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1 Fisiologia II – LM FILTRAÇÃO GLOMERULAR (FG) ❖ Primeiro passo na formação de urina Filtração de grandes quantidades de líquidos através dos capilares glomerulares para dentro da cápsula de Bowman – quase 180L/dia Volume plasmática = 3L FG = 180L/dia A maior parte desse filtrado é reabsorvida, deixando apenas cerca de 1L de líquido para excreção diária ↑ taxa de FG depende da ↑ taxa de fluxo sanguíneo renal, bem como de propriedades especiais das membranas nos capilares glomerulares COMPOSIÇÃO DO FILTRADO GLOMERULAR Os capilares glomerulares são relativamente impermeáveis às proteínas, sendo o FG desprovido de elementos celulares como as hemácias As concentrações de outros constituintes do FG, incluindo a maior parte dos sais e moléculas orgânicas, são similares às concentrações no plasma Substâncias de baixo peso molecular, tais como cálcio e ácidos graxos, não são livremente filtradas por estarem parcialmente ligadas às proteínas plasmáticas A FG É DETERMINADA PELO: 1. Balanço das forças hidrostáticas e coloidosmóticas, atuando através das membranas capilar 2. Coeficiente de filtração capilar (Kf) Os capilares glomerulares têm elevada intensidade de filtração, muito maior que a maioria dos outros capilares, devido à alta pressão hidrostática e ao alto Kf FG em adultos médio = 125 a 180L/dia A fração do fluxo plasmático renal filtrado (fração de filtração) é, em média, de 0,2 significando que cerca de 20% do plasma, que fluem pelos rins, são filtrados pelos capilares glomerulares FRAÇÃO DE FILTRAÇÃO = FG/FLUXO PLASMÁTICO RENAL MEMBRANA CAPILAR GLOMERULAR Três camadas principais: 1. Endotélio capilar 2. Membrana basal 3. Camada de células epiteliais (podócitos), sobre a superfície externa da membrana basal capilar Juntas, essas camadas compõe uma barreira à filtração → pode filtrar centenas de vezes mais água e solutos do que a membrana capilar normal 2 Fisiologia II – LM ENDOTÉLIO CAPILAR: • Perfurado por milhares de pequenos orifícios chamados fenestrações, semelhantes aos capilares fenestrados encontrados no fígado, embora menores que as fenestrações do fígado • As proteínas das células endoteliais são ricamente dotadas de cargas fixas negativas que impedem a passagem das proteínas plasmáticas MEMBRANA BASAL: • Reveste o endotélio • Consiste em uma trama de colágeno e fibrilas proteoglicanas pelos quais grande quantidade de água e de pequenos solutos pode ser filtrada • Evita de modo eficiente a filtração das proteínas plasmáticas, em parte devido às fortes cargas elétricas negativas associadas aos proteoglicanos CAMADA DE CÉLULAS EPITELIAIS: Recobre a superfície externa do glomérulo Não são células contínuas, mas têm longos processos semelhantes a pés (podócitos) que revestem a superfície externa dos capilares Os podócitos são separados por lacunas → fendas de filtração, pelas quais o filtrado glomerular se desloca Possuem cargas negativas e criam, junto com o endotélio e a membrana basal, restrições adicionais para a filtração das proteínas plasmáticas A filtrabilidade dos solutos é inversamente relacionada com o seu tamanho: A membrana capilar glomerular é mais espessa que a da maioria dos outros capilares, mas também muito mais porosa e filtra líquidos com mais alta intensidade Apesar da alta intensidade, a barreira de filtração glomerular é seletiva na determinação de quais moléculas serão filtradas, com base no seu tamanho e em sua carga elétrica ➢ A filtrabilidade de 1 significa que a substância é filtrada tão livremente quanto a água ➢ Filtrabilidade de 0,75 significa que a substância é filtrada apenas 75% tão rapidamente quanto a água 3 Fisiologia II – LM Para qualquer raio molecular moléculas com carga positiva são filtradas muito mais rapidamente do que as moléculas com carga negativa Polímeros neutros também são filtrados mais prontamente que polímeros com carga negativa, com peso molecular igual A razão para essas diferenças da filtrabilidade é que as cargas