Buscar

Apostila - Bioquímica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Bioquímica
Professor: Cid Moreira
Bioquímica - Índice
Íon fórmula
· Ligação iônica
· Cátion +
· Ânion -
Molécula
· Ligação covalente
Substâncias Inorgânicas
· Água
· Sais Minerais
Lipídios
Álcool + Ácido. Ésteres
· Glicerídeos
· Cerídeos
· Esteroides
· Colesterol
Características dos lipídios
· Função energética
· Função estrutural
· Substancia de reserva
· Isolante elétrico 
· Isolante térmico
· Fonte de água endógena
· Absorção de vitaminas
· Amortecimento de impactos
· Redutor de densidade
Proteínas 
· Estrutura Primária
· Estrutura Secundária
· Estrutura Terciária
· Estrutura Quaternária
Enzimas
· São catalisadoras
· Apoenzima
· Coenzima
· Holoenzima
Vitaminas 
· Lipossolúveis: K, A, D, E
· Hidrossolúveis: Bs, C
Bioquímica Da Saliva
· Mucina
· Amilase
· Ureia
· Anidrase Carbônica
· Glicose
· Osmolaridade da saliva
· Efeito Tamponante
Substâncias Orgânicas
· Lactoferrina
· Lisozima
· Peroxidase
· Estaterina
· Gustina
Enzimas Microbianas
· Urease
· Fosfatase ácida
· Hialuronidase
· -amilase
· -amilase
· Dextranase
· Fosfatase alcalina
· Protease
· Lipase
· Oxidase
· Fermentação Lática
· Fermentação Heterolática
· Fermentação Pútrida ou Putrefação
· Desaminação
· Descarboxilação
Fatores Dietéticos e Hormonais da Odontogênese
· Vit A, C e D
· Hormônios
· Paratireoide
· Tireoide 
· Hipófise
Íons e sais minerais
· Cálcio e Fósforo
· Magnésio
· Carbonato
· Flúor
· Proteínas
Composição química dos dentes
Tecidos
· Esmalte (amelobastos)
· Hidroxiapatita
· Amelogenina e enamelina (junção amelodentinária)
· Carbonato
· Flúor
· Dentina (odontoblastos)
· Pré-dentina
· Dentina do manto
· Dentina circumpulpar
· Cemento (cementoblastos)
· Necrose
· Cárie Superficial
· Cárie Profunda
· Densidade
· Permeabilidade
· Dureza
· Solubilidade
Etiologia da Cárie
· Teoria Acidogênica
· Teoria Proteolítica
· Teoria da proteólise com quelação
Tártaro
· Fatores bacterianos
· Fosfatase ácida
· Fosfatase alcalina
· Fatores salivares
· Fatores dentários
· Fatores paradentários
Tecidos do esmalte
· Cutícula do esmalte ou membrana de Nasmith
· Película Adquirida
· Placa dental ou dento-bacteriana
Bioquímica
	O átomo é subdividido em prótons, nêutrons e elétrons. A quantidade de prótons é que define quem é o elemento. Elétrons = prótons: equilíbrio.
	“Primeira Lei de Cid”: Na natureza tudo tende ao equilíbrio dinâmico até que forças externas ai sistema o desestabilize.
	Os elétrons de um átomo distribuem-se em diferentes órbitas (nível quântico) ao redor do núcleo. A posição dos elétrons é dada pela quantidade de energia que ele possui. Dessa maneira, observamos que um átomo pode apresentar até 7 órbitas diferentes (K, L, M, N, O, P, Q). Os gases nobres apresentam na sua última camada 8 elétrons (exceto o Hélio, que tem apenas 2).
Reação química: 
· Reação química: reagente + reagente = produto. (Reagente: elementos que se atraem – síntese - ou se separam - decomposição). 
· É a união de dois elementos buscando o equilíbrio (8 elétrons na última camada). Os elementos químicos, ao reagirem, formam componentes mais complexos. Estes, agora chamados produtos, podem ser divididos em dois grupos básicos: íon fórmula e molécula.
· Íon Fórmula: dois elementos que se aproximam e um empesta 1, 2 ou 3 elétrons para o outro (Ligação iônica – cátion + e ânion -).
· Molécula: dois ou mais elementos que compartilham vários elétrons (Ligação covalente).
· Na química separamos os elementos em dois grandes grupos:
· Substâncias inorgânicas (sem carbono – C) 
· Substâncias orgânicas (com carbono – C). 
	
	Dentre os inorgânicos estudaremos: água e sais minerais. Dentre os orgânicos estudaremos: carboidratos, lipídios, proteínas e enzimas, vitaminas e parcialmente ácidos nucleicos (DNA e RNA).
Substâncias inorgânicas (água e sais minerais)
	São estruturas (íons fórmula) inorgânicas, formadas pela ligação iônica entre átomos de um elemento metálico com átomos de um elemento não metálico.
	Dissociação iônica: ligação iônica desfeita e íons desequilibrados. Um dos elementos fica com elétrons a mais (ânion) e outro a menos (cátion).
	Os sais minerais são elementos importantes tanto na composição (ossos e dentes) como na fisiologia de todos os seres vivos. O sal é um micronutriente: necessita-se dele em pequenas quantidades.
Ocorrência dos sais minerais: os sais minerais, na matéria viva, são encontrados sob três formas principais, geralmente reversíveis entre si:
1. Cristalina ou Íon fórmula: compondo dentes e ossos
2. Forma iônica: (sais dissociados) sangue, substâncias intercelulares, etc.
3. Forma orgânica: complementando a estrutura química de diferentes moléculas orgânicas (hemoglobina, DNA, RNA, ATP, fosfolipídios, etc.), associado a uma molécula orgânica.
Funções dos sais minerais
	Os seres vivos são quimicamente soluções. Solução é um sistema composto por dois elementos: solvente e um soluto.
· Solvente: são compostos líquidos que abrigam nos seus espaços intermoleculares partículas do soluto.
· Soluto: partículas que conseguem se dispersar nos espaços existentes entre as moléculas que compõem o solvente.
· Solvente + Soluto = Solução
Reações catalíticas (catalisador = economiza energia)
	A presença de iontes no meio é necessária para produzir a atividade máxima das enzimas, além de muitos iontes comporem as suas estruturas moleculares.
· Enzima: faz o papel catalisador, ajudando as moléculas a fazerem ligações iônicas.
Composição de esqueletos e dente (forma cristaloide): Devido a sua forma cristaloide, os sais aparecem nos ossos e dentes compondo sua matriz inorgânica.
Transporte de gases: são fundamentais para o transporte de O2 e do CO3 no sangue, como acontece com o Ferro da Hemoglobina e o Cobre da Hemocianina. 
Composição de moléculas orgânicas: atuam como complemento molecular, radical prostético em proteínas e complementam estruturalmente moléculas de lipídios e outras moléculas orgânicas.
Tamponante: agem no mecanismo de regular o pH das soluções biológicas, evitando a acidificação ou a alcalinização do meio interno. A escala de pH define a concentração em um líquido de íons hidroxila (OH-) e de íons hidrogênio (H+).
· Osmolaridade: variações das concentrações dos fluidos do corpo
· Pressão osmótica: é uma força de sucção que as soluções hipertônicas exercem sobre as soluções hipotônicas, puxando o solvente.
· Osmose: passagem do solvente de um ambiente hipotônico para o hipertônico.
Sal: regulador osmótico.
Ácido: é todo composto que em meio aquoso sofre uma dissociação iônica
Contratilidade muscular e coagulação sanguínea: participam de diferentes ações fisiológicas. O Ca++ é necessário para que ocorra o mecanismo de coagulação do sangue e da contração dos músculos. O Na+ e o K+ agem na geração da ddp do sistema nervoso (Bomba de Sódio e Potássio).
Água e suas propriedades físicas e químicas
· Definição: molécula inorgânica formada por ligação covalente de 2 átomos (H2O). 
· O citoplasma celular humano é 96% água. 4% são substância orgânicas e inorgânicas.
· A ocorrência da água representa cerca de 50 a 70% da composição química dos animais. Sua variação, entretanto pode variar a partir de 3 situações:
· De espécie para espécie
· Da idade do indivíduo (jovem tem mais que adulto)
· Do tecido em função da sua atividade metabólica – tecidos mais ativos necessitam de mais água.
· A atividade metabólica de uma célula é diretamente proporcional ao volume de água.
Ocorrência da água
· Água livre: saliva, sangue
· Água de solvatação: está ligada às micelas proteicas do citoplasma e dos líquidos extracelulares. As moléculas se mostram adsorvidas das micelas.
	
· Água de embebição: se apresenta absorvida no interior das micelas (esponja)
Funções da água
· Solvente Universal (geral)
· Transporte de substâncias
· Manutenção de uma constante dielétrica 
· A água mantém uma constante dielétrica pois ela se interpõe entre cátions e anions reduzindo as forças de atração entre elas (para não formar uma solução salina e sim iônica).
