativa
8.5 - Bipolar
8.6 - Pós-parto - causas, sintomas e tratamento
8.7 - Psicótica
8.8 – Situacional
8.9 - Sazonal
8.9.1 de verão
8.9.2 de inverno
8.9.3 - de Natal
Capítulo 9 – Cuidado, a depressão age discretamente e pode levar à morte
Capítulo 10 – O que não se deve falar para uma pessoa com depressão
Capítulo 11 – Como ajudar quem está com depressão?
Capítulo 12 – Recursos que ajudam no tratamento
1. Os alimentos
2. Caminhar na natureza
3. Exercícios físicos
4. Cultivar uma vida espiritual
Capítulo 13 – O que pode levar um pastor à depressão e ao suicídio?
Capítulo 14 – A depressão na vida do cristão e como ajudá-lo
Capítulo 15 – A Geração Prozac: o mundo mergulhado em depressão
Capítulo 16 – A visão e a discriminação da igreja evangélica e da
sociedade sobre a doença
SEGUNDA PARTE
Capítulo 1 – Depoimentos de pessoas que passaram por depressão
1.1 - Depoimentos obtidos via internet
1.2 - Personagens da Bíblia
1.3. Depoimento de pessoas de meu relacionamento
Conclusão
Prefácio
Falar do autor deste livro é falar um pouco de mim. Ele é o pastor Eli,
chamado e conhecido por muitas pessoas desta forma, mas ele também é
meu pai e querido avô da minha filha.
Casado com minha mãe Maria Cristina, pai também do Rodrigo e do
Léo. Ele é sogro do Artur, meu marido e sogro também da Luciana e da
Adriana. Ele tem 6 netos com quem ama brincar: Aninha, Rafael, Isabela,
Luma, Romeo e Lucas.
Quero destacar aqui a pessoa que conheço por trás do “pastor”. Um
homem muito acolhedor, amoroso, sempre presente na vida da nossa
família e que nunca mediu esforços para nos agradar.
No dia do meu nascimento, um domingo, ele estava pregando na hora
que eu nasci, cumprindo sua missão de levar a palavra de Deus. Mas logo
em seguida, foi me conhecer. Quero dizer com isto que é possível exercer
o ministério pastoral e ao mesmo tempo cuidar e cultivar um bom
ambiente familiar.
Tenho grande orgulho de ser filha desse pastor que soube viver a vida
de pai de maneira exemplar, sem deixar a desejar no seu ofício pastoral.
Nestes últimos anos ele tem passado horas se dedicando a pesquisar e a
escrever sobre diversos assuntos para que pessoas como eu e você, possamos
receber informações que nos ajudem em nossa caminhada da vida. Com os
seus 72 anos, após ter adquirido muita experiência e sabedoria, o pastor Eli,
meu pai, tem como objetivo de vida ajudar outras vidas.
Este livro, (Depressão, o mal do século XXI), é o 10.º livro que ele
escreve. Nesta obra, você encontrará sua dedicação em pesquisas que falam
do assunto. Sempre que eu o encontrava, ele dizia: “tenho certeza que este
livro ajudará muitas pessoas”.
E com esta premissa de ajudar, você leitor poderá encontrar
importantes informações sobre o que é a depressão, suas causas, sintomas e
principalmente formas que podem ajudar você ou pessoas que você
conheça que necessitam de ajuda para enfrentar a depressão.
Você saberá quais os tipos, como elas se apresentam e de que maneira
ela pode progredir na vida de uma pessoa. Um tema bem importante
abordado neste livro se refere a pastores que entram em depressão. Talvez
seja um dos assuntos de maior incidência na atualidade. Este tema gera
muitas dúvidas e questionamentos, pode um pastor ficar deprimido? Sim, é
possível ser um homem de Deus e passar por isto. Encontrar caminhos
para ter suporte e tratamento é um dos objetivos que o livro deseja ofertar.
O livro termina com textos de vida, citações de personagens bíblicos
que passaram por momentos depressivos mesmo sendo pessoas de fé!
Encerro dizendo que sempre vi meu pai ajudando pessoas, talvez por
isso eu tenha escolhido a Psicologia como um caminho de também poder
ajudar.
Que este livro te encoraje e revele os mistérios do seu coração! Boa
leitura.
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
O Senhor dos Exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso refúgio”.
Salmos 46: 1 e 11.
Ludmilla A. R. Corrêa de Brito
Psicóloga
Apresentação
É com muito prazer que volto a esta página para apresentar aos meus
leitores mais um livro, desta feita voltado para uma reflexão na área da
saúde mental do ser humano – a depressão. Ela é uma doença que ataca
na surdina; é extremamente silenciosa, ataca aos poucos e atinge o nosso
sistema psicológico, cognitivo e social. Ela vitimiza cerca de 350 milhões
de pessoas no mundo, tornando desse modo, um fenômeno global
caracterizado pelo estado integral de abatimento e tristeza, consegue abater
sua vítima, levando-a a um estado de desespero, e produz um total
desprovimento da felicidade.
Segundo Shekhar Saxena, diretor de departamento de Saúde Mental e
Abuso de Substâncias da OMS (Organização Mundial da Saúde), 50 % das
pessoas que sofre dessa doença não a reconhecem e, por isso, não
procuram nenhuma ajuda ou tipo de tratamento psicossocial.
É de caráter basilar ainda salientar que a depressão evidencia uma série
de alterações químicas no organismo, como nos neurotransmissores, a
serotonina e a dopamina, atuando como um regulador do humor, sono,
apetite, metabolismo e ritmo cardíaco. Tendo em vista a perseguição dessa
crescente patologia na sociedade, com bases nos dados da OMS, 20
milhões de pessoas tentam se suicidar a cada ano.
O mal do século XXI é silencioso, rápido e fatal. Ele não escolhe
região nem religião, etnia, classe social, idade ou sexo, sendo a mulher a
mais suscetível à doença, principalmente, no período pós-parto, devido às
inúmeras cargas de hormônios, durante todo o processo de gravidez.
Cabe ressaltar que a depressão está diretamente correlacionada a uma
neoplasia, por meio, da infecção e proliferação desse mal, ceifando vítimas
em todos os âmbitos sociais como também por circunstâncias de estresse,
desemprego, conflitos familiares, término de relacionamentos, bipolaridadee doenças cardiovasculares.
O livro não tem como alvo o público acadêmico, mas, sim, aquelas
pessoas que hoje estão sofrendo desse mal. Não é um livro científico; eu
diria que é um livro muito simples sem ser simplista; é um livro de fácil
acessibilidade e, se posso abrir o meu coração, digo que é um livro que visa
as pessoas leigas, pessoas que sofrem com a doença sem contudo ter a
quem recorrer para entendê-la. Diria ainda que é uma mão amiga que se
estende para segurar aquelas que, desesperadamente, estão à busca de uma
ajuda.
Tive o cuidado de investir centenas de horas pesquisando, estudando,
conversando com pessoas que estão passando por essa experiência
dramática.
Como pastor conselheiro, que cuida das suas ovelhas bem como
daquelas outras que do seu aprisco não fazem parte, tenho visto o
sofrimento estampado em suas faces, clamo pela ajuda do alto, estou certo
de que Deus sempre vem ao nosso encontro, como foi o caso de inúmeras
pessoas cujo testemunho de vida a Bíblia relata, pois nenhuma delas
morreram em função dessa doença.
Em nenhuma das páginas deste livro, você, leitor, vai encontrar uma
receita, uma indicação de medicação. O livro não tem esse objetivo, antes,
porém, a orientação constante e necessária que é a busca de um
profissional da saúde, um psiquiatra, psicólogo ou o médico da família.
Minha participação como escritor é apontar a ajuda que vem de Deus.
Estou certo de que o livro vem preencher uma lacuna, qual seja:
mostrar as causas que levam à depressão e os recursos que estão à
disposição para quem dela deseja se livrar.
Boa leitura!
Capítulo 1
A história da depressão ao
longo da história humana
“Não há nada novo sob o sol, mas há muitas coisas velhas que não
conhecemos”
Essa citação modificada do Eclesiastes por Ambrose Bierce nos serve
para salientar que, apesar da difundida ideia de que a depressão (assim
como outros quadros psiquiátricos como os transtornos alimentares) seja
um fenômeno da modernidade, o quadro clínico já aparece descrito na
Bíblia e nas histórias mitológicas da Antiguidade.
A depressão já era descrita entre os gregos caracterizada por um medo
intenso e depressão persistente. Nas palavras de Hipócrates estão presentes
“a aversão à comida, falta de ânimo, insônia, irritabilidade e inquietação”.
E finaliza: “Se o medo e a tristeza duram muito tempo, tal estado é próprio
da melancolia”. A bílis negra, µελαιναχολη (melaina chole), um dos
quatro humores fundamentais, seria o fator fundamental para o surgimento
da melancolia afetando o cérebro. Embora essa fosse uma teoria bastante
primitiva trazia a ideia revolucionária para o século V a.C. de que as
doenças se deviam a causas naturais, isto é, orgânicas. Com o início da
medicina científica, o sobrenatural começa a sair de cena, a doença passa a
ser vista como algo somático, a medicina inicia sua separação da filosofia e
o cérebro é definido como o centro das emoções humanas.
Areteu da Capadócia, médico grego e filósofo do século II, genial
observador clínico que, entre outros quadros, descreveu o diabetes e a
enxaqueca, escreve no capítulo V de seu livro Sobre as Causas e Sintomas
das Doenças Crônicas: “O melancólico se isola, teme ser perseguido e
aprisionado, atormenta-se com ideias supersticiosas, odeia a vida (...) está
sempre aterrorizado e mistura suas fantasias com a realidade (...) queixa-se
de doenças imaginárias, amaldiçoa a vida e deseja a morte”. Além dessa
minuciosa descrição, faz a primeira e fundamental diferenciação entre a
melancolia doença do corpo e uma “reação depressiva” psicologicamente
determinada por uma causa emocional.