negativas da membrana basal e dos podócitos são meio importantes para restringir a passagem de grandes moléculas com carga negativa, incluindo as proteínas plasmáticas Caso clínico: em certas doenças renais, as cargas negativas na membrana basal são perdidas, condição referida como nefropatia com alteração mínima, como resultado dessa perda das cargas negativas nas membranas basais, algumas das proteínas, com baixo peso molecular, especialmente albumina, são filtradas e aparecem na urina (proteinúria e albuminúria) DETERMINANTES DA FG ❖ A FG é determinada: 1. Pela soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas através da membrana glomerular que fornecem a pressão efetiva de filtração 2. Pelo coeficiente glomerular Kf FG = KF x PRESSÃO LÍQUIDA/EFETIVA DE FILTRAÇÃO Pressão efetiva de filtração: representa a soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas que favorecem ou se opõem à filtração através dos capilares glomerulares Essas forças incluem: 1. Pressão hidrostática, nos capilares glomerulares (PG) = 60mmHg 2. Pressão hidrostática na cápsula de Bowman (PB) = 18mmHg 3. Pressão coloidosmótica das proteínas plasmáticas (πG) = 32mmHg 4. Pressão coloidosmótica das proteínas na cápsula de Bowman (πB) = considerada nula FG = Kf x (PG - PB - πG + πB) = 10mmHg ↑ Kf ↑ a FG Kf = a medida do produto da condutividade hidráulica e da área de superfície dos capilares glomerulares Kf = FG/pressão efetiva de filtração FG = 125mL/min Pressão efetiva de filtração = 10mmHg Kf = 12,5mL/min/mmHg 4 Fisiologia II – LM Kf médio, de muitos outros tecidos no corpo, é de apenas cerca de 0,01 mL/min/mmHg por 100g Esse alto Kf para os capilares glomerulares contribui, de modo acentuado, para a rápida intensidade de filtração do líquido Embora o Kf elevado aumente a FG e o Kf diminuído reduza a FG, alterações no Kf, provavelmente não são mecanismos primários para a regulação normal da FG no dia a dia Caso clínico: hipertensão crônica não controlada e diabetes melito gradualmente reduzem o Kf pelo aumento da espessura da membrana capilar glomerular e, eventualmente, pela lesão grave dos capilares, o que ocasiona perda da função capilar PRESSÃO HIDROSTÁTICA DA CÁPSULA DE BAWNMAN (PB) ↑ PB na cápsula de Bowman = ↓FG Alterações na pressão da cápsula de Bowman normalmente não servem como meio primário de regulação da FG Em certas condições patológicas, associadas à obstrução do trato urinário, a pressão na cápsula de Bowman pode aumentar, de forma acentuada, causando redução grave da FG Caso clínico: precipitação de cálcio ou de ácido úrico pode levar à formação de “cálculos” que se alojam no trato urinário, frequentemente no ureter e obstruindo a eliminação da urina e aumentando a pressão na cápsula de Bowman A redução da FG pode ocasionar hidronefrose (dilatação da pélvis e dos cálices do rim) e lesar ou até mesmo destruir o rim, a menos que a obstrução seja revertida PRESSÃO COLOIDOSMÓTICA (ΠG) ↑ πG ↓ FG À medida que o sangue passa da arteríola aferente ao longo dos capilares glomerulares para as arteríolas eferentes, a concentração de proteínas plasmáticas aumenta por cerca de 20% Dois fatores que influenciam a pressão coloidosmótica nos capilares glomerulares são: 1. Pressão coloidosmótica no plasma arterial 2. Fração de plasma filtrada pelos capilares glomerulares (fração de filtração) ↑ πG do plasma arterial ↑ πG nos capilares ↓FG ↑ fração de filtração ↑ [proteínas plasmáticas] ↑ πG glomerular A fração de filtração pode ser aumentada pela elevação da FG ou pela redução do fluxo plasmático renal Alterações do fluxo sanguíneo renal podem influenciar a FG, independentemente de variações da pressão hidrostática glomerularCom o aumento do fluxo sanguíneo renal, fração mais baixa de plasma é inicialmente filtrada para fora dos capilares glomerulares, causando elevação mais lenta na pressão coloidosmótica, nos capilares glomerulares e menos efeito inibidor da FG PRESSÃO HIDROSTÁTICA CAPILAR GLOMERULAR (PG) ↑ PG ↑ FG Variações da pressão