· Solução salina = cátions e ânions juntos· Solução cristalina = cátions e ânions separados
· Participação da formação dos coloides
· “Gelatina” – citoplasma 96% água
· Plasmasol e plasmagel
· Promoção de equilíbrio osmótico (osmolatidade = tentativa de equilíbrio)
· Estabilização térmica
· Em virtude de seu alto calor específico
· Temperatura: medida do estado de agitação dos elementos
· Calor: energia em trânsito
· A água mantém a temperatura corporal estável
· Nossas atividades metabólicas são controladas por enzimas e estas se desmancham com a variação térmica
· Participação em reações de hidrólise
· Hidrólise: quebra (lise) de ligações térmicas feitas pela água através de uma enzima.
Carboidratos ou monossacarídeos
	Os carboidratos são moléculas orgânicas compostas de carbono, hidrogênio e oxigênio na proporção de 1:2:1. São moléculas formadas pela união de um álcool com um aldeído ou de um álcool com um grupamento cetônico.
 						
Ácido carboxílico		Álcool					Aldeído		Cetona
· Mais importantes: glicose, galactose, frutose e ribose
· Polímero (muitos pedaços)
· Poli: muitos
· Mero: pedaço
· Monossacarídeo – Glicose (C6H12O6)
· Dissacarídeo – Maltose
· Polissacarídeo
· Amido (1.400)
· Celulose (4.000) – reserva vegetal 
· Glicogênio (30.000) – reserva energética
	A numeração dos carbonos de uma cadeia aberta é feita a partir da extremidade que há em um grupamento químico em destaque. Na molécula de glicose, o carbono 1 é aquele que compõe o aldeído. O dobramento da molécula linear de glicose é feito a partir dos carbonos 1 e 5, ficando um dos vértices do hexágono preenchido pelo oxigênio (do carbono 5).
Ligações Glicosídicas
· Determina uma cadeia linear, onde o carbono 1 de uma glicose se liga ao carbono 4 de outra glicose.
· Determina uma ramificação no eixo principal da cadeia linear. Dessa maneira a molécula fica mais curta e intensamente ramificada.
Composição do Amido
	O amido é formado pela fotossíntese a partir de dióxido de carbono (CO2) e água. É constituído essencialmente por dois tipos de polissacarídeos: a amilose e a amilo pectina. Pode existir também o glicogênio (“amido animal”), produzido a partir de insulina.
	O sistema digestivo humano (intestino) não absorve polímeros, somente monômeros. Assim, cabe aos sucos digestivos a redução dos polímeros que comemos à unidade monomérica.
· Amilose: é um polímero com cerca de 250 moléculas de glicose em sua estrutura.
· Amilo pectina: a cada 20 ligações glicosídicas , ela se ramifica (). Possui cerca de 1.400 moléculas de glicose.
· Glicogênio: a cada 10 unidades de glicose unidas por ligação glicosídica uma ramificação (). Tem cerca de 30.000 moléculas de glicose. O glicogênio é um polímero de elevado peso molecular. Apresenta os mesmo elementos do amido, com os mesmos tipos de ligações glicosídicas (). Entretanto, possui mais ramificações que o amido, permitindo que a molécula tenha até 30.000 unidades de glicose. Este polímero então é guardado, armazenado para uma eventual necessidade.
	Os carboidratos, portanto, apresentam funções biológicas importantes em virtude de sua estrutura química:
1. Fonte energética: os monossacarídeos (glicose, galactose, frutose) abrigam em suas ligações covalentes uma grande quantidade de energia ali armazenada pela fotossíntese. Ao ingerir esses monossacarídeos, no interior da célula (mitocôndrias) as ligações são quebradas e de cada uma delas certa quantidade de energia é liberada. Esta energia é então transferida para a molécula de ATP, onde fica armazenada.
2. Reserva energética: nosso organismo, assim como outros, busca armazenar a glicose para os momentos de carência.
3. Composição de moléculas orgânicas funcionais
· Glicocálix
· Mucina
· ATP (adenina trifosfato)
· DNA, RNA
Lipídios, proteínas, enzimas e vitaminas
· Lipídios (glicerídeos, cerídeos, esteroides e colesterol).
· Proteínas e enzimas (aminoácidos, estruturas e energia).
· Vitaminas (K, A, D, E, B’s e C).
Lipídios
· Álcool + Ácidos. São ésteres; insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos.
· Tipos: glicerídeos, cerídeos e esteroides ou esterídeos.
· Glicerídeos: um álcool de glicerol (trialcool derivado da glicose) associado a 1, 2 ou 3 ácidos graxos. Solventes das vitaminas K, A, D, E. São os lipídios mais abundantes do corpo e constroem a membrana. Têm um elevado potencial energético, pois conseguem armazenar em suas ligações covalentes grandes quantidades de energia (até mais que a glicose). Como sua metabolização é mais complexa, os lipídios passam a ser a 2ª opção energética do corpo. (Principal: carboidratos). São maus condutores de calor (hipoderme – tecido adiposo: barreira térmica que evita perda de calor) e também maus condutores de eletricidade (bainhas de mielina – isolante elétrico).
· Cerídeos: 1 monoálcool =1 acido graxo. São os Lipídios que formam as ceras. 
· Esteróides ou esterídeos: o diferencial dos esteroides é o álcool presente (álcool superior de cadeias policíclicas – colesterol). Formam os hormônios esteroides. São lipídios que apresentam uma fração não saponificável (um álcool de cadeia policíclica – colesterol). O colesterol também é usado na construção da membrana celular, diminuindo o coeficiente de impermeabilidade (aumento da permeabilização – espaço entre as cabeças).
· Derivados do colesterol: cortisol, testosterona, estrogênio, aldosterona e vitamina D.
Obs.: Saponificação é a quebra de um lipídeo (quebra da ligação éster) usando um sal.
· Colesterol: porção não saponificável de um lipídeo. Ingerimos um óleo vegetal que possui um álcool chamado ergosterol. No nosso corpo ele é convertido em colesterol. Pode ser usado na montagem de lipoproteínas – HDL (bom) e LDL (ruim). No organismo temos os dois, todavia, corremos o risco do acúmulo do LDL nas paredes das artérias, por conta da sua baixa densidade, com consequente aumento da pressão arterial (arteriosclerose – HDL quebra as paredes de LDL nas artérias).
Propriedades biológicas dos lipídios
· Função energética;
· Função estrutural;
· Substância de reserva;
· Isolante elétrico;
· Isolante térmico;
· Fonte de água endógena;
· Veículo para absorção de vitaminas (K, A, D, E);
· Amortecedor mecânico de impactos;
· Redutor de densidade.
Proteínas e Enzimas
· Proteínas: Polímeros de aminoácidos que possuem função estrutural e metabólica.
· Aminoácidos (peptídeos): ácido carboxílico + amina (NH2). Existem na natureza 20 diferentes tipos de aminoácidos: 11 naturais (os quais produzimos) e 9 essenciais (não produzimos, mas são importantes).
· Ligação peptídica: ligação entre 2 aminoácidos. Carbono do ácido com o nitrogênio da amina, perdendo uma molécula de água.
Estruturas das proteínas
· Estrutura Primária
· Sequência linear de aminoácidos
· Identificação da proteína (CPF)
· Estrutura Secundária
· Espiralizada – ficam assim a partir das pontes de hidrogênio (atração física). Se desfaz através de calor, acidificação ou alcalinização, ou seja, variação térmica ou de pH.
· Estrutura Terciária
· Espiral enovelada (globular) – ficam assim a partir das pontes de Bi Sulfeto (átomos de enxofre presentes em alguns aminoácidos). Pode ser desfeita pela variação de calor e pH.
· Especificidade funcional (formato= ”chave”). Ex.: proteínas canal, transportadora e permease.
· Estrutura Quaternária
· 4 estruturas terciárias ligadas por um radical prostético
· Dá mais funcionalidade
Radical prostético: todo elemento associado às proteínas que não são aminoácidos (ou derivados).
Enzimas: proteínas que reduzem a energia de ativação necessária nas reações químicas biológicas. Provocam o metabolismo e são reutilizáveis.
Energia: tudo aquilo que gera trabalho.
Energia de ativação: energia necessária para que os reagentes reajam. 
Ponto ótimo de ativação: pH 7 e temperatura 36,5 – neutro, em equilíbrio.
Ponto ótimo enzimático: ambiente favorável para acontecer reações químicas.
Características gerais das enzimas
· São biocatalizadoras;
· Reduzem a quantidade de energia de ativação necessária;
· Apresenta especificidade funcional, devidoaos contornos moleculares do substrato que são compatíveis com o das enzimas.
· Podem apresentar reversibilidade funcional.
Sem enzima: entropia alta, mais energia gasta;
Com enzima: entropia baixa, menos energia gasta;
Entropia: perda energética.
· Complexo ativado: enzima + substratos
· Apoenzima: enzima inativa, sítio ativo incompleto
· Coenzima: substância que completa uma apoenzima
· Holoenzima: apo + coenzima.
Vitaminas
	Estrutura química variada, por isso, o importante no estudo das vitaminas é saber como elas agem. São coenzimas e divididas em:
· Vitaminas lipossolúveis: K, A, D, E
· Vitaminas hidrossolúveis: B’s e C
Vitaminas Lipossolúveis
Vitamina A (Retinol, Betacaroteno)
· Atuam mais como hormônios
· Pró-vitamina: Betacaroteno (encontrada na natureza)
· Ação oxidante (Oxidação: impede a ação dos radicais livres - íons soltos, prejudiciais à saúde que podem causar doenças do coração e alguns cânceres).