Muito se fala em depressão na sociedade atual, porém, muitas vezes, de
forma errônea. Estima-se que cerca de 16% da população mundial já
sofreu de depressão ao menos uma vez na vida. Os estudos sobre a doença
se iniciaram em 1920 e, já na época, foi reportado que as mulheres
possuem o dobro de chances do que os homens de se tornarem depressivas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2020, a
depressão será a segunda causa de morte mundial por doença, ficando
apenas atrás das doenças cardíacas.
Os dados são assustadores e, nas atuais circunstâncias em que vivemos,
precisamos falar sobre a depressão. É preciso entender que ela não é
apenas uma tristeza passageira, mas, sim, uma doença. E como toda
doença precisa ser diagnosticada, precocemente, e tratada da forma
correta.
Sentir-se triste em momentos específicos da vida é normal, como após a
morte de um ente querido. Porém, algumas pessoas vivenciam esse
sentimento de forma muito intensa e por períodos muito longos que
podem não ser apenas dias, mas, sim, meses e até mesmo anos. O ponto
chave da questão é: essas pessoas nem sempre tem um motivo aparente
para se sentirem assim.
Fisiologicamente, a depressão é um desequilíbrio no cérebro. Mas, ao
contrário de outras doenças, ela não pode ser curada apenas com
medicamentos, já que ela é uma combinação de fatores biológicos,
psicológicos e sociais. Ou seja, sua qualidade de vida, seus relacionamentos
e sua maneira de enfrentar o mundo podem ser os gatilhos para a
depressão aparecer.
Sentir-se triste é uma resposta comum a eventos da vida, como o
sofrimento de uma perda ou um desapontamento. O transtorno afetivo que
os especialistas chamam de depressão é algo muito mais grave e
caracterizado pela falta de controle sobre o próprio estado emocional.
A depressão maior é o transtorno do humor mais comum, afetando,
anualmente, 5% da população mundial. É caracterizado por humor
deprimido e diminuição do interesse/prazer em todas as atividades. Outros
sintomas podem ocorrer: perda ou aumento de apetite, insônia ou
hipersonia, sentimentos de inutilidade e culpa, e sentimentos recorrentes
sobre morte. Outro tipo de depressão que afeta 2% da população adulta é
chamada de distimia. Embora mais leve que a anterior, essa tem um curso
crônico e arrastado, desaparecendo frequentemente de forma espontânea.
Depressão não é tristeza
Depressão é diferente de tristeza. Aspecto fundamental e infelizmente
às vezes de difícil entendimento por parte do não especialista é a diferença
entre o normal e o patológico, entre a tristeza, contingência de situações
vivenciais e a depressão como doença.
HIPÓCRATES: primeiro médico a descrever clinicamente a melancolia,
no século V a.C.
Embora na linguagem coloquial se utilize o
termo depressão para designar coisas tão distintas
quanto a nossa reação por perdas ou por desejos
e projetos não concluídos satisfatoriamente, esse
termo não deve ser confundido com o luto ou a
tristeza, emoções humanas normais por mais
desagradáveis e indesejadas que sejam.
Na depressão, ao contrário da tristeza
normal, o humor depressivo é autônomo e,
embora possa ser desencadeado por evento
externo, muda muito pouco com tentativas de distraimento ou mudanças
de ambiente. Não se medica tristeza nem se transforma a vivência humana
normal em objeto de tratamento. A própria pessoa que sofreu uma vez de
um episódio depressivo identifica a qualidade diferente da experiência
emocional, compara-a com uma perda pessoal ou familiar, e afirma que a
sensação é completamente diferente não apenas em intensidade.
O sintoma clínico fundamental da depressão não é a experiência da
tristeza, mas uma sensação descrita pelos médicos como de anedonia (a:
negação, hedonia: prazer), ou seja, uma sensação de perda de prazer ou
sentimento por todas as coisas, como se a cor sumisse e tudo passasse a ser
preto e branco. Fadiga incompatível com a atividade exercida, sensação de
perda de energia, sentimentos de desvalorização pessoal, medo
inexplicável e sem objeto, diminuição da capacidade de concentração,
insônia e/ou sonolência diurna excessiva são alguns dos sintomas presentes
associados.
Em maior ou menor grau, nada menos que 340 milhões de pessoas
têm momentos semelhantes a esse. É a estimativa do número de casos
mundiais de depressão feita pelo grupo de saúde mental da Organização
Mundial da Saúde. Ela também estima que uma em cada quatro pessoasdesenvolverá a doença ao longo da vida. Mas nem sempre foi assim: ao
longo da história, a situação foi vista de forma bem diferente.
Hoje em dia, basta um exame rápido para diagnosticar pessoas como
depressivas. Mas, se estivéssemos na Grécia antiga, falaríamos de
melancolia e, na Europa medieval, de acédia. Para entender esse processo
até chegar à guerra declarada contra a depressão dos dias de hoje é melhor
começar do começo.
Homens de exceção
No mundo ocidental, quem primeiro notou características depressivas
e as sistematizou em torno de um nome foi Hipócrates considerado o pai
da medicina no século IV a.C. Ele cunhou o nome melancolia a partir de
duas outras palavras: mêlas = negro e kholê = bile. Melankholia significa,
portanto, “bile negra”, segundo ele, um dos quatro humores que
constituem o corpo humano – os outros seriam a bile amarela, o sangue e a
fleuma. No texto intitulado Da Natureza do Homem, Hipócrates (ou seu
genro Polibeu não se sabe ao certo) estabelece uma correspondência entre
os quatro humores, as quatro estações do ano e as quatro características
fundamentais da matéria (quente, fria, seca e úmida). A cada um dos
humores ele relacionou um sintoma psicológico. Em seu estado normal, o
homem teria os quatro bem equilibrados. O problema se daria em casos de
excesso de um ou de outro. Bile amarela demais causaria um
temperamento raivoso da mesma maneira que a bile negra em abundância
provocaria a depressão. “Se a tristeza e a angústia não passam, o estado é
melancólico”, disse Hipócrates em seus Aforismas.
No mesmo século, o filósofo grego Aristóteles, em uma obra conhecida
como Problema 30, reparou em uma estranha coincidência: “Por que razão
todos os homens de exceção na filosofia, na política, na poesia ou nas artes
são manifestamente melancólicos?” Não foi o único a perceber isso. A
propaganda do Prozac, o mais popular dos antidepressivos, enumera uma
lista de “homens de exceção” acometidos pela doença: os americanos
Abraham Lincoln e Theodore Roosevelt, o pintor holandês Vincent van
Gogh, os escritores Mark Twain e Ernest Hemingway, o inglês Winston
Churchill, a atriz Marilyn Monroe e o bailarino Vaslov Nijinsky são alguns
deles. A diferença é que, enquanto a indústria farmacêutica busca
encorajar os doentes a se tratar, Aristóteles via na melancolia um atributo
essencial da genialidade. Para ele, era um estado ao mesmo tempo
patológico e desejável.
Podemos imaginar uma balança para medir como a humanidade
encarou a melancolia em diferentes períodos e lugares. Na Grécia antiga, a
balança estaria equilibrada – o peso do lado positivo é igual ao do lado
negativo. Já na Idade Média, a balança pesaria de maneira extremada para
o lado negativo. Não se falava em melancolia, mas em acédia. A palavra
saiu de uso tanto no português como em outras línguas latinas, mas
continua presente no dicionário. De acordo com o Houaiss, significa
enfraquecimento da vontade, inércia, preguiça ou desordem mental
caracterizada por apatia, melancolia e descuido. Pois não é que a acédia
entrou para o temido rol dos sete pecados capitais? Isso mesmo. Junto com
a gula, a avareza e o orgulho, por exemplo.
A história é a seguinte: no início do século IV, centenas de monges
estabeleceram alguns dos primeiros grandes monastérios católicos nos
desertos da Síria e do Egito (nos dois retiros mais importantes, a sudoeste
de Alexandria viviam 5.600 monges). Esses monges chamados de
anacoretas pretendiam se isolar do mundo para, assim, fugir de toda e
qualquer tentação. Só que, mesmo distante de tudo, restava ainda um
demônio: a acédia. Evágrio Pôntico, antigo diácono de Constantinopla que
se retirou no deserto em 383, descreveu assim a tentação também chamada
de “demônio do meio-dia”: “Ele força o monge a manter os olhos fixos na
janela, fora de sua célula, observando o sol para ver se ele está longe da
nona hora. Ele inspira a aversão pelo lugar onde o monge se encontra, por
seu próprio modo de vida e pelo trabalho manual. Além disso, provoca a
ideia de que a caridade desapareceu e que ninguém poderá consolar-lhe. O
demônio da acédia usa todas suas forças para que o monge abandone sua
célula e fuja”.
É assim, com essa roupagem de tentação que leva ao pecado, que a
acédia chega à Idade Média. Em todo o ocidente medieval, a definição que
impera é a do frade dominicano São Tomás de Aquino (١٢٢٧-١٢٧٤),
grande filósofo do cristianismo. Para ele, trata-se de “uma tristeza
devastadora, que produz no espírito do homem uma depressão tal que ele
não tem mais vontade de fazer nada. A acédia é um desgosto pela ação”.
Uma nova etimologia da palavra melancolia é forjada, o que contribui para
aumentar a carga negativa: melan agora é ligada ao termo latino malus,
que vale tanto para mal como para malsão ou doente. Diante de definições
tão desprezíveis, o que poderia fazer o homem medieval ao se sentir
melancólico? Ora, não haviam muitas opções. Ou escondia o pecado ou
rezava para tentar banir o abominado sentimento de sua alma.