hidrostática glomerular servem como modo primário para a regulação fisiológica da FG A pressão hidrostática glomerular é determinada por três variáveis: 1. Pressão arterial 2. Resistência arteriolar aferente 3. Resistência arteriolar eferente 5 Fisiologia II – LM ↑ Pressão arteriolar = ↑ PG ↑ FG ↑ Resistência arteríolas aferentes = ↓PG ↓FG ↑Resistência arteríolas eferentes = ↑ PG ↑ FG Como a contrição arteriolar eferente também reduz o fluxo sanguíneo renal, a fração e a pressão coloidosmótica glomerular aumentam, à medida que a resistência arteriolar eferentes é grave, a elevação da pressão coloidosmótica excede o aumento na pressão hidrostática capilar glomerular, causada pela constrição arteriolar eferente →quando essa situação ocorre, a força efetiva de filtração na realidade diminui, provocando redução na FG A constrição arteriolar eferente tem efeito bifásico na FG: • Em níveis moderados de constrição ocorre leve aumento da FG • Com maior constrição há queda da FG Em resumo: a. A constrição de arteríolas aferente reduz a FG b. O efeito da constrição arteriolar eferente depende do grau de constrição c. Constrição eferente moderada eleva a FG, mas constrição eferente grave tende a reduzir a FG 6 Fisiologia II – LM FLUXO SANGUÍNEO RENAL Um homem de 70kg → fluxo sanguíneo = 1.100mL para cada rim → cerca de 22% do DC Os rins, apesar de representar 0,4% do peso corporal, pode-se observar que eles recebem fluxo sanguíneo extremamente elevado, comparado a outros órgãos O propósito desse fluxo adicional é suprir plasma suficiente para se ter altas intensidades da filtração glomerular, necessárias para a regulação precisa dos volumes dos líquidos corporais e das concentrações de solutos CONSUMO DE OXIGÊNIO Os rins normalmente consomes 2x mais oxigênio que o cérebro, mas têm o fluxo sanguíneo quase 7x maior O O2 fornecido aos rins excede, em muito, suas necessidades metabólicas Grande fração do O2 consumido pelos rins está relacionada à lata intensidade de reabsorção ativa do sódio pelos túbulos renais O consumo de O2 varia proporcionalmente à reabsorção de sódio nos túbulos renais que, por sua vez, está intimamente relacionada à FG e à intensidade do sódio filtrado DETERMINANTES DO FLUXO SANGUÍNEO O fluxo sanguíneo renal é determinado por: P artéria renal – P veia renal / R vascular renal total Pressão da artéria renal = 100mHg Pressão veia renal = 3 a 4 mmHg Resistência vascular total = soma das resistências nos segmentos vasculares individuais A resistência desses vasos é controlada pelo sistema nervoso simpático, vários hormônios e pelos mecanismos renais de controle local Os rins têm mecanismos efetivos para manter o fluxo sanguíneo renal e a FG relativamente constantes em faixa de pressão arterial entre 80 e 170mmHg, processo chamado autorregulação A parte externa dos rins, o córtex renal, recebe a maior parte do fluxo sanguíneo renal O fluxo para a medula renal corresponde a apenas 1 a 2% do fluxo sanguíneo renal total O fluxo para a medula é suprido por parte especializada do sistema capilar peritubular, denominada vasa recta 7 Fisiologia II – LM CONTROLE FISIOLÓGICO DA FG E FLUXO RENAL Os determinantes mais variáveis e sujeitos ao controle fisiológico incluem a pressão hidrostática glomerular e a pressão coloidosmótica capilar glomerular Essas variáveis, por sua vez, são influenciadas: Sistema nervoso simpático Hormônios e por autacoides (substâncias vasoativas são liberadas nos rins, agindo localmente) Outros controles por feedback intrínsecos aos rins SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO Ativação do SNSimpático = ↓FG Todos os vasos sanguíneos renais, incluindo as arteríolas aferentes e eferentes, são ricamente inervados pelas fibras nervosas simpáticas A forte ativação dos nervos simpáticos renais pode produzir constrição das arteríolas renais e diminuir o fluxo sanguíneo renal e a FG Aumentos ligeiros na atividade simpática renal podem provocar uma redução na excreção de sódio e água, ao elevar a