Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 MODELOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA INTELIGÊNCIA TESTE NÃO VERBAL DE INTELIGÊNCIA R - 1 RECIFE/PE 2 MODELOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA INTELIGÊNCIA TESTE NÃO VERBAL DE INTELIGÊNCIA R - 1 (Apostila elaborada para uso em sala de aula) INTRODUÇÃO Os testes psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo, em decorrência do que dispõe o § 1° do art. 13 da lei no 4.119/62. (Resolução CFP 002/2003). Os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas emoção/afeto, cognição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção, memória, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumentos. A função do teste torna-se, dessa forma, medir as diferenças entre indivíduos ou entre as reações do mesmo indivíduo em diferentes ocasiões. É importante ressaltar que os testes psicológicos devem ser entendidos como instrumentos auxiliares nesta coleta de dados que é a Avaliação Psicológica e que, juntamente com as demais informações organizadas pelo psicólogo, auxiliam na compreensão do problema estudado, de forma a facilitar a tomada de decisões. TESTE NÃO VERBAL DE INTELIGÊNCIA R - 1 A inteligência tem conquistado o interesse de pesquisadores desde o início da psicologia como ciência moderna. Especialmente no que se refere à avaliação da inteligência, seu início e desenvolvimento se deram ao mesmo tempo em que a Psicologia se estabelecia como área de conhecimento (ANASTASI, URBINA, 2000). No que tange às concepções teóricas de inteligência, a perspectiva mais tradicional dentro da Psicologia foi proposta por Spearman em 1927. Este autor considerou que toda a atividade intelectual está expressa em um fator geral (g), comum a toda atividade mental e possuidor de uma índole fisiológica, um fator específico (s) associado a tarefas individualizadas, e fatores de grupo que englobariam aspectos da conduta humana que possuíssem comunalidade. Nesse sentido, a inteligência é concebida como entidade simples 3 ou complexa de fatores, traços ou aptidões mentais, que compõem a mente humana (ALMEIDA, 1988). O presente estudo tem como foco o R-1: Teste não verbal de avaliação da inteligência de autoria de Rynaldo de Oliveira, publicado pela Vetor Editora Psicopedagógica em 1973. Esse teste foi proposto pelo autor para ser empregado no exame psicotécnico de motoristas, bem como em áreas que necessitem de um teste alternativo para pessoas analfabetas, com baixa escolaridade ou com dificuldades específicas para a compreensão do português. De acordo com o Manual do R-1, foram realizados dois tipos de estudos para a verificação dos parâmetros psicométricos; em um deles, itens foram analisados com vistas a explicitar suas características subjacentes e, no outro, identificaram se os tipos de raciocínio implícito nos diferentes itens do teste. No primeiro estudo usou-se a análise fatorial e dois fatores foram constatados. Em um segundo estudo, objetivando conhecer as habilidades cognitivas envolvidas, os itens foram analisados qualitativamente com base nas leis que regem o fator “g” (SPEARMAN, 1927). INSTRUMENTO O teste tem como objetivo avaliar a inteligência de adultos, com idade mínima de 18 anos e com escolaridade a partir do ensino fundamental incompleto. É constituído por 40 itens, apresentados em um caderno, com folha de resposta à parte. Para cada questão há de 6 a 8 possibilidades de respostas. As tabelas normativas do Teste R-1 foram feitas considerando as diversas regiões do Brasil, incluindo São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Recife e Amazonas. O teste é composto por figuras, que apresentam itens em ordem crescente de dificuldade, a partir das quais o sujeito deve escolher a resposta correta e registrar na folha apropriada. Diferentes raciocínios estão envolvidos para a resolução dos itens: complementação de figuras, identidade de figura concreta, analogia de adição e subtração, mudança de posição, progressão numérica, deslocamento de uma parte, alternância de elementos, raciocínio numérico entre outros. As respostas são transcritas em uma folha de respostas, na qual a pessoa deverá escrever a letra correspondente da alternativa elegida. Na correção, feita com o uso de um crivo, é atribuído um ponto para cada resposta correta. O resultado obtido é transformado em percentil de acordo com a tabela de normas apropriada para a amostra. A administração 4 pode ser individual ou coletiva e o limite de tempo da aplicação é de 30 minutos. Em situações de uso clínico ou especiais, em