A melancolia só daria a volta por cima no século XIX. Na Inglaterra
dessa época, o prato mais pesado da balança é o da visão positiva: a moda
elizabetana manda vestir preto e o spleen é um atributo essencial do
romantismo. Órgão que se acreditava secretar a bile negra, o baço (ou
spleen em inglês), virou sinônimo de angústia, mau humor e depressão. As
mulheres inglesas que andavam de cara amarrada por volta dos anos 1.800,
diziam ter sido atingidas pelos vapores do spleen. Nada mais glamouroso na
época. Apesar de sofrido e devastador, o sentimento borocoxô é
cultuadíssimo pelos românticos. Famoso poeta do período, o inglês George
Gordon (1788-1824) mais conhecido como Lord Byron, influenciou
escritores de diversos países. Os seguidores do chamado byronismo tinham
em comum um sentimento de mal-estar, desajuste, solidão, desencanto e
tédio, características resumidas na expressão mal du siècle (“o mal do
século” em francês). O tuberculoso e taciturno Álvares de Azevedo (1830-
1852), autor de A Lira dos Vinte Anos, é o escritor brasileiro que melhor
incorpora a linha. Na França, o poeta Charles Baudelaire (1821-1867)
representa bem o espírito nos versos de “A Morte dos Pobres”:
A Morte é que consola e nos faz viver;
É o alvo desta vida e a única esperança
Que, como um elixir, nos dá fé e confiança,
E forças para andar até o anoitecer.
Em meio à tempestade e à neve a se desfazer,
É a luz que em nosso lívido horizonte avança
É a pousada que um livro diz como se alcança,
E onde se pode descansar e adormecer.
É um Arcanjo que tem nos dedos imantados
O sono eterno e o dom dos extasiados,
E arruma o leito para os nus e os desvalidos;
É dos Deuses a glória e o místico celeiro,
É a sacola do pobre e o seu lar verdadeiro.
Céus desconhecidos!
Hoje em dia não se fala tanto de melancolia. A palavra ainda é usada
para casos profundos de depressão, esse, sim, o termo médico em voga.
Mas qual é a diferença entre tristeza, melancolia e depressão? Bem... as
fronteiras não são bem claras. De uma maneira geral, pode-se dizer que o
termo depressão herdou boa parte dos atributos da melancolia do passado.
Diferente dos gregos, no entanto, o mundo de hoje vê a depressão como
uma doença sem qualquer implicação positiva. “A tristeza é uma emoção
universal e tem o seu valor: leva à introspecção, ajuda a elaborar a
frustração e contribui para o amadurecimento”, diz o médico Teng Chei
Tung do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
“Do ponto de vista clínico, a depressão é uma doença incapacitante e
diferente da tristeza não pode ser controlada pelo paciente sozinho.” Ou
seja, a balança agora está no lado negativo.
Mal dos macambúzios
Como foi que a melancolia se transformou em doença, entrou na seara
da psiquiatria e passou a ser combatida com uma intensidade semelhante à
da Idade Média? É verdade que os gregos já viam o lado patológico da
melancolia. Mas nada comparado ao problema de saúde pública de nossos
dias. A partir do século XVIII, os médicos começaram a se interessar pelasdoenças mentais. Eram os chamados alienistas, que consideravam a
melancolia como um tipo de loucura ou como uma mania. O fundador da
psiquiatria na França Philippe Pinel (1745-1826) – aquele que deu origem
à expressão “ficar pinel” – e, mais tarde, seu aluno Jean-Etienne Esquirol
(1772- 1840) estão entre os mais notáveis estudiosos da área. Em 1915,
Freud comparou a melancolia ao luto. Segundo ele, “ambos provocam
uma depressão profundamente dolorosa, uma suspensão do interesse pelo
mundo exterior, a perda da capacidade de amar e a inibição de toda a
atividade”. A diferença seria que, enquanto o luto é a dor pela perda de
alguém ou algo, o melancólico se ressente da perda do “eu”, o que
também traria uma diminuição da autoestima.
Um grande avanço veio com a descoberta – por acaso – dos
antidepressivos. Na década de 1950, percebeu-se que a isoniazida, enzima
usada para tratar tuberculosos, produzia nos doentes uma inesperada
sensação de ânimo e bem-estar. Uma reação similar foi notada com a
inipramina, um antialérgico. Usadas para tratar depressivos, no entanto,
essas substâncias provocavam muitos efeitos colaterais, já que não haviam
sido criadas com esse fim específico. Os antidepressivos agem sobre
algumas substâncias que regulam a transmissão de impulsos nervosos, os
neurotransmissores – em especial sobre a serotonina, que, além de
influenciar o temperamento, controla a liberação de hormônios que
regulam estados como o sono e a fome. Deprimidos apresentam distúrbios
na regulação de serotonina, mas comece a brincar com essa substância e
você corre o risco de desregular o organismo inteiro.
A primeira droga capaz de agir sobre a serotonina sem tantos efeitos
colaterais foi o Prozac, que começou a ser vendido nos Estados Unidos, em
1988. Graças a ele, os antidepressivos se tornaram populares. “O remédio é
tão seguro que dá a impressão de que qualquer médico pode tratar a
depressão”, afirma Tung do Hospital das Clínicas. “Mas hoje em dia a
medicação é acompanhada com mais cuidado. A associação dele com
outros medicamentos pode gerar intoxicação. Estudos sugerem até que
tratamentos com antidepressivos podem agravar a depressão ou levar ao
suicídio.”
Mesmo com remédios, as estatísticas atuais sobre a depressão são
alarmantes. Além dos 340 milhões de pessoas com a doença, estima-se que
em 2020 ela será a segunda principal causa de incapacidade no mundo,
atrás apenas de doenças cardíacas (hoje, ela ocupa a quarta posição desse
ranking). Não é à toa que, entre as medicações só comercializadas com
receita médica, os antidepressivos são os campeões de venda. Por outro
lado, nunca a depressão foi tão estudada quanto hoje, o que abre a
perspectiva de melhores remédios.
Mas será que estamos no caminho certo? “Não acredito que nós hoje
compreendemos melhor a melancolia do que os gregos”, diz o historiador
da arte Jean Clair, curador da exposição Melancolia, que estudou as
abordagens artísticas da depressão por mais de dez anos. “Nossa época a
nega. É preciso ser feliz, engraçado, divertido, positivo e, nesse contexto, a
melancolia é proibida. Se você se sente melancólico, toma um Prozac. O
ideal do homem, hoje em dia, é manter-se constante o tempo todo, sem
alterações de humor, como as frutas e os legumes do supermercado, que
têm sempre a mesma cor, o mesmo tamanho e o mesmo gosto.” A mostra
reúne 250 obras, entre telas, desenhos, gravuras e esculturas, todas com o
tema da melancolia. “O público se dá conta de que a melancolia faz parte
da nossa cultura e não é apenas uma doença. Além do mais é
reconfortante saber que o que sentimos se inscreve na história e foi
responsável por algumas das mais importantes obras de arte”, diz Jean
Clair. Na França, a mostra atraiu 330 mil pessoas em três meses. Na esteira
do seu sucesso, foram lançados mais de dez livros sobre o tema. “O
sofrimento da melancolia constitui o homem da mesma maneira que os
peixes têm espinha”, diz o professor Jackie Pigeaud da Universidade de
Nantes, França, conhecido por seus estudos sobre a história do pensamento
médico. Pacientes com depressão clínica devem buscar ajuda com médicos
especializados e procurar se tratar, mas ficar triste ou ter alterações de
humor não deve ser motivo de vergonha. Como diz Pigeaud: “Anormal é
não sofrer nunca e estar sempre contente”.
_____________________________________
Fonte:
(1) www.pt.wikipedia.org
Capítulo 2
As principais causas da
depressão
Não se sabe ainda exatamente quais são as causas para a depressão ser
desencadeada. Porém, diversos fatores podem estar envolvidos.
Diferenças biológicas
As pessoas que sofrem de depressão possuem mudanças físicas em seus
cérebros. Mesmo não sabendo a significância exata que essas diferenças
tenham, elas podem ser uma das causas do aparecimento da doença.
Químicas do cérebro
O cérebro possui uma forma de química natural causada pelos
neurotransmissores. Pesquisas apontam que as alterações na função e efeito
desses neurotransmissores bem como a forma que eles interagem com os
diversos neurocircuitos que compõe o cérebro podem ter um papel
significativo na depressão e no seu tratamento já que atuam diretamente na
manutenção da estabilidade do humor do paciente.
Hormônios
Algumas mudanças no corpo podem desequilibrar certos hormônios
produzidos e, isso, pode causar ou ser o gatilho para uma depressão. Essas
mudanças nos hormônios acontecem, em grande parte, com a gravidez e
durante as semanas que precedem o parto. Elas podem ocorrer também a
partir de um problema da tireoide, menopausa, entre outros.
Genética
A depressão é mais comum de acontecer com uma pessoa que tenha
parentes que também possuem a doença. Os pesquisadores estão
estudando para encontrar os genes que estão envolvidos em sua causa.
Fatores de risco
A doença pode aparecer em qualquer pessoa, de qualquer idade e
classe social. Porém, alguns fatores podem influenciar diretamente no
desencadeamento da depressão:
Alguns traços da personalidade da pessoa, como baixa autoestima,
autocrítica e pessimismo;
Traumas ou estresses, como abuso sexual, morte, relacionamentos
e situações difíceis;
Trauma de infância;
Ter parentes que já possuem um histórico de depressão, transtorno
bipolar, alcoolismo ou suicídio;
A questão de ter uma sexualidade que não é apoiada pelos
parentes ou amigos;
Histórico de outros distúrbios da saúde mental, como transtornos
de ansiedade, alimentares ou estresse pós-traumático;
Excesso de álcool ou drogas ilícitas;
Doenças crônicas, como câncer, AVC ou doença cardíaca;
Determinados medicamentos, como alguns de hipertensão ou
comprimidos para dormir.
Como eles aparecem:
A partir desses sintomas gerais podemos dividi-los em outras quatro
categorias, com base em como eles se apresentam nos diferentes grupos de
pessoas: homens, mulheres, crianças/adolescentes e idosos.