· Mantém a saúde do tecido epitelial
· Mantém a saúde do tecido ocular
· Mantém a saúde do tecido linfoide
· Crescimento ósseo
· O ácido retinoico contém um carboxilato no lugar do álcool terminal do retinol. Este serve como uma molécula sinalizadora que ativa a transcrição de genes específicos que participam no crescimento e desenvolvimento.
· É precursora do retinal, o grupamento sensível à luz na rodopsina e em outros pigmentos visuais.
· O retinal é um álcool derivado do Betacaroteno (pigmento que dá a cor vermelha dos frutos). Este retinol age como coenzima na produção do retinol presente na molécula de rodopsina.
Betacaroteno (pró-vit A) retinol (vit A) Rodopsina (retina: olhos) Retinal 
							Sensível à luz – quando a luz bate, oxida = visão
· Obs.: Retinal faz parte da rodopsina (quando a vit A é consumida). Sem vit A (betacaroteno), não há visão.
· Fontes
· Fígado
· Batata
· Frutos amarelos
· Leite
· Brócolis
· Espinafre
· Ervilha
· Carência
· Pele seca
· Cegueira noturna
· Sensibilidade extrema à luz
· Retardamento do crescimento
Vitamina D (Calciferol)
· Não encontrado na alimentação
· Vem da pró-vitamina esgosterol (7-desidrocolesterol – nome genérico dos óleos vegetais de cadeia policíclica
· Quebrado pela luz solar
· Mineralização óssea e dentária
Óleo vegetal Esteroide Raios UV na pele Oxidação Calciferol 
Calciferol vai para as células do intestino e se associam a apoenzimas, ativando-as aumentando a absorção dos íons cálcio que lá estão. Os íons cálcio são transferidos para o sangue e a partir daí para os ossos e dentes, onde será absorvido e transformado em sais.
· Função do Calciferol: aumentar a absorção do íon cálcio
· Fontes
· Fígado
· Manteiga
· Gema do ovo
· Óleo de peixe
· Carência
· Alterações ósseas
· Transtornos dentais
· Alterações metabólicas 
· Excesso
· Debilidade
· Náuseas
Vitamina E (Tocoferol)
· Esteroide (álcool de cadeia policíclica – veio de um lipídeo)
· Antioxidante lipossolúvel (captura radicais livres)
· Atua na espermatogênese
· Manutenção dos glóbulos vermelhos
· Atua nos mecanismos do envelhecimento
· Redução das dores musculares
· Aumento da peroxidação lipídica
· Fontes
· Leite
· Ovos
· Queijos 
· Óleos (algodão, milho, soja)
· Trigo
· Fígado
· Carência
· Infertilidade (comprovado em ratos)
· Anemia
· Degeneração renal
· Hemorragias
· Cataratas
· Dermatites
· Diminuição do reflexo
· Dificuldade de locomoção
· Hemólise de glóbulos vermelhos
Vitamina K (Quinonas)
· Síntese de aminoácidos para ossos
· Produzido pela flora intestinal (bactéria)
· Atua como coenzima na produção da pró-trombina
· É anti-hemorrágica
· Coagulação Sanguínea
Mecanismo de Coagulação do Sangue
· Sangramento
· Plaquetas tromboplastina 
· Tromboplastina inibe a Heparina (anticoagulante – não deixa o cálcio se juntar à pró-trombina)
· Cálcio + pró-trombina = trombina
· Trombina desenrola o fibrinogênio (proteína globular)
· Formando a Fibrina (proteína fibrosa) Rede Coagulação
· Fontes
· Leite
· Alface
· Repolho
· Brócolis 
· Queijo
· Nabo
· Carência
· Hemorragias internas e externas
· Fragilidade capilar
· Carência em longo prazo
· Abortos 
· Diarreias
· Alterações ósseas e dentárias
Vitaminas Hidrossolúveis
· Solúveis em água (sucos vegetais)
· Complexo B e C
Vitamina B1 (tiamina)
· 1ª do mundo
· Atua nos sistemas metabólicos do organismo
· Atua em associação à enzima descarboxilase do ácido pirúvico na glicólise
· Carência
· Importante nos sistemas: nervoso, cardiovascular e digestivo Beribéri (redução na utilização da glicose pelo sistema nervoso central).
· Provoca degeneração da bainha de mielina das fibras nervosas (polineurite-generalizada)
· Enfraquecimento do músculo cardíaco
· Prisão de ventre grave (constipação)
· Anorexia
· Hipocloridria
Vitamina B2 (Riboflavina)
· Atua no transporte de Hidrogênio nos sistemas oxidativos das mitocôndrias (FAD)
· Flavina, adenina, dinucleotídeo (FAD) – captura o H no ciclo de Krebs e leva para a mitocôndria
· Forma a coenzima FAD (recolhe os H+ produzidos no ciclo de Krebs – FADH2, encaminhando-os para a cadeia respiratória – mitocôndria
· Importante na síntese de ATP
· Carência
· Distúrbios digestivos
· Sensações de queimadura na pele e nos olhos
· Rachaduras no canto da boca (queilose)
· Cefaleia
· Depressão
· Esquecimentos
Vitamina B3 (PP – Niacina)
· Também conhecido como ácido nicotínico, funciona como coenzima na composição do NAD, que captura H+ na glicólise e no ciclo de Krebs – NADH2, encaminhando-os à cadeia respiratória, sendo assim importante na produção de ATP.
· Carência
· Hemorragias intestinais
· Deficiência e regeneração dos tecidos
· Irritação das mucosas – pelagra (DDD)
Vitamina B5 (Ácido Pantotênico)
· Atua no transporte do ácido para o interior das mitocôndrias
· É encontrado formando a coenzima A (CoA) – chave da mitocôndria
· Responsável pelo transporte do ácido acético para o interior das mitocôndrias sob a forma de acetilCoA
· Carência
· Redução na atividade mitocondrial
Vitamina B6 (Piridoxina)
· Atua como coenzima nos processos de síntese de aminoácidos e das proteínas celulares
· Síntese de aminoácidos naturais
· Transporta alguns aminoácidos através da membrana celular
· Carência
· Acrodinia (transtorno de natureza neurítica, com dor, vermelhidão e inflamação das extremidades – mãos e pés)
Vitamina B9 (Ácido Fólico)
· Síntese de ácidos nucleicos – DNA e RNA (bases nitrogenadas púricas – adenina e guanina)
· Atua na replicação do DNA e está ligada à mitose que determina o crescimento geral do organismo
· Carência
· Redução na taxa de crescimento
· Inflamação (glossite)
Vitamina B12
· No interior dos ossos existe uma medula vermelha. Uma das células produzidas nessa medula é a hemácia (glóbulo vermelho ou eritrócito) responsável pelo transporte de gases no sangue. O eritrócito é uma célula anucleada.
· Replicação de genes
· Transformação do Eritroblasto em eritrócito (Blasto = jovem)
· Carência
· Anemia Perniciosa
Vitamina C (Ácido Ascórbico)
· Síntese de colágeno (proteína fibrosa)
· Constituinte da enzima prolil hidroxilase, promove a oxidação na formação da hidroprolina, constituinte do colágeno, proteína de enorme frequência no organismo.
· O ácido ascórbico entra como coenzima na composição da prolil-hidroxilase (enzima ativa) que oxida o grupamento prolil, formando a hidroprolina. A hidroprolina é um dos componentes da proteína colágeno.
· Carência
· Enfraquecimento subcutâneo (com quadros hemorrágicos)
· Baixa cicatrização das feridas, má formação das cartilagens, dentes e ossos.
· Síntese de anticorpos.
Bioquímica da Saliva
Funções gerais da Saliva
· Umedecer os dentes e a mucosa bucal (lubrificação).
· Solvente geral (universal) das substâncias do meio bucal.
· Oferece ação bactericida (lizozina) e fungicida (histalina).
· Proporciona a aglutinação e a lubrificação, formando o bolo alimentar.
· Digestão inicial dos carboidratos pela ação da amilase salivar (ptialina). Ex.: amido e glicogênio que são convertidos em maltose.
· Regulação do pH do meio bucal.
· Auto limpeza da boca.
	A saliva apresenta um grande volume de água formando soluçõescoloidais. Devido a isso, ela se adere tanto à superfície epitelial, quanto aos dentes, formando uma película protetora.