que for necessário obter mais dados sobre o avaliando, pode- se aplicar o teste sem limite de tempo. Existe atualmente uma versão informatizada com a correção automática do teste. INSTRUÇÕES PARA APLICAÇÃO No caso da aplicação individual deve-se estabelecer um rapport com o examinando, antes da aplicação do teste. As respostas devem ser anotadas pelo examinando na folha de respostas, a menos que por algum motivo ele não possa fazê-lo. Na aplicação coletiva deve ser dada uma explicação geral para os examinandos do motivo da realização do teste. No caso de aplicação coletiva sugere-se um máximo de 30 candidatos em uma sala. As instruções padronizadas devem ser lidas pelo psicólogo, sem introduzir modificação, que podem invalidar a aplicação do teste. Antes de distribuir o material dizer: Vocês vão receber um caderno de teste e uma folha de resposta. Vocês não devem escrever nada, nem fazer marcas nos cadernos. Não abram os cadernos até que eu lhes peça. Distribuir um caderno, uma folha de resposta e uma caneta para cada examinando. Atenção. Todos os senhores receberam uma folha igual a esta (mostrar). É a folha de respostas. Peguem a caneta e preencham a folha escrevendo nome, idade, escolaridade e a data de hoje. Quando terminarem deixe o lápis em cima da mesa. Agora atenção, pois vamos iniciar as explicações. Abram os cadernos de teste na página número 1 e deixem os cadernos abertos em cima da mesa. Olhem agora para o meu (o aplicador mostra o seu caderno, aberto na página 1, para o grupo). Este caderno é cheio de quadros com desenhos. Os quadros são seguidos e estão em ordem de um lado e do outro de cada folha (mostrar, virando as folhas do caderno). Em cada página (o aplicador mostra a 1ª do seu caderno), nós vamos encontrar um quadro maior em cima e vários quadros menores embaixo; é sempre assim em todas as páginas do caderno: quadro maior em cima, quadros menores embaixo. Os quadros grandes, os maiores, são numerados; começam pelo número 1 e vão seguindo, 2, 3, 4, etc., até o número 40. Os quadros ou desenhos menores, os de baixo, tem letras: A, B, C, etc. Nos quadros grandes, em todos eles, há uma falha: um pedaço ficou em branco. O pedaço que falta no 5 desenho grande é um dos quadros menores, um dos que têm letras. O nosso trabalho será descobrir, pagina atrás de página, qual o pedaço que está faltando no quadro grande. Vamos dar um exemplo (indicar no caderno do aplicador a 1ª página), para que todos entendam melhor o que já foi dito. Temos aqui (apontar) o quadro grande em cima, numerado; na parte de baixo, os quadros menores com letras. Na parte de cima falta um pedaço no lugar que está em branco e vamos, portanto, procurá-lo entre os desenhos que têm letras. Quem sabe a resposta? (Pergunta feita aos integrantes do grupo).Certo. O que falta é o quadro da letra “C”. a resposta certa é “C”. (Tiradas as dúvidas, o aplicador passa para a parte seguinte) Recomendo que ninguém escreva, risque ou faça marcas no caderno. Todas as respostas deverão ser dadas unicamente na Folha de Respostas. Do lado desses números, na folha de resposta, os senhores deverão escrever a letra do pedaço que falta. Escrevam a letra “C” ao lado do número 1 na primeira coluna da Folha de Respostas. Daqui para frente os senhores vão procurar responder sozinhos. Há sempre uma resposta e somente uma para cada figura grande. Façam o trabalho com atenção, pois as dificuldades vão aumentando, mas quem fizer as fáceis vai aprendendo a fazer as seguintes. Podem começar a responder. O aplicador marca o horário de início e interromper a aplicação depois de 30 minutos. CRIVO DE CORREÇÃO R-1 1 C 11 C 21 D 31 B 2 F 12 F 22 F 32 G 3 E 13 D 23 G 33 H 4 D 14 B 24 B 34 A 5 F 15 E 25 H 35 C 6 B 16 F 26 D 36 G 7 A 17 A 27 A 37 A 8 D 18 C 28 H 38 C 9 E 19 D 29 G 39 H 10 E 20 B 30 C 40 G 6 TABELA GERAL DE PERCENTIL POR ESCOLARIDADE Classificação Percentil Pontos 1ª a 4ª 5ª a 8ª 2° Grau Superior Geral Inferior 1 3 6 13 20 8 5 9 11 18 24 13 Médio inferior 10 11 15 21 26 17 20 14 18 24 28 21 25 15 19 25 29 22 Médio 30 16 20 25 30 23 40 18 22 27 31 25 50 19 23 28 31 27 60 21 24 29 32 29 70 22 26 31 33 30 Médio Superior 75 23 27 32 34 31 80 24 28 32 34 32 90 26 30 34 36 34 Superior 95 28 32 35 37 35 Muito superior 99 33 34 37 38 37 RACIOCÍNIOS ENVOLVIDOS NOS ITENS DO R-1 Item Raciocínio 1-7 Complemento de figura concreta 8 Complemento de fundo geométrico 9-10 Complemento de fundo com cruzamento e sobreposição 11 Identidade figura concreta 12 Identidade figura geométrica 13 Identidade pares verticais ou analogia/espelho 14 Identidade