Homens
Menor propensão em ter autoaversão e desesperança do que as
mulheres;
Aumento da fadiga, irritabilidade, problemas de sono e perda de
interesse no trabalho/hobbie;
São mais propensos a apresentar raiva, agressividade e abusar de
substâncias químicas.
Mulheres
São mais propensas a apresentar sentimento de culpa, sono
excessivo e ganho de peso;
Uma em cada sete mulheres apresentam depressão pós-parto.
Crianças/adolescentes
A tristeza normalmente não aparece nesse grupo de pessoas,
porém é fácil perceber que elas ficam mais facilmente irritadas e
agitadas;
Dores de cabeça, estômago ou outras dores físicas podem aparecer
também.
Idosos:
As pessoas mais velhas reclamam mais sobre os sintomas físicos do
que os emocionais, como a fadiga, dores e problemas de memória;
Elas também podem não gostar de sua aparência física e parar de
tomar medicamentos que são essenciais para a sua saúde.
O diagnóstico
Caso você tenha identificado alguns desses sintomas citados em você
mesmo, o ideal é procurar um médico especialista o quanto antes, que
pode ser um clínico geral ou um psiquiatra. Ao contrário do que muitas
pessoas pensam, o tratamento médico ajuda – e muito – nos casos de
depressão.
O diagnósticopara a doença é realizado, basicamente, a partir de uma
série de perguntas que o especialista irá fazer, tais como:
Se os sintomas apresentados não estão tendo melhora;
Se o seu humor está afetando o seu trabalho e seus
relacionamentos;
Se você tem pensamentos suicidas ou de automutilação.
Não há exames físicos para a depressão, mas o médico pode solicitar
eventuais exames de sangue e urina para ter a certeza de que você não
possui outra doença que apresenta os mesmos sintomas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Depressão é uma
doença classificada como Transtorno do Humor e já é considerada como
uma das doenças mais incapacitantes no mundo. De acordo com o IBGE,
mais de 11 milhões de brasileiros têm diagnóstico de Depressão, cujos
principais sintomas são:
tristeza profunda sem causa aparente;
falta de prazer/satisfação em situações ou ações anteriormente
prazerosas;
alterações de sono e/ou apetite para mais ou para menos;
dificuldade de concentração;
falta de motivação generalizada;
agressividade/irritabilidade acentuadas para alguns homens o
descontrole da agressividade;
ansiedade acentuada;
dores no corpo sem causa orgânica;
crise de choro sem motivo aparente;
falta de libido;
autoestima baixa;
sensação de incapacidade/impotência generalizada;
sensação de desencaixe do mundo;
mau humor/indisponibilidade;
sensação de falta de sentido na vida;
vontade de dormir e não acordar mais;
abuso do álcool, entre outros.
O que leva uma pessoa à Depressão?
Diversos fatores podem levar a um processo depressivo e dependem
de quão importante esses fatores são na vida de cada pessoa, sobretudo
se ela se sentir impotente diante das dificuldades que tem a enfrentar.
Entre os casos mais comuns estão:
trabalho (excesso de trabalho, excesso de cobrança e pressão,
metas elevadas, assédio moral, sentimento de
incapacidade/fracasso);
perdas significativas (como um ente querido, emprego,
aposentadoria, status, casamento, namoro, dinheiro);
sentimento de fracasso ou de inadequação;
desilusão amorosa;
envelhecimento;
solidão;
doenças crônicas;
dor crônica;
insatisfação com o corpo/aparência física;
falta de reconhecimento;
abuso de álcool ou drogas entre outros
Geralmente as pessoas em depressão não têm vontade de fazer nada e
sentem que qualquer movimento ou ação requerem um esforço muito
grande, aumentando seu sentimento de tristeza. A culpa é outro
sentimento bastante comum: culpa por achar que não conseguir reagir é
falta de “força de vontade ou fraqueza”, o que aumenta ainda mais o
sentimento de frustração e desprezo por si mesmo. A pessoa passa a sentir
vergonha de si mesma. Prefere se isolar, sem conseguir sentir prazer na
vida, a pessoa com Depressão tende a entrar num processo que se
retroalimenta, como se estivesse caminhando em um túnel circular
completamente escuro.
Infelizmente, a Depressão ainda não é muito bem compreendida. O
deprimido pode ser visto como preguiçoso, fraco, mal-humorado,
antissocial e assim por diante. No entanto, a Depressão é uma doença! E
assim deve ser tratada. Nesse caso um bom acompanhamento psicológico
pode ser muito importante na recuperação dessa enfermidade.
A Depressão pode ser tratada sem medicação?
Sim, é possível tratar a Depressão sem o uso da medicação. No
entanto, cada caso deve ser cuidadosamente avaliado pelo profissional,
podendo haver situações em que o uso da medicação seja importante.
Tudo isso é discutido com o próprio paciente. Se ainda assim não for da
sua vontade, ele não será obrigado a aderir à terapia medicamentosa.
Como a Psicoterapia pode ajudar no tratamento da
Depressão?
Em primeiro lugar, o espaço de análise é, sobretudo, um ambiente de
acolhimento da dor e sofrimento do paciente. Às vezes, o próprio paciente
não entende por que se sente tão triste e incapaz. Carrega um enorme
sentimento de culpa e vergonha de si. Prefere se isolar, perde a esperança e
com isso corre o risco de agravar ainda mais o processo depressivo.
Geralmente, essas pessoas não conseguem pedir ajuda.
A Psicoterapia pode ajudar de diversas formas, de início, ela ajuda o
paciente a compreender que a Depressão é uma doença séria e
incapacitante e assim deve ser tratada. Portanto, ele não precisa se sentir
culpado ou envergonhado por sua atual condição.
Ao longo desse processo, o paciente vai entrando em contato com sua
própria história, seu modo de lidar com as dificuldades, com as pessoas, a
maneira que faz suas escolhas, que imagem tem de si mesmo e dos outros,
que imagem acredita que os outros têm dele, enfim, o modo como tem
vivido suas experiências. A partir desses questionamentos e reflexões, o
paciente pode compreender melhor como vem conduzindo sua vida, o que
parece estar dando errado, como chegou nessa condição de Depressão.
Assim, esse se vê mais capacitado a construir uma vida mais saudável e
satisfatória para si mesmo.
Isso nos coloca as seguintes questões: por que certos indivíduos
apresentam uma chance aumentada de desenvolver um episódio de
depressão, após situações pessoais desfavoráveis e eventos vitais traumáticos
e outros não? Por que algumas pessoas e não todas desenvolvem um quadro
depressivo e após fatores de risco como violência, dificuldades financeiras e
sociais graves, rupturas, morte familiar, doenças pessoais ou familiares?
Aqui se introduz o conceito de resiliência adotado da física, que se
refere à capacidade individual de superação de estresse e adversidades. As
últimas décadas têm destacado por meio de sofisticados estudos genéticos
uma série de informações relacionadas a uma predisposição genética que
levaria a uma vulnerabilidade maior para o desenvolvimento da depressão.
O melhor conhecimento das alterações dos neurotransmissores essenciais
para a pesquisa e o tratamento não afasta a necessidade de entendimento
dos fatores sociais, de personalidade, familiares e vivenciais no
desencadeamento do quadro.
Por fim, de maneira sumaríssima, enumeramos algumas das
necessidades clínicas prementes para o tratamento adequado dos quadros
depressivos: combater o estigma de modo que a procura por assistência
médica seja rápida e possibilite o diagnóstico de maneira precoce;
implantar a modalidade de tratamento medicamentoso mais eficaz e com
menos efeitos colaterais para o combate da fase aguda; estabelecer o
melhor tratamento medicamentoso associado à psicoterapia para evitar
futuras recaídas.
Como prevenir da depressão
Busque apoio social – A depressão é pouco frequente nos círculos em que
há fortes laços de relacionamento, sejam familiares, de trabalho, conjugal
ou de amizades. Portanto, é importante fazer parte de uma família feliz,
estar rodeado de bons amigos, ter bom ambiente de trabalho, pois essas
coisas são o Poder da Esperança, proteções contra a depressão. Porém,
como alcançar isso tudo? É o que veremos ao longo deste livro.
Mantenha uma vida ativa – É surpreendente como o estado de ânimo
debilitado pode mudar, rapidamente, quando você se ocupa com alguma
atividade. Para evitar a depressão, tome uma atitude e atue de alguma
forma. Ocupe-se com tarefas que lhe tragam satisfação e que sejam
produtivas e edificantes: coloque em ordem sua casa, conserte alguma
coisa, converse ao telefone com alguém especial. Se puder, pratique
esporte ou exercício físico aeróbico. A fadiga, nesse caso, é fonte de saúde e
bom humor.
Pense corretamente – Conforme as pessoas se centralizam no aspecto
sombrio ou no lado positivo das coisas, têm maior ou menor propensão
para a depressão. Pensar é um hábito como qualquer outro e deve ser
cultivado para se evitar a análise negativa das situações.
Olhe para o passado com prudência – O passado pode ser fonte de
depressão ou de bem-estar emocional. Em vez de pensar nas dificuldades
alegre-se com os tempos e acontecimentos felizes. Se existe algum trauma
do passado (abuso sexual, rompimentos, etc.), procure um psicólogo ou
psiquiatra que possa ajudar você a elaborar uma forma de superação do
ocorrido. Além de poder ser causada por uma vida tortuosa ou pela
frustração alimentada por fantasias,a depressão pode ser também
considerada “excesso de passado”.
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Fonte: Revista Cult - Edição nº 140
Postado por Asclê Junior
Capítulo 3
Depressão tem cura? Qual é o
tratamento e o que diz a
ciência?