Propriedades Físicas e Físico-químicas da Saliva
1. Aspecto opalescente, límpido e incolor
2. Viscosidade elevada (devido à mucina)
3. Volume de 1000 a 1500 ml/dia
4. Densidade de 1000 a 1020 g/ml (frequente: 1012 g/ml)
5. Osmolaridade: hipotônica em relação ao sangue
6. pH entre 5 e 8 (frequente: 6,9)
Composição química da saliva
· Água: 99,1%
· Sólidos: 900mg%
· Substâncias Orgânicas: 400mg%
· Mucina
· Amilase
· Ureia
· Lisozima
· Anidrase Carbônica
· Tiocianato
· Glicose
· Substâncias Inorgânicas: 500mg%
· Ânions
· Cátions
Efeito tamponante – Capacidade tampão da Saliva (CTS)
· A saliva é tamponante porque ela neutraliza o pH;
· pH é a concentração de H+ (ácido) ou OH- (alcalino ou básico);
· Para neutralizar um pH ácido, coloca-se um ânion - Mucinato
· Para neutralizar um pH alcalino, coloca-se um cátion + Mucina
· O efeito tamponante permite constância no pH salivar em torno de 6,9 (neutro = saudável)
	
	Os tampões mucinato/mucina e monofosfato/bifosfato agem da mesma forma e, assim, o elevado poder tamponante da saliva mantém a higidez da mucosa bucal e dos dentes.
· Pacientes resistentes à cárie dental: CTS > 40
· Pacientes medianamente susceptíveis à cárie dental: CTS = 40
· Pacientes muito susceptíveis à cárie dental: CTS < 40
A CTS funciona como um índice relativo de atividade de cárie dental.
Cálcio
· A saliva apresenta cátions como o cálcio (4 a 10mg);
· Acima de 10mg de cálcio = cárie (susceptibilidade ao processo cariogênico – desmineralização ou descalcificação);
· Elevado teor de cálcio também se traduz na formação de tártaro.
· Ácido: cárie
· Alcalino: tártaro
Mucina – Forma o coloide (300mg%)
	É uma glicoproteína de elevada viscosidade (plasmagel) que exerce um papel protetor de grande eficiência:
· Lubrifica a mucosa da boca;
· Aglutina partículas alimentares e microorganismos;
· Tem elevado poder tamponante (pH 6,9) que bloqueia ácidos e bases devido à íons mucinatos.
Amilase ou Ptialina (40mg%)
· Hidrolisa o amido e glicogênio até maltose:
· Amido e glicogênio dextrinas maltose
· Dextrinas: grupo de carboidratos produzidos pela hidrólise do amido. Têm baixo peso molecular.
Ureia (20mg%)
· Resíduo do catabolismo dos aminoácidos;
· É eliminada na saliva em 20mg%.
Lisozima (10mg%)
· Exerce ação bactericida (defesa).
Anidrase Carbônica
· Catalisadora de uma reação que é importante na formação do tártaro (ou cálculo dental).
Glicose (1,0mg%)
· Principal substrato que, na via glicolítica, explica a formação do ácido lático, que está relacionado ao processo bioquímico da cárie dental.
	
	Um dos maiores vilões bucais é o ácido lático. Os ácidos reagem com os sais produzindo outros ácidos e outros sais. Existem diferentes tipos de sais. Alguns são insolúveis, ou seja, não se dissolvem em água. Já outros são solúveis, e, portanto, se dissolvem na água. Assim, em presença de um ácido, sais insolúveis podem se tornar solúveis.
	Obs.: ácido é toda substância que em meio aquoso sofre uma dissociação iônica, liberando H+ (Brownstlouri).
	Por ação de enzimas, alguns ácidos são decompostos em moléculas mais simples.
Osmolaridade da Saliva
	O comportamento hipotônico da saliva em relação ao sangue é proposital. O sangue, sendo hipertônico em relação à saliva, passa a exercer pressão osmótica sobre ela fazendo com que a água presente na saliva, em parte, retorne para o sangue (osmose).
	Ao passar pela célula epitelial em direção ao sangue, a saliva sofre filtração na membrana da célula, retendo os mucinatos na face do epitélio que reveste a boca. Dessa maneira forma-se uma camada protetora do epitélio (plasmagel).
· A osmolaridade salivar depende de 4 íons: sódio, potássio, cloreto e bicarbonato. As concentrações desses íons alteram-se com a velocidade do fluxo salivar.
· A integridade dos tecidos da cavidade oral depende de certa forma, de trocas osmóticas entre saliva e mucosa.
· Em condições normais, a tendência do fluxo aquoso salivar é de fora para dentro das células mucosas e estruturas dentais, levando assim os componentes salivares a um intimo contato com a superfície dessas estruturas.
· Assim ocorre o contato entre as proteínas salivares e a sua superfície mucosa da boca (imunoglobulinas).
· Quando a saliva se torna hipertônica pela dissolução de substancias solúveis do alimento (sal e açúcar), o sentido do fluxo aquoso pode ser revertido.
· Neste caso, a tendência da água dos tecidos orais é a de seguir no sentido de dentro para fora.
· Ex.: bochecho de água salgada em quadro inflamatório.
A saliva possui diferentes substâncias orgânicas
· Lactoferrina 
· Lisozima 
· Peroxidase
· Estaterina
· Gustina
Lactoferrina (glicoproteína)
· Glicoproteína que pertence à família da transferrina (transporte de ferro);
· É multifuncional (exerce vários papeis biológicos);
· Encontrada no leite bovino e nas secreções exócrinas dos mamíferos e é liberada de grânulos de neutrófilos durante a inflamação;
· No leite, a lactoferrina fornece ao recém-nascido uma serie de vantagens imunológicas devido à sua ação antiviral bactericida e fungicida. Além de atuar no processo de assimilação do ferro para compor a molécula de hemoglobina, também apresentando ação antioxidante;
· Tem capacidade de estimular a proliferação celular (reparação);
· Produz lactoferricina (após a digestão), que age contra bactérias patogênicas gram positivas e negativas.
Lisozima (enzima)
· Enzima altamente positiva que catalisa a degradação de peptídeoglicanos (macromoléculas que são negativas e encontradas nas paredes das células bacterianas);
· São polímeros moleculares insolúveis (parede impermeável à água);
· A lisozima rompe de forma enzimática as ligações glicosídicas , que une acetil-glicosamina ao ácido acetil-murâmico. Dessa maneira, a parede bacteriana (mureína), insolúvel (composta por peptídeoglicanos – acetil-glicosamina e ácido acetil-murâmico) é decomposta e a bactéria, agora sem proteção, passa a sofrer turgência, chegando a romper a membrana bacteriana (plasmoptise), destruindo-a;
· Impede o crescimento bacteriano (forma desconhecida).
Peroxidase (enzima)
· Enzima que contém anel de porfirina e ferro como núcleo protético;
· Decompõe a H2O2 que a bactéria produz;
· Ação antibacteriana;
· As bactérias tem como subproduto metabólico a água oxigenada (substancia proteolítica agride proteínas). Para degradar esta molécula, a saliva contém a peroxidase que libera O2 da água oxigenada. Este oxigênio retirado da água oxigenado é adicionado ao íon tiocianato que se transforma em íon hipotiocianato. Este, por sua vez, age sobre grupamentos tióis presentes nas proteínas bacterianas, provocando a inativação da mesma.
· Peroxidase Libera O2 da H2O2 O2 + Tiocianato Hipotiocianato Grupamentos Tióis Inativação da bactéria.
Estaterina (fosfoproteína)
· Fosfoproteína rica em tirosina;
· Estabiliza íons cálcio e fosfato (nos dentes);
· Funções:
· Forma coberturas orgânicas sobre superfícies das mucosas e dos dentes;
· Envolvem alimentos, lubrificando-os (favorecendo mastigação e deglutição);
· Remineralização do esmalte (componente).
· Tem grande afinidade pela hidroxiapatita (componente mineral dos dentes), formando a película adquirida;
· Alta densidade de cargas elétricas negativas (o que facilita a aderência às superfícies dos tecidos orais);
· Nossos dentes apresentam um sal insolúvel, altamente resistente ao atrito, composto por cristais hidroxiapatita. Entretanto, por ser um sal, pode ser degradado por substancias de natureza ácida. Para proteger este sal, a saliva apresenta a mucina que produz um coloide viscoso e aderente que recobre a superfície do esmalte. Por ser eletropositiva, ela atrai a estaterina, que é eletronegativa, formando um complexo orgânico protetor resistente aos ácidos. Dessa maneira, forma-se a película adquirida, que modernamente é retirada durante o processo de escovação. Além disso, a estaterina também atua no processo de remineralização do esmalte.Gustina (glicoproteína)
· Glicoproteína que está ligada ao transporte e ao armazenamento de íons zinco;
· Por isso, participa do processo de crescimento e da elevação da acuidade das papilas gustativas.
Componentes Orgânicos Diversos
	Grande parte das substancias presentes na saliva estão no sangue (aminoácidos, ácido úrico, gamaglobulinas) em concentrações sempre inferiores àquelas apresentadas no sangue.
	Gamaglobulinas: proteínas hidrofílicas globulares que deixam o sangue em plasma sol. As bactérias querem chegar ao sangue para pegar a gamaglobulina. Há uma pequena quantidade dela na saliva.
	As bactérias não agridem diretamente os dentes. Sua presença na cavidade bucal é justificada pela presença de resíduos alimentares que não foram engolidos. O processo cariogênico é tão somente consequência da degradação desses resíduos e dos ácidos dele decorrentes. Assim a carie é consequência, não causa da presença bacteriana. 
