Buscar

Fisiologia dos hormonios glicocorticoides

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Hilário Oliveira – T 29 @hilarioof 
FISIOLOGIA DOS HORMÔNIOS GLICOCORTICOIDES: 
DE MANEIRA GERAL: 
Os glicocorticoides, em especial o cortisol, é liberado 
na zona fasciculada do córtex adrenal. 
EIXO HIPOTÁLAMO-ADRENAL: 
O hormônio liberador de corticotropina (CRH) é 
secretado no plexo capilar primário do sistema porta 
hipofisário, na eminência mediana do hipotálamo, 
onde é transportado até a adeno-hipófise, onde 
estimula a liberação do hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH). 
O hormônio liberador de corticotropina é um 
peptídeo composto por 41 aminoácidos e os corpos 
celulares responsáveis pela sua secreção estão 
presentes no núcleo paraventricular do hipotálamo. 
Existe um processo de retroalimentação negativa, 
onde o hormônio liberador de corticotropina age na 
hipófise, que por sua vez, libera o ACTH, que irá agir 
nas células do córtex da glândula suprarrenal, 
fazendo com que elas liberem cortisona na corrente 
sanguínea. 
O aumento do cortisol no sangue inibe a secreção 
de CRH e a secreção da própria corticotrofina. 
INSUFICIÊNCIAS – ADRENAL: 
As insuficiências adrenais podem ser primárias, 
secundárias ou terciárias, onde a primária afeta o 
córtex da glândula adrenal (bilateral), a secundária 
afetando a hipófise (doenças na hipófise que 
causam deficiência em ACTH) e a terciária afetando 
o hipotálamo (causando uma deficiência no CRH). 
CORTISOL E CORTICOSTERONA: 
Os hormônios cortisol e corticosterona são 
sintetizados e secretados pela zona fasciculada do 
córtex adrenal e tem como função preparar o 
organismo para o estresse. 
90 a 95% do cortisol plasmático se liga a proteínas 
plasmáticas, especialmente uma globulina chamada 
de globulina ligadora de cortisol, ou de transcortina e 
em menor quantidade a albumina. O alto grau de 
ligação do hormônio as proteínas plasmáticas, reduz 
seu grau de eliminação pelo plasma, assim, 
apresenta uma meia-vida longa de 60 a 90 minutos. 
A concentração média de cortisol no sangue está 
em torno de 12 microgramas/100 ml, e sua 
intensidade secretória é de 15 a 20 MG/dia. Obs. A 
secreção de cortisol flutua durante o dia, podendo 
está maior pela manhã e menor durante a noite. 
CORTISOL E ACTH: 
Por ser um sistema de retroalimentação, em casos de 
picos de ACTH, ocorrem também os picos de cortisol. 
Pela manhã, há um aumento do hormônio 
corticotrópico e por consequência um aumento de 
cortisol, isso é importante para despertar. Os níveis 
oscilam durante o dia e durante a noite, ocorrem os 
menores níveis de cortisol e hormônio corticotrópico. 
Assim, de maneira clínica, para que o eixo fisiológico 
desses hormônios não seja alterado, uma 
administração exógena de cortisol deve ser feita 
pela manhã. 
GLICOCORTICOIDES SÃO DERIVADOS DO 
COLESTEROL: 
Todos os hormônios adrenais são sintetizados a partir 
do colesterol  80% do colesterol usado para a 
síntese dos esteroides é dado por lipoproteínas de 
baixa densidade (LDL) no plasma circulante  as 
LDL’s ligam-se a receptores específicos na membrana 
chamados de ‘depressões revestidas’ e são 
internalizadas por endocitose formando vesículas  o 
colesterol é transportado para as mitocôndrias, onde 
é clivado pela enzima colesterol desmolase em 
pregnenolona. O ACTH aumenta por feedback essa 
conversão. 
BIOSSÍNTESE: 
Na zona fasciculada, o colesterol é transformado em 
pregnenolona a partir da enzima colesterol 
Insuficiência adrenal terciária: 
Hilário Oliveira – T 29 @hilarioof 
desmolase  a 3-beta-hidroxiesteroide desidroxilase 
transforma a pregnenolona em progesterona  a 17-
alfa-hidroxilase transforma a progesterona em 17-
alfa-hidroxiprogesterona  a enzima 21-beta-
hidroxilase transforma a 17-alfa-hidroxiprogesterona 
em desoxicortisol  por fim, a 11-beta-hidroxilase 
transforma o desoxicortisol em cortisol. 