Em um esforço global para entender o peso genético da depressão, um
consórcio de 200 cientistas, em 161 instituições do mundo inteiro,
identificou 44 genes relacionados a formas severas da condição. Isso é
particularmente importante porque a ciência já sabe que, em casos mais
graves, a hereditariedade tem um peso importante na ocorrência da doença
e é preciso conhecer os fatores que levam a isso. (1)
Um outro ponto relevante é que apenas metade dos pacientes responde
bem aos tratamentos existentes e novas terapias podem surgir, a partir desse
mapeamento genético. A depressão mais grave afeta aproximadamente
14% da população global.
O estudo foi publicado na “Nature Genetics” e integra o “Psychiatric
Genomics Consortium”, um esforço global para mapear genes associados a
disfunções psiquiátricas. A pesquisa teve a coordenação da Kings College
London (Reino Unido) da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e da
Universidade de Queensland (Austrália).
Dos 44 genes mapeados, 30 foram descritos pela primeira vez nessa
iniciativa. Segundo os autores, o achado abre caminho para o surgimento
de terapias mais específicas para a doença. Com o mapeamento genético,
cientistas podem desenvolver medicamentos que tenham por alvo o
bloqueio de substâncias produzidas a partir de informações desses genes.
“A descoberta dessas novas variantes genéticas tem o potencial de
revitalizar o tratamento da depressão, abrindo o caminho para descoberta
de terapias novas e melhoradas”, diz Gerome Breen do Instituto de
Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da King’s College London, em nota.
O mapeamento genético reforça achados de outras pesquisas que
mostraram o peso da hereditariedade em casos mais graves. Estudos com
gêmeos idênticos, por exemplo, demonstraram que, se um deles
desenvolve uma forma mais grave da doença, o outro tem um risco tão
elevado quanto de também manifestar os mesmos sintomas.
Outras pesquisas também compararam filhos adotivos com filhos
biológicos de pais com depressão. Esses estudos demonstraram que filhos
biológicos têm risco bem maior de desenvolver a doença que os adotivos,
reforçando o peso da genética.
Apesar disso, no entanto, pesquisadores pontuam que não é toda pessoa
com genes associados à depressão que vai desenvolver a condição. Por isso,
um dos objetivos do esforço global é entender o porquê isso ocorre.
Depressivos são eficazes para o tratamento, mas não para todo mundo.
Mapeamento genético pode ajudar no desenvolvimento de novas
descobertas.
O estudo
Pesquisadores mapearam dados de 135 mil pessoas com depressão
maior (a mais incapacitante) e também de 344 mil pessoas saudáveis.
Além dos 44 genes associados à depressão, pesquisadores encontraram
outros 153 genes relacionados a outros transtornos mentais.
Desses outros genes encontrados, os cientistas descobriram que seis
deles contribuem tanto para o surgimento da depressão quanto para a
maior ocorrência de esquizofrenia.
Um outro ponto curioso do estudo é que alguns genes associados à
depressão também foram relacionados à qualidade do sono, à insônia, ao
cansaço e à tendência à obesidade.
A genética não determina a depressão severa, mas influencia o seu
desenvolvimento. Outros traumas, como abuso sexual, são fatores que
podem deflagrar a condição.
Dá para dizer que a depressão tem os genes como
causa?
Genes têm um peso na depressão, mas não a determinam, dizem os
cientistas. Isso significa dizer o seguinte: se uma pessoa tem genes
associados à doença, ela tem maior risco de desenvolvê-la, mas isso não
quer dizer com certeza que esse indivíduo será depressivo.
Em outras doenças, a genética é mais determinante. É o caso da
doença de Huntington, que tem como primeiros sintomas alterações de
humor, mas vai lentamente progredindo para demência, problemas de fala
e coordenação motora. Trata-se de uma doença hereditária causada por
uma mutação do cromossomo 4. Essa mutação mata gradualmente células
cerebrais.
No caso da depressão, o gene não é tão determinante, mas pesquisas
dizem que, em casos realmente severos, a hereditariedade tem um peso de
40% a 50%. Outros estudos mostram que fatores como abuso sexual ou a
perda do pai ou da mãe na infância também são “gatilhos” para que a
condição se desenvolva.
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(1) www.g1.globo.com
Quais são as teorias mais confiáveis que podem
explicar a depressão?
Durante anos, pensou-se que a depressão fosse apenas um distúrbio
psicológico. No entanto, com o passar do tempo, surgiram novos estudos
que têm se aprofundado sobre as causas da depressão. Esses pesquisadores
examinaram dentro do cérebro, em nosso código genético e até mesmo em
nosso prato, para tentar desvendar todos os fatores que, escondidos na
sombra, poderiam desencadear um quadro depressivo.
1. Processamento do cérebro com defeito. Em estudos nos quais o
cérebro das pessoas que sofrem de depressão foi escaneado, descobriu-
se que o lobo frontal, a área responsável pelo processamento
cognitivo, pelo pensamento e pelo controle dos impulsos mostra níveis
muito baixos de atividade.
Por outro lado, também se vê um descompasso nas redes neurais
ligadas ao processamento emocional que impede que pessoas
deprimidas controlem suas emoções e suprimam aquelas que são
negativas. Além disso, um nível anormalmente alto de atividade foi
observado na amígdala, uma parte do cérebro ligada ao medo.
Com esses resultados em mãos, os neurocientistas acreditam que a
depressão envolve um problema no processamento do cérebro, como
se as conexões neurais não funcionassem da mesma maneira que para
o resto das pessoas, o que impede que modulem suas emoções e,
como consequência, a depressão surge.
2. Atrofia cerebral. Pesquisas recentes também mostraram que algumas
pessoas com depressão mostram uma perda de volume em algumas
áreas do cérebro, entre elas o hipocampo, uma área envolvida no
processamento de emoções e na consolidação de memórias. O mais
surpreendente é que, quanto mais grave a depressão, maior a perda de
volume cerebral.
Essa atrofia afeta não apenas as áreas do sistema límbico, mas também
o lobo frontal, especialmente o córtex pré-frontal, que regula a
intensidade dos estados emocionais e como expressá-los. Também foi
descoberto que a depressão inibe o desenvolvimento de novas células
nervosas, afetando o processo de neurogênese (formação de tecido
nervoso).
Por essa razão, alguns neuropsicólogos (a neuropsicologia é uma
interface ou aplicação da psicologia e da neurologia que estuda as
relações entre o cérebro e o comportamento humano) estão
convencidos de que a atrofia cerebral é uma das causas da depressão,
embora alguns afirmem que essa perda de volume em algumas áreas
do cérebro é uma consequência e, não, um fator desencadeante da
patologia.
3. Desequilíbrio hormonal. Sabe-se que o sistema endócrino
desempenha um papel muito importante nas causas da depressão.
Diferentes estudos apontam para o eixo hipotalâmico-hipofisário-
adrenal que controla as reações ao estresse. Na prática, esse sistema é
responsável por liberar uma série de hormônios, incluindo o cortisol,
que determinará nosso nível de alerta diante de diferentes situações no
ambiente.
Quando liberamos cortisol por muito tempo, o estresse muitas vezes
dá lugar à depressão e é por isso que alguns pesquisadores estão
convencidos de que muitos dos sintomas depressivos podem
realmente ser explicados por esse mecanismo. De fato, pesquisadores
da Universidade de Cambridge, recentemente, elaboraram um teste
simples de saliva por meio do qual as chances de sofrer depressão
podem ser previstas. Nesse teste, um único biomarcador é avaliado:
cortisol.
4. Genética. Até o momento, o “gene da depressão” ainda não foi
encontrado, mas os geneticistas estão otimistas, já que acham que esse
gene pode estarligado ao mesmo gene que causa o transtorno bipolar.
Os dados manipulados até agora indicam que pode haver uma base
genética. Por exemplo, sabe-se que em parentes de primeiro grau a
incidência de depressão é de 15% enquanto que, no resto das pessoas
é de apenas 5,4%. Por outro lado, estudos com gêmeos mostraram
que, se um deles sofre de depressão e o outro compartilha a maioria
de seus genes, há uma chance de 46% do outro também desenvolver
depressão.
No momento, existem vários genes sob pesquisa. Um deles está ligado
à síntese de dopamina e outros meios de transporte da serotonina, o
que não é de se surpreender já que pessoas deprimidas têm um déficit
de ambos os neurotransmissores.
Mesmo assim, deve-se esclarecer que a depressão é parte do que é
conhecido como “doenças geneticamente complexas”, o que significa
que fatores genéticos e ambientais influenciam na sua manifestação.
De fato, a predisposição genética não significa que a pessoa vá
desenvolver um quadro depressivo apenas que é mais vulnerável.
5. Inflamação do cérebro devido à dieta. Nos últimos anos, mais e mais
pesquisadores estão considerando a dieta como causa da depressão.
Segundo os nutricionistas, uma dieta inadequada pode ser a principal
responsável pela inflamação no cérebro revelada pelos exames.
Um dos principais fatores que promovem a inflamação são o açúcar e
o glúten. O problema é que não somos capazes de perceber a
inflamação do cérebro como em outras partes do corpo, de modo que
ela segue inexoravelmente seu curso. De fato, foi constatado que 52%
das pessoas que têm sensibilidade ao glúten também sofrem de
depressão.
Diferentes estudos realizados em todo o mundo demonstram que o
consumo de junk food (comida pronta de baixo valor nutritivo)
potencializa a depressão e quanto mais comermos esse tipo de
alimento mais graves serão os sintomas. Além disso, hoje sabe-se que
existem alguns alimentos que contribuem com a depressão, após seu
aparecimento.
O corpo humano tem 12 bilhões de neurônios. Os neurotransmissores
são substâncias químicas sintetizadas liberadas pelos neurônios e
responsáveis por sensações como prazer, conforto e bem-estar. Sabe-se que
neurotransmissores cerebrais têm um papel relevante no processo da
depressão.
A serotonina é a substância que ajuda a controlar o humor e diversas
outras funções vitais do organismo, como o sono. Já a noradrenalina ajuda
a produzir o hormônio adrenalina com efeito estimulante e que cria o
estado de alerta em situações de perigo.