Composição do amido: amilose, amilo pectina e glicogênio
Mecanismo de digestão da amilose
amilase salivar ligações  da amilose dextrinas superiores dextrinas 
		 Hidrolisa										 Dextrase		
Maltose Glicose
	 Maltase
	Cada fragmento de amilose de 10 unidades de glicose, produz 2 dextrinas: uma de 4 unidades de glicose e outra de 6 unidades de glicose.
	
	Nossa digestão de amido e glicogênio ocorre até a formação da maltose. Esta maltose então é ingerida e só vai ser degradada em glicose na boca. A glicose é a matéria prima da ação bacteriana. Assim, em tese, se não há produção de glicose na boca, não há bactérias. A amilase salivar degrada as ligações  em segmentos menires de dextrinas de 4 a 6 moléculas de glicose. Estas por sua vez são degradadas em moléculas de maltose e o processo (da boca) se encerra aqui. No intestino, essas maltoses serão finalmente degradadas pela maltase entérica em moléculas de glicose, que serão absorvidas.
Glândulas que umedecem a cavidade bucal
· Parótida: glândula serosa pura (25% da secreção)
· Submandibular: glândula mucosserosa (70%). Bastante viscosa por ter alta concentração de mucina.
· Sublingual: glândula seromucosa (5%). São menores.
Enzimas microbianas
· Urease
· Fosfatases ácidas
· Hialuronidase
· amilase
· amilase
· Dextranase
· Fosfatase alcalinas
· Protease
· Lipase
· Oxidase
Urease 
	A amônia (NH3) é um subproduto tóxico decorrente da formação dos aminoácidos naturais. As células se livram dessa substância, jogando-a no sangue. Como ela é muito tóxica, quando chega no fígado, as células hepáticas retiram esta amônia do sangue, juntam-na com 2 moléculas de CO2, produzindo a ureia, que é menos tóxica, devolvendo-a para o sangue. Essa ureia é filtrada pelos rins e eliminada na forma de urina. 	Dessa maneira, na saliva existem algumas moléculas de ureia. Essa ureia, na boca, é hidrolisada pela ureia bacteriana liberando CO2 e amônia (NH3). Esta última, além de proteolítica (destruidora de proteínas), é uma base que leva o pH salivar e favorece a precipitação de cálcio, formando o tártaro.
· Processo do fígado: ciclo da Ornitina (citoplasma da célula hepática).
Fosfatases ácidas 
	A mucosa bucal apresenta células cuja membrana está exposta (não há queratina). Assim, as bactérias produzem fosfatases ácidas que são enzimas que hidrolisam a membrana das células bucais (ésteres fosfóricos = fosfolipídios) e tomam parte no processo cariogênico e das aftas da mucosa.
	Nossos alimentos são compostos de células (animais e vegetais) e durante a mastigação, fragmentamos as células em pedaços menores, inclusive fosfolipídios. Na boca, não digerimos lipídios, essa ingestão ocorre no duodeno e no intestino delgado, pela ação de enzimas (lípases) pancreáticas e entéricas. As bactérias produzem as fosfatases ácidas que irão hidrolisar os ésteres fosfóricos (membrana de fosfolipídios) liberando H+ (ácidos).
	O íon fosfato presente no fosfolipídio é retirado pela enzima bacteriana fosfatase ácida por hidrólise, gerando o ácido fosfórico (H3PO4). Então ele se dissocia, liberando íons H+.
	Além de agredir o esmalte (tirando o cálcio), os íons H+ provocam a desnaturação da mucina, que perde sua estrutura terciária, perde as camadas de solvatação de água e deixa de ser um coloide. Agora, sem mucina, as células do epitélio bucal ficam expostas à ação da própria fosfatase ácida.
Hialuronidase
	Hidrolisa os mucopeptídeos (ácido hialurônico, mucina – que formam os coloides bucais), produzindo ácido glicurônico, glicosamina, glicose e ácido acético.
	Presente na saliva para proteger a mucosa (Glândula mucosserosa mucina + ácido hialurônico = + densidade).
· Mucopeptídeos: molécula glicoproteica (glicoproteína)
amilase
	Promove a quebra da cadeia linear da amilo pectina e do glicogênio (na ligação não-redutora).
· 60% da amilo pectina e do glicogênio produzem maltoses e, por sua vez, glicose.
· 40% da amilo pectina e do glicogênio restantes produzem dextrinas superiores e limites.
· Dextrinas
· Grupo de carboidratos produzidos pela hidrólise do amido (solúvel);
· Utilizadas para a produção de glicose;
· Polímeros de glicose de menor peso molecular (4 ou 6 glicoses).
· Dextrinas Superiores: 
· Dextrinas Limite: 
Mecanismo de digestão da Amilo Pectina
· Amilo pectina  amilase bacteriana Dextrina limite  Dextranase bacteriana Dextrinas não ramificadas amilase bacteriana Maltose Maltase bacteriana Glicoses.
	A amilase bacteriana hidrolisa as ligações glicosídicas  da amilo pectina, na porção próxima à ligação  (porção não redutora) da glicose, formando a dextrina limite (contém ligações ). Estas, por sua vez são degradadas pelas dextranases bacterianas em dextrinas não ramificadas. Estas, degradadas pela amilase, produzem maltoses que oxidadas pela maltose bacteriana produzem glicoses.
Mecanismo de digestão do Glicogênio
· Glicogênio  amilase bacteriana Dextrina limite  Dextranase bacteriana Dextrinas não ramificadas amilase bacteriana Maltose Maltase bacteriana Glicoses.
	A amilase bacteriana hidrolisa as ligações glicosídicas  do glicogênio, na porção próxima à ligação  (porção não redutora) da glicose, formando a dextrina limite (contém ligações ). Estas, por sua vez são degradadas pelas dextranases bacterianas em dextrinas não ramificadas. Estas, degradadas pela amilase, produzem maltoses que oxidadas pela maltose bacteriana produzem glicoses.
Dextranases: Quebra as ligações a1-6, produzindo dextrinas não ramificadas.
Fosfatases alcalinas: alteram o periodonto, precipitando os sais de cálcio para a formação do tártaro dental.
Protease: hidrolisa proteínas, produzindo aminoácidos que serão absorvidos e utilizados pelas bactérias.
Lipase: hidrolisa os lipídios, produzindo ácidos graxos, glicerol e ácido fosfórico (H3PO4).
Oxidases: Nome genérico. Toda enzima que faz oxidação (sacarase, lactase, maltase, amilase hidrolisam sacarose, lactose, maltose, amido e glicogênio, dando frutose, galactose e glicose).
· Oxidação: libera H+;
· Desmineraliza os dentes;
· Reduz o pH (ácido).
Fermentação Lática
	O processo de fermentação latia tem inicio na boca, pela ação de enzimas (oxidases) bacterianas. A glicose produzida pela decomposição da amilose, da amilo pectina e do glicogênio é absorvida pelos microorganismos no meio bucal, dando inicio a Via Glicolítica.
Vias Glicolíticas
· Fermentação Homolática ou fermentação acética: produz somente o ácido lático. Ocorre na placa dental bacteriana.
· Fermentação Heterolática: produz ácido lático e acético, a partir dos ácidos pirúvicos. Ocorre na placa dental bacteriana.
Fatores Dietéticos e Hormonais da Odontogênese
· Odontogênese: processo de formação dos dentes. Depende da dieta e dos hormônios.
· Dieta
· Íons de sais minerais (Ca++, Mg++, PO4---, CO3--- e F-);
· Proteínas (colágeno, elastina, etc.);
· Vitaminas (A, C e D).
· Hormônios (relacionados a secreções glandulares)
· Paratireoide – paratormônio ou paratirina
· Tireoide – T3 e T4 (tiroxina)
· Hipófise – STH ouGH
Hipófise (hormônio do crescimento)
· Produz/secreta o hormônio GH ou STH
· Estimula mitoses
· Atua no desenvolvimento do esmalte
· Carência: esmalte mal formado/atrofiado e dentes mais susceptíveis à cárie.
	Nossos processos metabólicos que culminam com o crescimento do organismo estão sob a influência do hormônio GH. Ele é responsável pelo estímulo aos processos de mitose, influenciando o aumento de diversas estruturas celulares, inclusive àquelas responsáveis pela formação dos dentes (odontoblastos, cementoblastos e ameloblastos).
	Sua carência provoca a formação deficiente do esmalte ou a sua não formação (principalmente dos incisivos, impedindo sua erupção). Nessa condição a dentina é produzida em quantidade excessiva, invadindo a câmara pulpar, junto com o cemento que se mostra espessado. Dentina e cemento são influenciados havendo uma excessiva produção de dentina que invade a câmara pulpar e um maior espessamento do cemento dentinário. 
· Produção excessiva: gigantismo do dente
· Produção deficitária: nanismo do dente
Tireoide
	A tireoide é uma glândula que produz estes dois hormônios fundamentais: Tiroxina (T3 e T4) e Calcitonina.
· Tiroxina: hormônio diretamente relacionado à atividade mitocondrial. A produção de ATP estimula o metabolismo fazendo com que a construção da matriz orgânica e inorgânica dos diferentes tipos de tecidos dentinários seja correta. Sua carência pode gerar uma hipomineralização ou uma baixa construção orgânica que afetaria mais a dentina.