por pares horizontais 15-16 Identidade por pares verticais 17 Analogia e subtração de detalhe 18 Analogia e mudança de posição 19 Analogia e adição de detalhe 20 Analogia e subtração de detalhe 21 Identidade por trios horizontais e soma vertical 22 Identidade por trios horizontais 23 Identidade por trios horizontais e raciocínio numérico 24 Progressão numérica 25 Deslocamento de uma parte 26 Subtração de parte 27 Alternância de elementos 28 Alternância numérica e de posição do triângulo 29 Alternância e progressão numérica 30 Variação de placas de transito 31 Combinação causa e efeito 32 Combinação ou soma 33 Superposição ou soma 34 Subtração horizontal e vertical 35 Progressão numérica externa e deslocamento interno anti-horário 36 Deslocamento desigual dos dois quadrados em sentidos opostos 37 Soma e subtração simultânea de elementos 38 Alternância numérica, de posição e angular 39 Subtração de elementos internos 40 Princípios diversos – raciocínio numérico 7 ANÁLISE DE CORREÇÃO DOS ITENS DO R-1 Segundo Alves (2002), os itens de 1 a 8 exigem da pessoa respondente a complementação de uma figura concreta, portanto, considerados itens fáceis. Os itens 12, 13, 14, 19, 21 e 22, apresentaram cargas fatorias mais positivas. Esses itens foram descritos pelo estudioso, da seguinte forma: → O item 12 introduz um novo tipo de raciocínio e uma nova forma de apresentação do problema, por meio de figuras separadas e relacionadas entre si. →O item 13 exige que a pessoa perceba a relação de identificação e analogia por uma inversão de posição. →Os itens 14 e 19 apresentam o aumento de número de figuras na matriz, → Os 21 e 22 caracterizam o aumento de número de figuras na matriz e solicitam uma identidade no sentido horizontal. Com relação aos itens que apresentaram maiores cargas negativas, encontravam-se: → O item 20 propõe um raciocínio de subtração, → O 29, 33, 34 e 36 formam o grupo de itens que caracterizam o aumento de número de figuras na matriz e solicitam raciocínio numérico, superposição, subtração, deslocamento desigual respectivamente e, finalmente, → O item 40 com diversos raciocínios numéricos. → Os 37 e 39 que estão na parte superior da linha, portanto, cujos acertos são raros, são considerados os mais difíceis. EXEMPLO: R. J. S, sexo masculino, 25 anos, estudante de arquitetura, submetido à avaliação para obtenção da CNH, errou 13 itens, obteve 27 pontos tendo percentil 10, com classificação na média inferior. Levando em considerações os erros cometidos pode-se analisar: Item 13 não percebeu a relação de identificação e analogia por uma inversão de posição; Item 16 erro por identidade por pares verticais; Item 18 falta de analogia e mudança de posição; Item 20 dificuldade de raciocínio de subtração; Item 24 falta de Progressão numérica; Item 26 pela subtração de parte; Item 31pela ausência de combinação causa e efeito; Item 34 e 36 erros caracterizados pela omissão do aumento de número de figuras na matriz e que solicitam raciocínio numérico, superposição, subtração, deslocamento desigual respectivamente; Item 35 não raciocinou com progressão numérica externa e deslocamento interno anti-horário; Item 37 falha pela soma e subtração simultânea de elementos e Item 38 dificuldade na observação de alternância numérica, de posição e angular. Recife, 09 de abril de 2020. (assinatura do Psicólogo avaliador) (carimbo contendo CPF e CRP) Referências ALMEIDA, L. S. Teorias da inteligência. Porto: Edições Jornal de Psicologia. 1988 ALVES, I. C. B. R-1: Teste Não Verbal de Inteligência: Manual. São Paulo: Vetor, 2002 ANASTASI, A., URBINA, S. Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. CATTELL, R. B. The relevance of fluid and crystallized intelligence concepts to nature-nurture investigation. The Manking Quartely, 23, 359- 375, 1992. SPEARMAN, C. Las Habilidades del Hombre: su naturaleza y medición. Buenos Aires: Paidós 1927. 8 FOLHA DE RESPOSTA R-1 (Está folha não corresponde ao original, apenas para estudo) Nome: ........................................................................................................................................ Escolaridade: ....................................................... Idade: ..........................................Sexo: ...... Local de Nasc.:........................................................................... Data de Aplicação:.................. 1 11 21 31 2 12 22 32 3 13 23 33 4 14 24 34 5 15 25 35 6 16 26 36 7 17 27 37 8 18 28 38 9 19 29 39 10 20 30 40 Pontos: ______ Percentil: ______ Classificação: _______
Compartilhar