A depressão se traduz como uma desordem no cérebro, órgão que tem
dificuldade de manter o equilíbrio dos níveis de serotonina e noradrenalina
no corpo. Remédios antidepressivos não produzem essas substâncias, mas
aumentam os níveis delas.
Para controlar o equilíbrio dessas substâncias nas células, o corpo
produz a enzima monoaminoxidase, que elimina o excesso de
neurotransmissores. Pessoas deprimidas, geralmente, não têm níveis baixos
de neurotransmissores, mas a enzima trabalha “demais”, atrapalhando o
fluxo livre de liberação da serotonina e noradrenalina. Antidepressivos
atuam na inibição da monoaminoxidase para que os níveis desses
transmissores permaneçam altos.
Especialistas classificam a depressão em bipolar (também conhecida
como PMD - Psicose Maníaco Depressiva) ou unipolar. A PMD alterna
momentos de euforia (quando provavelmente há excesso de
neurotransmissores) e profunda depressão, quando provavelmente há falta.
A do tipo unipolar é relacionada à melancolia sem fim.
A OMS recomenda que casos de depressão moderada ou grave devem
ser tratados com medicação capaz de aliviar seus sintomas com dosagens
específicas para cada paciente. O ideal é que o tratamento conte com
psicoterapeutas e psiquiatras que ajudem a trabalhar as questões
emocionais da pessoa.
Pesquisadores testam novas formas eficazes de tratamento da depressão
com estudos que buscam identificar as áreas exatas no cérebro relacionadas
a determinadas sensações. Se localizarem com sucesso, no futuro, será
possível ter aparelhos para estimular ou inibir áreas de um cérebro
deprimido.
Atualmente, tratamentos com estimulação cerebral com eletrodos
diminuem os sintomas, mas são recomendados muito raramente e para
casos mais extremos. A carga elétrica parece aumentar o efeito da
dopamina e afetar os outros neurotransmissores, além de estimular o
metabolismo do córtex frontal. Um pouco menos invasiva é a técnica com
ressonância magnética, que estimula o cérebro com ondas
eletromagnéticas que aumentam o fluxo sanguíneo na área e,
consequentemente, sua atividade cerebral.
Terapias complementares e a adoção de hábitos saudáveis ajudam na
recuperação e na prevenção da depressão. Ter uma alimentação nutritiva
diária, evitar o uso de drogas e o consumo de álcool, praticar esportes
(exercícios produzem endorfina) e atividades de relaxamento e meditação
são importantes ferramentas para combater o estresse e enfrentar e superar
problemas.
A ciência também relaciona problemas hormonais e genéticos às
causas da depressão. Nas mulheres, os níveis flutuantes dos hormônios
estrogênio e progesterona influenciam o humor. Em relação aos genes,
estudos apontam que a predisposição para a depressão pode ser hereditária.
Se descobrirmos uma maneira de identificar a depressão por subtipos
genéticos, poderemos encontrar tratamentos específicos.
A depressão pode ter cura sim. Entretanto, como suas causas ainda não
estão totalmente esclarecidas, não existe apenas um, mas vários tipos de
tratamentos para a depressão.
O mais indicado pelos especialistas é o uso de medicamentos em
conjunto com a psicoterapia. Além desse, há ainda o tratamento realizado
em hospitais, a terapia eletroconvulsiva, a estimulação magnética
transcraniana e os tratamentos alternativos.
Psicoterapia
A psicoterapia é um tratamento baseado na conversa sobre a condição
do paciente com um profissional da área da saúde mental. Dentre as
inúmeras ajudas que a psicoterapia pode dar estão:
Ajudar em uma crise ou outra dificuldade atual;
Identificar os comportamentos negativos da pessoa e substituí-los
por outros saudáveis e positivos;
Explorar relacionamentos e experiências para que interações
positivas com os outros sejam desenvolvidas;
Encontrar maneiras melhores de lidar com os problemas;
Identificar as questões que contribuem para sua depressão e
comportamentos que piorem o estado;
Recuperar a satisfação e o controle da própria vida;
Ajudar a definir metas realistas para a sua vida;
Desenvolver a capacidade de tolerar e aceitar o sofrimento
utilizando-se de comportamentos mais saudáveis.
Tratamento em hospitais e clínicas especializadas
Em algumas pessoas a depressão é tão forte que o tratamento precisa
ser realizado em hospitais, isso porque, muitas vezes, elas não conseguem
cuidar de si mesmos por conta própria. Por acharem que a vida é muito
difícil, podem recorrer a saídas como o suicídio ou a automutilação.
Terapia eletroconvulsiva
Realizada sob efeito de anestesia, a terapia eletroconvulsiva é feita por
meio de correntes elétricas que passam pelo cérebro do paciente e têm a
função de oferecer alívio imediato dos sintomas da depressão. Esse tipo de
tratamento é utilizado em pessoas que não possuem melhora com os
medicamentos.
Estimulação magnética transcraniana
Tipo de tratamento também realizado em pessoas que não obtiveram
melhora com os medicamentos, a estimulação magnética transcraniana é
realizada por meio de uma bobina de tratamento que é colocada contra o
couro cabeludo do paciente. Essa bobina envia breves pulsos magnéticos
para estimular as células nervosas do cérebro que trabalham na regulação
do humor e depressão. Normalmente, esse tratamento tem duração de seis
semanas com até cinco tratamentos por semana.
Tratamentos alternativos
Os tratamentos alternativos não substituem os realizados pelos
especialistas, porém podem ser de extrema ajuda caso feitos em conjunto.
Alguns exemplos desses tratamentos são os seguintes:
Ômega 3;
Acupuntura;
Técnicas de relaxamento.
Meditação;
Massagem terapêutica;Terapia de música ou arte;
Espiritualidade;
Exercício aeróbico;
Homeopatia.
Remédios mais utilizados
Em primeiro lugar, é preciso saber que nem sempre um medicamento
terá o mesmo efeito em diferentes pessoas. Portanto, a ida ao médico é
imprescindível, pois apenas ele poderá indicar qual é o melhor para o seu
tipo de depressão.
Os medicamentos utilizados no tratamento da
depressão podem ser divididos nas seguintes
categorias:
Inibidores da recaptação da serotonina;
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina-noradrenalina;
Inibidores da recaptação da norepinefrina-dopamina;
Antidepressivos atípicos;
Antidepressivos tricíclicos;
Inibidores da monoamina oxidase;
Outros medicamentos.
Dentre esses medicamentos, estão os seguintes:
Amitriptilina
Amytril
Alenthus Xr
Anafranil
Ansitec
Assert
Cinarizina
Citalopram
Clomipramina
Clonazepam
Clopam
Cymbalta
Daforin
Donaren
Escitalopram
Exodus
Efexor Xr
Fluoxetina
Lexapro
Lorax
Lorazepam
Mirtazapina
Pamelor
Prozac
Paroxetina
Sertralina
Risperidona
Rivotril
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento,
sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual
medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para
o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas
a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir
as orientações de um especialista ou servir como recomendação para
qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os
sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
As complicações da Depressão
Se não tratada o quanto antes e de maneira correta, a depressão pode
ocasionar sérias complicações:
Peso em excesso, o que pode levar a doenças cardíacas e diabetes;
Dores e doenças físicas;
Abuso de álcool ou drogas;
Ansiedade, transtorno do pânico ou fobia social;
Conflitos familiares, dificuldades em relacionamentos, problemas
no trabalho ou na escola;
Isolamento social;
Pensamentos suicidas, tentativas de suicídios ou suicídio;
Automutilação;
Morte prematura por outras condições médicas.
Depressão como superar
Além do tratamento médico, é preciso que o paciente se ajude. Para
isso, algumas dicas são bastante válidas para que a superação da doença
possa acontecer:
Simplifique sua vida;
Não se isole;
Aprenda maneiras de relaxar e controlar o seu estresse;
Estruture seu tempo;
Não tome decisões importantes, quando você estiver mal;
Mantenha-se ativo;
Tenha uma boa alimentação;
Encontre maneiras para se envolver novamente com o mundo.
Como prevenir
Por mais que não haja maneiras certeiras de se prevenir a depressão,
algumas estratégias podem ser aplicadas:
Tome medidas para controlar o estresse;
Peça ajuda de seus familiares e amigos, quando estiver
enfrentando um período difícil;
Procure ajuda profissional ao primeiro sinal de depressão;
Considere começar um tratamento de longo prazo para ajudar na
prevenção de recaídas futuras.
Muitas pessoas não sabem que sofrem de depressão por não
conseguirem enxergar em si mesmas os sintomas característicos da doença.
Portanto, se você conhece alguma pessoa que está tendo comportamentos
típicos de alguém depressivo, converse com ela e sugira a procura médica.
Quanto antes a doença for diagnosticada melhor! (1)
_____________________________________
Fonte:
(1) rinconpsicologia
(2) Artigo escrito pelo psiquiatra Pérsio Ribeiro Gomes de Deus
www.minhavida.com.br
(3) Tradução e adaptação por Marcela Jahjah da equipe Fãs da Psicanális. Os mecanismos
pelos quais a depressão se instala ainda não são totalmente conhecidos. Mas a medicina
descobriu que o estado de depressão gera determinadas modificações químicas no corpo.
Capítulo 4
Procurando entender o que é:
4.1 - Medo
O Medo é uma reação que aumenta a nossa capacidade de atenção, de
resposta, bem como os níveis de adrenalina. Investigadores afirmam que o
medo não deve ser eliminado nem combatido. É saudável e importante
termos medo, visto que esse visa a autopreservação. Além da nossa razão,
que tem capacidade de fazer escolhas entre o bem e o mal, o medo não
toma decisões; é um sistema muito mais rápido que a razão que visa a
proteção do organismo.
4.2 - Fobia
É entendida como um medo irracional, compreendido pelo próprio
sujeito como desproporcional, possuindo uma reação exagerada, mas que
não consegue reagir de forma a contrariá-lo. As pessoas com fobia
descrevem-na como “sendo mais forte que elas”, inevitável e incontrolável.