· Carência: hipotireoidismo, retardamento da erupção das dentições.
· Calcitonina: este hormônio está relacionado ao estímulo de células à captação de cálcio e da construção de sais nos ossos (carbonato de cálcio, fosfato de cálcio) e dentes (hidroxiapatita).
· Obs.: ela estimula a atividade dos osteoblastos e cementoblastos que constroem dentina e cemento, respectivamente. Também está relacionado à formação dos ligamentos periodônticos e do osso alveolar
· Carência: hipocalcificação da dentina e da raiz, fragilidade estrutural.
Paratireoide
	Produz o hormônio paratirina ou paratormônio. Este atua antagonicamente à calcitonina. Existe um grupo de células do organismo que compõem o sistema fagocitário mononuclear. Estas células são responsáveis pela atividade fagocitária do organismo. Este hormônio ativa nos ossos os osteoclastos que desfazem a matriz inorgânica dos dentes, permitindo sua remodelação. Em relação aos dentes, o processo é realizado por macrófagos e é perceptível na dentição descídua. 
· Regula o metabolismo de cálcio
· Excesso: hiperparatireoidismo, descalcificação dos dentes, produzindo uma hipercalcemia (aumento de cálcio no sangue). Como consequência surge uma dentina cálcio-traumática.
· Carência: hipoparatireoidismo, hipocalcificação das matrizes dentárias, levando ao raquitismo dental.
Obs: a presença de hormonios tireoidianos em níveis normais ou em excesso (hipertireoidismo) determina uma boa calcificação dos dentes, produzindo uma dentição mais precoce, com dentes mais bonitos, bem formados e resistentes à cárie. Dessa maneira, o hipertireoidismo é bom para os dentes, porém, ruim para o corpo.
Íons de sais minerais
· Íons Cálcio e Fósforo: constituintes dos cristais de hidroxiapatita que compõem: esmalte, dentina e cemento.
· Carência: hipoplasia, erosões dentárias, fossas e fissuras na matriz mineral do dente (ranhuras, perfurações, cárie).
· Íons Magnésio: sua falta provoca atrofia dos odontoblastos (células geradoras da dentina).
· Íons Carbonato: relacionados à formação do cemento, principalmente, mas também do esmalte e da dentina.
· Íons Flúor: são importantes na profilaxia da cárie porque formam a fluorapatita, mais insolúvel que a hidroxiapatita. Impedem a formação do ácido lático.
· Proteínas: fundamentais constituintes orgânicos das matrizes do esmalte e da dentina (primeiro ocorre a formação da matriz proteica e, em seguida, há a precipitação dos sais de cálcio, organizando o esmalte e a dentina). Nessa composição entram todos os aminoácidos (naturais e essenciais).
· Carência: falhas na deposição dos cristais de hidroxiapatita, deixando os dentes com regiões hipomineralizadas. Falhas de dentina e de esmalte, pré-dispondo os dentes à cárie.
Vitaminas A, C e D
· Vitamina A: atua diretamente nos ameloblastos e nos odontoblastos.
· Carência: atrofia celular. Isso acontece porque os ameloblastos atrofiados por falta de vitamina A não controlam a ação formadora de dentina pelos odontoblastos.
· Vitamina C: atua mais intensamente na formação da dentina.
· Carência: substituição dos odontoblastos por fibroblastos, o que faz cessar a produção de dentina (escorbuto dentário).
· Vitamina D: atua sobre a dentina, exclusivamente.
· Carência: formação da dentina raquítica e frágil.
Observação
	Basicamente, o dente apresenta 3 células construtivas: ameloblastos, cementoblastos e odontoblastos.
· Ameloblastos: célula responsável pela formação do esmalte. Origem ectodérmica.
· Cementoblastos: célula responsável pela formação do cemento (reveste a raiz do dente). Origem mesodérmica.
· Odontoblastos: célula responsável pela formação da dentina. Origem mesodérmica.
· A atividade destes grupos celulares depende da estimulação hormonal.
Hormônios
	Os hormônios são fatores importantes tanto na fase inicial de formação do dente, quanto na sua manutenção. A construção do dente está diretamente relacionada às secreções (do complexo de Golgi). Tanto a matriz orgânica como a inorgânica estão na dependência de substâncias externas que acionam/sinalizam à célula no momento onde se deve iniciar substâncias sinalizadoras. Produzidas pelas glândulas, são lançadas no sangue e, ao chegarem ao órgão alvo, determinam o inicio da atividade secretora.
Produtos da Atividade Microbiana
Putrefação ou Fermentação Pútrida
	As proteínas atuam sobre as proteínas salivares transformando-as em aminoácidos. Estes degradados por desaminação, descarboxilação e ações combinadas sucessivas.
	Proteínas Aminoácidos
		 Proteinases
	Produtos fenóis, ácidos variados, aminas, amônia, aminoácidos e ácido sulfídrico que são dotados de cheiro desagradável determinando o mau hálito (halitose).
	As transformações bioquímicas da putrefação tem como elemento fundamental os aminoácidos derivados das proteínas componentes dos alimentos.
	O processo ocorre por ação das proteinases bacterianas por: desaminação, descarboxilação ou ações mistas.
Desaminação: origina amônia (NH3) – cáustica e tóxica.
· Oxidativa: utiliza O2 
· Aminoácidos amônia + catoácidos
· Redutora: utiliza H2
· Aminoácidos amônia + carboxilácido
· Hidrolítica: utiliza H2O
· Aminoácidos amônia + hidroxiácido
	Tais substâncias irritam a gengiva e a mucosa e eleva o pH bucal, o que favorece a formação do tártaro e lesa o periodonto (periodontose).
Descarboxilação: origina aminas – cáustica e tóxica
· Eleva o pH bucal Tártaro
· Cheiro ruim Halitose
· Aminoácidos Aminas
			Descarboxilases
· Da ornitina: ornitina (aminoácido) Putrescina (amina)
					Descarboxilases
· Da lisina: lisina (aminoácido) Cadaverina (amina)
				Descarboxilases
· Do triptofano: p-hidroxitriptofano (aminoácido) Serotonina (amina)
							Descarboxilases
· Da histidina: histidina (aminoácido) histamina (amina)
						Descarboxilases
Putrefação por transformações mistas: origina diferentes compostos – tóxicos e fétidos.
Ocorrem por ações combinadas e sucessivas das desaminações, descarboxilações, oxidações e reduções sobre o mesmo substrato, originam dos produtos diversos, tóxicos e de odor desagradável.
· Tirosina
· p-hidroxitriptofano
· Tio-aminoácidos
	O gás sulfídrico, os tióis ou mercaptanos, o escatol, o escatoxil, o indol, o indoxil, a amônia e as aminas constituem produtos tóxicos, irritantes da mucosa bucal e do periodonto e, sobretudo, são substancias de odor fecalóide e, assim, respondem pelo mau hálito ou halitose de certas pessoas.
	Em função do que acabamos de estudar, é necessário tomar todo o cuidado nas intervenções em tecidos em putrefação, para não introduzirmosmaterial necrótico, seja da gengiva, seja da polpa putrefata, para o organismo. Estes focos de infecção podem drenar material séptico para o coração, pulmões, cérebro, etc., ou mesmo pode vir a contaminar o profissional desprotegido durante as suas intervenções odontológicas.
Composição Química e Propriedades dos Tecidos Dentais
	Os dentes de forma geral, são compostos por 3 modelos teciduais: esmalte, dentina e cemento. Entretanto, cada um apresenta características diretamente relacionadas às duas funções.
Funções dos Tecidos: (gerais)
· Esmalte: revestir, impermeabilizar e oferecer resistência ao processo mastigatório.
· Dentina: tecido amortecedor. Suportar as pressões que estão sendo impressas no esmalte.
· Cemento: determinar a inserção dos dentes aos ligamentos periodônticos. Reveste a raiz.
	Nós somos difiodontes (possuímos duas dentições – descídua e permanente). A descídua é temporária, por isso, sua estrutura bioquímica é diferente da permanente.
	Comparativamente, o esmalte apresenta um elevado percentual mineral e um baixo teor orgânico. Nesta condição, ele se apresenta mais denso, mais duro e igualmente impermeável. Já a dentina e o cemento apresentam um percentual inorgânico um pouco menos e um teor orgânico um pouco maior, uma vez que necessitam de certa flexibilidade, mas com uma parcial dureza.
Construção do esmalte
	Durante a atividade amelogênica, inicialmente é produzida uma matriz orgânica, onde se iniciará o depósito de hidroxiapatita sobre a membrana basal. O esmalte é composto por prismas colunares que são moldados de forma que uns se encaixem nos outros de forma perfeita. Assim, cada prisma irá se moldando a outros. O conjunto de prismas é o esmalte. A impermeabilidade se dá a esta perfeita interação dos prismas.
	O cristal de hidroxiapatita se organiza a partir de hexágonos planos cujos vértices apresentam átomos de cálcio (denominados Cálcio do tipo I). Sua estrutura também terá no centro uma hidroxila que é um elemento organizador do hexágono. Várias estruturas hexagonais vão se superpondo em camadas até adquirir uma estrutura tridimensional.