MECANISMO DE AÇÃO: 
Os efeitos dos glicocorticoides são desencadeados 
pela sua ligação com receptores de glicocorticoides. 
O complexo esteroide-receptor atua como fatores 
de transcrição que promovem a transcrição de 
certos segmentos de DNA  isso então, pelo 
intermédio do RNAm promove a síntese de enzimas 
que alteram a função celular. 
É provável também, que os glicocorticoides possuam 
ação não genômica. 
CARACTERÍSTICAS DOS GLICOCORTICOIDES: 
Cortisol  muito potente, responsável por cerca de 
95% do total de atividade glicocorticoide. 
Corticosterona  responsável por cerca de 4% do 
total de atividade glicocorticoide, porém é bem 
menos potente que o cortisol. 
Cortisona  é sintética e é quase tão potente quanto 
o cortisol. 
Prednisona  sintética, sendo 4x mais potente que o 
cortisol. 
Metilprednisona  sintética, cerca de 5x mais 
potente que o cortisol. 
Dexametasona  sintética, cerca de 30x mais 
potente que o cortisol. 
METABOLISMO: 
Os glicocorticoides têm vários efeitos no organismo. 
Tem efeito metabólico, aumentando a 
concentração plasmática de glicose e ácidos graxos 
livres, fornece substratos energéticos aos tecidos, tem 
também função na resposta a eventos estressantes 
que estimulam a secreção do cortisol. 
Estimula o apetite, para o fornecimento para o 
fornecimento de substratos energéticos. Entretanto, 
se o evento estressante não envolver um trabalho 
físico, pode levar a ganho de peso. 
Estimula a lipólise para liberar ácidos graxos livres e 
triglicerídeos que são transportados no sangue para 
uso como fonte de energia para outros tecidos. 
Degradação das proteínas do musculo esquelético, 
para conversão em glicose no fígado 
(gliconeogênese aumentada). Essa resposta em 
forma de glicose faz parte da origem da 
classificação do cortisol como glicocorticoide. 
(CAPTAÇÃO , LIPÓLISE , CATABOLISMO ) 
AÇÃO DOS GLICOCORTICOIDES: 
Na glicose  leva maior captação de glicose e 
aumento da gliconeogênese  hiperglicemia  
hiperinsulinemia  aumento no armazenamento de 
glicogênio (no fígado). 
Na proteína  redução de síntese proteica, seguida 
do aumento da sua degradação  
enfraquecimento do músculo  atrofia muscular. 
RESPOSTA INFLAMATÓRIA: 
Qualquer tipo de estresse, físico ou neurogênico 
provoca o aumento imediato e acentuado da 
secreção de ACTH, logo, grande aumento na 
secreção adrenocortical de cortisol  
O cortisol estabiliza as membranas dos lisossomos, 
evitando sua ruptura e consequente liberação de 
enzimas proteolíticas inflamatórias  
Reduz a permeabilidade dos capilares, evitando a 
migração de leucócitos pela diminuição das 
prostaglandinas e leucotrienos  
Suprime o sistema imune, atenua a febre pela 
redução de interleucinas (controle hipotalâmico da 
temperatura), e desempenha papel importante no 
controle da artrite, febre reumática e 
glomerulonefrite. 
Tipos de estresse que aumentam os níveis de cortisol 
 1.praticamente todo tipo de trauma, 2.frio ou calor 
intenso, 3.infecção, 4.injeção de norepinefrina e 
outros fármacos simpatomiméticos, 5.cirurgia, 
6.injeção de substâncias necrosantes sobre a pele, 
7.restrição dos movimentos do animal, 
8.praticamente qualquer doença debilitante. 
OUTROS EFEITOS: 
O cortisol bloqueia a resposta inflamatória á reações 
alérgicas, permitindo que aconteça a reação 
antígeno-anticorpo, mas prevenindo a morte por 
anafilaxia. 
Hilário Oliveira – T 29 @hilarioof 
Reduz o número de eosinófilos e linfócitos no sangue.Linfocitopenia ou eosinopenia são critérios 
diagnósticos importantes para a superprodução de 
cortisol pelas adrenais. 