reabsorção tubular renal Os nervos simpáticos renais parecem ser mais importantes na redução da FG durante distúrbios graves agudos que duram de alguns minutos a algumas horas, tais como os suscitados pela reação de defesa, isquemia cerebral ou hemorragia grave No indivíduo saudável em repouso o tônus simpático parece ter pouca influência sobre o fluxo sanguíneo renal CONTROLE HORMONAL E AUTACOIDE Existem vários hormônios e autacoides que podem influenciar a FG e o fluxo sanguíneo renal 1. NOREPINEFRINA, EPINEFRINA E ENDOTELINA • Provocam a vasoconstrição das arteríolas aferentes e eferentes • Causa a ↓FG e ↓fluxo sanguíneo renal • A norepinefrina e epinefrina são liberadas pela medula adrenal • A endotelina é um autacoide e pode ser liberado por células endoteliais vasculares lesionadas dos rins, assim como por outros tecidos →contribui para a hemostasia quando um vaso sanguíneo é cortado 2. ANGIOTENSINA II • Poderoso vasoconstritor renal • Pode ser considerado um hormônio circulante ou um autacoide produzido localmente • Receptores de angiotensina II estão presentes em praticamente todos os vasos sanguíneos dos rins • Os vasos sanguíneos pré-glomerulares aparentam estar relativamente protegidos da constrição mediada pela angiotensina II • NO e prostaglandinas neutralizam o efeito vasoconstritor da angiotensina II nesses vasos sanguíneos • Arteríolas eferentes são muito sensíveis à angiotensina II → elevando a pressão hidrostática glomerular, enquanto reduz o fluxo sanguíneo renal • A formação aumentada de angiotensina II ocorre em circunstâncias associadas à diminuição da pressão arterial ou de depleção volumétrica que tende a diminuir a FG • Ao provocar constrição das arteríolas eferentes, auxilia prevenindo as diminuições da pressão hidrostática glomerular e da FG • Níveis aumentados da angiotensina II que ocorrem com dieta hipossódica ou com depleção de volume ajudam a preservar a FG e a excreção normal de produtos indesejáveis do metabolismo • A constrição das arteríolas eferentes induzida pela angiotensina II, eleva a reabsorção tubular de sódio e água, o que ajuda a restaurar o volume e a pressão sanguínea 3. ÓXIDO NÍTRICO • Autacoide que diminui a resistência vascular e é liberado pelo endotélio vascular de todos os capilares do corpo • Derivado do endotélio • Manutenção da vasodilatação dos rins, porque ele permite que os rins excretem quantidades normais que inibem a síntese normal de NO aumenta a resistência vascular renal e diminui a FG, reduzindo também a excreção urinária de sódio, o que pode causar aumento da pressão sanguínea 8 Fisiologia II – LM Caso clínico: em alguns pacientes hipertensos ou com aterosclerose, o dano epitelial vascular e a produção prejudicada de NO podem contribuir para o aumento da vasoconstrição renal e para a elevação da pressão sanguínea 4. PROSTAGLANDINAS E BRADICININA • Hormônios autacoides que causam vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo renal e da FG incluem as prostaglandinas e bradicinina • Em condições normais eles podem amenizar os efeitos vasoconstritores renais dos nervos simpáticos ou da angiotensina II, especialmente os efeitos constritores sobre as arteríolas aferentes • Pela oposição da vasoconstrição das arteríolas aferentes, as prostaglandinas podem ajudar a evitar reduções excessivas na FG e no fluxosanguíneo renal • Sob condições de estresse, tais como depleção volumétrica ou após cirurgias a administração de anti-inflamatórios não esteroides, como a aspirina que inibe a síntese de prostaglandinas, pode causar reduções na FG AUTORREGULAÇÃO DA FG E FLUXO SANGUÍNEO Mecanismos de feedback intrínsecos dos rins normalmente mantêm o fluxo sanguíneo renal e a FG relativamente constantes Esses mecanismos ainda funcionam independentes das influências sistêmicas em rins perfundidos com sangue removidos do corpo A relativa constância é conhecida com autorregulação Autorregulação: A função primária da autorregulação do fluxo sanguíneo na maioria dos tecidos, excetuando-se