	Perifericamente a esta estrutura teremos presos a ela, outros elementos como o fosfato (PO4) em conexão com outros átomos de cálcio (agora denominados Cálcio do tipo II).
	O cristal e o prisma são estruturas perfeitamente harmonizadas, organizando os átomos de cálcio de forma a formar um cristal regular, tendo como base a hidroxila (CaI) e o fosfato (CaII).
	Se o cristal for colocado em ambiente ácido, a hidroxila e o fosfato são retirados, desorganizando a estrutura = desmineralização.
Composição Química do Esmalte
· Amelogenina e Enamelina: proteínas que suportam o prisma do esmalte. Base da conexão do prisma na junção amelodentinária.
· Junção amelodentinária: nome dado à membrana basal a partir do momento que o esmalte é produzido acima dela e a dentina é produzida abaixo dela.
Flúor
	Eletronegativo, se prende à amelogenina e a enamelina para segurar o cristal. Impede a reabsorção proteica, podendo ocasionar fluorose. 
	O flúor secretado junto com as proteínas da base do prisma serve de ligação da transição orgânica com a inorgânica dos prismas e dos cristais de hidroxiapatita.
	Se posteriormente ao inicio da construção dos prismas houver uma elevação na concentração de flúor, o ameloblasto poderá produzir indevidamente a apatita fluoretada no meio da secreção de hidroxiapatita. Esses pontos de concentração de apatita fluoretada é que compõem a fluorose.
O Processo Cariogênico
	Está na retirada do fosfato que determina o processo de desmineralização. O fosfato estabelece uma conexão entre CaI e CaII do hexágono, compondo o prisma e o cristal. Assim, a saída do sal faz com que o sal do esmalte deixe de ser hidroxiapatita. Uma vez a cárie atingindo a dentina, devido ao seu elevado teor orgânico, começa a haver uma necrose tecidual, visto que a dentina apresenta prolongamentos odontoblásticos (projeções da membrana de odontoblasto próximo à região da JAD).
· Entre a dentina e o esmalte existe uma junção denominada junção amelodentinária. Os odontoblastos (células formadoras da dentina) têm prolongamentos (“braços”) que se unem a essa junção. Quando as bactérias atingem a dentina e chegam aos prolongamentos odontoblásticos, este retrai dando início à necrose tecidual.
	Também a matriz orgânica da dentina é decomposta pela bactéria, aumentando o tamanho da cárie. A dentina superficial é denominada dentina do manto = cárie superficial e a dentina próxima a polpa é denominada dentina circumpulpar = cárie profunda.
Elementos Secundários
· Alta concentração na superfície do esmalte: F, Pb, Zn, Fe e Sb.
· Baixa concentração na superfície do esmalte: Na, Mg e CO3.
· Distribuição uniforme: Sr, Cu, Al e K
Carbonato
	Pode ocupar duas diferentes posições na estrutura da hidroxiapatita do esmalte, levando a uma perda da qualidade estrutural do dente.
	Como a dentição descídua será substituída, o mineral produzido e utilizado na construção será a carbonatoapatita em substituição à hidroxiapatita. O carbonato no lugar da hidroxila é menos estabilizador do hexágono, formando um sal de qualidade inferior, facilmente degradado. Por conta disso, ele é usado na composição dos dentes descíduos. Ele também pode substituir o fosfato na conexão do CaI com o CaII na montagem do prisma.
	Esse fato e o conteúdo de CO3 podem contribuir para a mais rápida progressão da cárie em dentes descíduos.
Dentes Descíduos – Análise comparativa
	A profundidade da cárie é 2,5x maior que na dentição permanente. Perda de mineral é 2,2x maior que a dentição permanente.
	A diferença na concentração de carbonato e a maior permeabilidade do tecido devem explicar as diferenças no desenvolvimento das lesões.
	O sal que compõe a dentição descídua apresenta em sua composição o carbonato em substituição ao fosfato, dessa maneira o ambiente ácido retira mais rapidamente o carbonato aumentando a degradação estrutural do cristal de hidroxiapatita.
	Perda de mineral: sem o carbonato, o cálcio II sai e o outro cristal desmancha.
CO3 e Mg: Altas concentrações destes elementos tornam o esmalte mais solúvel. Na dentição permanente, o esmalte pode apresentar traços, pequenas concentrações de outros sais que não são hidroxiapatita (fluoretada, por exemplo), assim como, substituindo o fosfato podemos encontrar o magnésio. O tecido cariado contém mais CO3 e Mg que o sadio adjacente.
Dentina
· Composição Inorgânica da dentina: 75%;
· Os cristais de hidroxiapatita da dentina, cemento e osso alveolar são muito menores do que aqueles encontrados no esmalte;
· Os cristais de hidroxiapatita e osso alveolar têm menores níveis de organização (pois não precisam de dureza, e sim densidade);
· Na construção da dentina, do cemento e do osso alveolar não são formados os prismas do esmalte;
· Os aminoácidos do colágeno são arranjados em tripla hélice (tropocolágeno);
· Na construção da dentina, inicialmente forma-se a Pré-dentina (de natureza orgânica);
· Esta dentina apresenta fibras colágenas mais grossas, mais densas e de maior resistência. Esta trama é mineralizada (hidroxiapatita) e passa a ser chamada de Dentina do Manto;
· As camadas seguintes apresentam fibras colágenas mais finas, chamadas (juntas) de Dentina Circumpulpar;
· A Dentina porosa, com elevado teor de água, visto que possui baixa densidade, e apresenta-se percorrida pelos túbulos dentinários preenchidos pelos prolongamentos odontoblásticos.
Propriedades físico-químicas
· Densidade
· Permeabilidade
· Solubilidade
· Adsorção
· Reatividade
· Dureza
Densidade (m/v)
· É um elemento dentário que está relacionado com a quantidade (massa) de substância presente no dente (g), por volume (ml);
· Essa avaliação é feita levando em consideração a proporção orgânica e inorgânica que o compõe;
· A dureza de uma peça dentinária é diretamente proporcional à permeabilidade e diretamente proporcional à dureza;
Permeabilidade
· Tem relação direta com a porção do dente e a sua respectiva função;
· No esmalte, ela é reduzida – barreira semipermeável(prismas);
· Admite-se que vias submicroscópicas presentes no esmalte adsorvam íons flúor que podem substituir grupamentos de hidroxilas do cristal de hidroxiapatita;
· A dentina possui maior permeabilidade devido à presença de prolongamentos odontoblásticos;
· Vias submicroscópicas: defeitos que podem ocorrer no esmalte em função da carbonatoapatita. Por essas fissuras, o ácido (presente na nossa dieta) consegue passar e começa a ter uma degeneração dentro dessas vias;
· O flúor consegue reter cálcio para reparar essa construção mal feita de carbonatoapatita, formando a apatita fluoretada, que é mais resistente que a carbonato apatita.
Dureza: a dureza de um elemento dentinário tem sido relacionada com o conteúdo de cálcio presente, e pode ser usada como um indicativo de mineralização, desmineralização e remineralização.
Solubilidade
· É a propriedade do dente de liberar íons presentes na sua estrutura;
· pH ácido aumenta a solubilidade. O produto de solubilidade do esmalte/dentina é totalmente dependente da variação do pH.
· A solubilização do esmalte pode estar relacionada com a retirada de cálcio dentinário na forma de complexos orgânicos (quelação);
· Quelação: cálcio quelado retido no meio de várias hidroxilas (cadeia elétrica negativa). Algumas substancias como o ácido lático tem a capacidade de “roubar” esse cálcio quelado, aumentando a solubilidade (desmineralização).
· Adsorção: o esmalte tem eletronegatividade, o que proporciona a adsorção de Ca++ da saliva para a formação da camada de hidratação
· Adsorver: se prender à superfície; (diferente de absorver);
· Adsorção de Ca++:
· PO4- presente no cristal de hidroxiapatita;
· Prende o Cálcio (Ca++) presente na saliva e nos alimentos;
· Água entra como um ambiente de hidratação.
Etiologia da cárie
	A causa da cárie dental pode ser explicada por duas ordens de fatores: fatores locais e fatores gerais ou sistêmicos.
Na produção da cárie, exige-se o contato entre os microorganismos envolvidos e o substrato glicídico na superfície do dente. Deste contato resulta a produção da placa dental e na intimidade dela ocorre a fermentação do material glicídico e proteico, resultando em ácidos que iniciam a descalcificação do esmalte dentário.
Três hipóteses foram formuladas para explicar a etiologia da cárie:
1) Teoria acidogênica: Miller e Fosdick;
2) Teoria proteolítica: Bodecker e Gottlieb;
3) Teoria da proteólise com quelação: Evan, Prophet e Schatz.
Os cristais de hidroxiapatita apresentam uma organização entre si que não deixa nenhum espaço para a penetração da água. É, portanto um cristal insolúvel. (Impermeabilidade: encaixe perfeito dos cristais, que são justapostos).