A fobia entra no campo da psicopatologia, a maioria dos objetos,
lugares ou situações são subjetivos, isto é, o indivíduo interpreta como
perigoso e ameaçador, muitas vezes, algo normal e inofensivo para outros
indivíduos. Perante o objeto ou situação fóbica, o sujeito tem um pico de
ansiedade associada, reconhecendo, muitas vezes, a inexistência do perigo,
mas não consegue agir de forma diferente. Essa é considerada patológica,
principalmente, quando áreas da vida do indivíduo começam a ser
prejudicadas.
As fobias estão divididas, segundo o DSM-IV em cinco grandes grupos:
Animais (gatos, cães, aranhas, etc);
Aspetos do ambiente natural (maremotos, relâmpagos, chuva, etc);
Situações (falar em público, andar de avião, estar em espaços
fechados, etc);
Sangue (injeções, feridas, agulhas, operações, etc);
Outros (medo de ter medo, medo das dores, medo de vomitar,
etc).
Existem fobias extremamente bizarras tais como: coulrofobia (medo de
palhaços); globofobia (medo de borbulhas); algodãofobia (medo de bolas
de algodão); ablutofobia (medo de tomar banho); androfobia (medo de
homens); ergofobia (medo de trabalhar).
Existe uma imensa lista de fobias: umas quase consideradas saudáveis
outras extremamente patológicas.
Portanto, o medo e a fobia são conceitos embora semelhantes em
algumas dimensões podem ser considerados opostos noutras. Isto é, existem
objetos ou situações específicas em que a diferença entre o medo e a fobia
resume-se unicamente à forma e à intensidade da reação, como, por
exemplo, a fobia a cobras ou outro perigo real. Podem ser considerado
opostos, na medida que enquanto o medo preserva e protege a vida
humana a fobia isola as pessoas, prejudicando o próprio bem-estar, como
também o bem-estar das pessoas à sua volta. Por exemplo, toda as pessoas
têm medo de algo, é uma reação inevitável. Porém, imagine se que toda as
pessoas tivessem ergofobia (medo do trabalho) como seria a vida? Ou se
todo o mundo tivesse androfobia (medo de homens), como a humanidade
teria chegado até a atualidade sem reprodução? Visto isso, torna-se claro
que o medo é algo benéfico e a fobia algo negativo tanto para o ser
humano como para a humanidade em geral. (1)
Porém, é importante referir que alguns investigadores distinguem medo
de fobia pela objetividade do medo e a subjetividade da fobia. Não
concordo inteiramente com essa distinção, visto que, em primeiro lugar, a
realidade é sempre vivida de forma subjetiva, independente da objetividade
exterior. Em segundo lugar, são raros os medos transversais a todas as
épocas, povos e culturas. O que para nós é “objetivamente” perigoso e por
isso evitado (como as cobras), para outros povos, pode ser inofensivo e
procurado (alimentando-se de cobras).
E você, qual o seu maior medo ou fobia?
_______________________________________
(1) www.psicologiafree.com.br
Psicólogo: Jorge Elias formado em psicologia da Educação.
4.3 - Ansiedade
Ansiedade é um estado psíquico de apreensão ou medo provocado pela
antecipação de uma situação desagradável ou perigosa.
A palavra “ansiedade” tem origem no latim anxietas que significa
“angústia”, “ansiedade”, de anxius = “perturbado”, “pouco à vontade”, de
anguere = “apertar”, “sufocar”.
O quadro de ansiedade vem acompanhado por sintomas de tensão, em
que o foco de perigo antecipado pode ser interno ou externo.
Considerada, até certo ponto, uma reação natural do ser humano e útil
para se adaptar e reagir perante situações de medo ou expectativa, a
ansiedade torna-se patológica, quando atinge um valor extremo, com
carácter sistemáticoe generalizado, em que começa a interferir com o
funcionamento saudável da vida do indivíduo.
As causas mais comuns de ansiedade patológica são:
Hipertireoidismo;
Ansiedade generalizada;
Crises de pânico;
Fobias;
Perturbação obsessivo-compulsiva;
Síndrome de pós stress traumático;
Depressão;
Psicoses;
Perturbação maníaco-depressiva.
Trata-se de uma resposta emocional a um ou a vários estímulos, que
podem estar tanto dentro quanto fora do paciente. Isso quer dizer que a
ansiedade pode surgir a partir de pensamentos, sentimentos ou
acontecimentos da vida em geral.
Engloba aspectos corporais, grande ativação do sistema periférico e
motor, e implica mudanças de comportamento. A ansiedade está
relacionada com a sobrevivência, assim como o medo, a ira, a felicidade e a
tristeza.
Foi comprovado que, para preservar a integridade física frente a um
ataque ou ameaça, as pessoas colocam em funcionamento respostas
rápidas, adaptativas e eficazes. Estima-se que hoje em dia mais de 20% da
população padece de transtorno de ansiedade e muitas pessoas sequer
sabem disso. A explicação médica para esse problema é que, diante de uma
situação de alerta, o organismo coloca o sistema adrenérgico em
funcionamento, liberando sinais para o sistema nervoso central.
Os sintomas da ansiedade são: a hiperatividade, a taquicardia, a
sensação de afogo, a perda do controle e do raciocínio, tremores nas
extremidades, transpiração excessiva, náuseas, insônia, debilitação ou
rigidez muscular, inquietude motora, pensamentos negativos, obsessão ou
problemas em comunicar-se com os demais.
Por sua vez, ela também pode causar hipoglicemia ou arritmia cardíaca
e transformar-se no transtorno de pânico. Nesse caso, o paciente pensa na
própria morte ou que algo de mau vai acontecer com ele. A tensão arterial
é enorreia nas mulheres e securelevada, há palpitações, rubor ou palidez
no rosto, pressão no peito, aerofagia, perda de peso ou ansiedade por
comidas.
4.4 – O que é tristeza
Etimologicamente, esse termo se originou a partir do latim tristitia,
palavra que designava o “estado de desânimo” ou “aspecto infeliz”.
Tristeza é um sentimento e condição típica dos seres humanos
caracterizado pela falta de alegria, ânimo, disposição e outras emoções de
insatisfação.
Todos os seres humanos ficam ou já ficaram tristes em algum momento
de suas vidas. Essa é uma condição natural de todos os indivíduos.
A tristeza pode se apresentar em diferentes graus de intensidade,
variando desde a tristeza passageira, que normalmente dura alguns minutos
ou horas, à tristeza profunda, que pode persistir por vários dias ou semanas,
além de ser um sinal de problemas mais complexos como a depressão.
Vários podem ser os motivos que desencadeiam sentimento de tristeza
como uma desilusão amorosa, a perda de um emprego, a morte de um
amigo ou familiar e outras situações que sejam encaradas de modo
negativo pela pessoa, fazendo com que seja afetada psicologicamente.
Entre os principais sintomas da tristeza está o desânimo, a falta de
vontade de desempenhar tarefas rotineiras e de conviver socialmente.
De acordo com psicólogo norte-americano, Paul Ekman, a tristeza é
uma das “seis emoções básicas” do ser humano, assim como a felicidade, a
raiva, a surpresa, o medo e o nojo.
Tristeza profunda e depressão
Muitas pessoas confundem o significado de depressão com o de tristeza
profunda, embora ambas tenham algumas características semelhantes.
A depressão é uma doença psicológica de caráter neuroquímico, ou
seja, o indivíduo depressivo não precisa de nenhum motivo específico que
lhe cause o sentimento de tristeza.
Já a tristeza profunda tem a sua causa relacionada com algum
acontecimento ou uma série deles que afetam intensamente o indivíduo.
Resumidamente, a depressão é uma condição mais profunda e
complexa, enquanto a tristeza profunda, mesmo durando algum tempo,
tende a passar.
4.5 - Estresse
O estresse é uma palavra que hoje em dia está na boca de todos. Pode
aparecer após qualquer situação ou pensamento e nos fazer sentir ansiosos,
furiosos ou frustrados. Por isso, os médicos dizem que ter estresse em níveis
baixos é bom. No entanto, a situação é inversa quando ele aumenta.
Estresse em excesso nos predispõe a sofrer todo o tipo de doenças, tanto
físicas como psicológicas. Por exemplo, o estresse pode levar a um baixo
nível de açúcar no sangue, à hiperatividade das tireoides, ao ataque
cardíaco, ao aumento da secreção da bílis ou do colesterol nas artérias.
Alguns dos sintomas habituais são as dores abdominais ou de cabeça,
dificuldades para tragar ou digerir alimentos, enjoos, respiração agitada,
insônia, frequência cardíaca irregular, sudorese excessiva, transtornos do
sono, cansaço, fadiga, falta de concentração, problemas no rendimento
sexual e pesadelos. Em alguns casos, o estresse se manifesta em forma de
fobias ou transtornos psicológicos.
Pesquisas afirmam que uma dieta deficiente em vitamina B12 também
pode levar ao estresse. O mesmo acontece com o consumo excessivo de
substâncias como o álcool, a nicotina ou medicamentos para a tireoide.
4.6 – Depressão
Esse problema pode ser descrito como o fato de se estar triste, infeliz,
melancólico, desolado ou descontente. Às vezes, existem motivos para tal,
às vezes, não. A maioria das pessoas sente depressão ao menos uma vez na
vida, quase sempre em períodos curtos. A depressão clínica é um
transtorno que se mantém ao longo do tempo e que modifica o estado de
ânimo. A pessoa afetada sente ira ou frustração por qualquer coisa e tem
vontade de chorar a qualquer momento. A depressão é classificada em
termos de gravidade: leve, moderada ou severa. Um médico psiquiatra
pode determinar esse nível com uma ou várias sessões e recomendar o
tratamento correto.