Provoca atrofia nos tecidos linfoides, podendo levar a 
infecções fulminantes e aumenta a produção de 
hemácias por mecanismos desconhecidos. 
CÉLULAS INFLAMATÓRIAS/AÇÃO DOS 
GLICOCORTICOIDES: 
 Redução da ativação de neutrófilos e 
macrófagos.  Redução da transcrição de 
genes de fatores de adesão e citocinas. 
 Redução de ativação das células T helper.  
Redução da transcrição de genes para IL-2 e 
seu receptor. 
 Redução da função dos fibroblastos.  Menor 
produção de colágeno e glicosaminoglicano 
 menor cicatrização. 
 Redução da atividade dos osteoblastos.  
Osteoporose. 
ANORMALIDADES ADRENOCORTICAIS: 
Doença de addinson  causada por uma 
insuficiência adrenal (hipoadrenalismo); 
Resulta da incapacidade do córtex adrenal de 
produzir hormônios suficientes, causado por atrofia 
primária ou lesão do córtex; 
80% dos casos são causados por autoimunidade 
contra o córtex. A hipofunção também pode ser 
causada por destruição tuberculosa das adrenais ou 
por invasão cancerosa do córtex. 
Hiperpigmentação nas mãos, pés, mamilos, axilas e 
cavidade oral, devido ao ACTH elevado por uma 
desregulação no eixo pela perda das adrenais. 
Há uma lentidão na mobilização da energia devido 
a ausência de cortisol, baixa na gliconeogênese, 
podendo uma simples infecção levar a morte. 
É importante salientar que em alguns casos, a 
insuficiência adrenal é secundária ao 
comprometimento da função da glândula hipófise. 
CRISE ADDISONIANA  é a necessidade de um 
aumento expressivo na secreção de glicocorticoides, 
em situações de estresse como em diferentes tipos 
de trauma  O que não acontece em pessoas com 
doença de Addinson.  A pessoa pode apresentar 
necessidade aguda de quantidades 10x acima do 
normal para prevenir a morte durante episódios de 
estresse. 
Tratamento  soro fisiológico; glicose a 5 ou 10% na 
solução iv; hidrocortisona 100 a 300mg iv inicialmente 
e depois 50 a 100mg a cada 6 ou 8 horas; buscar o 
fator desencadeante da crise adrenal e tratamento; 
medidas de suporte, como substância vasoativa e 
O2. 
Síndrome de cushing  hiperadrenalismo; 
Principais causas  hipersecção do córtex da 
adrenal causa uma cascata de efeitos hormonais 
devidos a quantidade anormal de cortisol. Pode ser 
causada por adenoma hipofisário, função anormal 
do hipotálamo, uso crônico de medicamentos, 
secreção ectópica de ACTH (tumor). 
Manifestações  obesidade troncofacial; diminuição 
nos níveis de leptina (que agem no bloqueio do eixo 
CRH e tireoidiano aumentando os níveis de cortisol e 
ingesta de alimentos); fraqueza muscular próxima; 
osteoporose; hipertensão; depressão; psicose. 
A secreção excessiva de ACTH é a causa mais 
comum da síndrome de cushing, mas 20 a 25% dos 
casos está associado a superprodução primária de 
cortisol. 
A administração de grandes doses de 
Dexametasona pode ser usada para reconhecer a 
síndrome de cushing dependente de ACTH (causada 
pelo feedback do eixo hipófise-adrenal) da 
independente de ACTH (causada por problema nas 
adrenais.) 
Também pode ocorrer quando grandes doses de 
glicocorticoides são administrados durante longos 
períodos, por motivos terapêuticos. 
A secreção excessiva produz aparência edematosa 
da face, hirsutismo e face de lua cheia. Cerca de 
80% dos pacientes apresentam hipertensão 
presumidamente devido aos leves efeitos 
mineralocorticoides do cortisol, pode ter também 
estrias violáceas... 
INVESTIGAÇÃO DA SUSPEITA DE INSUFICIÊNCIA 
ADRENAL: 
Deve ser feita uma colheita de cortisol basal pela 
manhã  se o cortisol for <4 a IA é confirmada, caso 
>16 a possibilidade de IA é excluída e entre 4 e 16 
deve ser realizado um teste com ACTH  se o ACTH 
deixar o cortisol em níveis <20 é confirmada a IA e se 
ficar >20 é excluída a IA.

Continue navegando