1. Teoria acidogênica: Miller e Fosdick
Teoria baseada na ideia de que a flora acidogênica presente na placa dental após a decomposição dos açucares residuais presentes na cavidade oral resulta na produção do acido lático. Esse por sua vez reduz o pH bucal promovendo a dissolução do esmalte. Os ácidos reagem quimicamente com os sais e os dois se decompõem formando ácidos e sais diferentes.
Ácido+sal = Ácido+sal (troca)
O desgaste do esmalte ocorre nessas etapas: 
Etapa I – Dissolução do esmalte: O acido lático produzido pelas bactérias se dissocia liberando H+. Este H+ retira a hidroxila do centro do cristal hexagonal, e o cristal se parte em 3 pedaços de ortofosfato de cálcio, liberando um íon cálcio (Ca++); O ácido separa o Cálcio do fosfato. 3 íons cálcios (Ca++) são perdidos. Cada ortofosfato de Cálcio se quebra, formando o ortofosfato monoácido de Cálcio - solúvel (com 6 Ca++).
Etapa II – Proteólise da matriz esmalte: Nesta etapa saem os 6 cálcios (desmineralização). A matriz proteica do esmalte pela ação das proteases elaboradas pelos microorganismos proteolíticos produzem vários aminoácidos e estes sofrem desaminação, descarboxilação, oxidação e redução, originando vários outros ácidos que destroem mais ainda o dente.
Quanto mais cristais forem retirados, maior a cárie.
2. Teoria proteolítica: Bodecker e Gottlieb 
Teoria baseada na ideia de que os ácidos responsáveis pelo processo de desmineralização do esmalte sejam derivados de proteólises bacterianas que ocorrem nas lamelas e nas fendas do esmalte. Enzimas proteolíticas elaboradas pelos microorganismos atacam penetrando nas lamelas e fendas e colonizam-se. Daí começa a produção de ácidos que descalcificam o esmalte.
As reações bioquímicas (etapas) são as mesmas da teoria acidogênica, mas primeiro ocorre a Etapa II (que transformam as proteínas das lamelas e fendas em ácidos) e depois a I (que solubilizam o esmalte, completando a invasão da estrutura dentária pelos microorganismos do meio bucal).
Obs.: O pH é a medida da concentração de íons H+. Assim, abaixo de 7, o pH vai progressivamente aumentando. Até o pH 4,5 a hidroxiapatita ainda resiste, mas abaixo deste valor ela começa a se desmanchar.
3. Teoria da proteólise com quelação: Evan, Prophet e Schatz.
Valência: a maioria dos elementos não possuem estabilidade elétrica porque não possuem 8 elétrons na ultima camada de Valencia.
Os ácidos com seus íons H+ fragmentam o cristal de hidroxiapatita retirando a hidroxila, desagregando, desmontando o cristal. Desse processo formam-se 3 ortofosfatos de Cálcio e é perdido um íon cálcio (tipo1). Este cálcio disponível fica indisponível pelo processo de quelação, ou seja, o ânion do ácido retém este íon cálcio inviabilizando sua reutilização. O flúor, por exemplo, poderia refazer o hexágono mas não consegue porque o cálcio está retido pela quelação. Assim o flúor não consegue voltar a fluorapatita, ele no máximo produzirá apatita fluoretada. O cálcio quelado não retorna ao sistema e é ingerido com a saliva. O ortofosfato de cálcio continua sendo agredido pelo H+ e mais uma vez o cálcio é liberado. No total 3 íons cálcio são dissolvidos na água e posteriormente na boca são novamente quelados e o ortofosfato de cálcio se transforma em ortofosfato monoácido de cálcio (solúvel).
Quelação: composto químico formado por um íon metálico (Ca++) ligado por várias ligações covalentes a uma estrutura heterocíclica de composto orgânico (acido láctico ou glicina). 
Principais agentes cariogênicos
	Uma vez atingida a dentina, tem início a necrose e a degeneração da porção orgânica desse tecido (25%). Por conta disso, os cristais de Hidroxiapatita saem inteiros. Isto porque não ocorre interligação dos cristais como ocorre no esmalte. Com a necrose, a JAD também é desfeita e os prismas do esmalte perdem seu apoio, provocando fraturas no esmalte.
Mecanismos bioquímicos de formação do Tártaro
O tártaro ou cálculo dental é uma concreção pétrea (crescimento de uma massa orgânica mineralizada) que se deposita nos espaços interdentários e dentogengivais. A formação do tártaro esta sob a ação de diferentes fatores:
· Fatores bacterianos: as bactérias apresentam diferentes enzimas e dentre elas, destacamos as fosfatases. Desta enzima resulta a liberação de íons (fosfato) que representa quimicamente um ânion. A partir dele, em presença de um cátion são formados cristais que alimentam/incrementam a concreção pétrea.
· Fatores salivares: matriz orgânica proteica coloidal (mucina)
· Fatores dentários: o eventual desgaste dos dentes libera elementos para concreção pétrea. 
· Ex.: fosfato e cálcio
· Fatores paradentários: relacionados a alimentos com substâncias glicoproteicas (dieta/alimentação).
Elementos fundamentais do tártaro
A matriz do tártaro é composta por glicoproteínas (muco proteínas) endurecida pela precipitação de sais de cálcio e magnésio.
Ex.: carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, fosfato de cálcio, fosfato de magnésio.
· Fosfatase ácida: enzima bacteriana que oxida ésteres fosfóricos residuais ou das mucosas liberando ácido fosfórico que reduz o pH bucal. Atuam em Ph ácido. (Digerem a membrana presente nos alimentos que ingerimos – que eram pra ser digeridas no intestino).
· Fosfatase alcalina: enzima bacteriana que hidrolisa mono e diésteres fosfóricos e formando íons fosfato (PO4-3) que precipitam osíons Ca++. Atuam em pH alcalino.
· Essas bactérias bucais degradam os ésteres fosfóricos presentes na membrana dos alimentos que ingerimos e atuam alternadamente.
· Anidrase carbônica: a anidrase carbônica salivar catalisa a reação reversível do Co2 à ácido carbônico gerando íons carbonato e bicarbonato.
· Tratamento periodontal: consiste em:
· Remoção da placa bacteriana e cálculo dental.
· Eliminação da inflamação gengival e da bolsa periodontal.
· Limpeza da coleção purulenta e da infecção.
· Preservação da gengiva e da quantidade de osso.
· Educação higiênica preventiva.
Dependendo da extensão da doença periodontal, o tratamento pode variar amplamente. Se a doença for diagnosticada precocemente, procedimentos simples podem ser realizados que irão remover a placa bacteriana e o cálculo abaixo da margem gengival, e eliminar as bactérias causadoras da infecção. Entretanto, se a doença avançou a um ponto onde as bolsas periodontais estão muito fundas e o osso de suporte foi perdido, cirurgias podem ser necessárias.
Principais formações: 3 tecidos do esmalte
· Cutícula do esmalte ou membrana de Nasmith
· Película adquirida 
· Placa dental ou dento-bacteriana
Cutícula do esmalte ou membrana de Nasmith: remanescente dos amelobastos. Presente antes e depois da erupção. Temporária. Retirada com a escovação
Película adquirida
	Microproteínas multiadesivas que se prendem a superfície do esmalte, para protegê-lo apesar de escurecê-lo um pouco. Hoje com processos de escovação, não há necessidade de ela permanecer aos dentes, com a escovação, as impurezas são removidas junto com ela. 
	Composta primariamente de glicoproteínas salivares, que se depositam diretamente sobre o esmalte. É formada por uma camada de material de certa de 1 a 3 micrometros de espessura (uns que pode chegar a 10 micrômeros) e é livre de bactérias sendo, portanto, acelular.
Placa Dentobacteriana
	As bactérias principalmente do grupo mutans, possuem enzimas chamadas de glicosiltransferases que estão presentes na superfície bacteriana. A partir da sacarose, essas substâncias pegajosas (mucopolissacarídeos insolúveis) que facilitam a aderência das bactérias ao esmalte, mesmo as superfícies lisas. Simultaneamente, a sacarose hidrolisada fornece energia para as bactérias se multiplicarem, ficando entre elas esses polissacarídeos extracelulares (PEC).
Algumas bactérias do grupo mutans apresentam em sua superfície uma enzima que promove a polimerização da sacarose residual do processo nutritivo. Sacarose é um açúcar derivado das frutas, portanto bastante regular na dieta. Formada por glicose e frutose a sacarose sob a ação da glicosiltransferase bacteriana é polimerizada formando uma substância hidrófila e viscosa (PEC – Polissacarídeo extracelular). Por ser uma substancia adesiva, ela fixa a bactéria na superfície do esmalte e lhe dá proteção das enzimas salivares bactericidas. Além disso, ela é insolúvel, não sendo retirada pela saliva. 
Para completar a PEC pode ser aos poucos e em pequenas quantidades ser despolimerizada formando glicose e frutose que irão proporcionar nutrição a bactéria (via glicolítica). Os ácidos derivados desta via se concentram sobre a placa potencializando o processo de degradação da hidroxiapatita. Desta maneira, a placa bacteriana é um indicativo de um rápido processo cariogênico (quanto mais placa, mais chance de cárie).

Outros materiais