Os sintomas mais comuns da depressão são: dificuldades para dormir,
excesso de sono, mudanças no apetite (desde a ansiedade para comer tudo
até períodos nos quais não se pode ingerir nada), aumento ou perda de
peso, falta de energia, fadiga, ódio de si, sentimentos de inutilidade, culpa
inapropriada, agitação, irritabilidade, inquietude, dificuldade para se
concentrar, retração das atividades usuais, inatividade, abandono,
desesperança, pensamentos de morte ou suicídio.
A baixa autoestima é um dos sintomas mais comuns da depressão.
Outro sintoma é a falta de prazer em atividades que usualmente nos faziam
felizes, como passar algum tempo com a família ou ter relações sexuais.
Para que o que sentimos possa ser diagnosticado como depressão, devemos
apresentar cinco ou mais desses sintomas durante duas semanas
consecutivas. A má notícia é que um terço dos pacientes que busca ajuda
profissional padecem do transtorno.
Podemos também encontrar a distimia, um tipo de depressão leve que
dura anos. Agora, conheça alguns fatos que provocam a depressão: o parto
(muitas mulheres sofrem da chamada depressão pós-parto), o ciclo
menstrual (uma semana antes do período; os sintomas desaparecem
durante a menstruação) e o estacional (ocorre em meses frios de inverno
ou outono, mas acaba quando chegam a primavera e o verão; deve-se à
falta de luz solar).
4.7 – Melancolia
Melancolia é uma palavra de origem grega (μελαγχολία –
melagcholía) que derivou do latim (melancholĭa), cujo significado é “bílis
negra”. Desse modo, trata-se de uma tristeza profunda e apatia, quando a
pessoa acometida se sente abatida, com o olhar direcionado ao infinito, às
vezes, perdido e começa a emagrecer.
Nem sempre a pessoa melancólica possui um motivo aparente que a
deixa submersa nesse estado emocional que pode durar alguns dias ou até
semanas.
Não é de hoje que a melancolia é considerada uma doença. Por volta
do século V a.C., o médico grego Hipócrates (460 a.C. - 377 a.C.) a
descreveu como uma patologia em sua célebre teoria dos quatro humores
corporais, que são: fleuma ou pituíta, sangue, bílis negra e bílis amarela. A
saúde é o equilíbrio entre eles, (veja o capítulo 1, onde aparece a história
da depressão ao longo da história).
O desequilíbrio, a dor ou enfermidade ea influência de Saturno
provocava a secreção da bílis negra no baço, e isso ocasionava a alteração
do humor com o seu escurecimento que o levava para o estado de
melancolia.
Na medicina moderna, a melancolia só é considerada patológica,
quando a mesma provoca a alteração normal do pensamento do paciente,
bem como a dificuldade que o mesmo tem em realizar suas atividades ou
interagir com as demais pessoas nos meios sociais. Nesse caso, ele deverá
procurar um terapeuta ou psicólogo que possa orientá-lo.
_____________________________________
(1) www.psicologiafree.com.br
Psicólogo: Jorge Elias formado em Psicologia da Educação.
Fonte indicada: Resiliência Humana
www.psicologiadobrasil.com.br
http://www.psicologiadobrasil.com.br/
Capítulo 5
Estatísticas sobre a depressão
Disponível em http://www.appp.com.br/blog/depressao-mentes-cada-vez-mais-doentes/1173/ (Acesso
em: 24 jul. 2015)
Depressão cresce no mundo, segundo OMS; Brasil tem maior
prevalência da América Latina (1)
http://www.appp.com.br/blog/depressao-mentes-cada-vez-mais-doentes/1173/
Doença afeta 4,4% da população mundial e 5,8% dos brasileiros,
segundo dados da OMS. O Brasil é o país com maior prevalência de
ansiedade no mundo: 9,3%.
A depressão é uma doença que atinge mais pessoas ao redor do mundo
a cada ano.
A depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo, segundo dados
divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira
(23) referentes a 2015. Em dez anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu
18,4%. A prevalência do transtorno na população mundial é de 4,4%.
Já no Brasil 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um
total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é
o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo
com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados
Unidos, que têm 5,9% de depressivos.
O país com menor prevalência de depressão nas Américas é a
Guatemala, onde 3,7% da população tem o transtorno. Já o país com
menor prevalência de depressão no mundo, segundo o relatório, são as
Ilhas Salomão, na Oceania, onde a depressão atinge 2,9% da população.
Além dos Estados Unidos, os países que têm prevalência de depressão
maior do que o Brasil são Austrália (5,9%), Estônia (5,9%) e Ucrânia
(6,3%).
Brasil é recordista em ansiedade
Ainda segundo a OMS, o número de pessoas com transtornos de
ansiedade era de 264 milhões em 2015, com um aumento de 14,9% em
relação a 2005. A prevalência na população é de 3,6%. É importante
observar que muitas pessoas têm tanto depressão quanto transtornos de
ansiedade.
O Brasil é recordista mundial em prevalência de transtornos de
ansiedade: 9,3% da população sofre com o problema. Ao todo são 18,6
milhões de pessoas.
Segundo a OMS, o número de pessoas com transtornos mentais
comuns, como a depressão e o transtorno de ansiedade, está crescendo,
especialmente, em países de baixa renda, pois a população está crescendo e
mais pessoas chegam às idades em que depressão e ansiedade são mais
frequentes.
Suicídio
Em 2015, 788 mil pessoas morreram por suicídio. Isso representou
quase 1,5% de todas as mortes no mundo, figurando entre as 20 maiores
causas de morte em 2015. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a
segunda maior causa de morte em 2015.
É importante dizer que a depressão e a ansiedade são problemas de
origens biológicas, psicológicas e sociais, fatores esses que podem causar
mudanças na função cerebral como a não produção de
neutransmissores que são os responsáveis pela sensação de bem-estar,
além de alterar a atividade de circuitos neuronais do cérebro.
“O individualismo e a carência das relações pessoais – onde há trocas
afetivas – são fatores que contribuem para o aumento de depressão e da
ansiedade na população”, diz psicanalista Claudia Livingston Ades, Mestre
em Psicologia Clínica pela PUC-SP e integrante do quadro do Zenklub.
(2)
Segundo a OMS, a depressão é a principal causa de mortes por
suicídio, com cerca de 800 mil casos por ano. Além da depressão, a
entidade indica que, ao redor do mundo, 264 milhões de pessoas sofrem
com transtornos de ansiedade, uma média de 3,6%.
“A ansiedade é um importante sinal de alerta diante do perigo; porém,
quando crônica, torna-se preocupante”, reforça a psicanalista. “No Brasil,
especificamente, estamos passando por mudanças em diversas esferas, o
brasileiro desenvolveu um estado de alerta porque vive constantemente
com medo. Medo da violência, do desemprego, das incertezas e outros
fatores.”
A ansiedade é uma resposta do corpo vinda do sistema nervoso
autônomo, quando estamos diante de situações que nos trazem medo e
estresse, mas o transtorno de ansiedade se torna um grave problema de
saúde que pode gerar outras doenças como a síndrome de pânico.
Depressão e ansiedade são problemas de saúde e precisam de
orientação médica. “Fazer terapia é essencial para a pessoa entrar em
contato com o que ela está sentindo. O profissional dá um feedback,
consegue nomear o que ela está sentindo e, assim, estimular a pessoa a
prestar mais atenção em si mesma e em suas reações físicas e causas.
Quando ela tiver um incômodo externo, reagirá de forma adequada e não
ignorará, evitando que o quadro piore” continua. “Você não pode ignorar
suas emoções, é preciso ter consciência do que você está sentindo”.
Depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas e é doença que mais
incapacita pacientes, diz OMS
Mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, alertou a
Organização Mundial da Saúde (OMS) na semana em que a ONU lembra
o Dia Mundial da Saúde (7). A agência da Organização das Nações Unidas
- ONU decidiu marcar a data internacional com a campanha ‘Depressão:
vamos conversar’.
Segundo o organismo da ONU, a patologia já é considerada a principal
causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo, gerando
perdas anuais de um trilhão de dólares.
Depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.
Mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, alertou a
Organização Mundial da Saúde (OMS) na semana em que a ONU lembra
o Dia Mundial da Saúde (7). O número de casos da doença estimado em
2015 representa um aumento de 18% desde 2005. Segundo o organismo
das Nações Unidas, a patologia já é considerada a principal causa de
problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo, gerando perdas
anuais de 1 trilhão de dólares.
Para mobilizar mais esforços pela transformação desse cenário, a
agência decidiu marcar a data internacional com a campanha “Depressão:
vamos conversar”. Além de garantir que todos os pacientes recebam
atendimento, a iniciativa quer estimular pessoas que vivem com o
transtorno a buscar ajuda livres de qualquer estigma. Em países de alta
renda, quase 50% dos indivíduos com depressão não recebem tratamento.
“Estes novos números são um sinal de alerta para que todos os países
repensem suas abordagens de saúde mental e tratem-na com a urgência
que merece”, enfatizou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
Com a campanha, o organismo também chama atenção para a falta de
investimentos no combate à doença. Em média, apenas 3% dos
orçamentos de saúde dos governos são investidos em saúde mental,
variando de menos de 1% em países de baixa renda a 5% em nações
desenvolvidas.
Nas Américas, cerca de 50 milhões de pessoas viviam com depressão
em 2015 — o equivalente a quase 5% da população. Quase sete em cada
dez habitantes da região que têm a doença não recebem o tratamento de
que precisam.
Segundo a agência da ONU, cada dólar investido na ampliação do
tratamento para depressão e ansiedade leva a um retorno de quatro dólares
devido a melhorias de saúde e da capacidade de trabalho.
“A depressão afeta a todos nós. Não discrimina por idade, raça ou
história pessoal. Isso pode prejudicar os relacionamentos, interferir na
capacidade das pessoas de ganhar a vida e diminuir seu senso de
autoestima”, disse a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS), Carissa Etienne, em pronunciamento para o Dia Mundial.
A

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