os rins, é manter o fornecimento de oxigênio e de nutrientes em nível normal e remover os produtos indesejáveis do metabolismo A principal função da autorregulação nos rins é manter a FG relativamente constante e permitir o controle preciso da excreção renal de água e solutos A FG normalmente permanece autorregulada, apesar de consideráveis flutuações da pressão arterial que ocorrem durante as atividades diárias da pessoa O fluxo sanguíneo renal é autorregulado em paralelo com a FG, mas a FG é mais eficientemente autorregulada em certas condições Normalmente, a FG é de cerca de 180L/dia e a reabsorção é de 178,5L/dia, deixando 1,5L/dia de líquido para ser excretado na urina Na ausência da autorregulação, aumento relativamente pequeno na pressão sanguínea poderia causar aumento semelhante de 25% na FG Caso a reabsorção tubular permanecesse constante em 178,5L/dia O fluxo de urina aumentaria para 46,5L/dia Aumento total da urina de mais de 30 vezes Como o volume plasmático total é de apenas cerca de 3 litros, tal alteração depletaria rapidamente o volume sanguíneo As variações da pressão arterial costumam exercer muito menos efeito sobre o volume de urina por dois motivos: 1. Autorregulação renal evita grandes alterações da FG 2. Existem mecanismos adaptativos adicionais nos túbulos renais que os permitem aumentar a intensidade da reabsorção, quando a FG se eleva, fenômeno conhecido como balanço glomerulotubular Variações da pressão arterial ainda tem efeitos significativos na excreção renal de água e sódio, isto é conhecido como diurese pressórica ou natriurese pressórica e é crucial para a regulação do volume dos líquidos corporais e da pressão arterial 9 Fisiologia II – LM FEEDBACK TUBULOGLOMERULAR Um mecanismo especial de feedback relaciona as mudanças na concentração de NaCl na mácula densa com o controle da resistência arteriolar renal e a autorregulação da FG Esse feedback autorregula o fluxo sanguíneo renal em paralelo com a FG Em outros casos, esse mecanismo pode realmente induzir alterações na FG em resposta a alterações primárias na reabsorção de NaCl nos túbulos renais O mecanismo de feedback tubuloglomerular tem dois componentes que agem em conjunto para controlar a FG: 1. Mecanismo de feedback arteriolar aferente 2. Mecanismo de feedback arteriolar eferente Esses mecanismos de feedback dependem da disposição anatômica especial do complexo justaglomerular As células da mácula densa detectam alterações do volume que chega ao túbulo distal por meio de sinais que não são completamente entendidos A FG diminuída torna mais lento o fluxo na alça de Henle, causando reabsorção aumentada da porcentagem de íons sódio e cloreto fornecidos no ramo ascendente, reduzindo por meio disso a concentração de cloreto de sódio nas células da mácula densa A queda de NaCl na macula provoca dois efeitos: 1. Reduz a resistência ao fluxo sanguíneo nas arteríolas aferentes, o que eleva a pressão hidrostática glomerular e ajuda a retornar a FG ao normal 2. Aumenta a liberação de renina, pelas células justaglomerulares das arteríolas aferentes e eferentes que são os locais de maior estocagem da renina Quando ambos os mecanismos de feedback estão funcionando em conjunto, a FG se altera apenas por poucos pontos percentuais, até mesmo com grandes flutuações da pressão arterial entre os limites de 75 a 160mmHg 10 Fisiologia II – LM AUTORREGULAÇÃO MIOGÊNICA DO FLUXO SANGUÍNEO É a capacidade dos vasos sanguíneos individuais resistirem ao estiramento, durante o aumento da pressão arterial, fenômeno conhecido como mecanismo miogênico O estiramento da parede vascular permite movimento aumentado de íons cálcio do líquido extracelular para as célula, causando sua contração Essa contração evita a distensão excessiva do vaso e, ao mesmo tempo, pela elevação da resistência vascular, ajuda a prevenir o aumento excessivo do fluxo sanguíneo renal e da FG quando ocorre elevação da pressão arterial
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